Boletimj. Manual de Procedimentos. Legislação Trabalhista e Previdenciária. Contribuição Sindical. IOB Setorial. IOB Perguntas e Respostas



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Transcrição:

Boletimj Manual de Procedimentos Legislação Trabalhista e Previdenciária Fascículo N o 04/2014 // Contribuição Sindical Lançamento e cobrança das contribuições sindicais rurais... 01 // IOB Setorial Imobiliário Corretor de imóveis.... 07 // IOB Perguntas e Respostas Contribuição sindical rural Cálculo.... 10 Obrigatoriedade... 10 Pagamento devido... 10 Recolhimento - Prazo.... 10 Recolhimento fora do prazo... 10 Veja nos Próximos Fascículos a Folha de pagamento a Novos valores da tabela de salário-de-contribuição a Rais - Ano-base de 2013

2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE Capa: Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo) 0800-724-7900 (Outras Localidades) Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Legislação trabalhista e previdenciária : lançamento e cobrança das contribuições sindicais rurais... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual deprocedimentos) ISBN 978-85-379-2054-1 1. Previdência social - Leis e legislação - Brasil 2. Trabalho - Leis e legislação - Brasil I. Série. CDU-34:368.4(81)(094) 14-00000 -34:331(81)(094) Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Leis : Previdência social : Direito previdenciário 34:368.4(81)(094) 2. Leis trabalhistas : Brasil 34:331(81)(094) Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei n o 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998). Impresso no Brasil Printed in Brazil Boletim IOB

Boletimj Manual de Procedimentos a Contribuição Sindical Lançamento e cobrança das contribuições sindicais rurais SUMÁRIO 1. Introdução 2. Cadastramento no Incra 3. Contribuição sindical 4. Cadastramento na RFB do Ministério da Fazenda 5. Não cadastrados no Incra 6. Parceiros e arrendatários 7. Estabelecimentos bancários - Imóveis rurais 8. Pessoas jurídicas com vários imóveis 9. Pequeno proprietário 10. Recolhimento fora do prazo Neste trabalho também há alguns comentários pertinentes ao cadastramento de imóveis rurais no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e na Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), inclusive com modelo de formulário pertinente. Esse procedimento possibilita o efetivo lançamento e a cobrança das CSR. Não obstante os comentários iniciais acerca do cadastramento de imóveis rurais no Incra e na RFB, alertamos que os demais esclarecimentos ou eventuais dúvidas sobre esse procedimento sejam dirimidas diretamente nos citados órgãos. 1. Introdução Para fins de determinação do valor e do critério de recolhimento da Contribuição Sindical Rural (CSR), conforme descrito neste texto, utilizou-se como fundamento a legislação vigente até 27.12.2013. De acordo com a Lei nº 9.393/1996, que dispõe acerca do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e do pagamento da dívida representada por Títulos da Dívida Agrária, entre outras providências, existem alterações, desde o exercício de 1997, tanto nos critérios de recolhimento do ITR quanto da CSR, inclusive no que concerne aos respectivos documentos, conforme comentários adiante. Apesar das modificações, convém atentar à possibilidade de serem adotadas novas instruções para o exercício de 2014 pelos órgãos competentes, inclusive quanto a possíveis alterações pelas entidades sindicais nos critérios de lançamento e cobrança das CSR, bem como nos formulários respectivos. O cálculo e o recolhimento da contribuição sindical rural dos empregadores rurais organizados em empresas devem ser efetuados proporcionalmente ao capital social, e, para os empregadores rurais sem capital registrado e para as pessoas físicas com empregados rurais, a contribuição é lançada e cobrada considerando-se como capital o valor adotado para o lançamento do ITR, ou seja, o valor da terra nua tributável, conforme fixado pela RFB Outrossim, havendo qualquer dúvida quanto a critério, valor, lançamento, cálculo e recolhimento da CSR, recomenda-se que sejam consultadas antecipadamente as respectivas entidades sindicais sobre o assunto, lembrando-se sempre que a solução definitiva de eventuais controvérsias suscitadas competirá ao Poder Judiciário. 2. Cadastramento no Incra Compete ao Incra promover o cadastramento e a atualização das propriedades rurais, conforme o formulário Declaração para Cadastro de Imóveis Rurais (modelo e instruções de preenchimento são obtidos diretamente naquele instituto ou nos órgãos conveniados). Com base nas declarações prestadas sobre os imóveis rurais, que integram o Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), o Incra expede o documento Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR). Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 04 CT04-01

