Mercado de Energia e Custos



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Transcrição:

Mercado de Energia e Custos Seminário Energia Soluções para o Futuro AC Minas 24.04.2014

CMU Energia Atua no mercado desde 2003. Gerencia mais de 800 MWmédios. Montante suficiente para suprir aproximadamente 8 milhões de pessoas. Uma empresa mineira com atuação nacional. Carteira de clientes: Atuação 2

CMU Energia 3

1 Mercado Livre

Mercado Livre No Brasil, quem pode ser consumidor livre: Compra de energia convencional: Demanda Mínima 3 MW Compra de energia incentivada: energia proveniente de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), Usinas Solares, Usinas a Biomassa ou Usinas Eólicas. Demanda Mínima 0,5 MW 5

Mercado Livre O que é o mercado livre fora do Brasil? União Européia: todos os consumidores são livres. Nova Zelândia, Austrália: todos os consumidores são livres. Califórnia, PJM, New England: maioria dos consumidores são livres. Peru: entre 0,2 MW e 2,5 MW podem optar; acima de 2,5 MW são necessariamente livres. Chile: entre 0,5 MW e 2,0 MW podem optar; acima de 2 MW são necessariamente livres. 6

Mercado Livre Negociação bilateral: venda de contratos de energia. GERADORES COMERCIALIZADORA CONSUMIDOR LIVRE Contratos registrados na CCEE (1) e ANEEL (2) (1) Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (2) Agência Nacional de Energia Elétrica 7

Mercado Livre Mercado lastreado por contratos bilaterais. Maioria é de longo prazo. Fonte: CCEE 8

Mercado Livre Distribuição do Volume de Contratos por Duração (jan/2014) 0,8% 1,8% 43,1% 23,5% 12,5% 18,3% 1 mês 2 a 5 meses 6 meses a 1 ano de 1 a 2 anos de 2 a 4 anos acima de 4 anos Fonte: InfoMercado - CCEE mar/2014 9

Mercado Livre Mercado lastreado por contratos bilaterais. Maioria é de longo prazo. Mercado de curto prazo (spot) é marginal. Sobras e déficits contratuais são liquidados pela CCEE ao Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). PLD é calculado com base nas condições de abastecimento dos reservatórios das usinas e na previsão de afluências. 10

Liquidação no Mercado de Curto Prazo 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) Historicamente um valor bastante volátil! PLD Médio (R$/MWh) - Histórico Submercado SE/CO 822,83 413,95 344,84 331,07 192,70 260,99 137,78 67,70 49,59 12,91 31,80 21,18 23,14 121,29 91,24 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 2010 2011 2012 2013 2014 SE/CO Fontes: CCEE e CMU No período: Média: R$ 164,46 /MWh Desvio padrão: R$ 177,91 /MWh = 108,18% 11

Mercado Livre Para evitar exposição ao mercado spot, os contratos de energia devem ter boa flexibilidade, atendendo ao perfil de carga do consumidor. Consumo e Contrato Livre (MWmédios) 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Contrato Sazonalizado Flexibilidade Superior Flexibilidade Inferior Consumo verificado Fonte: CMU 12

Mercado Livre Contratos de energia de longo prazo: 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 12,91 67,70 PLD Médio (R$/MWh) - Histórico Submercado SE/CO Preço do contrato = R$ 118,02/MWh 137,78 Ganho com venda (liquidação) de excedentes ou perda com compra de déficits 49,59 31,80 21,18 23,14 192,70 91,24 413,95 344,84 121,29 331,07 260,99 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 2010 2011 2012 2013 2014 SE/CO 822,83 Ganho com compra de déficits ou perda com venda (liquidação) de excedentes 13

Mercado Livre Participação do Mercado Livre no Consumo Total Brasileiro 24,87% 27,55% 28,05% 26,80% 23,96% 25,75% 26,28% 26,36% 26,84% 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Em média 27% da energia do SIN é comercializada no Mercado Livre Quase a totalidade dos consumidores de grande porte está no Mercado Livre. Aproximadamente 60% do PIB brasileiro está no Mercado Livre. Fonte: Abraceel 14

Benefícios do Mercado Livre nos EUA Fonte: EIA e The Bureau of Labor Statistics 15

2 Matriz Elétrica Brasileira

Matriz Elétrica no Mundo 2014 Aproximadamente 63% da geração mundial é de energia fóssil Fonte: ExonMobil 2014 17

