PEA 2200 Energia, Meio Ambiente e Sustentabilidade

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CARACTERÍSTICAS E ESTRATÉGIAS POR SETOR ECONÔMICO

Transcrição:

PEA 2200 Energia, Meio Ambiente e Sustentabilidade Aula 8 Eficiência Energética e Uso Racional de Energia slide 1 / 22

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA & USO RACIONAL DE ENERGIA DEFINIÇÕES: Uso racional da energia: obtenção dos diversos produtos e serviços através da eliminação dos desperdícios, do uso de equipamentos eficientes e do aprimoramento de processos produtivos, considerando a eficiência técnica e econômica. Eficiência energética: característica de um equipamento ou processo produtivo de entregar a mesma quantidade de produto final ou serviço a partir de uma menor quantidade de energia. slide 2 / 22

A IMPORTÂNCIA DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA O uso racional da energia como uma forma de gerenciamento de recursos: Recursos econômicos Fatura de energia (a energia como um insumo produtivo) Investimentos em infraestrutura do sistema elétrico Infraestrutura nova: montantes e prazos de retorno Combustíveis Impactos Ambientais: Fósseis Biomassa Urânio/Tório Água slide 3 / 22

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA São muitas as vantagens da eficiência energética: O custo da economia de energia é inferior ao da geração Aumenta-se a segurança no fornecimento, poupando recursos que são finitos Há ganhos micro e macro econômicos associados a um aumento de produtividade e de competitividade industrial Aumenta-se a disponibilidade de acesso a serviços de energia e Reduzem-se os impactos ambientais, em especial a emissão de gases poluentes e de efeito estufa slide 4 / 22

Números que mostram a importância da eficiência energética: Ganhos de eficiência na OCDE ( 1973-1998) 49% Novos padrões de eficiência para equipamentos na CHINA: economia de 200TWh (até 2009) equivalente a todo o consumo de energia residencial em 2002. Setor de aço: Potenciais de ganhos de eficiência energética ( Brasil, China, Índia, México e África do Sul) estimado entre 33 e 49% - Acredita-se que nos próximos 20 anos os países da OCDE consigam reduções de 25% a 35% e nos países em desenvolvimento de trinta a mais de 45%. slide 5 / 22

Fato: A racionalização não evoluiu em tempos onde a energia era abundante e barata, mas durante crises Outros fatores além da falta de insumo podem levar à contenção no uso da energia: Conflitos geopolíticos Restrições ambientais Outorga no uso da água Preferências do público consumidor Disputas judiciais Pressões da sociedade civil slide 6 / 22

OS POTENCIAIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Existem várias possibilidades para aumentar a eficiência com utilização das fontes primárias de energia, mas esses potenciais sofrem diferentes formas de restrições Potencial teórico (físico) Ex: Ganhos pela substituição de insumos, reutilização de materiais e calor, eliminação de atrito e redução de perdas em geral Potencial técnico Ex: Tecnologias e serviços disponíveis mais eficientes, sem consideração econômica Potencial econômico Tecnologias com custos em um mercado perfeito (competitivo). Políticas públicas de fomento podem ampliar este potencial Potencial de mercado É o que se espera possa ser obtido dadas as: Condições de contorno; obstáculos e imperfeições do mercado; obstáculos sociais slide 7 / 22

BARREIRAS AO USO RACIONAL DE ENERGIA Barreiras técnicas e econômicas Barreiras relacionadas com os produtores, distribuidores e fabricantes de equipamentos Barreiras relacionadas com os consumidores Barreiras sociais, políticas e institucionais slide 8 / 22

BARREIRAS TÉCNICAS E ECONÔMICAS Custos e incertezas relacionados às novas tecnologias Falta de conhecimento detalhado sobre as vantagens econômicas e ambientais das várias fontes de energia e seus usos finais Falta de recursos para avanços tecnológicos Custos relacionados à promoção da eficiência energética slide 9 / 22

BARREIRAS RELACIONADAS COM OS PRODUTORES, DISTRIBUIDORES E FABRICANTES DE EQUIPAMENTOS Dilema dos fornecedores A centralização da geração A resistência à eficiência slide 10 / 22

BARREIRAS RELACIONADAS AOS CONSUMIDORES A falta de informação Investimentos iniciais para as camadas mais baixas da população A indiferença A falta de apoio A instabilidade econômica Ineficiência devido ao desinteresse de terceiros slide 11 / 22

BARREIRAS SOCIAIS, POLÍTICAS E INSTITUCIONAIS Necessidades humanas básicas das camadas mais desfavorecidas da população Compatibilidade das estratégias e políticas energéticas com problemas globais slide 12 / 22

ÍNDICES E INDICADORES DE INTENSIDADE E DE CONSUMO ENERGÉTICO Índices de consumo de energia: Consumo mensal: kwh / mês, kwh / m 2 Automóveis: km / l Caminhões: km / l / ton Lâmpadas: lúmen / W Refrigeradores: kwh / ano / l Indicadores de intensidade energética: Industrial: ton / mil US$ produzidos slide 13 / 22