Sobre o referido certificado, lembramos que, de acordo com informação veiculada no site do Incra (www.incra.gov.br), a emissão do CCIR bem como a consulta relativa à sua autenticidade poderão ser feitas pela Internet. No referido CCIR, são efetuados o lançamento e a cobrança da Taxa de Serviços Cadastrais. Lembramos que, nos termos da Lei nº 9.393/1996, art. 16, a RFB poderá celebrar convênio com o Incra, com a finalidade de delegar as atividades de fiscalização das informações sobre os imóveis rurais, contidas no Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (Diac) e no Documento de Informação e Apuração do ITR (Diat). No exercício da delegação supracitada, o Incra poderá celebrar convênios de cooperação com outros órgãos públicos legalmente autorizados. Assim, os agentes do Incra, no uso de suas atribuições, terão acesso ao imóvel de propriedade particular, para levantamento de dados e informações. Ressaltamos, ainda, que a RFB, com o apoio do Incra, administrará o Cadastro de Imóveis Rurais (Cafir) - ver item 4 - e colocará as informações nele contidas à disposição daquela autarquia, para fins de levantamento e pesquisa de dados e de proposição de ações administrativas e judiciais. 3. Contribuição sindical Para fins de cobrança da CSR, o Decreto-lei nº 1.166/1971, art. 1º, na redação dada pela Lei nº 9.701/1998, traz as seguintes conceituações: Art. 1º - Para efeito da cobrança da contribuição sindical rural prevista nos arts. 149 da Constituição Federal e 578 a 591 da Consolidação das Leis do Trabalho, considera-se: I - trabalhador rural: a) a pessoa física que presta serviço a empregador rural mediante remuneração de qualquer espécie; b) quem, proprietário ou não, trabalhe individualmente ou em regime de economia familiar, assim entendido o trabalho dos membros da mesma família, indispensável à própria subsistência e exercido em condições de mútua dependência e colaboração, ainda que com ajuda eventual de terceiros; II - empresário ou empregador rural: a) a pessoa física ou jurídica que, tendo empregado, empreende, a qualquer título, atividade econômica rural; b) quem, proprietário ou não, e mesmo sem empregado, em regime de economia familiar, explore imóvel rural que lhe absorva toda a força de trabalho e lhe garanta a subsistência e progresso social e econômico em área superior a dois módulos rurais da respectiva região; c) os proprietários de mais de um imóvel rural, desde que a soma de suas áreas seja superior a dois módulos rurais da respectiva região. 3.1 Documento específico de lançamento e cobrança da CSR e da contribuição destinada ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para empregadores rurais Para fins de cálculo e recolhimento da CSR, observa-se que: a) os empregadores rurais organizados em empresas e empresários individuais recolhem a contribuição sindical proporcionalmente ao capital social; b) para os empregadores rurais sem capital registrado e para as pessoas físicas com empregados rurais, a CSR é lançada e cobrada, entendendo-se como capital o valor adotado para o lançamento do ITR, ou seja, o valor da terra nua tributável, conforme fixado pela RFB. Aplicam-se, em ambos os casos, as percentagens fixadas no art. 580, inciso III, da CLT. Nesse aspecto, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estabeleceu a seguinte tabela de contribuição sindical do empregador rural, vigente a partir de 1º.01.2014, conforme pesquisa que realizamos em seu site (www.canaldoprodutor.com.br) em 14.01.2014: Linha 1 2 3 4 5 6 Classe de Capital Social ou Valor da Terra Nua Tributável Até 3.447,87 De 3.447,88 a 6.895,75 De 6.895,76 a 68.957,55 De 68.957,56 a 6.895.754,21 De 6.895.754,227 a 36.777.355,76 Acima de 36.777.355,76 Alíquota Contribuição mínima R$ 27,56 0,8% 0,2% 0,1% 0,02% Contribuição máxima 12.982,40 Parcela a adicionar - - 41,36 110,33 5.626,94 Considerando a variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), no período de setembro/12 a agosto/13, a tabela foi corrigida em 5,91% 04-02 CT Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 04 - Boletim IOB

Na hipótese de ocorrência de dúvidas sobre os valores a serem recolhidos, recomendamos que seja consultada antecipadamente a respectiva entidade sindical sobre o assunto. Não obstante os comentários anteriores, vale lembrar que a CNA expediu o Edital de Notificação, de 17 de Dezembro de 2013 - Contribuição Sindical Rural - Pessoa Jurídica - Exercício de 2014, publicado na Seção 3, pág. 228 do Diário Oficial da União (DOU) de 19.12.2013, conforme transcrito a seguir: Pessoa Jurídica Exercício de 2014 CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL EDITAL DE NOTIFICAÇÃO CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA, em conjunto com as Federações Estaduais de Agricultura e os Sindicatos Rurais e/ou de Produtores Rurais com base no Decreto-lei nº 1.166, de 15 de abril de 1.971, que dispõe sobre a Contribuição Sindical Rural - CSR, em atendimento ao princípio da publicidade e ao espírito do que contém o art. 605 da CLT, vêm NOTIFICAR e CONVOCAR os produtores rurais, pessoas jurídicas, que possuem imóvel rural, com empregados ou não, e/ou empreendem, a qualquer título, atividade econômica rural, enquadrados como Empresários ou Empregadores Rurais, nos termos do artigo 1º, inciso II, alíneas a, b e c do citado Decreto-lei, para