PARÂMETROS TÉRMICOS EM REATOR DE REFORMA DE GÁS NATURAL

Documentos relacionados
ESTUDO DA TRANSIÇÃO ENTRE ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO EM TUBO CAPILAR

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO NATURAL E FORÇADA À VOLTA DE CILINDROS METÁLICOS TP4

Catálise heterogênea. Catalisador sólido. Reação na interface sólido-fluido

11S.1 Método da Média Log das Diferenças de Temperatura para Trocadores de Calor com Múltiplos Passes e com Escoamento Cruzado

OTIMIZAÇÃO OPERACIONAL DE UM REATOR CATALÍTICO VIA PROGRAMAÇÃO NÃO-LINEAR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Métodos de Transferência de Calor

Modelagem e desenvolvimento de um simulador para aquecedores elétricos de ar

Capítulo 8: Transferência de calor por condução

Propagação da incerteza de medição ou incerteza combinada

2.Objetivos. Equipamentos para limpeza de gases. Câmara de Póscombustão. Reator de Gaseificação. Filtro seco

UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E BIOQUÍMICA

ESTUDO DA SOLUBILIDADE DO PARACETAMOL EM ALGUNS SOLVENTES UTILIZANDO O MODELO NRTL

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Engenharia de Lorena EEL

Transferência de Calor Condução e Convecção de Calor

ENG 3006 TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA 1 o SEMESTRE DE Capítulo 11 Trocadores de Calor

4. Resultados e Discussão

Condução de Calor Bidimensional

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE Faculdade de Engenharia. Transmissão de calor. 3º ano

SIMULAÇÃO E ANÁLISE DO PROCESSO DE CRAQUEAMENTO TÉRMICO DO ETANO

ENGENHARIA DAS REAÇÕES QUÍMICAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

Aula Prática - 1 Obtenção de Dados Cinéticos para projeto de reator

T= R: 1º trocador: Q= cal/s; mc=208,33 mol/s; A = 60,82 m 2 ; 2º trocador: Q= cal/s; mc=173,61 mol/s; A = 115,52 m 2

TERMODINÂMICA APLICADA

Conservação de Energia

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

MODELAGEM MATEMÁTICA E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DO FORNO DE UMA UNIDADE DE COQUEAMENTO RETARDADO

Modelagem de equipamentos térmicos Trocadores de calor

29/11/2010 DEFINIÇÃO:

ACOPLAMENTO DAS REAÇÕES DE DESIDRATAÇÃO DE ETANOL E DE COMBUSTÃO CATALÍTICA DE METANO EM REATOR MULTIFUNCIONAL

Escoamento completamente desenvolvido

Resistências Térmicas em Paralelo 53 Exercícios 54 Exercícios recomendados 54 III. Transporte por convecção 55 Alguns fatos do cotidiano 55

DEPARTAMENTO DE ENERGIA LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS

TENSÕES RESIDUAIS TÉRMICAS OBTIDAS DA TÊMPERA A VÁCUO DO AÇO FERRAMENTA AISI H13

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE UM CONDENSADOR A AR

Vazão. Conceito de Vazão

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL CURSOS DE ENGENHARIA DE ENERGIA E MECÂNICA MEDIÇÕES TÉRMICAS Prof. Paulo Smith Schneider

Transmissão de calor

ESTUDO NUMÉRICO DA INFLUÊNCIA DA VISCOSIDADE DO FLUXO BIFÁSICO NÃO-ISOTÉRMICO DE ÓLEO PESADO E GÁS NATURAL EM UM DUTO VERTICAL

Exercícios e exemplos de sala de aula Parte 3

Relatório. Estimação de Parâmetros em Problemas de Polimerização em Emulsão. André Luiz Alberton. Professor José Carlos Pinto

CONDUÇÃO DE CALOR PÁTRICIA KUERTEN GUIZONI SUELI ALBERTON SALVALAGIO

TM LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO I TURMA B (2010/1) AVISO 1

