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História da Arte III Parte 4 A passagem da tradição para a inovação: Modernismo e Modernidade.

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Moderno Modernismo Modernidade Modernista

Estes conceitos correspondem à ideia de Moderno e estão relacionados à de novidade. Sempre que este termo surge, está associado a algo novo, inovador, atual ou contemporâneo.

Não confundir Idade Moderna, período histórico que vai de 1453, data da tomada de Constantinopla pelos Otomanos até o final da Revolução Francesa em 1789 com Modernismo. O Modernismo, em termos históricos, está situado no período Contemporâneo, do fim da Revolução Francesa até hoje.

O Modernismo, no contexto da Arte Visual, define as transformações que ocorreram no final do século XIX para o século XX em oposição à Arte tradicional de caráter acadêmico.

O Modernismo não é uma Escola Estilística, um Manifesto ou Movimento Artístico, caracteriza um período de transformações estéticas inovadoras e experimentais

O que vai caracterizar estas manifestações é o afastamento da arte tradicional clássica ou acadêmica e uma aproximação com novos valores plástico/ visuais.

Estes novos valores decorrem da ruptura com o modelo vigente até o século XIX, de tradição Acadêmica, para uma postura investigativa orientada por conceitos inovadores e a exploração de novas possibilidades, meios e processos expressivos, bem como a pesquisa de materiais e novas soluções plásticas.

O Modernismo instaura o que podemos chamar de Pesquisa em Arte, as investigações e explorações de caráter matérico e conceitual ampliam a relação dos artistas com seus materiais, técnicas, procedimentos e possibilidades. E isto irá caracterizar grande parte da arte do século XX.

Desde o Realismo, as temáticas já demonstravam uma transformação razoável migrando dos temas tradicionais como os mitológicos, sacros ou profanos de caráter sensual, típicos da tradição artística, para os temas sociais nos quais o ser humano é representado no seu cotidiano, no trabalho e nas relações de dominação.

Obviamente estas mudanças não são bem aceitas ou entendidas pela sociedade da época e os artistas que as propõem e praticam também não são aceitos, tampouco podem participar dos salões oficiais promovidos pela Real Academia Francesa de Pintura e Escultura.

Entretanto, em 1863, o Imperador Napoleão III, atendendo aos protestos de vários artistas, cuja participação nos salões oficiais de Paris, realizados anualmente no Louvre, era sumariamente recusada, determina a realização de uma exposição paralela que, pejorativamente, passou a ser conhecida como Salão dos Recusados.

Esta mostra foi a mola propulsora de outras exposições organizadas por grupos de artistas, entre elas, a da Sociedade Anônima de Pintores, Escultores e Gravadores, realizada em 1874, conhecida, mais tarde como do Impressionismo.

Boa parte dos historiadores consideram esta exposição como o principal marco das transformações Modernistas. O nome Impressionismo decorre da alcunha atribuída pelo escritor Louis Leroy ao comentar a obra de Claude Monet: Impressão - Nascer do Sol,de 1872:

"Impressão, Nascer do Sol -eu bem o sabia! Pensava eu, se estou impressionado é porque lá há uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha". Esta é a referência que deu nome à esta escola.

Portato, é o Impressionismo que os historiadores consideram o principal marco destas transformações. Ele passa a ser o divisor de águas entre o passado e o presente.

IMPRESSIONISMO

A primeira exposição Impressionista ocorrem em 1874 e a última em 1886. Ao todo foram sete exposições que definiram um modo de pensar a criação artística a partir de parâmetros que instauraram uma atitude analítica no contexto da arte em relação ao ambiente e à sua representação visual.

Coincidência ou não, esta primeira mostra foi realizada na Rue des Capucines em Paris numa sala na qual funcionava o estúdio de Felix Tournachon, apelidado de Nadar, um dos grandes fotógrafos da época.

A primeira exposição da Sociedade Anônima dos Artistas, foi realizada de 15 de abril a 15 de maio de 1874, no estúdio do fotógrafo Nadar, na rua dos Capuchinhos 35, em Paris.

Foram apresentados 165 trabalhos de: Renoir; Monet; Pissarro; Morisot; Degas; Sisley; Boudin; Cezanne e Guillaumin.

Renoir, 1874

Monet, 1872

Pissarro, 1873

Morissot, 1689

Degas, 1872

Sisley, 1872

Boudine, 1874

Cezanne, 1873

Guillaumin, 1873

As obras que vimos foram expostas na primeira exposição Impressionista.

Os artistas que participaram desta exposição continuaram a expor nos anos subseqüentes, mesmo sem apoio da crítica.

Não possuíam um programa único, tinham certas tendências como a opção pela Pintura ao ar livre, a oposição ao academismo, o estudo da cor.

O que vai caracterizar a poética Impressionista é a opção pelo visível e mesmo a manifestação matérica na superfície de suas obras.

As tintas são tratadas pelas suas características plásticas, as densidades do material e as características cromáticas.

A gestualidade, as marcas das pinceladas e dos pincéis são mantidas e são visíveis na superfície da tela, não há qualquer preocupação em escondê-las.

As marcas do fazer são elementos produtores de sentido de tal modo que a materialidade da pintura também significa.

Monet, catedral de Rouen, 1894

Monet, catedral de Rouen, nublado

Monet, Rouen, sol pleno

A construção plástica da superfície revela-se no processo constitutivo da pintura, as marcas do fazer indicam o processo e os procedimentos adotados

A celebração da luz, a dinâmica da cor, a riqueza cromática do mundo é revelado pelos Impressionistas.

Pissaro

Renoir

Sisley

PÓS-IMPRESSIONISMO

Neo-Impressionismoo Pontilhismo Divisionismo

O extremo da poética Impressionista se dá com o Divisionismo e o Pontilhismo.

O Divisionismo e o Pontilhismo levaram ao extremo a atitude poética do Impressionismo ao trabalharem as cores como unidades autônomas de luz.

A cor só significava no seu conjunto, uma obra só se revelava plenamente se vista de longe.

Signac, a nuvem rosa

Signac, retrato de Felix Feneon

Sisley, o capim, 1880

Seurat, banhistas

Seurat, jovem se maquiando

Levar o Impressionismo às últimas consequências fez com que alguns artistas se indispusessem com ele e buscassem novas estratégias discursivas.