IV Congresso Latino Americano de Opinião Pública da. WAPOR World Association of Public Opinion Research. Belo Horizonte Brasil.

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Transcrição:

IV Congresso Latino Americano de Opinião Pública da WAPOR World Association of Public Opinion Research Belo Horizonte Brasil Maio de 2011 AT 8 Opinião Pública, Cultura Política e Democracia Os Brasileiros e a Copa 2014: movimentos de opinião pública e de mercado Autores: Marcelo Castilho IBOPE Inteligência marcelo.castilho@ibope.com Fábio Fernando IBOPE Inteligência fabio.fernando@ibope.com PALAVRAS-CHAVE: Copa do Mundo 2014, Brasil, brasileiros, Otimismo, Confianças nas instituições, Opinião pública.

AGRADECIMENTO Gostaríamos de agradecer especialmente a Silvia Cervellini e a Beatriz Cassis por todas as contribuições e carinho. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES Este trabalho contou com uma pesquisa exclusiva, patrocinada pelo IBOPE Inteligência, através do IBOPE BUS, um serviço mensal, de abrangência nacional. Também foram realizadas investigações qualitativas, através de 12 Discussões em Grupo, com segmentos complementares da população, de norte a sul do país. A abordagem sobre o tema Copa de 2014 foi feito por meio de caronas que, quando autorizadas pelo cliente, aconteciam ao término de cada discussão em grupo. Além disso, foram utilizadas referências bibliográficas de estudos específicos sobre o tema e de pesquisas de opinião, sobretudo, realizadas pelo IBOPE Inteligência. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA PESQUISA IBOPE BUS Abrangência: nacional Período de campo: de 1 a 18 de janeiro de 2011. Universo: A pesquisa foi realizada com a população de 16 anos ou mais da área em estudo. O modelo de amostragem utilizado foi o de conglomerados em estágios. No primeiro estágio os municípios foram selecionados probabilisticamente através do método PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho), com base na população de 16 anos ou mais de cada município. No segundo estágio foram selecionados os conglomerados: setores censitários, com PPT (Probabilidade Proporcional ao Tamanho) sistemático. A medida de tamanho é a população de 16 anos ou mais residente nos setores.

Finalmente, no terceiro estágio foi selecionado em cada conglomerado um número fixo de eleitores segundo cotas de variáveis descritas abaixo. Variáveis para cotas amostrais sexo: Masculino e Feminino. Grupos de idade: 16-1, 18-24, 25-29, 0-9, 40-49, 50-69 e 0 anos e mais. Instrução - Até 4ª série do fund.; 5ª a 8ª série do fund.; Ens. Médio; Superior. Atividade: Setor de dependência - agricultura, indústria de transformação, indústria de construção, outras indústrias, comércio, prestação de serviços, transporte e comunicação, atividade social, administração pública, outras atividades, estudantes e inativos. Fontes de dados para elaboração da amostra: Censo 2000, PNAD 2009. Número de entrevistas 2002 entrevistas em 141 municípios. Margem de erro: o intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. OS BRASILEIROS E A COPA 2014: MOVIMENTOS DE OPINIÃO PÚBLICA E DE MERCADO O Brasil será sede da Copa de 2014. Em função da nossa história de sucesso com o futebol, o mundo deposita grande expectativa sobre o nosso desempenho dentro e fora do campo. A relação dos brasileiros com o futebol é composta de sentimentos fortes tais como orgulho, poder, idolatria, paixão, torcida, sofrimento, raiva. E à medida que esse grande evento se aproxima, diferentes sentimentos surgem nas mentes e corações de milhões de brasileiros, independente do seu estrato social, impactando indubitavelmente nas suas expectativas, seus comportamentos sociais e de consumo. De um lado há uma corrente claramente positiva, que olha com esperança o impressionante volume de investimentos previstos para preparar o país para a Copa de 2014. Por outro lado, há quem se preocupe com o enorme