R: a) t r = 2,23 h b) nº bateladas = 7 c) N Rt = 179,4 kmol por dia

UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PROGRAMA DE DISCIPLINA

FENÔMENOS DE TRANSPORTE

SIMULAÇÃO DE UM REATOR TUBULAR PARA A OBTENÇÃO DE ÁCIDO SULFÚRI- CO

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Capítulo 4 Equação da energia para escoamento permanente

Controle de Processos Aula: Balanços de massa e de energia

Nota: Campus JK. TMFA Termodinâmica Aplicada

Lista de exercícios Caps. 4 e 5 TM-114 Transferência de Calor e Massa (Turma B) 2008/1

GERAÇÃO DE CALOR UNIFORME EM SÓLIDOS. Conversão de uma forma de energia em energia térmica, ou seja, estes meios sólidos têm geração de calor interna.

Fenômeno de Transportes A PROFª. PRISCILA ALVES

Avaliação da queima de serragem em fornalha

Análise Dimensional. q 1 = f(q 2,q 3,...q n ) Matematicamente, podemos expressar a relação por uma função equivalente: F(q 1, q 2, q 3,...

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA PRESSÃO DE RADIAÇÃO SOLAR PARA SATÉLITES GPS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE LEGUMES UTILIZANDO O MÉTODO GRÁFICO DE HEISLER

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

5S.1 Representação Gráfica da Condução Unidimensional Transiente na Parede Plana, no Cilindro Longo e na Esfera

DETERMINAÇÃO DA CORRELAÇÃO ENTRE O COEFICIENTE DE EXPANSÃO TÉRMICA DA AMÔNIA SUPERAQUECIDA E A PRESSÃO

OTIMIZAÇÃO DE ESPESSURAS DE ISOLAMENTO DE DUTOS DE PETRÓLEO EM CONDIÇÕES SUBMARINAS

Energia e Sustentabilidade A Eficiência Energética na Indústria

Lista de Exercícios Solução em Sala

ESTUDO COMPARATIVO DA TROCA TÉRMICA EM TROCADORES DE CALOR DOS TIPOS CASCO/TUBOS E DE PLACAS

DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE REFORMA SECA DOS COMPONENTES DO GÁS NATURAL PARA GÁS DE SÍNTESE

ANÁLISE DO REATOR DO TIPO TANQUE AGITADO (CSTR): COMPORTAMENTO DINÂMICO NA PARTIDA E ESTABILIDADE DA OPERAÇÃO ESTACIONÁRIA

COMBUSTÍVEIS E REDUTORES

Predição do coeficiente de expansão térmica do óleo de soja (Glicine max) Prediction of thermal expansion coefficient of soybean oil (Glicine max)

ESTUDO DO DESEMPENHO DE CATALISADORES DESTINADOS À PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO A PARTIR DA REFORMA A VAPOR DE METANOL E DIMETIL ÉTER

Estudo do Comportamento e Desempenho de Aleta Tipo Pino

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

Técnicas de Análises Térmicas (Thermal Analysis - TA) de Materiais

Propriedades Físicas da Matéria

Máquinas Térmicas. Transferência de Calor na Caldeira

RESUMO 1. INTRODUÇÃO. Figura 1 Primeiro caso de canais axiais. Figura 2 Segundo caso de canais axiais. Figura 3 Terceiro caso de canais axiais.

PME 2378 INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS TÉRMICAS

LABORATÓRIO DE REATORES QUÍMICOS SIMULADOS

Novos desenvolvimentos da BASF para catalisadores de ácido sulfúrico

Laboratório de Física I. Experiência 5 Calorimetria, ajuste da reta e propagação de erros. 11 de dezembro de 2015

TRANSMISSÃO DE CALOR resumo

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

MODELAGEM E OTIMIZAÇÃO DE UMA UNIDADE DE ABATIMENTO DE CO DE UMA CÉLULA A COMBUSTÍVEL AUTÔNOMA

CONDUÇÃO DE CALOR UNIDIMENSIONAL EXERCÍCIOS EM SALA

CONTEÚDO. Transferência de Calor em Tanques de Mistura. Transferência de calor em Tanques de mistura INTRODUÇÃO

Profa.. Dra. Ana Maria Pereira Neto

Volume III. Curso Técnico Módulo 2 INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA ÁREA TÉCNICA DE REFRIGERAÇÃO E CONDICIONAMENTO DE AR

