Indicador de Uso do Crédito e Propensão ao Consumo Agosto 2017
Indicador de Uso do Crédito marca 27,4 pontos em junho Em julho de 2017, o Indicador de Uso do Crédito registrou 27,4 pontos. O resultado ficou muito próximo da média dos seis meses anteriores, situada em 27,2 pontos. Apurado pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o Indicador varia de zero a 100 pontos e busca medir o uso das principais modalidades de crédito pelos consumidores brasileiros. Quanto mais próximo de 100, maior o número de usuários e de frequência do uso das modalidades. De acordo com a sondagem, 58,0% dos consumidores não recorreram às compras à prazo ou ao empréstimo de recursos, ante 42,0% que recorreram a pelo menos uma forma de crédito. Como nos meses anteriores, o cartão de crédito foi a modalidade mais usada, mencionada por 37,0% dos consumidores. Apareceram em seguida o cartão de loja/crediário, citado por 13,3%, o limite do cheque especial (5,9%), os empréstimos (4,1%) e, por fim, os financiamentos (4,0%). Uso do crédito no mês anterior 57,4% 63,1% 58,4% 57,6% 58,1% 55,9% 58,0% 42,6% 36,9% 41,6% 42,4% 41,9% 44,1% 42,0% fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 Sim Não Os últimos dados foram coletados em agosto e referem-se a julho Numa avaliação do grau de dificuldade para a contratação de empréstimos e financiamentos, quatro em cada dez consumidores (40,4%) dizem considerar difícil ou muito difícil, enquanto 21,0% dizem não ser nem fácil nem difícil e 18,1% dizem ser fácil ou muito fácil. Nas lojas, entre aqueles que tentaram fazer alguma compra parcelada, 61,2% tiveram o crédito negado
e o motivo principal foi a inadimplência (8,9%), seguida da falta de comprovação ou insuficiência da renda (2,8%). Para a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o crédito negado pode ser um sinal alerta. A inadimplência atinge mais de 59 milhões de consumidores. O acesso irrestrito ao mercado de crédito poderia agravar uma situação insustentável de endividamento. Assim, apesar do inconveniente, o consumidor deve encarar a negação do crédito como indicativo de que é preciso rever suas atitudes com relação ao dinheiro, buscando equilibrar seus gastos e seus ganhos, diz. Modalidades mais utilizadas em julho Cartão de crédito 37,0% Cartão de loja 13,3% Cheque Especial 5,9% Empréstimos 4,1% Financiamentos 4,0% Chama atenção, nesse sentido, o dado que mostra que, entre os consumidores com empréstimos e financiamentos, 34,4% admitem atrasos ao longo do contrato e 18,6% dizem estar, no momento, com parcelas pendentes de pagamento, o que totaliza 53,0% desses consumidores com dificuldades para honrar os compromissos. Alimentos e remédios são os itens mais comprados com o cartão de crédito O cartão de crédito foi a modalidade de crédito mais citada em julho. Entre esses usuários, 39,2% notaram aumento do valor de sua fatura, ao passo que 24,0% notaram redução e 33,4% disseram que o valor permaneceu o mesmo. Ainda de acordo com a sondagem, o valor médio das faturas em julho foi de R$ 883,20. Quanto aos produtos e serviços mais comprados com o cartão, itens de primeira necessidade encabeçam a lista das compras, 62,2% mencionam alimentos em supermercado. Em seguida,
aparecem os itens de farmácia e remédios, citados por 49,3%, Combustíveis (29,7%), e Roupas e Calçados (28,7%), Bares e Restaurantes (28,0%). Itens mais comprados com cartão de crédito - jun/17 % Alimentos (supermercado) 62,2% Farmácia/remédios 49,3% Combustível 29,7% Roupas/ Calçados/Acessórios 28,7% Bares e restaurantes 28,0% Crédito/recarga para telefone celular 19,6% Viagens 11,5% Salão de beleza 9,8% Maquiagem, perfumes, cremes, loções, etc 9,5% Livros 8,8% Smartphone 7,1% Entre os usuários de crediário, cartão de loja ou carnê em junho, pouco mais da metade utilizou para a compra de itens do vestuário O crediário, cartão de loja ou carnê são opções para quem deseja principalmente antecipar a compra de algum bem de alto valor e não dispõe do total para pagar à vista. Mas também serve àqueles que, mesmo tendo o dinheiro à mão, prefere parcelar a compra, embora essa não seja a melhor opção se houver juros envolvidos. As compras mais mencionadas nestas modalidades foram as de roupas, calçados e acessórios, citadas por 56,6%; as compras de alimentos (22,6%), de recarga para celular (10,4%), eletroeletrônicos (8,5%), cosméticos e perfumes (7,5%) e eletrodomésticos (7,5%), além dos artigos de cama, mesa e banho (7,5%).