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA & USO RACIONAL DE ENERGIA DEFINIÇÕES: Consumo específico de energia: quantidade de energia necessária para produzir uma unidade de produto final ou serviço, dada em unidades de [energia]/[unidade de produto ou serviço], e.g., kwh/(tonelada de produto), kwh/(lúmen*hora). slide 14 / 22

Intensidade energética: Energia e produto econômico Definição: a razão entre o consumo de energia (E) e o produto econômico (P) da economia I=E/P, que pode ser expressa para um dado ano de referencia, por exemplo, em toneladas equivalentes de petróleo (tep) de energia total primária por dolares norte americanos de PIB ( ou PNB). Série temporais de longo prazo têm mostrado que a intensidade energética muda com o tempo refletindo: Efeitos combinados de alterações na estrutura do produto econômico (incluído PIB) Combinação nas fontes de geração de energia Mudança na estrutura do consumo e na eficiência do uso final de energia slide 15 / 22

ILUMINAÇÃO - LÂMPADAS TIPOS E CARACTERÍSTICAS DAS LÂMPADAS TIPO EFICÁCIA (Lm/W) VIDA MÉDIA (h) INCANDESCENTE 10 a 20 1000 a 6000 MISTA 17 a 25 6000 a 8000 MERCÚRIO 44 a 63 7500 a 12000 FLUORESCENTE 43 a 84 12000 a 26000 SÓDIO 75 a 105 12000 a 16000 MULTIVAPOR 69 a 115 1000 a 20000 slide 16 / 22

Motores elétricos Alto rendimento Motores eficientes Adequado dimensionamento Uso de inversores de frequencia slide 17 / 22

Aplicações slide 18 / 22

MEDIDAS PARA A MITIGAÇÃO E SUPERAÇÃO DAS BARREIRAS AO USO RACIONAL DE ENERGIA Experiência internacional na implantação de medidas de uso racional de energia: @ Motivos As crises do petróleo na década de 70 A questão da segurança de suprimentos energéticos Competitividade industrial e da economia Os problemas ambientais slide 19 / 22

MEDIDAS PARA A MITIGAÇÃO E SUPERAÇÃO DAS BARREIRAS AO USO RACIONAL DE ENERGIA (continuação) @ Tipos de medidas Marco regulatório (legislação e normas técnicas): leis ou normas estatuindo níveis mínimos obrigatórios de desempenho de equipamentos consumidores de energia ou sistemas energéticos, legislações de combate ao desperdício de energia e demais medidas relacionadas ao marco regulatório do consumo de energia. slide 20 / 22

TIPOS DE MEDIDAS (cont) Informação/Educação/Treinamento: Inclui todos os programas de divulgação de informações referentes a tópicos de eficiência energética, seja aqueles voltados ao público em geral (uso racional de energia no ambiente doméstico), seja aqueles voltados ao pessoal da área técnica envolvidos com o consumo de energia (gerentes, engenheiros, técnicos, vendedores, etc). Abrange também os cursos de educação continuada em tópicos de eficiência energética e o treinamento de técnicos e engenheiros na operação de equipamentos e sistemas eficientes. slide 21 / 22

TIPOS DE MEDIDAS (cont. 2) Criação de assimetrias de mercado: Ações diretas (geralmente do governo) sobre o mercado, visando favorecer a adoção de tecnologias ou equipamentos energeticamente eficientes. O mercado costuma ser simétrico, para uma mesma classe de produto, em relação ao desempenho do mesmo em eficiência energética. Campanhas de conscientização (como o selo PROCEL) ou sobretaxas sobre equipamentos ineficientes tornam o mercado assimétrico (desigual), em favor das tecnologias e equipamentos mais eficientes. slide 22 / 22

TIPOS DE MEDIDAS (cont. 3) Mecanismos de financiamento (empréstimos, subvenções e outros): Voltados especificamente à mitigação e superação de barreiras econômicas. Podem constituir-se tanto em doações a fundo perdido, como o fornecimento de lâmpadas fluorescentes compactas à população de baixa renda quanto na alavancagem de capitais privados, financiando investimentos em eficiência energética que o investidor privado não teria condições de fazer por si só. slide 23 / 22

TIPOS DE MEDIDAS (cont. 4) Parcerias com o capital privado: Medidas de alavancagem de capitais, em que o setor público financia o capital faltante em empreendimentos privados na área de eficiência energética. É muito comum que o pagamento de tal financiamento seja feito mediante um contrato de performance, ou seja, o governo (ou a concessionária de energia, por exemplo) arca com todas as despesas do projeto de racionalização de consumos de uma dada empresa, que passa a pagar por esses serviços com o capital que seria despendido para pagar a diferença entre a fatura de energia antes e depois da execução do projeto. slide 24 / 22

BRASIL O PROCEL: Programa sob do Ministério de Minas e Energia, conta, entre outros, com os seguintes subprogramas: PROCEL nas escolas Etiquetagem energética / Selo PROCEL Troca de lâmpadas de Iluminação Pública Treinamentos e Workshops Auditorias energéticas www.eletrobras.com.br/procel slide 25 / 22

www.eletrobras.com.br/procel slide 26 / 22