Convecção (natural e forçada) Prof. Dr. Edval Rodrigues de Viveiros

USO DO SOFTWARE MAPLE NO ENSINO DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Física Geral e Experimental II Engenharia Ambiental e de Produção. Prof. Dr. Aparecido Edilson Morcelli

Cap 18 (8 a edição) Temperatura, Calor e Primeira lei da termodinâmica

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE UM KIT DIDÁTICO DE PERDA DE CARGA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

Lista de Exercícios Perda de Carga Localizada e Perda de Carga Singular

MEDIÇÃO DE DEFORMAÇÃO UTILIZANDO-SE EXTENSÔMETROS ELÉTRICOS SOLDADOS ATÉ A TEMPERATURA DE 422ºC

Combustíveis e Redutores ENERGIA PARA METALURGIA

Transcrição:

4 o PDPETRO, Campinas, SP 4.2.0226 1 PARÂMETROS TÉRMICOS EM REATOR DE REFORMA DE GÁS NATURAL P. Gomes 1 (UFPR); R. M. M. Jorge 2 (UFPR) 1 Departamento de Engenharia Química - Universidade Federal do Paraná - Centro Politécnico - C. P. 19011, Curitiba, PR, CEP 831-900, e-mail: paulabgomes@yahoo.com.br 1 Departamento de Engenharia Química - Universidade Federal do Paraná - Centro Politécnico - C. P. 19011, Curitiba, PR, CEP 831-900, e-mail: rjorge@ufpr.br. Reatores de leito fixo são extensamente usados em processos químicos, como na produção de gás de síntese tanto na reforma de gás natural ou de nafta, amônia, ácido sulfúrico e metanol. Este trabalho objetivou a avaliação da transferência de calor em reator catalítico de leito fixo, contemplando a avaliação de parâmetros térmicos. A determinação do coeficiente global de transferência de calor foi baseada em experimentos realizados na ausência de reação química, ou seja, PFR sem dispersão axial, quando o pellet de catalisador pode ser assumido como sendo isotérmico. Neste caso, apenas dois parâmetros estão envolvidos: a difusividade efetiva e o coeficiente global de transferência de calor. Como a difusividade efetiva é uma propriedade do fluído, o único parâmetro do reator é o coeficiente global de transferência de calor e, portanto espera-se que ele tenha uma grande influência sobre os resultados previstos pelo modelo. Este estudo consistiu na avaliação do coeficiente global, interno e externo, explorando as suas dependências com a vazão e a temperatura. Dados experimentais foram obtidos em um reator de leito fixo, em escala de bancada, na ausência de reação química. O catalisador industrial é de níquel (7%) suportado em alumina (43%). No centro do reator foram instalados axialmente 11 termopares e 7 termopares foram instalados na parede do reator. O reator é aquecido por uma fornalha elétrica, sendo que a temperatura variou de 100 a 00ºC e foram empregadas vazões de alimentação de ar durante os experimentos. A modelagem foi realizada mediante um modelo uni-dimensional pseudo-homogêneo para avaliação dos coeficientes de transferência de calor. Os resultados obtidos mostram uma tendência crescente dos coeficientes de calor com o aumento da temperatura e da vazão de ar. Os valores calculados mostram que a resistência da parede do reator é desprezível quando comparada com as outras duas resistências. A resistência no leito fixo catalítico é mais baixa que a resistência externa. A contribuição da resistência externa na resistência equivalente é quase 7%, enquanto que a interna é apenas %. Transferência de calor, reator catalítico de leito fixo, coeficiente de transferência de calor. 1. INTRODUÇÃO O extenso uso de reatores de leito fixo, seja em processos químicos ou ainda na indústria Petroquímica, como na produção de óxido de etileno, acetato de vinila, ciclo-hexano, estireno, butadieno e hidroalquilação, justifica a importância do estudo deste tipo de reator. No refino de petróleo, ele é usado em reforma catalítica (Jorge, 2000), isomerização e polimerização. Devido à alta endotermicidade do processo de reforma catalítica de gás natural, é de grande valia o estudo da transferência de calor no reator em que ocorre tal processo, sendo fundamental a avaliação dos parâmetros térmicos do reator. 2. REVISÃO DA LITERATURA Os modelos mais usados são divididos basicamente em pseudo-homogêneos e heterogêneos. Eles também podem ser uni-dimensionais ou bidimensionais. É importante notar que há variações nos modelos dependendo das hipóteses assumidas. A complexidade do modelo depende de seu propósito. Outro fator é a precisão dos dados e parâmetros requerida pelo modelo (Martinez et al., 1986). Às vezes, a diferença entre os modelos ocorre devido à incerteza nos parâmetros. Foram obtidos dados experimentais em escala piloto sem reação química. Um modelo de fluxo empistonado sem dispersão axial é considerado. Os pellets são assumidos isotérmicos, assim dois parâmetros são envolvidos: a difusividade e o coeficiente global de transferência de calor (Froment e Wasch, 1971). Desde que a difusividade é uma propriedade do fluido, o único parâmetro a ser calculado é o coeficiente global de transferência de calor, que tem grande influência nos resultados previstos pelo modelo. 3. METODOLOGIA Foram obtidos dados de um reator catalítico de reforma de metano sem reação química.

