Boletim 953/2016 Ano VIII 1º/04/2016 Ano de transformação na indústria Digitalizar o canal de vendas e relacionamento é o caminho sem volta A indústria na era digital: a próxima fase da revolução industrial em nosso país. Em tempos onde a tecnologia é a grande aliada por modificar comportamentos, culturas e transformar empresas, esse é o momento para mudanças e descobertas de fórmulas de gestão que causem verdadeiros impactos nos negócios. Este será o ano do Digital Transformation para a indústria no Brasil - processo de mudanças estratégicas e profundas associadas à aplicação de tecnologia digital em todos os aspectos de operação e áreas de uma empresa. Significa que o uso da tecnologia permite inerentemente novos tipos de criatividade e modelos de negócio, aumentando suas receitas e reduzindo custos. Não apenas os concorrentes tradicionais estão nesse processo, como novas empresas surgem com modelos de negócio inovadores. Cresce a chance de uma empresa ou tecnologia disruptiva fazer com que grandes corporações deixem de existir em poucos anos. Solucionar pequenos problemas isolados e individuais não é mais suficiente. Quem quiser competir e ter futuro precisa repensar estratégias e incorporar a transformação digital como competência core e fator chave de sucesso. As pessoas, e não a tecnologia, são as peças fundamentais. A tecnologia permite que as pessoas mudem seu comportamento e a forma como fazem seu trabalho. O cliente (pessoa física ou jurídica) se tornou digital e exige isto das empresas com as quais interage e faz negócio. Quer informação, velocidade, self service, entrega, e tudo de forma diferente. Neste contexto de transformação digital, o e-commerce B2B tem participação-chave, pois leva todos os processos de marketing, vendas e cadeia de suprimentos para o mundo digital. Digitalizar o canal de vendas permite ganhos diretos em aumento de pedidos, redução de custos e eficiência de processos. Esse é um caminho sem volta. Maurício Di Bonifácio é sócio da Vertis, focada no e-commerce B2B leticia@conectnews.com.br Maurício Di Bonifácio 1
Atividade industrial continuará fraca, mesmo depois de ajuste nos estoques Levantamento mostra avanço de 0,5 ponto percentual na utilização da capacidade instalada para 77,6% na passagem de janeiro para fevereiro, mas sobre um ano antes o índice ainda está baixo São Paulo - A atividade industrial continuará em retração no Brasil nos próximos meses, apesar do ajuste no nível dos estoques das fábricas. Com a demanda interna ainda em queda, os empresários esperam novos cortes na produção. "A demanda deve continuar caindo nos próximos dois ou três meses e já observamos mais empresas projetando queda na produção", afirmou o superintendente adjunto para ciclos econômicos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. De acordo com a Sondagem da Indústria, divulgada ontem pela FGV, o indicador de produção prevista pelos empresários caiu 2,0 pontos em março para 72,5 pontos, o menor nível da série histórica. Esse componente foi o principal fator negativo sobre as expectativas do setor. "O câmbio mais alto, que favorece as exportações, o mercado de trabalho mais frouxo, fator que tem tornado a mão de obra mais barata, e o ajuste no nível dos estoques são dados favoráveis para o setor, mas que não se traduzem em uma melhora do cenário porque a demanda interna continua caindo muito, superando o impacto positivo desses fatores", explicou Campelo, da FGV. 2
Ele lembrou que o movimento de ajuste nos estoques iniciado pelas indústrias no ano passado, ainda não terminou. Em sondagem, a FGV apurou que o percentual de empresas com estoques excessivos teve baixa de 17,7% para 17,0% na passagem de fevereiro para março. Já o percentual de indústrias com estoques insuficientes subiu de 5,7% para 6,2% em igual comparação. Em março de 2015, o percentual de estoques excessivos e insuficientes estava em 14,7% e 3,9%, respectivamente. O recuo nos estoques foi um dos principais componentes com influência favorável na composição do índice que mede a confiança dos industriais sobre a situação atual do setor. Em março, o Índice da Situação Atual (ISA) chegou a 78,6 pontos, acima dos 77,1 pontos de fevereiro. No entanto, abaixo dos 80,9 pontos registrados em março do ano passado. Já o Índice de Expectativas (IE) apurado