Matriz Elétrica Brasileira HIDRÁULICA Fonte: IEA - 2013 Predominantemente hídrica 18

Matriz Elétrica Brasileira Percentual Utilizado do Potencial Hidrelétrico Tecnicamente Aproveitável Congo 1% Indonésia Peru 4% 6% Rússia 11% China Colômbia Índia Brasil Canadá 16% 18% 21% 28% 37% Itália Suécia 45% 55% Estados 60% Noruega Japão 61% 64% Alemanha 83% França 100% Fonte: MME Apresentação ABRAGE ENASE 2008 19

Matriz Elétrica Brasileira Potencial Hidrelétrico do Brasil: Norte Potencial: 111.396 MW Explorado: 8,9% Nordeste Potencial: 26.268 MW Explorado: 40,4% Sudeste / Centro-Oeste Potencial: 78.716 MW Explorado: 41,0% BRASIL Potencial: 258.410 MW Explorado: 28,2% Sul Potencial: 42.030 MW Explorado: 47,8% Fonte: MME Apresentação ABRAGE ENASE 2008 55% do potencial a ser explorado do Brasil está no Norte (101 GW). 20

Matriz Elétrica Brasileira Contudo, esse potencial não tem sido bem explorado: O licenciamento ambiental de empreendimentos hidrelétricos no Brasil é um grande obstáculo. Não se constroem usinas com reservatórios. 21

Matriz Elétrica Brasileira Expansão da matriz hídrica brasileira de 2000 a 2017: Crescimento da potência instalada: 71% Crescimento da capacidade de regularização: 11% Fonte: Canal Energia 22/05/2013 22

Fonte: Apresentação ONS (Hermes Chipp) - ENASE 2013 Matriz Elétrica Brasileira

Matriz Elétrica Brasileira O exemplo de Belo Monte 24

Matriz Elétrica Brasileira O projeto de aproveitamento do Rio Xingu tinha potência maior que a atual de Belo Monte. Fonte: 1 - Blog Belo Monte 25

Matriz Elétrica Brasileira Aproveitamento inventariado do Rio Xingu em 1980. Aproveitamento Nível da água (m) Área (km 2 ) Potência (MW) Jarina 281 1.900 559 Kokraimoro 257 1.770 1.940 Ipixuna 208 3.270 2.312 Babaquara 165 6.140 6.274 Kararaô 95 1.160 8.381 Totais 14.240 19.466 Fonte: Eletronorte 2002 26

Matriz Elétrica Brasileira O projeto de aproveitamento do Rio Xingu tinha potência maior que atual de Belo Monte. Projeto inicial 1 : Garantia física: 12.000 MW 14.240 km 2 (reservatório) - 228 km 2 (leito do rio) 14.012 km 2 (área alagada) Pressões de ambientalistas para diminuição da área alagada. Projeto atual 2 : Garantia física: 4.571 MW 502,8 km 2 (reservatório) - 228 km 2 (leito do rio) 274,8 km 2 (área alagada) Fontes: 1 Eletronorte 2002 2 - Blog Belo Monte 27

Matriz Elétrica Brasileira Perdeu-se uma Itaipu! 28

Matriz Elétrica Brasileira Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o desmatamento ilegal na Amazônia entre agosto de 2011 e agosto de 2012 foi de 4.571 km 2. 29

Matriz Elétrica Brasileira O projeto de aproveitamento do Rio Xingu tinha potência maior que atual de Belo Monte. Projeto inicial 1 : Garantia física: 12.000 MW 14.240 km 2 (reservatório) - 228 km 2 (leito do rio) 14.012 km 2 (área alagada) Pressões de ambientalistas para diminuição da área alagada. 1,12% da área do PA 3 anos de desmatamento Projeto atual 2 : Garantia física: 4.571 MW 502,8 km 2 (reservatório) - 228 km 2 (leito do rio) 274,8 km 2 (área alagada) 0,02% da área do PA 20 dias de desmatamento Fontes: 1 Eletronorte 2002 2 - Blog Belo Monte 30

Matriz Elétrica Brasileira Índices de produção (razão entre a área alagada e a potência instalada) de diversas usinas hidrelétricas no Brasil: Hidrelétrica Sobradinho Tucuruí Itaipu Belo Monte Projeto Antigo Projeto Atual Índice de Produção 4,01 km 2 /MW 0,29 km 2 /MW 0,10 km 2 /MW 0,72 km 2 /MW 0,02 km 2 /MW Fontes: 1 Home Page Itaipu 2 - Blog Belo Monte 31