4 o PDPETRO, Campinas, SP 4.2.0226 2 O ar que flui pelo leito vem de um compressor, é filtrado e flui por um rotâmetro e uma válvula onde a taxa de fluxo de ar é fixa. O reator é constituído de um tubo com diâmetros interno e externo 21,8 mm e 27 mm respectivamente, e 64 mm de comprimento, que foi preenchido com um catalisador industrial de níquel (7%) suportado em alumina e é instalado dentro de um forno aquecido por dispositivos elétricos. No eixo central do reator, é instalado um termopar multiponto central, capaz de medir 12 valores de temperatura associados a diferentes posições axiais em seu eixo central. A parede externa do reator possui sete poços, nos quais são instalados axialmente sete termopares. Foram colecionados dados de temperatura para temperaturas de forno programadas de 100, 200, 300, 0 e 00ºC, e para taxas de vazão de 0,8; 1,02; 1,19; 1.36 e 1,3 m3/h. Os coeficientes de transferência de calor global, interno e externo foram obtidos para estado estacionário. A temperatura média do leito T é calculada como a média logarítmica entre a temperatura de parede e sua temperatura axial. Os coeficientes foram estimados assumindo-se que a temperatura do forno é constante e a temperatura de parede (Tw) é uma função linear da posição axial (z). 4. RESULTADOS 3.1. Avaliação do Coeficiente de Transferência de Calor Global Equivalente O coeficiente de transferência de calor global (Ueq) foi determinado em experimentos sem reação em estado estacionário. O valor de Ueq foi estimado ajustando o modelo unidimensional pseudo-homogêneo de fluxo empistonado (Jorge et al., 1999) dado por ( T Taq) G Cp dt = π Dt dz Ueq (1) com condição inicial T= T em Z=0 onde T é a temperatura média da seção transversal (ºC), na entrada do o reator, Z é a posição axial no reator (m), G é a velocidade de fluxo de massa superficial (kg/m 2 /s), Cp é a capacidade calorífica específica do fluido (J/kg/ºC), e Dt é o diâmetro do tubo interno (m). Desde que a temperatura do forno (Taq) é constante, a solução analítica de Equação (1) é: T Taq π Dt Ueq ln = z. To Taq G Cp Os resultados são mostrados nas Figuras 1 e 2. (2) 0,8 m3/h 1,02 m3/h 1,19 m3/h 1,36 m3/h 1,3 m3/h 30 U (W/m 2.K) 20 10 100 200 300 0 00 Temperatura do Forno (ºC) Figura 1. Coeficiente de transferência de calor global para cinco diferentes temperaturas.