realizarem o pagamento das Guias de Recolhimento da Contribuição Sindical Rural do exercício de 2014, devida por força do que estabelecem o Decreto-lei 1.166/71 e os artigos 578 e seguintes da CLT, aplicáveis à espécie. O seu recolhimento deverá ser efetuado impreterivelmente até o dia 31 de janeiro de 2014, em qualquer estabelecimento integrante do sistema nacional de compensação bancária. A falta de recolhimento da Contribuição Sindical Rural, até a data de vencimento acima indicada, constituirá o produtor rural em mora e o sujeitará ao pagamento de juros, multa e atualização monetária previstos no artigo 600 da CLT. As guias foram emitidas com base nas informações prestadas pelos contribuintes nas Declarações do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, repassadas à CNA pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com amparo no que estabelece o artigo 17 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e o 7º Termo Aditivo, celebrado entre a CNA e a SRFB, remetidas, por via postal, para os endereços indicados nas respectivas Declarações. Em caso de perda, de extravio ou de não recebimento da Guia de Recolhimento pela via postal, o contribuinte deverá solicitar a emissão da 2ª via, diretamente, à Federação da Agricultura do Estado onde tem domicílio, até 5 (cinco) dias úteis antes da data do vencimento, podendo optar, ainda, pela sua retirada, diretamente, pela internet, no site da CNA: www.canaldoprodutor.com.br. Eventuais impugnações administrativas contra o lançamento e cobrança da contribuição deverão ser feitas, no prazo de 30 (trinta) dias, contado do recebimento da guia, por escrito, enviada pela CNA, situada no SGAN Quadra 601, Módulo K, Edifício CNA, Brasília - Distrito Federal, Cep: 70.830-021. O protocolo das impugnações poderá ser realizado pelo contribuinte na sede da CNA ou da Federação da Agricultura do Estado, podendo, ainda, ser enviada diretamente à CNA, por correio, no endereço acima mencionado. O sistema sindical rural é composto pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil-CNA, pelas Federações Estaduais de Agricultura e/ou Pecuária e pelos Sindicatos Rurais e/ou de Produtores Rurais. Brasília-DF, 17 de dezembro de 2013. KÁTIA REGINA DE ABREU Presidente da Confederação O vencimento deve ser verificado no espaço apropriado do documento denominado Contribuição Sindical Rural/Senar, enviado aos empregadores pela respectiva entidade sindical. O não recolhimento da contribuição sindical enviada ao contribuinte sujeita o devedor a uma notificação de cobrança amigável, a fim de que, pagando o débito com os devidos encargos legais, o contribuinte não seja eventualmente cobrado por meios judiciais. Lembramos que, de acordo com instruções de recolhimento da contribuição sindical disponibilizadas no site da CNA, conforme pesquisa que realizamos em 14.01.2014, ficou estabelecido que O proprietário rural que, por qualquer motivo, não receber a guia de recolhimento do exercício, deve procurar o Sindicato Rural do Município ou a Federação da Agricultura do Estado munido da cópia do Documento de Informação e Apuração do Imposto Territorial Rural (DIAT), a fim de que sejam adotadas as providências para a emissão de nova guia, ou retirar a 2ª via pelo Canal do Produtor - www.canaldoprodutor.com.br. Sobre a competência para ação de cobrança judicial, prescrição e penalidades referentes à contribuição sindical, veja comentários nos itens 9, 10 e Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 04 CT04-03

11, respectivamente, do tema publicado no Fascículo nº 3/2014, do Manual de Procedimentos Legislação Trabalhista e Previdenciária, sob o título Contribuição sindical - Empregadores organizados em empresa. Vale ressaltar que, por meio da Súmula nº 396 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), DJe de 07, 08 e 09.10.2009, ficou estabelecido que a CNA tem legitimidade ativa para a cobrança da CSR. A Súmula nº 432 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) determina que: CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. AÇÃO DE COBRANÇA. PENALIDADE POR ATRASO NO RECOLHIMENTO. INA- PLICABILIDADE DO ART. 600 DA CLT. INCIDÊNCIA DO ART. 2º DA LEI Nº 8.022/1990. O recolhimento a destempo da contribuição sindical rural não acarreta a aplicação da multa progressiva prevista no art. 600 da CLT, em decorrência da sua revogação tácita pela Lei nº 8.022, de 12 de abril de 1990. 