Matriz Elétrica Brasileira Por que construir reservatório? 32

Matriz Elétrica Brasileira Vazões (m 3 /s) 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 UHE Belo Monte - Séries de Vazões Naturais Médias Mensais Relatório da ELETROBRÁS (1931 a 2001) e Extensão EPE (2002 a 2007) Projeto Atual Potência Instalada: 11.233 MW Garantia Física: 4.571 MW 5%! jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Vazão Máxima Vazão Média Vazão Mínima jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Máxima 17.902 24.831 30.129 29.258 27.370 13.396 4.710 2.353 1.557 2.140 4.036 9.752 Média 7.803 12.759 18.178 20.028 15.784 7.156 2.902 1.571 1.069 1.120 1.891 3.754 Mínima 1.123 3.947 9.561 9.817 6.587 2.872 1.417 908 477 444 605 1.167 Fonte: Estudo de Viabilidade UHE Belo Monte - EPE 33

3 Cenário Atual

Cenário Atual Portaria 455 de ago/12: Acabou com os contratos ex-post e estabeleceu registros de contratos semanais. Lei 12.783 de jan/13: MP 579 foi revertida em lei. 2012 2014 Medida Provisória 579 de set/12: Renovação das concessões de geração e transmissão. Resolução CNPE 03 de mar/13: Mudou a base de cálculo do PLD e o rateio do ESS. 35

Portaria MME nº 455/2012 Cenário Atual O MME publicou a portaria, alterando as regras de comercialização de energia, sem diálogo prévio com a Aneel e os agentes do mercado. O que mudará a partir de 1º de junho de 2014: Contratações de energia semanais e não mais mensais. Aumento do volume de operações para registro. Registro de contratos da CCEE ex-ante e não mais ex-post. Aproximadamente 60 mil contratos deverão ser revisados. Sobrecontratação dos consumidores. Aumento de custos. A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL) conseguiu liminar suspendendo os efeitos da Portaria nº 455/2012. Criação de indicador de preço de mercado. Interferência do governo, pois os contratos são acordados bilateralmente e são confidenciais. Dúvidas quanto à credibilidade do índice, pois os produtos não são idênticos. 36

Cenário Atual Portaria 455 de agosto/12: Acabou com os contratos ex-post e estabeleceu registros de contratos semanais. Lei 12.783 de jan/13: MP 579 convertida em lei. 2012 2014 Medida Provisória 579 de set/12: Renovação das concessões de geração e transmissão. Resolução CNPE 03 de mar/13: Mudou a base de cálculo do PLD e o rateio do ESS. 37

Cenário Atual Medida Provisória 579/Lei 12.783 Medida Provisória nº 579 de 2012, convertida na Lei nº 12.783 em 2013: Não foi isonômica, pois alocou o benefício da renovação das concessões de geração exclusivamente para o mercado cativo por meio da alocação de cotas às distribuidoras. Todos os consumidores (cativos e livres) pagaram pelo investimento das concessões vincendas. O governo forneceu um sinal equivocado de preço aos consumidores >> a energia foi entregue de graça * aos consumidores cativos. Por outro lado, o risco hidrológico passou a ser do consumidor. Estima-se que o Mercado Livre foi privado de um benefício em VPL de R$ 45 bilhões, em 30 anos, devido à não alocação de cotas. * Paga-se apenas o custo do serviço de geração de energia. 38

Cenário Atual Valor das cotas para a Indústria Benefício Negado ao Mercado Livre Consumo (MWmédios) 15.000 Consumo Anual (MWh) 131.400.000 Preço no Mercado Livre (R$/MWh) 1º ano 600 Preço no Mercado Livre (R$/MWh) 2º ano 300 Preço no Mercado Livre (R$/MWh) demais anos 130 Valor da cota (R$/MWh) 30 % da energia em regime de cotas 20% Taxa de desconto (a.a.) 8% Valor Presente Líquido (VPL) da cota (R$) 44.852.368.206 Aproximadamente 60% do PIB brasileiro está no Mercado Livre! R$ 45 bilhões de reais! 39