desafio de receber um evento deste porte, considerando o impacto e eventual sobrecarga na infraestrutura e nos serviços públicos, sobretudo nos principais centros urbanos. Para detalhar e mensurar de forma compreensiva essas e outras correntes de opinião, bem como sua potencial influência no comportamento social e de consumo do brasileiro nos próximos anos, propõe-se a realização de um projeto de mapeamento e monitoramento da opinião pública brasileira sobre a Copa de 2014. Nesse primeiro momento uma pesquisa quantitativa nacional levantou o grau de envolvimento do brasileiro com a Copa de 2014, suas percepções sobre a demanda por infraestrutura e serviços públicos e a capacidade do país garantir condições satisfatórias para os visitantes assim como sobre os investimentos e seu impacto na economia nacional, atitudes frente a novidades e facilidades em termos de consumo, opiniões sobre a sustentabilidade e perenidade do que for construído para a Copa, quais serão os grupos mais beneficiados e mais prejudicados com a realização do evento no país, qual será o envolvimento das diferentes instituições e, por fim mas não menos importante, as expectativas sobre o desempenho da seleção brasileira no torneio. E para todos esses temas foi abordado o impacto deste evento na imagem do país, tanto aqui dentro quanto lá fora.

CAPÍTULO 1: COPA DO MUNDO 2014 HISTÓRIA E SENTIMENTOS DE UMA NAÇÃO 1.1. CONTEXTO HISTÓRICO Em reunião do Comitê Executivo da FIFA (Fédération Internationale de Football Association) ocorrida no dia 0 de outubro de 200 em Zurique (Suíça), oficializou-se a realização da 20ª edição da Copa do Mundo de Futebol em território brasileiro. Esta será a segunda edição do principal evento internacional de futebol em nosso país (tornando-se o quinto país a sediar duas edições, juntando-se com México, Itália, França e Alemanha), após 64 anos, desde a Copa de 1950. A escolha do Brasil como anfitrião ocorreu após alteração do regulamento da FIFA no ano de 2000, estabelecendo um rodízio entre os continentes que abrigarão a competição. Após o continente africano sediá-la no ano passado (realizada na África do Sul), a próxima edição estava prevista para ocorrer na América do Sul, e por decisão das confederações representantes dos países sul-americanos (através da Confederação Sul-americana de Futebol CONMEBOL), o Brasil tornou-se único candidato, e, portanto, o país escolhido. O evento em 2014 terá sedes oficiais nas cinco regiões do país (total de doze cidades-sede, conforme tabela 1), que por sua vez apresentam características geográficas, culturais e de infraestrutura bastantes distintas umas das outras, e que devem ser consideradas determinantes na matriz de planejamento e política de investimentos por parte da organização do evento (Comitê Organizador Local COL), pelo Estado brasileiro e pela iniciativa privada, tema que será analisado a seguir.

Tabela 1 Cidades-sede da Copa do Mundo 2014 Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Região Cidade Manaus Fortaleza Natal Recife Salvador Brasília Cuiabá Belo Horizonte Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Porto Alegre 1.2. INVESTIMENTOS FINANCEIROS EM COPAS DO MUNDO Pode se afirmar que os eventos esportivos organizados mundialmente (Olimpíadas, Jogos mundiais de modalidades esportivas, etc.), dentre estes se inclui a Copa do Mundo, ganharam significativa magnitude a partir do início da década de 90 do século passado, ganhando papel de extraordinária importância no cenário mundial, principalmente pela capacidade de transformação social e econômica. Esta característica começa saltar aos olhos a partir Copa do Mundo realizada nos EUA, em 1994, fundamentalmente por dois aspectos centrais relacionados à sua organização. O primeiro aspecto refere-se ao volume de investimentos injetados por parte do governo e de seus parceiros privados na infra-estrutura do país-sede (criação e modernização de praças esportivas, aprimoramento dos sistemas de transporte, rede hoteleira, segurança e sistemas de telecomunicações), fortalecendo ainda mais a sua economia e posição internacional frente às