3.2 Agricultor familiar e assalariado rural No documento denominado Contribuição Sindical Rural - Agricultor Familiar é lançada a CSR do agricultor familiar, devendo o contribuinte preencher e calcular as contribuições conforme o número de trabalhadores que compõem o grupo familiar. Quanto aos empregados (assalariados rurais), a contribuição é lançada no documento denominado Contribuição Sindical - Assalariado Rural devendo o contribuinte calcular e recolher o valor correspondente a uma diária de cada um de seus empregados, podendo o respectivo empregador se reembolsar do valor recolhido, descontando dos empregados a parte que compete a cada um a título de CSR. Ambas as contribuições (agricultor familiar e assalariado rural) são devidas à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e suas entidades sindicais coligadas. O vencimento de cada modalidade das contribuições descritas anteriormente é lançado no próprio documento em que são cobradas. Não obstante os modelos citados anteriormente de guias de recolhimento da CSR, é necessário observar que poderão ser adotados outros modelos e instruções de recolhimento, conforme a respectiva federação ou sindicato. Vale destacar que, para fins de recolhimento das contribuições sindicais dos trabalhadores rurais, a Contag disponibiliza para seus contribuintes, por meio de uma ferramenta de cálculo, a emissão dos documentos de arrecadação anteriormente citados. Nota Nos termos do 2º do art. 4º do Decreto-lei nº 1.166/1971, é estabelecido que: Art. 4º - [...] [...] 2º - A contribuição devida às entidades sindicais da categoria profissional será lançada e cobrada dos empregadores rurais e por estes descontadas dos respectivos salários, tomando-se por base um dia de salário mínimo regional (*), pelo número máximo de assalariados que trabalhem nas épocas de maiores serviços, conforme declarado no cadastramento do imóvel. [...] (*) Atualmente, o salário-mínimo regional está extinto, vigorando o salário-mínimo fixado em lei e nacionalmente unificado, nos termos do inciso IV do art. 7º da Constituição Federal de 1988. Recordamos que a Lei Complementar nº 103/2000 autorizou os Estados e o Distrito Federal a instituírem, mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, o piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho para os empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. Na falta de previsão legal quanto à data certa para realização do desconto, o empregador o efetiva na data que melhor lhe convier, tendo o cuidado de anotá-lo na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do empregado para evitar-lhe dupla contribuição. 4. Cadastramento na RFB do Ministério da Fazenda Compete à RFB a administração do ITR, incluídas as atividades de arrecadação, tributação e fiscalização (Lei nº 9.393/1996, art. 15, caput). As informações cadastrais obtidas por intermédio da declaração do ITR integram o Cafir, o qual é administrado pela RFB e tem por finalidade o lançamento e a cobrança do imposto (Lei nº 9.393/1996, art. 6º, 2º). Recordamos que o referido cadastro é desvinculado do cadastramento efetuado no Incra, na forma descrita no item 2. Não obstante os comentários anteriores, lembramos que a Lei nº 10.267/2001, art. 2º, altera, entre outros, a Lei nº 5.868/1972, art. 1º, que passou a vigorar com a seguinte redação: Art. 1º [...] 1º - As revisões gerais de cadastros de imóveis a que se refere o 4º do art. 46 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, serão realizadas em todo o País nos prazos fixados em ato do Poder Executivo, para fins de recadastramento e 04-04 CT Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 04 - Boletim IOB

de aprimoramento do Sistema de Tributação da Terra - STT e do Sistema Nacional de Cadastro Rural - SNCR. 2º - Fica criado o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais - CNIR, que terá base comum de informações, gerenciada conjuntamente pelo INCRA e pela Secretaria da Receita Federal, produzida e compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e estaduais produtoras e usuárias de informações sobre o meio rural brasileiro. 3º - A base comum do CNIR adotará código único, a ser estabelecido em ato conjunto do INCRA e da Secretaria da Receita Federal, para os imóveis rurais cadastrados de forma a permitir sua identificação e o compartilhamento das informações entre as instituições participantes. 4º - Integrarão o CNIR as bases próprias de informações produzidas e gerenciadas pelas instituições participantes, constituídas por dados específicos de seus interesses, que poderão por elas ser compartilhados, respeitadas as normas regulamentadoras de cada entidade. Assim, para fins de cálculo e lançamento do ITR, o contribuinte deverá preencher e entregar a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), composta do Diac e do Diat. A apresentação da DITR deverá, conforme as condições legais, ser feita por meio eletrônico ou em formulário. Os referidos documentos são entregues de acordo com a legislação vigente sobre ITR e com o respectivo programa elaborado pela RFB. Não obstante os documentos e os critérios supracitados, o contribuinte deverá observar as instruções do órgão competente. Cumpre notar que, até 1996, havia o documento Notificação de Lançamento do ITR no qual, além do ITR, também eram lançadas a Contribuição Sindical do Trabalhador (Contag), a Contribuição Sindical do Empregador (CNA) e a contribuição destinada ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) (veja subitem 3.1). Nota A Lei nº 8.847/1994, que trata do ITR, prevê em seus arts. 23 e 24: Art. 23 - É transferida para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) a administração e cobrança da Taxa de Serviços Cadastrais, de que trata o art. 5º do Decreto-lei nº 57, de 