FREQUÊNCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS EM IDOSOS DE INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA DA CIDADE DE JOÃO PESSOA

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Transcrição:

FREQUÊNCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS EM IDOSOS DE INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA DA CIDADE DE JOÃO PESSOA Daiane Veloso de Araújo (1); Larissa Raquel Gonzaga da Silva (1); Laine de Carvalho Guerra Pessoa Mamede (2); Pamela Martins Lins(3) Jailane de Souza Aquino (4) Universidade Federal da Paraíba (UFPB) (1) Discentes de Graduação em Nutrição da UFPB Email: daianeveloso10@gmail.com; larissaraqueljp@hotmail.com; (2) Profa. MSc. do Departamento de Nutrição da UFPB. Email: laineguerra@ig.com.br; (3) Profa. MSc.do Departamento de Nutrição da UFPB. Email: martins.pamela@gmail.com; (4) Profa. Dra. do Departamento de Nutrição da UFPB. Email: lalaaquino@hotmail.com INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional se tornou uma realidade na maioria das sociedades atuais, sendo este decorrente de mudanças ocorridas em alguns indicadores de saúde, principalmente naqueles relacionados à queda na fecundidade e na mortalidade, que aliados aos avanços tecnológicos e científicos, contribuem para o aumento na expectativa de vida 1. Este processo é considerado um fenômeno mundial que, no Brasil, vem ocorrendo em ritmo acelerado 2. Em países em desenvolvimento considera-se idoso, os indivíduos que tem 60 ou mais anos de idade 3. O envelhecimento é um processo que ocorre de forma natural durante a vida, todavia ocorre declínio nas funções fisiológicas, decorrentes do avanço da idade. Dessa forma as taxas de alterações variam de indivíduo para indivíduo sendo esta atrelada ao sistema orgânico 4. Com o envelhecimento ocorrem modificações corporais que podem intervir no estado nutricional do idoso, sendo estas modificações: a diminuição da massa muscular e alterações na distribuição de gordura corporal, no qual há a diminuição do tecido adiposo dos braços e pernas e aumento do tecido adiposo na região abdominal.

Esse aumento de tecido adiposo na região abdominal é considerado um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares 5. As Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) no Brasil constituem o problema de saúde de maior magnitude e corresponde a 70% das causas de morte 6. Sendo estas as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer, e doenças do aparelho respiratório de maior impacto 7. Durante o envelhecimento os indivíduos apresentam maior exposição a essa patologia acarretando maior prevalência, incidência e mortalidade 8. Atualmente as famílias encontram-se inseridas em uma nova configuração social, em que o ritmo de vida imposto pelo mundo capitalista e as dificuldades de ordem financeira da maioria das famílias brasileiras resultam em obstáculos para a manutenção do idoso em seu lar, muitas vezes não apresentando disponibilidade para a prestação dos cuidados como anteriormente 9. A política Nacional do Idoso estabelece como prioritário, que o ancião seja cuidado pela família segundo o que consta no artigo 4, parágrafo III da Lei 8842/1994 e determina que o atendimento em asilos se destine aos casos de inexistência de vínculos no âmbito familiar 10. Apesar da legislação brasileira estabelecer que o cuidado dos membros dependentes seja de responsabilidade das famílias, a falta gradativa na capacidade de prestar cuidados necessários aos seus membros mais idosos, proporciona um aumento na demanda por Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), anteriormente denominadas como asilos 9. Diante desta problemática, surgiu a necessidade de diagnosticar a frequência de Doenças Crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados em ILPs da cidade de João Pessoa - PB. METODOLOGIA O presente estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Paraíba- UFPB sob o número CAAE 24708013.2.0000.5788, sendo este realizado em quatro Instituições de Longa Permanência (ILP), na cidade de

João Pessoa-PB, contando com a participação voluntária de 110 idosos, sendo 38 do gênero masculino e 72 do gênero feminino. A média dos idosos participantes foi de 67 a 102 anos de idade. A coleta de dados foi realizada por docentes e discentes do Curso Bacharelado em Nutrição da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), previamente capacitados para coletar os dados. A coleta de dados ocorreu entre o período de junho de 2014 a janeiro de 2015, sendo esta realizada por meio da disponibilidade de horário das ILPs. Vale salientar que foram excluídos do estudo, os idosos que se recusaram a participar, ou que apresentavam patologias que impossibilitavam a coleta de dados. A frequência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) foi obtida através do prontuário individual de cada idoso disponibilizado pela ILPs e posteriormente foi montado um banco de dados para a análise. RESULTADOS E DISCUSSÃO Diante da verificação da frequência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis foi possível constatar que no gênero masculino 68,0% apresentam DCNT sendo as mais frequentes: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (26,0%) e em seguida a Diabetes Mellitus - DM (13,0%). Vale ressaltar que as patologias como Doenças Cardiovasculares (DC), DM em associação com HAS e DC obtiveram menor frequência. Resultados semelhantes foram verificados no gênero feminino, em que 87,0% apresentam DCNT e também a HAS apresentou maior frequência neste grupo (31,0%), seguida de outras patologias que também são consideradas DCNT como as doenças respiratórias (31,0%), enquanto que a DM se fez presente em 11,0 % das idosas (Figuras 1 e 2).