Cenário Atual Portaria 455 de agosto/12: Acabou com os contratos ex-post e estabeleceu registros de contratos semanais. Lei 12.783 de jan/13: MP 579 foi revertida em lei. 2012 2014 Medida Provisória 579 de set/12: Renovação das concessões de geração e transmissão. Resolução CNPE 03 de mar/13: Mudou a base de cálculo do PLD e o rateio do ESS. 40

Resolução CNPE nº 3/2013 Regra antiga: Cenário Atual 41

CVU (R$/MWh) Cenário Atual 700 600 500 400 Despacho Térmico (Jan/2013) PLD: R$ 413,95/MWh = CVU da usina mais cara operando por ordem de mérito CVU da térmica mais cara operando = R$ 646,65/MWh 300 200 100 0 Despacho por ordem de mérito 9.580 MWmédios 0 263 2.711 5.357 7.379 9.580 10.998 11.740 12.519 Despacho térmico (MWmédios) Despacho por razão energética +2.945 MWmédios Custo Variável Unitário-CVU (R$/MWh) Fonte: CMU *Dados de Janeiro de 2013 e PLD do SE/CO 42

CVU (R$/MWh) Cenário Atual 700 Despacho Térmico (Jan/2013) CVU da térmica mais cara operando = R$ 646,65/MWh 600 500 400 PLD: R$ 413,95/MWh = CVU da usina mais cara operando por ordem de mérito Custo ESS: R$ 548 milhões rateado entre os consumidores: R$ 13,00 por MWh sobre o consumo 300 200 100 0 Despacho por ordem de mérito 9.580 MWmédios 0 263 2.711 5.357 7.379 9.580 10.998 11.740 12.519 Despacho térmico (MWmédios) Despacho por razão energética +2.945 MWmédios Geração remunerada via encargo (ESS Segurança Energética) Geração remunerada pelo PLD CVU (R$/MWh) Fonte: CMU *Dados de Janeiro de 2013 e PLD do SE/CO 43

Resolução CNPE nº 3/2013 Regra nova: Cenário Atual A Resolução CNPE nº 3 determinou que o ESS Segurança Energética passasse a ser rateado entre todos os agentes de mercado, incluindo geradores e comercializadores. Os geradores de energia limpa passaram a custear a geração de energia térmica fóssil. Impactos nos investimentos. A ABRACEEL e outras associações do Setor Elétrico conseguiram liminares suspendendo os efeitos da Resolução CNPE nº 03/2013. 44

Cenário Atual Portaria 455 de agosto/12: Acabou com os contratos ex-post e estabeleceu registros de contratos semanais. Lei 12.783 de jan/13: MP 579 foi revertida em lei. 2012 2013 Medida Provisória 579 de set/12: Renovação das concessões de geração e transmissão. Resolução CNPE 03 de mar/13: Mudou a base de cálculo do PLD e o rateio do ESS. 45

Cenário Atual Cenário 2013 2013 foi um ano de hidrologia normal para o Setor Elétrico, mas os reservatórios terminaram o ano com baixos níveis de armazenamento. 46

Cenário Atual 2 Cenário Atual Fonte: Instituto Acende Brasil 2013 47

Cenário Atual Problema Adicional! 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 79% 75% Esvaziamento dos reservatórios (% do máximo) 80% 81% 80% 77% 75% 73% 2 Cenário Atual 47% 60% 60% 33% Verificado (ONS) Simulação (PSR) 0% jan/10 fev/10 abr/10 jun/10 set/10 nov/10 Fonte: PSR 48

Cenário Atual Cenário 2013 2013 foi um ano de hidrologia normal para o Setor Elétrico, mas os reservatórios terminaram o ano com baixos níveis de armazenamento. Térmicas precisaram operar mais intensamente para acumular água nos reservatórios. PLD elevado durante 2013, em relação a anos anteriores: R$ 263,09/MWh¹. Aumento nos custos das distribuidoras com geração térmica. O mercado das distribuidoras para 2013 não estava plenamente contratado. O Governo realizou 4 leilões de energia existente para atender as distribuidoras em 2013, mas não obteve sucesso: 1) Média anual do PLD do Sudeste/Centro-Oeste. 49