18 de novembro de 1966, com as alterações do art. 2º da Lei nº 6.746, de 10 de dezembro de 1979, e do Decreto-lei nº 1.989, de 28 de dezembro de 1982. Parágrafo único - Compete ao INCRA a apuração, inscrição e cobrança da Dívida Ativa, relativamente à Taxa de Serviços Cadastrais. Art. 24 - A competência de administração das seguintes receitas, atualmente arrecadadas pela Secretaria da Receita Federal por força do art. 1º da Lei nº 8.022, de 12 de abril de 1990, cessará em 31 de dezembro de 1996: I - Contribuição Sindical Rural, devida à Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), de acordo com o art. 4º do Decreto-lei nº 1.166/1971, e art. 580 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); II - Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), prevista no item VII do art. 3º da Lei nº 8.315, de 23 de dezembro de 1991. Lembramos que, apesar da previsão contida nos arts. 23 e 24 supratranscritos, a mencionada Lei nº 9.393/1996 não revogou esses dispositivos da Lei nº 8.847/1994. Embora o art. 24 citado tenha previsto o prazo até 31.12.1996 como data final para a RFB arrecadar as contribuições descritas nos seus incisos I e II, o art. 17 da Lei nº 9.393/1996 dispõe: Art. 17 - A Secretaria da Receita Federal poderá, também, celebrar convênios com: I - órgãos da administração tributária das Unidades Federadas, visando delegar competência para a cobrança e o lançamento do ITR; II - a Confederação Nacional de Agricultura - CNA e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG, com a finalidade de fornecer dados cadastrais de imóveis rurais que possibilitem a cobrança das contribuições sindicais devidas àquelas entidades. Nesse aspecto, vale destacar que a Instrução Normativa SRF nº 20/1998 - DOU de 25.02.1998, pág. 15, disciplinou os procedimentos de fornecimento de dados cadastrais e econômico-fiscais da RFB (antiga SRF) a órgãos e entidades da administração pública direta e indireta que detenham competência para cobrar e fiscalizar impostos, taxas e contribuições instituídas pelo Poder Público. Com base na supracitada Instrução Normativa SRF nº 20/1998, foi firmado convênio entre a União, por intermédio da RFB (antiga SRF), e a CNA, com o objetivo do fornecimento de dados daquela a esta, de acordo com o extrato de convênio publicado no DOU de 21.05.1998 - Seção 3, pág. 7. Vale destacar que a apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela RFB, sujeitando-se à homologação posterior (Lei nº 9.393/1996, art. 10, caput). Ressaltamos, ainda, que tanto o art. 17 como o art. 10 da Lei nº 9.393/1996 produzem efeitos desde janeiro/1997 (art. 23 da citada Lei). Havendo qualquer dúvida quanto à apuração e ao pagamento do ITR, a RFB deverá ser consultada antecipadamente, lembrando que eventuais consultas sobre o assunto poderão ser efetuadas à Área Tributária da Consultoria IOB. Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 04 CT04-05

5. Não cadastrados no Incra Os parceiros e arrendatários mencionados no item 6 e outros não cadastrados no Incra recolhem a CSR mediante modelo apropriado fornecido gratuitamente pela entidade sindical interessada. As guias são normalmente preenchidas em 2 vias, segundo orientação do sindicato. Na falta de sindicato com jurisdição na localidade de domicílio do contribuinte, faz-se o recolhimento a favor da federação respectiva, ou, na falta de ambos, a favor da confederação correspondente. As vias têm o seguinte destino: a) 1ª via - comprovante do contribuinte; b) 2ª via - documento do banco. 5.1 Vencimento - Valor Para os parceiros e arrendatários, o valor da CSR corresponde a 30% do maior valor de referência (MVR) vigente no País. Como atualmente o MVR está extinto, o efetivo valor da contribuição deve ser confirmado antecipadamente na respectiva entidade sindical. Veja comentários sobre a extinção do MVR e o critério para sua conversão em reais na matéria publicada no Fascículo nº 3/2014, pág. 1, do Manual de Procedimentos, sob o título Contribuição Sindical - Empregadores organizados em empresa, subitens 2.3, 2.4, 2.4.1 e 2.4.2. A CSR deve ser recolhida normalmente em fevereiro à respectiva entidade sindical. O comprovante do recolhimento da CSR constitui elemento indispensável para obtenção de qualquer assistência perante as entidades sindicais rurais. Em caso de dúvidas, consulte a entidade sindical rural mais próxima para maiores esclarecimentos. 6. Parceiros e arrendatários Estão obrigados ao pagamento da contribuição sindical os parceiros e arrendatários, recolhendo-a em favor da respectiva entidade sindical, conforme se enquadrem nas definições descritas nos incisos I e II, respectivamente, do art. 1º do Decreto-lei nº 1.166/1971 (veja item 3). 6.1 Lançamento - Valor A CSR é normalmente recolhida em fevereiro à respectiva entidade sindical (veja subitem 5.1). 7. Estabelecimentos bancários - Imóveis rurais Os estabelecimentos bancários que, por força de execução de contratos de financiamentos ou de empréstimos, se tornem proprietários de imóveis rurais obrigam-se ao recolhimento da contribuição sindical em relação a esses imóveis. 