DCNT sexo masculino Outras DM/DCV DM/HAS DC Câncer HAS DM Não apresentam 0 1 3 4 3 5 10 12 0 5 10 15 Figura 1: Frequência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no gênero masculino Figura 2: Frequência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no gênero feminino. Dessa forma o estudo se assemelha a outros estudos nacionais, como uma pesquisa realizada na cidade de Rio Grande/RS cuja amostra foi de 33 idosos institucionalizados de ambos os sexos, onde foi possível verificar que 36,36% são portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e 15,15% de Diabetes Mellitus. Outro estudo realizado na cidade de Recife - PE com 184 idosos institucionalizados de ambos os gêneros também apresentou resultados semelhantes aos do presente estudo, ao detectar que dentre as DCNT a hipertensão arterial corresponde a 91,0% nestes indivíduos 11. Estudos indicam que cerca de 50% dos idosos brasileiros apresentam HAS, sendo esta presente em 75% dos indivíduos acima de 70 anos 12,13. E quanto a DM esta em 2002 acometeu 173 milhões de indivíduos, e as projeções indicam que em 2030, 300 milhões de indivíduos apresentarão DM 14. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos resultados obtidos foi possível constatar que as Doenças Crônicas Não Transmissíveis, fizeram-se presente nesta população de idosos institucionalizado em na cidade de João Pessoa PB de forma alarmante, sendo esta uma das principais causas de mortalidade em todo o país. Dessa forma vale ressaltar que a Hipertensão Arterial Sistêmica e a Diabetes Mellitus vem assolando estes indivíduos, diminuindo a sua expectativa de vida e aumentando a chance destes virem a desenvolver complicações, decorrentes dessas Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como Doença Arterial Coronariana, o Acidente Vascular Encefálico, Doença Arterial Periférica, as Doenças

Renais e a Insuficiência Cardíaca Congestiva. Entretanto é de fundamental importância uma intervenção nutricional nesta população a fim de traçar estratégias para amenizar os danos causados por estas patologias. REFERÊNCIAS 1. Scharfstein EA. Instituições de Longa Permanência: uma alternativa de moradia para idosos brasileiros na vida contemporânea. RKG 2006 nov; 13(8): 45-60. 2. 2. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Perfil dos Idosos responsáveis pelos domicílios. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/25072002pidoso.shtm>. Acesso em: 18 jul 2015. 3. WHO. Active Ageing A Police Framework. A Contribution of the World Health Organization to the second United Nations World Assembly on Aging. Madrid, Spain, 2002. 4. Maham LK, Escott-Stump S. Krause: Alimentos, nutrição e dietoterapia. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 5. Menezes TN, Marucci MFN. Perfil dos indicadores de gordura e massa muscular corporal dos idosos de Fortaleza, Ceará, Brasil. Cad Saúde Pública 2007 dez; 23(12): 2887-95. 6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Analise de Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022/ Ministério da Saúde. Departamento de analise de Situação de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

7. Malta DC, Cezário AC, Moura L, Mourais, NOL, Silva JB. Construção da Vigilância e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis no contexto do sistema único de saúde. Epidemiol Serv Saúde. 2006 set; 15(3): 47-64. 8. Coelho CF, Burini RC. Atividade física para prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis e da incapacidade funcional. Rev Nutr 2009; 22(6): 937-46. 9. Lisboa CR, Chianca TCM. Perfil epidemiológico, clínico e de independência funcional de uma população idosa institucionalizada. Bras Enferm 2012 mai-jun; 65(3): 482-7. 10. Brasil. Lei N 8.842 de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm> Acesso em 18 jul 2015. 11. Dantas CMHLD, Belloll FA, Barretolll KL, Lima LS.Capacidade funcional de idosos com doenças crônicas residentes em Instituições de Longa Permanência. Rev Bras Enferm. 2013 nov-dez; 66(6): 914-20. 12. Cesarino CB, Cipullo JP, Martin JFV, Ciorlia LA, Godoy MRP, Cordeiro JA, Rodrigues IC. Prevalência e fatores sociodemográficos em hipertensos de São José do Rio Preto. Arq Bras Card. 2008; 91(1): 31-35. 13. Rosário TM, Scala LCNS, França GVA, Pereira MRG, Jardim PCBV. Prevalência, controle e tratamento da hipertensão arterial sistêmica em Nobres, MT. Arq Bras Card. 2009; 93(6): 672-78. 14. Wild S, Roglic G, Green A, Sicree R, King H. Global prevalence of diabetes. Estimates for the year 2000 and projections for 2030. Diabetes Care. 2004; 27(5): 1047-53.