principais potenciais mundiais (podendo ser traduzida como fortalecimento de sua imagem). O segundo aspecto a ser destacado é o uso da mídia e publicidade na promoção do evento, através de tecnologias de transmissão avançadas, cobertura jornalística e campanhas publicitárias de produtos de grandes marcas. É importante ressaltar que estes aspectos foram sendo incorporados em eventos esportivos de grande porte anteriores com menor intensidade, mas que já traziam retorno significativo. O sucesso desta edição ficou marcado pela capacidade de captação de grandes investimentos, alocados de maneira organizada e planejada em todo país (trazendo benefícios para a população até os dias de hoje), e pela capacidade midiática de atrair a população de todo o mundo, especialmente a sua, através da popularização do futebol (levando em consideração a notoriedade do basquete, beisebol e futebol americano). E nos dias de hoje, o futebol é ainda mais forte e ameaça a hegemonia dos demais esportes tradicionais, considerando o aumento de jogadores profissionais atuantes nos EUA (segundo a FIFA, o país já conta com 18 milhões de jogadores registrados em suas ligas, sendo em sua grande maioria jovens abaixo de 20 anos de idade). o que foi visto a cada edição seguinte até a realizada na África do Sul no ano passado foi o aumento vertiginoso de investimentos em infraestrutura e tecnologias de transmissão por parte dos respectivos países e de grandes investidores, explicado por uma conjuntura de fatores econômicos do seu modelo de negócio. Segundo Ricardo Azevedo, autor do livro O Brasil e a Copa do Mundo, os índices de audiência, direta (público em estádios) e indireta (através de TV e arenas para públicos específicos), estão cada vez mais expressivos devido à globalização e massificação da cultura via TV e Internet, atingindo bilhões de pessoas em um jogo, aumentando consideravelmente a rentabilidade da

publicidade presente em todos os espaços e locais vistos na transmissão oficial. Mas nem sempre esta receita foi sucesso em eventos de grande porte. Segundo o artigo Investimentos financeiros aplicados à organização da copa do mundo Lições para o Brasil em 2014, escrito pelo GEPEFFS (Grupo de Pesquisas de Futebol e Futsal) da USP, os fracassos registrados ao longo da história podem ser explicados por problemas em três pontos principais: primeiro a capacidade de endividamento do governo (ou seja, o país-sede deve conseguir aportar o volume de gastos sem riscos à sua soberania econômica), o não cumprimento do planejamento inicial dos investimentos (ou seja, precisar gastar mais do que previsto), e a subutilização de grandes obras (como estádios, praças de eventos, centrais de informação, etc.) para eventos futuros. 1.. O BRASIL FORA DE CAMPO Como já foi descrito anteriormente, o volume de investimentos previsto para o atendimento das exigências da Copa do Mundo torna-se maior a cada edição, requerendo do país-sede, sua preparação nas esferas macro e micro de sua estrutura. Levando em consideração as estimativas de investimentos em infraestrutura e organização da Copa do Mundo no Brasil nos próximos anos (aproximadamente R$ 2 bilhões) e a forma como estes gastos serão conduzidos, surgem duas linhas opostas de sentimentos acerca do tema. De um lado há uma corrente claramente positiva, que enxerga com amplo otimismo a possibilidade do evento propiciar benefícios (temporários e especialmente duradouros) em diversos segmentos da economia e da sociedade brasileira. Além do sucesso da Copa do Mundo cristalizar a imagem do país no cenário internacional como uma nação forte e em amplo crescimento. O otimismo do brasileiro em relação ao sucesso da Copa do Mundo e os benefícios socioeconômicos que o evento trará estão fortemente relacionados ao contexto vivido pelo país nos últimos anos estabilidade econômica desde