pela FGV recuou de 72,6 pontos em fevereiro para 72,0 pontos em março. Apesar da piora das perspectivas, a melhora da avaliação sobre a situação atual levou a uma alta de 0,4 ponto no Índice de Confiança da Indústria (ICI) para 75,1 pontos em março. Em igual mês de 2015, o ICI estava em 79,5 pontos. "Se olharmos a curva de tendência desses indicadores nos últimos três anos é possível identificar uma certa estabilização, mas é uma acomodação no pior patamar histórico e a perspectiva para os meses seguintes continua muito ruim", destacou Aloisio Campelo. Na avaliação do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, esses indicadores sinalizam uma estabilidade das expectativas do dos industriais. Mas ele pondera que os números não indicam melhora. "A produção continuará caindo, considerando a retração esperada para e economia do País este ano", disse Perfeito. Dados do último Boletim Focus, do Banco Central (BC), mostram estimativa de retração de 3,66% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2016. Ociosidade A utilização da capacidade instalada (UCI) avançou 0,5 ponto percentual para 77,6% em fevereiro ante janeiro, na série livre de influências sazonais. Mas na comparação com fevereiro do ano passado, o uso do parque fabril brasileiro recuou 2,2 pontos percentuais, conforme os Indicadores Industriais, divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Jéssica Kruckenfellner (FONTE: DCI dia 01/04/2016) 3
Faturamento da indústria cai 9,9% em fevereiro Emprego no setor caiu 9,4% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado SANDRA MANFRINI - O ESTADO DE S.PAULO BRASÍLIA - A atividade industrial continua fraca, com uma piora adicional dos indicadores de mercado de trabalho em fevereiro. É o que aponta a pesquisa Indicadores Industriais divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar disso, houve uma melhora pontual do faturamento e do uso da capacidade instalada (UCI). Os dados da pesquisa apontam que o setor operou, em fevereiro, com uma média de 77,6% da capacidade instalada, o que representa uma alta de 0,5 ponto porcentual frente a janeiro, quando esse indicador atingiu 77,1%, na série dessazonalizada. Apesar da alta, a UCI está 2,2 pontos porcentuais abaixo da observada em fevereiro de 2015 (79,8%)e 4,9 pontos porcentuais menor que a média histórica. O faturamento na indústria também cresceu pelo segundo mês consecutivo, com alta de 1,6% em fevereiro na comparação com janeiro, na série dessazonalizada. Na comparação com fevereiro do ano passado, no entanto, o faturamento apresenta uma queda de 9,9%. Na avaliação do gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, a melhora no faturamento na comparação com o mês anterior deve ser consequência de situações pontuais, como redução dos estoques e aumento das exportações. Isso se explica porque não houve aumento do ritmo da atividade industrial. No caso das exportações, ocorre principalmente pela desvalorização do real que leva a uma gradual e pequena recuperação das exportações de produtos manufaturados, afirma Castelo Branco, em nota divulgada pela CNI. O emprego caiu 9,4% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. (FONTE: Estado de SP dia 01/04/2016) 4
Importação de têxteis cai 30%, mas produção local não reage A importação do setor têxtil e de confecções paulista caiu 29,85% no primeiro bimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015, segundo o Sinditêxtil-SP (sindicato do setor). A retração é reflexo da desvalorização do real somada à redução da demanda no varejo, diz o presidente da entidade, Alfredo Bonduki. A produção local, no entanto, não reagiu e diminuiu 20,4% no segmento têxtil e 9,8% no de confecções. "A indústria nacional sofreu com a alta de custos, que encarece o produto. Muitos insumos são importados, e houve alta na tributação." A China, responsável por 70% das importações, é o principal competidor. A expectativa é que, neste primeiro semestre, a produção têxtil tenha nova queda, entre 5% e 8%, e que, no segundo, se estabilize. O deficit na balança comercial diminuiu, mesmo com a redução de 3,9% na receita com exportações. "O real ficou mais competitivo em comparação ao dólar, mas não tanto em outros mercados." 5
(FONTE: Folha de SP dia 01/04/2016) 6
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