8. Pessoas jurídicas com vários imóveis Desde o exercício de 1998, a entidade sindical respectiva lança e cobra a CSR em uma única guia por contribuinte, contemplando todos os imóveis de sua propriedade declarados à RFB. O valor atribuído para base de cálculo equivale ao somatório das parcelas de capital social ou do valor da terra nua tributável, conforme o caso, da totalidade dos imóveis rurais no País (veja subitem 3.1). Vale lembrar que, anteriormente a 1998, as pessoas jurídicas com vários imóveis situados em lugares diferentes atribuíam a cada um parte do capital social, que serviria de base para recolhimento da contribuição sindical (CNA), lançada e cobrada pela respectiva entidade sindical, observados os valores de avaliação fixados pelo órgão competente. 9. Pequeno proprietário O pequeno proprietário, titular de mais de um imóvel, cuja soma de áreas não alcance o módulo, enquadrado como trabalhador rural, recolhe a contribuição sindical (Contag), cobrada pela respectiva entidade sindical (veja subitem 3.2), na importância de 30% do MVR vigente no País, que incide apenas sobre um imóvel (veja o subitem 5.1). 10. Recolhimento fora do prazo Reza o art. 600 da CLT que a contribuição sindical, quando não recolhida em época própria, sujeita o infrator à multa de 10% nos 30 primeiros dias, com adicional de 2% por mês subsequente de atraso, juro de mora de 1% ao mês e correção monetária, conforme o caso. Entretanto, a Súmula nº 432 do TST determina que: CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. AÇÃO DE COBRANÇA. PENALIDADE POR ATRASO NO RECOLHIMENTO. INAPLI- CABILIDADE DO ART. 600 DA CLT. INCIDÊNCIA DO ART. 2º DA LEI Nº 8.022/1990. O recolhimento a destempo da contribuição sindical rural não acarreta a aplicação da multa progressiva prevista no 04-06 CT Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 04 - Boletim IOB

art. 600 da CLT, em decorrência da sua revogação tácita pela Lei nº 8.022, de 12 de abril de 1990. O art. 2º da Lei nº 8.022/1990 determina: Art. 2º As receitas de que trata o art. 1º desta lei, quando não recolhidas nos prazos fixados, serão atualizadas monetariamente, na data do efetivo pagamento, nos termos do art. 61 da Lei nº 7.799, de 10 de julho de 1989, e cobradas pela União com os seguintes acréscimos: I - juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do mês seguinte ao do vencimento, à razão de 1% (um por cento) ao mês e calculados sobre o valor atualizado, monetariamente, na forma da legislação em vigor; II - multa de mora de 20% (vinte por cento) sobre o valor atualizado, monetariamente, sendo reduzida a 10% (dez por cento) se o pagamento for efetuado até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que deveria ter sido pago; III - encargo legal de cobrança da Dívida Ativa de que trata o art. 1º do Decreto-Lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-Lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978, quando for o caso. Parágrafo único. Os juros de mora não incidem sobre o valor da multa de mora. A persistência no não pagamento da CSR sujeitará o devedor à cobrança judicial. Importante Na elaboração dos cálculos dos acréscimos legais, deve-se seguir orientação da entidade sindical respectiva, cujos percentuais já poderão estar discriminados nas correspondentes guias de recolhimento. Na hipótese do não recebimento da guia para recolhimento, deve-se contatar a respectiva entidade sindical. Nota A CNA e a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) deverão encaminhar, mensalmente, para a Secretaria de Relações do Trabalho do MTE e para a Coordenação-Geral de Recursos do FAT (CGFAT), até o último dia útil do mês subsequente ao mês da arrecadação, os dados concernentes ao recolhimento da CSR, por meio de arquivo eletrônico, com informações relativas à arrecadação da contribuição sindical, bem como, trimestralmente, o relatório consolidado das informações. (Decreto-lei nº 1.166/1971; Decreto nº 84.685/1980; Portaria MTb/MA nº 3.210/1975; Lei nº 8.022/1990; Lei nº 9.393/1996; Lei nº 9.701/1998; Lei nº 10.267/2001; Portaria MTE nº 1.660/2013) N a IOB Setorial Corretor de imóveis 1. Introdução Imobiliário Conforme descrição da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), os corretores de imóveis, também denominados assessores imobiliários ou consultores imobiliários, são os profissionais que: intermedeiam compra, venda, permuta, locação e administração de imóveis e solicitam documentação. Para tanto, entrevistam clientes, pesquisam mercado e captam imóveis e elaboram estratégias de comercialização. Podem assessorar os clientes após transação. Trabalham em imobiliárias, como autônomos, empregados ou empregadores. O trabalho é presencial ou a distância; pode ser realizado de forma individual ou em equipe, com ou sem supervisão. Atuam em ambientes fechados, a céu aberto ou em veículos, sem obediência de horários. Os trabalhadores atuam sob pressão, o que pode levá-los à situação de estresse. Em algumas atividades estão sujeitos ao sol, à chuva e ao desconforto de estandes. 2. Exercício profissional - Permissão O exercício da profissão de corretor de imóveis, em todo o território nacional, somente será permitido: Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 04 CT04-07