Itens comprados no crediário - jun/17 % Roupas/ Calçados/Acessórios 56,6% Alimentos (supermercado) 22,6% Crédito/recarga para telefone celular 10,4% Eletroeletrônicos 8,5% Maquiagem, perfumes, cremes, loções, etc 7,5% Eletrodomésticos (fogão, geladeira, máquina de lavar roupa, micro ondas etc) 7,5% Artigos de cama, mesa e banho 7,5% Sete em cada dez consumidores estão no vermelho ou no limite do orçamento O Indicador de Propensão ao Consumo busca medir se o intento dos consumidores é aumentar, diminuir ou manter os seus gastos no mês posterior à pesquisa. Projetando o orçamento para o mês seguinte à coleta dos dados, ou seja, o mês de setembro, a maior parte dos consumidores (56,5%) pretende cortar gastos, 33,6% pretende manter o mesmo o nível de gasto e apenas 5,5% pretendem aumentar o nível de gastos. Os efeitos da crise se destacam entre as justificativas para os que irão diminuir o consumo: 14,2% dizem que reduzirão as despesas por estarem desempregados; 21,0% mencionam os altos preços e 10,2% a redução da renda. Além desses, 15,9% citam o endividamento e a situação financeira difícil e 8,2% citam a intenção de fazer reserva financeira. A extrapolação dos gastos no último mês foi citada por 5,3%.
Gastos no próximo mês 58,5% 62,8% 61,8% 57,6% 57,3% 53,4% 56,5% 30,9% 27,6% 31,8% 33,5% 31,6% 36,6% 33,6% 5,5% 6,8% 2,9% 4,4% 3,9% 5,3% 5,5% fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 Aumentar o nível de gastos Manter o mesmo nível de gastos Diminuir o nível de gastos Dado coletado em julho, referente ao mês de agosto Desconsiderando-se os itens de supermercado, na lista dos produtos que os consumidores pretendiam comprar no mês de setembro, as Roupas, Calçados e Acessórios (20,9%) lideraram. Em seguida, aparecem as Remédios (19,9%), Recarga para telefone celular (16,4%) e Perfumes e cosméticos (10,6%), artigos de cama, mesa e banho (6,4%), materiais de construção (6,1%), eletrodomésticos (6,0%), salão de beleza (5,9%), viagens (5,4%). Bens de maior valor aparecem só ao final da lista, com os smartphone sendo citados por 3,5%, os carros citados por 3,0% e casa própria citada por 2,3%. Destacam-se ainda 33,1% que não pretendem comprar nenhum dos itens elencados. Produtos que pretende comprar no próximo mês set/17 % Roupas/ Calçados/Acessórios 20,9% Remédios 19,9% Crédito/recarga para telefone celular 16,4% Perfumes, cremes, loções, maquiagem 10,6% Artigos de cama, mesa e banho 6,4% Materiais de construção 6,1% Eletrodomésticos 6,0% Salão de beleza 5,9% Viagens 5,4% Livros 5,3%
Eletrônicos 5,1% Móveis 4,3% Outros 3,6% Smartphone 3,5% Carro 3,0% Nenhum 33,1% Refletindo sobre o estado de suas finanças quando da sondagem, a maior parte dos consumidores (42,0%) disse estar no zero a zero, isto é, sem sobra nem falta de recursos. Embora a situação desses consumidores não seja tão dramática quanto a daqueles que estão no vermelho, a situação não é confortável, devido ao risco de que lhes ocorra algum imprevisto. Não é baixo, a propósito, o percentual de consumidores que dizem estar no vermelho, isto é, sem conseguir pagar todas as contas o percentual chegou a 36,4%. Apenas 16,8% disseram estar no azul, sendo que 4,1% pretendem gastar sua sobra de recursos e 12,6% pretendem poupar. Esses números mostram o impacto da crise e, em muitos casos, da negligência com as próprias finanças, nos orçamentos familiares. E, como não poderia ser diferente, acabam por impactar o consumo, seja pela decisão do próprio consumidor de adia-lo, seja pela restrição do crédito. Metodologia A pesquisa abrangeu 12 capitais das cinco regiões brasileira, a saber: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. Os dados foram coletados via web e presencialmente no mês de junho. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.