4 o PDPETRO, Campinas, SP 4.2.0226 3 U (W/m 2.K) 30 20 10 0 0,8 1,02 1,19 1,36 1,3 Vazão (m 3 /h) 100 ºC 200 ºC 300 ºC 0 ºC 00 ºC Figura 2. Coeficiente de transferência de calor global para cinco diferentes vazões de ar. 3.2. Avaliação Coeficiente de Transferência de Calor Interno O coeficiente de transferência de calor interno (Uint) corresponde à resistência térmica entre a parede interna do reator e o leito fixo catalítico. O balanço energético é dado por: G Cp dt = π Dt dz Uint ( Tw T) onde T é a temperatura média da seção transversal (ºC), na entrada do reator, Z é a posição axial no reator (m), G é a velocidade de fluxo de massa superficial (kg/m 2 /s), Cp é a capacidade calorífica específica do fluido (J/kg/ºC), Dt é o diâmetro do tubo interno (m) e Tw é a temperatura de parede (ºC). A solução analítica da Equação 3, usando a Transformada de Laplace, é T = a + To b e P P Z + b + az a P onde T é a temperatura média da seção transversal (ºC), na entrada do reator, condição inicial e Z é a posição axial no reator (m). Os resultados são mostrados nas Figuras 3 e 4. (3) (4) T= T em Z=0, o 160 1 120 U (W /m 2. K ) 100 80 0,8 m3/h 60 1,02 m3/h 1,19 m3/h 1,36 m3/h 1,3 m3/h 100 200 300 0 00 Temp. de Forno (ºC) Figura 3. Coeficiente de Transferência de Calor Interno em função da temperatura do forno.

4 o PDPETRO, Campinas, SP 4.2.0226 4 160 1 120 U (w /m 2 K) 100 80 60 100 ºC 200 ºC 300 ºC 0 ºC 00 ºC 0,8 1,02 1,19 1,36 1,3 Vazão (m 3 /h) Figura 4. Coeficiente de Transferência de Calor Interno em função vazão de ar. 3.3. Avaliação do Coeficiente Externo de Transferência de Calor O coeficiente externo de transferência de calor (Uext) corresponde à resistência térmica entre o forno e a parede interna. O balanço de energia é dado por: ( Taq Tw) G Cp dt = π Dt dz Uext () ondet é a temperatura média da seção transversal (ºC), na entrada do reator, Z é a posição axial no reator (m), G é a velocidade de fluxo de massa superficial (kg/m 2 /s), Cp é a capacidade calorífica específica do fluido (J/kg/ºC), Dt é o diâmetro do tubo interno (m), Tw é a temperatura de parede (ºC) e Taq é a temperatura de parede (ºC). A solução analítica da Equação é a 2 T = To + P ( Taq b) z P z (6) 2 onde T é a temperatura média da seção transversal (ºC), na entrada do reator, condição inicial Taq é a temperatura de parede (ºC) e Z é a posição axial no reator (m). Os resultados são mostrados nas Figuras e 6. T= T em Z=0, o 4 0,8 m3/h 1,02 m3/h 1,19 m3/h 1,36 m3/h 1,3 m3/h U (W /m 2.K) 100 200 300 0 00 Temperatura do Forno (ºC) Figura. Coeficiente de transferência de calor externo em função da temperatura do forno.