a) ao possuidor do título de técnico em transações imobiliárias, inscrito no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) da jurisdição; ou b) ao corretor de imóveis inscrito nos termos da Lei nº 4.116/1962, desde que requeira a revalidação da sua inscrição. 3. Atos privativos Constituem atos privativos da profissão de corretor de imóveis os de intermediação nas transações em geral sobre imóveis, inclusive na compra e venda, promessa de venda, cessão, promessa de cessão, permuta, incorporação, loteamento e locação. 4. Carteira de identidade profissional O Creci fornecerá ao corretor inscrito a carteira e a cédula de identidade profissional contendo os seguintes elementos: a) nome, por extenso, do profissional; b) filiação; c) nacionalidade e naturalidade; d) data do nascimento; e) número e data da inscrição; f) denominação do conselho regional que efetuou a inscrição; g) fotografia e impressão datiloscópica; h) data de sua expedição e assinaturas do profissional inscrito, do presidente e do diretor 1º secretário do conselho regional. O fornecimento da carteira e da cédula de identidade profissional está sujeito ao pagamento de emolumentos. Nota As pessoas jurídicas inscritas no Creci sujeitam-se aos mesmos deveres e têm os mesmos direitos das pessoas físicas nele inscritas, devendo ter como sócio-gerente ou diretor um corretor de imóveis individualmente inscrito. 5. Competências Compete ao corretor de imóveis exercer a intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis e opinar quanto à comercialização imobiliária. Essas atribuições poderão, também, ser exercidas por pessoa jurídica, devidamente inscrita no Creci. O atendimento ao público interessado na compra, venda, permuta ou locação de imóvel, cuja transação esteja sendo patrocinada por pessoa jurídica, somente poderá ser feito por corretor inscrito no Creci da jurisdição. 5.1 Deveres do corretor em relação aos clientes O Código de Ética Profissional da categoria, aprovado pela Resolução Cofeci nº 326/1992, determina que cumpre ao corretor de imóveis, em relação aos clientes: a) inteirar-se de todas as circunstâncias do negócio, antes de oferecê-lo; b) apresentar, ao oferecer um negócio, dados rigorosamente certos, nunca omitindo detalhes que o depreciem, informando o cliente sobre os riscos e demais circunstâncias que possam comprometer o negócio; c) recusar a transação que saiba ilegal, injusta ou imoral; d) comunicar, imediatamente, ao cliente o recebimento de valores ou documentos a ele destinados; e) prestar ao cliente, quando este as solicite ou logo que concluído o negócio, contas pormenorizadas; f) zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica do negócio, reservando ao cliente a decisão do que lhe interessar pessoalmente; g) restituir ao cliente os papéis de que não mais necessite; h) dar recibo das quantias que o cliente lhe pague ou entregue a qualquer título; i) contratar, por escrito e previamente, a prestação dos serviços profissionais; j) receber, somente de uma única parte, comissões ou compensações pelo mesmo serviço prestado, salvo se, para proceder de modo diverso, tiver havido consentimento de todos os interessados, ou for praxe usual na jurisdição. Nota O corretor de imóveis responde civil e penalmente por atos profissionais danosos ao cliente, a que tenha dado causa por imperícia, imprudência, negligência ou infrações éticas. 5.2 Proibições É vedado ao corretor de imóveis: a) aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou que não se ajustem às disposições vigentes, ou, ainda, que possam prestar-se a fraude; 04-08 CT Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 04 - Boletim IOB

b) manter sociedade profissional fora das normas e dos preceitos estabelecidos em lei e em resoluções; c) promover a intermediação com cobrança de over-price; d) locupletar-se, por qualquer forma, a custa do cliente; e) receber comissões em desacordo com a tabela aprovada ou vantagens que não correspondam a serviços efetiva e licitamente prestados; f) angariar, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou material, ou desprestígio para outro profissional ou para a classe; g) desviar, por qualquer modo, cliente de outro corretor de imóveis; h) deixar de atender às notificações para esclarecimento à fiscalização ou intimações para instrução de processos; i) acumpliciar-se, por qualquer forma, com os que exercem ilegalmente atividades de transações imobiliárias; j) praticar quaisquer atos de concorrência desleal aos colegas; k) promover transações imobiliárias contra disposição literal da lei; l) abandonar os negócios confiados aos seus cuidados, sem motivo justo e prévia ciência do cliente; m) solicitar ou receber do cliente qualquer favor em troca de concessões ilícitas; n) deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou da autoridade dos conselhos, em matéria de competência destes; o) aceitar incumbência de transação que esteja entregue a outro corretor de imóveis, sem dar- -lhe prévio conhecimento, por escrito; p) aceitar incumbência de transação sem contratar com o corretor de imóveis, com que tenha de colaborar ou substituir; q) anunciar capciosamente; r) reter em suas mãos negócio, quando não tiver probabilidade de realizá-lo; s) utilizar sua posição para obtenção de vantagens pessoais, quando no exercício de cargo ou função em órgão ou entidades de classe; t) receber sinal nos negócios que lhe forem confiados caso não esteja expressamente autorizado para tanto. 