Cenário Atual 14º Leilão de Ajuste de set/12: Suprimento: 2013 11º Leilão de Energia Existente de jun/13: Suprimento: jul/13 a jun/14 Preço teto: R$ 161,94/MWh Não houve contratação. PLD mar/13: R$ 339,75/MWh Preço teto: R$ 171,80/MWh Não houve contratação. PLD ago/13: R$ 163,38/MWh 2012 2013 PLD set/12: R$ 182,94/MWh 15º Leilão de Ajuste de mar/13: Suprimento: abr/13 a dez/13 Preço teto: R$ 163,04/MWh Não houve contratação. PLD jun/13: R$ 207,62/MWh 17º Leilão de Ajuste de ago/13: Suprimento: out/13 a dez/13 Preço teto: R$ 163,04/MWh Não houve contratação. Obs: valores médios mensais de PLD de SE/CO. 50

Cenário Atual Cenário 2013 2013 foi um ano de hidrologia normal para o Setor Elétrico, mas os reservatórios terminaram o ano com baixos níveis de armazenamento. Térmicas precisaram operar mais intensamente para acumular água nos reservatórios. PLD elevado durante 2013, em relação a anos anteriores: R$ 263,09/MWh¹. Aumento nos custos das distribuidoras com geração térmica. O mercado das distribuidoras para 2013 não estava plenamente contratado. O Governo realizou 4 leilões de energia existente para atender as distribuidoras em 2013, mas não obteve sucesso: Distribuidoras ficaram descontratadas em 2.000 MWmédios. Déficits de energia das distribuidoras foram adquiridos ao PLD. Para evitar elevados aumentos nas tarifas das distribuidoras, já nos reajustes de 2013, o Governo fez aportes de 9,8 bilhões via Tesouro Nacional. 1) Média anual do PLD do Sudeste/Centro-Oeste. 51

Cenário Atual Cenário 2014 Para 2014, o volume descontratado das distribuidoras era ainda maior: 6.000 MWmédios. Durante 2013, o Governo realizou três leilões para tentar contratar essa demanda. 52

Cenário Atual 2013 11º Leilão de Energia Existente de jun/13: Suprimento: jul/13 a jun/14 Preço teto: R$ 171,80/MWh Não houve contratação. PLD ago/13: R$ 188,04/MWh 17º Leilão de Energia Existente de dez/13: Suprimento: 2014 Preço teto: R$ 192,00/MWh Resultado: 2.571 MWmédios contratados a R$ 177,22/MWh¹. Apenas 43% da necessidade das distribuidoras para 2014. 2014 PLD jun/13: R$ 207,62/MWh 17º Leilão de Ajuste de ago/13: Suprimento: 2014 Preço teto: R$ 108,72/MWh Não houve contratação. PLD dez/13: R$ 209,72/MWh Obs: valores médios mensais de PLD de SE/CO. 1) Preço médio da energia negociada de janeiro a dezembro de 2014. 53

Cenário Atual Cenário 2014 Para 2014, o volume descontratado das distribuidoras era ainda maior: 6.000 MWmédios. Durante 2013, o Governo realizou três leilões para tentar contratar essa demanda. Apenas 43% do mercado de 2014 das distribuidoras foi contratado. 3.400 MWmédios continuam descontratados e expostos ao PLD. Exposição involuntária das distribuidoras. O cenário hidrológico está se mostrando pior que o do ano passado: Reservatórios atingiram os piores níveis em 80 anos. PLD médio em 2014¹: R$ 708,01/MWh. PLD desde fevereiro no valor máximo legal de R$ 822,83/MWh. 1) Média do PLD do Sudeste/Centro-Oeste, considerando que o valor se manterá no máximo legal até o final de abril. 54

Cenário Atual Energia Natural Afluente no SIN (MWmédios) 120.000 100.000 80.000 60.000 2 Cenário Atual 40.000 20.000 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez MLT ENA 2014 ENA 2013 ENA 2012 Fonte: CMU/ONS MLT: Média de Longo Termo. Corresponde à média histórica das afluências registradas desde 1931. 55

Cenário Atual Energia Natural Afluente no SIN (MWmédios) 120.000 100.000 80.000 60.000 2 Cenário Atual 40.000 20.000 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez MLT ENA 2014 Fonte: CMU/ONS MLT: Média de Longo Termo. Corresponde à média histórica das afluências registradas desde 1931. 56

Cenário Atual 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 Relação - Energia Armazenada e PLD (SE/CO) R$ 822,83/MWh 153.414 MWmês 73.344 MWmês R$ 23,14/MWh 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 2012 2013 2014 Energia Armazenada (MWmês) PLD (R$/MWh) 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Fonte: CMU/ONS 57

