TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO (TJMA)

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Transcrição:

Conselho Nacional de Justiça Autos: CONSULTA - 0001903-07.2017.2.00.0000 Requerente: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE - TJSE Requerido: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ DECISÃO Trata-se de consultas formuladas pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO (TJMA), TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS (TJAL) e TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE (TJSE) por meio das quais requerem esclarecimentos com relação à possibilidade de assegurar aos magistrados a conversão de férias não gozadas, por necessidade do serviço, em pecúnia, à luz da Resolução do CNJ nº 133, de 2011. Conforme despacho exarado nos autos da Consulta nº 0003120-61.2012.2.00.0000, houve o apensamento deste feito aos autos das Consultas nº 0003630-98.2017.2.00.0000 e nº 0003120-61.2012.2.00.0000, para julgamento conjunto. Em 23.06.2017, em razão da similitude da matéria aqui tratada com aquela discutida no ARE nº 721.001, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal, determinei o sobrestamento dos autos, e seus apensos, até deliberação final daquela Suprema Corte (Id. 2211959). Em 23.08.2017, a ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS AMB e a ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO ESTADO DE SERGIPE AMSE pediram a extinção deste procedimento, sem o julgamento do mérito, tendo em Página 1 de 6

vista que a questão de mérito aqui tratada simetria com o MP está sendo debatida nos autos da ADI nº 4822, em curso no Supremo Tribunal Federal (Id. 2248949). Relato, a seguir, cada um dos processos para julgamento conjunto. A) CONSULTA 0003120-61.2012.2.00.0000 Cuida-se de Consulta formulada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (TJMA), representado pelo então Presidente, Desembargador Antonio Gerreiro Júnior, por meio da qual requer esclarecimentos com relação à possibilidade de assegurar aos magistrados a conversão de férias não gozadas por necessidade do serviço em pecúnia. Argumenta o Consulente que, por ocasião do julgamento dos Pedidos de Providências nº 683-23.2007 (Rel. Cons. Joaquim Falcão) e 1131-93.2007 (Rel. Cons. Antônio Umberto de Souza Júnior), restou assentado pelo Plenário desta Casa que a referida conversão só seria possível por no máximo dois períodos, e se o magistrado estivesse em vias de se aposentar ou de deixar a carreira. Todavia, com o advento da Resolução do CNJ nº 133, de 2011, segundo a qual é devida indenização de férias não gozadas, por absoluta necessidade de serviço, após o acúmulo de dois períodos, surgiram diversos pedidos de conversão. Diante desse quadro, suscita os seguintes questionamentos: 1. A decisão das consultas já existentes negando a conversão de férias não gozadas por necessidade de serviço em pecúnia quando na ativa deve ser seguida pelos Tribunais? 2. Devem ser pagos mais de dois períodos quando da saída do magistrado do quadro de pessoal da ativa do Poder Judiciário, nos termos do disposto no art. 1º, alínea f da Resolução 133/2011? 3. Ao ser negada a solicitação administrativa pela Presidência e concedida pelo Plenário é obrigatória a execução do pagamento mesmo não havendo dotação Página 2 de 6

orçamentária? E se houver? B) CONSULTA 0003630-98.2017.2.00.0000 Cuida-se de Consulta formulada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJAL), representado pelo Presidente da Corte, Desembargador Otavio Leão Praxedes, por meio da qual requer esclarecimentos acerca da acumulação de período de férias não gozadas por magistrado e a (im)possibilidade de indenização ou reagendamento. A iniciativa da consulta teve por base a deliberação ocorrida em Sessão Plenária do dia 24 de janeiro de 2017 na Corte alagoana, em que foi debatida a situação de magistrado vinculado ao Tribunal que possuía 6 (seis) períodos de férias não usufruídas, referentes aos exercícios dos anos de 2011, 2012 e 2013. C) CONSULTA 0001903-07.2017.2.00.0000 Cuida-se de Consulta formulada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJSE), representado pelo Presidente da Corte, Desembargador Cezário Siqueira Neto, em que requer esclarecimentos acerca da possibilidade de reconhecimento do direito à indenização de férias a magistrado com tempo hábil para fruição dessas. O Consulente recorda os ditames da Resolução nº 133, de 21 de junho de 2011, do Conselho nacional de Justiça, a qual lista a indenização de férias não gozadas, em razão da necessidade de serviço, após acúmulo de dois períodos. Igualmente, cita a Resolução nº 19/2014, do TJSE, que prevê idêntica regra. Argumenta que na folha de pagamento relativa ao mês de janeiro/2017 do Tribunal que preside consta impacto financeiro correspondente a R$ 2.189.946,94 (dois milhões, cento e oitenta e nove mil, novecentos e quarenta e seis reais e noventa e quatro centavos) a título de Adicional de Férias Indenizada. Diante desse quadro, suscita orientação deste Conselho referente aos procedimentos a serem adotados pelo Tribunal sergipano, notadamente quanto à possibilidade e legalidade da indenização de férias a magistrados com tempo hábil para fruição. Página 3 de 6