o Plano Real, crescimento sustentável, aumento do poder de compra e consumo, geração de empregos, visibilidade e importância do país no cenário internacional, sediar eventos de grande porte como a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas RJ 2016 -, refletidos em índices de pesquisas de opinião realizadas recentemente, a saber: O Presidente Lula chega ao fim dos seus oito anos de mandato com seu maior índice de aprovação, 8% 1 62% dos brasileiros acham que Dilma Rousseff, a Presidente eleita, vai fazer um governo ótimo ou bom 2 Na expectativa de 2011, Brasil é o segundo país mais otimista no mundo, em que % dos brasileiros dizem acreditar que 2011 será melhor que 2010 Por outro lado, existe a preocupação e desconfiança com o planejamento dos gastos (ou seja, estes não serem alocados de maneira eficaz e conjuntural), e a perenidade nos investimentos por parte da gestão dos setores público e privado para que estes sejam revertidos totalmente à sociedade e não se tornando recursos de oportunidade. A imagem do Brasil também é vista como ameaçada no exterior pelas notícias veiculadas sobre a violência nos principais centros urbanos e sobre os recentes acidentes naturais (especificamente enchentes e deslizamentos em decorrência das fortes chuvas). Além dos aspectos negativos acima, deve-se levar em consideração a contaminação do descrédito das instituições brasileiras relacionadas à representatividade política, conforme ranking dos índices de confiança menos expressivos (abaixo de 50 pontos percentuais, somando os pontos da escala Muita confiança e Alguma confiança), apresentado na tabela 2 a seguir: 1 Relatório da Pesquisa CNI & IBOPE Inteligência Edição Dezembro 2010 2 Idem especificação da nota de rodapé 1 Pesquisa Barômetro Global de Otimismo (parceria WIN & IBOPE Inteligência) Edição Dezembro 2010

Tabela 2 Pesquisa IBOPE Inteligência Índice de Confiança Social 4 Instituições Índice CONFIA (%) Partidos políticos 1 Congresso Nacional (Senado e Câmara dos deputados) Sindicatos 46 5 Eleições (Sistema eleitoral) 49 É importante complementar esta análise com a repercussão negativa dos Jogos Pan-Americanos, realizados no Rio de Janeiro em 200, acerca da falta de planejamento e má administração dos investimentos destinados a este evento. De acordo com o Ministério do Esporte, antes mesmo da conclusão das obras, os gastos já eram mais de dez vezes maiores que os previstos inicialmente. Em junho de 2009, praticamente dois anos após o evento, o TCU (Tribunal de Contas da União) identificou um superfaturamento de 2,4 milhões de reais no serviço de hotelaria da Vila Pan-Americana 5, e três meses depois divulgou o relatório final de acompanhamento daquela edição, criticando os gastos e a gestão financeira 6. Os principais legados deixados pelos Jogos Pan-Americanos de 200 no Rio de Janeiro foram as instalações centrais construídas exclusivamente para o evento, como o Complexo Esportivo Cidade dos Esportes e o Estádio Olímpico João Havelange, conhecido popularmente como Engenhão. 4 Produto do IBOPE Inteligência chamado Índice de Confiança Social, referente à 2ª onda, realizada entre os meses de julho e novembro de 2010. 5 http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=28550 6 http://esportes.terra.com.br/interna/0,,oi2086-ei226,00 TCU+critica+gastos+e+cobra+explicacoes+sobre+o+Pan.html

Entretanto, algumas instalações foram subutilizadas, sendo destinadas após longo período sem uso, à prática de outras atividades esportivas e culturais. CAPÍTULO 2: COPA DO MUNDO 2014 PRINCIPAIS DESAFIOS 2.1. MATRIZ DE INVESTIMENTOS x CAPITAL SOCIAL Antes de iniciar a análise detalhada dos resultados da pesquisa de opinião pública realizada pelo IBOPE Inteligência sobre a Copa do Mundo 2014, devem ser feitos apontamentos capazes de elucidar (ou pelo menos auxiliar no seu entendimento) a atmosfera a ser criada com os seus preparativos e os diversos sentimentos e comportamentos que surgirão a partir deste momento. O ponto de partida para o sucesso da Copa do Mundo no Brasil certamente está relacionado com a promoção de agentes (tanto do poder público como da iniciativa privada) capazes de planejar este evento como uma única oportunidade de crescimento homogêneo e sustentável da sociedade brasileira, não pensando em satisfazer somente as exigências e expectativas externas, mas possibilitar que estas obras estruturais e os bons ventos para a economia (nos planos macro e micro) sejam aproveitados por todos. Ou seja, que a matriz de planejamento dos investimentos, diferentemente do histórico das políticas públicas brasileiras vivenciadas até o momento, esteja totalmente alinhada aos anseios e demandas do povo brasileiro para capitalizar de maneira consolidada os benefícios econômicos oriundos da satisfação da sociedade. E esta satisfação somente será conquistada através de postura e prática por parte dos agentes organizadores do evento como a transparência dos investimentos, a evidência de ganhos e benefícios em seu cotidiano (melhorias estruturais nas áreas de maior demanda saúde, educação, formação e desenvolvimento profissional, serviços, segurança, etc.), garantindo por fim o legado em seus diferentes formatos físico, social e institucional.