6. Direitos e deveres do corretor O Código Civil, instituído pela Lei nº 10.406/2002, determina em seus arts. 722 a 729 que, pelo contrato de corretagem, uma pessoa não ligada a outra, em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o andamento do negócio. Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor prestará ao cliente todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do risco do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que possam influir nos resultados da incumbência. 6.1 Remuneração O Código Civil determina que a remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação ou, ainda, que este não se efetive em virtude de arrependimento das partes. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, por escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à remuneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade. Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dispensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua mediação, a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se o negócio se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por efeito dos trabalhos do corretor. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corretor, a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário. (Lei nº 6.530/1978; Decreto nº 81.871/1978; Resolução Cofeci nº 326/1992) N Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 04 CT04-09

a IOB Perguntas e Respostas Contribuição sindical rural Cálculo 1) Como é efetuado o cálculo da contribuição sindical rural dos empregadores rurais? O cálculo e o recolhimento da contribuição sindical rural dos empregadores rurais, organizados em empresas e firmas, deve ser efetuado proporcionalmente ao capital social e, para os empregadores rurais sem capital registrado e para as pessoas físicas com empregados rurais, a contribuição é lançada e cobrada, considerando-se como capital o valor adotado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), ou seja, o valor da terra nua tributável, conforme fixado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Obrigatoriedade 2) Os empregados rurais estão sujeitos ao desconto da contribuição sindical? Sim. O valor a ser descontado do empregado rural a título de contribuição sindical corresponde a um dia de trabalho, calculado sobre o salário-mínimo. (Decreto-lei nº 1.166/1971, art. 4º, 2º) Pagamento devido 3) Por quem é devida e qual é a base de cálculo da contribuição sindical rural? A contribuição sindical rural é devida por todos aqueles que participam de uma determinada categoria econômica ou profissional. Para efeito de cobrança da contribuição sindical dos empregadores rurais organizados em empresas ou firmas, a contribuição sindical será lançada e cobrada proporcionalmente ao capital social e, para os não organizados dessa forma, entender-se-á como capital o valor adotado para o lançamento do imposto territorial do imóvel explorado, fixado pelo Incra, aplicando-se em ambos os casos as percentagens previstas no art. 580, c, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). (Decreto-lei nº 1.166/1971, art. 4º) Recolhimento - Prazo 4) Qual é o prazo para o recolhimento da contribuição sindical rural (pessoa jurídica)? De acordo com o Edital de 17.12.2013, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os produtores rurais pessoas jurídicas que possuem imóvel rural ou empreendem, a qualquer título, atividade econômica rural, enquadrados como empresários ou empregadores rurais, nos termos do art. 1º, inciso II, alíneas a, b e c do Decreto-lei nº 1.166/1971, devem recolher a contribuição sindical rural até 31.01.2014, em qualquer estabelecimento integrante do sistema nacional de compensação bancária. As guias de recolhimento serão remetidas por via postal e os valores serão calculados de acordo com as informações prestadas pelo contribuinte nas Declarações do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural repassadas à CNA pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme disposto no art. 17 da Lei nº 9.393/1996. Recolhimento fora do prazo 5) A contribuição sindical rural recolhida fora do prazo sujeita o infrator a multa e juros? Sim. A contribuição sindical, quando não recolhida em época própria, sujeita o infrator a multa de 10% nos 30 primeiros dias, com adicional de 2% por mês subsequente de atraso, juro de mora de 1% ao mês e correção monetária, conforme o caso. (Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, art. 600) 04-10 CT Manual de Procedimentos - Jan/2014 - Fascículo 04 - Boletim IOB