Cenário Atual Os modelos computacionais indicam um risco de déficit de energia elevadíssimo no SIN (principalmente no Sudeste/Centro-Oeste). Fonte: Deck Newave Abril/2014 58

Cenário Atual O custo do fracasso dos leilões: Se os preços-teto dos três leilões tivessem sido mais atrativos, R$ 200,00/MWh por exemplo, e todo o atual déficit das distribuidoras tivesse sido contratado, teríamos: Custo evitado de janeiro a abril de 2014: R$ 708,01/MWh¹ R$ 200,00/MWh = R$ 508,01/MWh 3.300 MWmédios x 730 horas x 4 meses x R$ 508,01/MWh = R$ 4.895.184.360,00 4,9 bilhões de reais! 1) Média do PLD do Sudeste/Centro-Oeste, considerando que o valor se manterá no máximo legal até o final de abril. 59

Cenário Atual Financiamento dos custos das distribuidoras A CCEE irá captar recursos para remunerar as seguintes despesas das distribuidoras: exposição involuntária ao PLD; e diferença entre o custo da energia das termelétricas e o valor coberto pelas tarifas. Valor do financiamento previsto em R$ 11,2 bilhões¹: operação deverá envolver 13 bancos; e se for insuficiente, em dezembro será negociado um empréstimo complementar. O financiamento evitará reajustes ainda maiores nas tarifas em 2014, mas: será pago, via aumentos nas tarifas, em 2015 e 2016¹. Nova postergação Em 2013, pelos mesmos motivos, foram aportados pelo Tesouro Nacional R$ 9,8 bilhões: Valor deverá ser cobrado, também via aumento de tarifas, de 2015 a 2018. 1) Previsões da CCEE. 60

Financiamento dos custos das distribuidoras Resumo: Cenário Atual R$ 21 bilhões financiados em 2013 e 2014¹, que serão pagos, via aumentos nas tarifas de energia, de 2015 à 2018. Postergação Solução 1) Se confirmadas as previsões da CCEE. 61

Cenário Atual Leilão de Energia Existente A-0 (abr/14) Leilão de emergência para cobrir a exposição involuntária das distribuidoras. Prazo de fornecimento de 5 anos e 8 meses: maio de 2014 à dezembro de 2019. leilões anteriores de energia existente (A-1) tinham prazos de até 2 anos. prazo maior visa reduzir o preço médio da energia. Preço-teto: R$ 271,00/MWh mesmo com o prazo dilatado o preço-teto ficou alto, se comparado aos dos leilões anteriores, tendo em vista a expectativa de PLD elevado para o restante de 2014. Será um bom negócio? 62

Será um bom negócio? Cenário Atual 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Preço-teto x Preços de mercado (R$/MWh) Preço mercado¹ Preço-teto Leilão A-0 1) Preço mercado: curva de preços futuros formada por projeções independentes de 39 empresas (Curva Dcide de 15/04/14). 63

Será um bom negócio? Cenário Atual 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Preço-teto x Preços de mercado (R$/MWh) Redução de até R$ 5,6 bilhões no custo da energia em 2014. Resultado final: Aumento de R$ 10,4 bilhões em todo o período! Aumento de mais de R$ 16 bilhões no custo da energia de 2015 a 2019. Redução Aumento Preço mercado¹ Preço-teto Leilão A-0 1) Preço mercado: curva de preços futuros formada por projeções independentes de 39 empresas (Curva Dcide de 15/04/14). 64

Conclusão O que fazer para reverter a atual situação? 65

Conclusão Curto prazo: É necessário procurar uma reação da demanda: implementar as bandeiras tarifárias; incentivar a racionalização do consumo de energia; e negociar cortes seletivos de carga. 66

Conclusão Médio e longo prazos: Enfrentar a questão ambiental para: voltarmos a construir usinas hidrelétricas com reservatórios. A energia deve ser precificada pelo seu valor real: nos leilões de energia; e também para os consumidores cativos. As distribuidoras não podem ficar expostas. Cabe ao Governo: praticar preços-teto realistas, condizentes com o mercado; e não comprometer o custo da energia nos próximos anos. 67

Conclusão Obrigado CMU Comercializadora de Energia www.cmuenergia.com.br Avenida Brasil, 1.666-1.601, Bairro Funcionários - BH Fone: (31) 3262.0722 68