É o relatório. Decido. Questiona-se nas consultas objeto deste procedimento a possibilidade de indenização a magistrados que não gozaram de férias em virtude de absoluta necessidade do serviço. A matéria foi regulamentada por este Conselho na Resolução nº 133, de 2011, editada a partir de decisão plenária nos autos do Pedido de Providências nº 2043-22.2009, em que se discutiu a extensão aos magistrados brasileiros de benefícios assegurados aos membros do Ministério Público. Contudo, conforme noticiado pela Associação dos Magistrados Brasileiros AMB (Id. 2248949), a matéria encontra-se judicializada no Supremo Tribunal Federal, nos autos da ADI nº 4822, de relatoria do Min. Marco Aurélio, ainda pendente de julgamento, o que representa óbice insuperável ao prosseguimento da demanda perante este Conselho. Com efeito, consoante entendimento deste CNJ, não se conhece de pedido cuja matéria encontra-se judicializada perante o Supremo Tribunal Federal. Confira-se: PROCEDIMENTOS DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. INSTAURAÇÃO EX OFFÍCIO PELO CNJ. TRIBUNAIS DE JUSTIÇA. AJUDA DE CUSTO PARA TRANSPORTE E MUDANÇA DE MAGISTRADOS RECÉM INGRESSOS NA CARREIRA, APÓS APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO OU PRIMEIRA INVESTIDURA. MATÉRIA JUDICIALIZADA PERANTE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. NÃO CONHECIMENTO. 1. Procedimentos instaurados de ofício pelo Plenário do CNJ com o objetivo de analisar a validade de pagamento de ajuda de custo a magistrados por ocasião do ingresso na carreira, nos termos do decidido no PCA 0001553-24.2014.2.00.0000. 2. O STF já reconheceu a sua competência para processar e julgar a controvérsia sobre o alcance do artigo 65, I, da LOMAN, aplicável a toda a magistratura (ACO 1569). 3. A existência da Ação Ordinária em trâmite no STF, na qual se discute o direito à ajuda de custo em razão da posse na magistratura, com fundamento no artigo 65, I, da LOMAN e na simetria com a carreira do Ministério Público (Resolução CNJ n. 133 c/c art. 227, Página 4 de 6

I, a, da LC n. 75/1993), revela a judicialização da matéria em discussão nestes procedimentos, pelo que não cabe manifestação do CNJ a respeito. 5. Procedimentos não conhecidos. (CNJ - PCA - Procedimento de Controle Administrativo - 0003796-38.2014.2.00.0000 - Rel. RUBENS CURADO - 203ª Sessão - j. 03/03/2015). * * * RECURSO ADMINISTRATIVO. MATÉRIA JUDICIALIZADA. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MOMENTO DA JUDICIALIZAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. PRECEDENTES. DESPROVIMENTO. 1. O momento da judicialização de matéria submetida ao Conselho Nacional de Justiça, se prévio ou posterior à sua provocação, só é relevante para determinar a prejudicialidade às competências do Conselho no caso das ações judiciais propostas perante outros órgãos do Poder Judiciário que não o Supremo Tribunal Federal, competente para o controle preventivo e repressivo dos atos praticados pelo CNJ. Art. 102, I, alínea r da Constituição. Precedente do CNJ. 2. Se o mérito do procedimento proposto perante o CNJ exerce influência no exercício da atividade jurisdicional do STF, impõe-se o não conhecimento do feito. 3. Recurso Administrativo conhecido e improvido. (CNJ - RA Recurso Administrativo em PP - Pedido de Providências - Conselheiro - 0003459-83.2013.2.00.0000 - Rel. Gisela Gondin Ramos - 178ª Sessão - j. 05/11/2013). * * * PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. LICENÇA- PRÊMIO. MAGISTRADOS. LEI ESTADUAL ASSEGURADORA. MATÉRIA JUDICIALIZADA NO STF. NÃO-CONHECIMENTO. 1. Estando a matéria judicializada no Supremo Tribunal Federal, nos autos da ação originária n. 1.397/SC, não cabe manifestação pelo CNJ. Precedentes: Página 5 de 6

PCA 200810000030800 (tel:200810000030800), DJU de 24/08/2009; e PCA 200910000034834 (tel:200910000034834), DJ-e de 12/11/2009. (CNJ - PCA - Procedimento de Controle Administrativo - 0004640-27.2010.2.00.0000 - Rel. TOURINHO NETO - 134ª Sessão - j. 13/09/2011). Ante o exposto, verifico que assiste razão à AMB e à AMASE, na medida em que a matéria aqui tratada encontra-se, integralmente e nos mesmos contornos, judicializada no Supremo Tribunal Federal, pelo que, na linha da jurisprudência deste Conselho, não conheço do pedido e determino o arquivamento do presente procedimento, e seus apensos, nos termos do art. 25, inciso X, do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça. À Secretaria Processual, para providências. Brasília, 24 de outubro de 2017. HENRIQUE ÁVILA Conselheiro Relator Assinado eletronicamente por: HENRIQUE DE ALMEIDA AVILA 24/10/2017 15:27:07 17102415270752900000002194002 https://www.cnj.jus.br/pjecnj/processo/consultadocumento/listview.seam ID do documento: 2283300 IMPRIMIR Página 6 de 6