4 o PDPETRO, Campinas, SP 4.2.0226 4 U (W /m 2.K) 0,8 1,02 1,19 1,36 1,3 Vazão (m 3 /h) 100 ºC 200 ºC 300 ºC 0 ºC 00 ºC Figura 6. Coeficiente de transferência de calor externo em função da vazão de ar. As Figuras 1, 2, 3, 4, e 6 mostram uma tendência crescente dos coeficientes de calor com a temperatura e com a vazão de ar, que estão de acordo com Wellauer e Cresswell (1982). Um aumento na temperatura e na vazão, aumenta a troca térmica no leito. Os valores calculados são mostrados na Tabela 1. Tabela 1. Coeficientes de Transferência de Calor. U W/m 2.K Global Interno 0 1 Externo 8 Os dados na Tabela 1 são consistentes e mostram que a resistência da parede do reator é desprezível quando comparada com as outras duas resistências, porque a resistência equivalente é expressa como uma combinação da resistência efetiva no forno (Rext) e a resistência do leito fixo catalítico efetiva (Rint) com precisão boa. Desde que o coeficiente de calor interno é maior que o externo. A resistência no leito fixo catalítico é mais baixa que a resistência externa. A contribuição da resistência externa na resistência equivalente é quase 7%, enquanto que a interna é apenas %.. CONCLUSÃO A resistência equivalente poderia ser expressa como uma combinação da resistência efetiva no forno e a resistência do leito fixo catalítico efetiva com boa precisão. A resistência no leito fixo catalítico é mais baixa que a resistência externa. A resistência da parede do reator pode ser considerada desprezível quando comparada com a resistência do forno e a resistência do leito fixo catalítico efetiva. 6. AGRADECIMENTOS Os autores gostariam de agradecer a FAPESP (processo: 1998/116-), e a CAPES/PICD (UFPR) pelo seu apoio financeiro. 7. REFERÊNCIAS JORGE, L. M. M.; JORGE, R. M. M.; FUJII, F.; GIUDICI, R. Evaluation of Heat Transfer in a Catalytic Fixed Bed Reactor. Brazilian Journal of Chemical Engineering. Brazil: v. 16, n. 03, p. 7-420, 1999. JORGE, R. M. M., Experimental Study and Modeling of Steam Methane Reform in a Catalytic Fixed Bed Reactor (in portuguese). DSc Thesis, EPUSP, University of São Paulo. Brazil, 2000. MARTINEZ, O. M.; PEREIRA DUARTE, S. I.; FERRETTI, O. A.; LEMCOFF, N. O. Estimation of the pseudohomogeneous one-dimensional heat transfer coefficient in a fixed bed. Chemical Engineering and Processing. V. 20, Issue, p. 24-3, 1986.

4 o PDPETRO, Campinas, SP 4.2.0226 6 WASCH, A. P.; FROMENT, G. F. A two dimensional heterogeneous model for fixed bed catalytic reactors. Chemical Engineering Science. V. 26, Issue, p. 629-634, 1971. WELLAUER, T.; CRESSWELL, D. L.; NEWSON, E. J. Heat transfer in packed reactor tubes suitable for selective oxidation. ACS Symp. Series 196, Chemical Reaction Engineering. Boston: J. Wei & C. Georgakis (eds), 7th Int. Symp. On Chemical Reaction Engineering, Boston, Massachussets, chapter 41, p. 27-42, october, 1982. STUDY OF NATURAL GAS REFORMING: STUDY OF HEAT TRANSFER IN FIXED BED CATALYTIC REACTORS Fixed bed reactors are widely used in chemical processes, for example, in the synthesis gas production, in the natural gas or nafta reforming, production of ammonia, sulfuric acid and methanol. The aim of this work was to evaluate the heat transfer in fixed bed catalytic reactor, through the evaluation of thermal parameters. The determination of heat transfer global coefficient was based on experiments without chemical reaction, that is, PFR without axial dispersion, when pellet of catalyser can be assumed as being isothermal. In this case, only two parameters are involved: the effective diffusivity and the overall heat transfer coefficient. As the effective diffusivity is a property of the fluid, the unique parameter of the reactor is the overall heat transfer coefficient and, therefore it is expected that it has a great influence on the results predicted for the model. This work determine the overall, inner and the outside heat transfer coefficient showing their dependencies with flow rate and temperature. Experimental data were obtained in a bench-scale fixed bed catalytic reactor without chemical reaction. The industrial catalyst, made of nickel (7%) supported on alumina (43%). Inside the reactor, 11 thermocouples were positioned at different axial coordinates and 7 thermocouples were placed in the reactor wall. An electrical furnace heated the reactor. Temperature was varied from 100 to 00ºC and five different feed flow rates were used during the experiments. The one-dimensional pseudo homogeneous model was used to evaluate the heat transfer coefficients. The coefficients showed a tendency to increase with the temperature and flow rate. The calculated values show that the resistance of the wall of the reactor is worthless when compared with the others two resistances. The resistance in the fixed bed catalytic is lower than the external resistance. The contribution of the external resistance in the equivalent is almost 7%, whereas the intern is only %. Heat transfer, fixed bed reactor, heat transfer coefficient. Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo deste artigo.