CAPÍTULO : COPA DO MUNDO 2014 PERCEPÇÕES E SENTIMENTOS DA OPINIÃO PÚBLICA.1 - PRÁTICAS ESPORTIVAS E HÁBITOS DE MÍDIA Apesar da declarada paixão, admiração e orgulho pelo futebol, mais da metade da população parece não sofrer influência do esporte quando o assunto é a prática de atividades esportivas no tempo livre. 5% da população não costuma praticar esportes em seu tempo livre. Este índice chega a 0% ou mais entre mulheres; pessoas com 50 anos ou mais; mais pobres (classes D/E- Critério Brasil); e menos escolarizados. Entre aqueles que costumam praticar alguma modalidade esportiva, Futebol e Caminhada são os mais citados, com 18% cada. Em um patamar menor, com 9%, aparecem pessoas que costumam praticar atividades esportivas em Academias. Futebol é uma modalidade predominantemente masculina e jovem (16 a 24 anos); entre estes grupos o índice sobe de 18% para %. Apenas 2% das mulheres costumam jogar futebol Caminhada e Academia são modalidades mais praticadas entre os mais ricos e mais escolarizados Porém, quando o assunto é acompanhar Futebol... A maioria (61%) acompanha a modalidade mesmo que de vez em quando. O brasileiro costuma assistir futebol por diferentes meios, mas o principal deles é televisão aberta. Um em cada quatro brasileiros assiste até dois jogos de futebol na TV por semana. Apenas uma pequena parcela costuma ir aos estádios para assistir a uma partida de futebol.

Televisão representa 82% (TV aberta % e TV fechada 9%) Rádio 10% Conversa com amigos e familiares 10% Internet 5% (sites de notícias; sites especializados; blogs; jornal via internet) Estádio de futebol 2%.2 - CLIMA DE OPINIÃO PRÉ-COPA A população ainda está distante do entusiasmo típico que envolve o brasileiro em tempos de Copa do Mundo. Propusemos medir o clima da copa de 2014 através de um termômetro que variava gradualmente de fervendo a muito frio para % da população o clima atual sobre o mundial ainda é considerado morno; para 15% o clima está frio e para % muito frio. Para pouco mais 1/ da população o entusiasmo é maior, 26% deles apontam o clima da copa como sendo quente; % muito quente e 4% declaram que o clima está fervendo. O que pode explicar o atual estágio de envolvimento do brasileiro com a Copa de 2014 é o acesso ainda muito restrito às informações para grande parte da população. A hipótese é que talvez os jornais televisivos ainda não estejam dando muito destaque ao assunto (principais fontes de informação para as classes mais baixas). O assunto tem mais visibilidade e análise em jornais e revistas, veículos onde a penetração é maior entre a população de alta renda e mais escolarizada.

Se pudesse medir num termômetro o seu grau de envolvimento com a Copa do Mundo de 2014, qual destas temperaturas estaria marcada no seu termômetro? Total 4 26 15 6 MASCULINO 4 9 5 12 1 5 2 FEMININO 4 5 20 9 18 4 4 16 a 24 6 10 28 12 2 4 2 25 a 29 28 9 1 2 0 a 9 9 28 5 15 5 1 40 a 49 5 22 40 16 2 50 e mais 5 25 5 1 4 5 Fervendo Muito quente Quente Morno Frio Muito Frio Gelado NS NR Por outro lado, embora uma parcela importante da população esteja ainda distante ou pouco envolvida com a Copa de 2014, a maioria se diz otimista com o fato do Brasil sediar o mundial daqui a quatro anos. A Copa de 2014 no Brasil estimula projeções positivas e benéficas para o país: Evento mexe com o senso de autoestima e orgulho dos cidadãos dá continuidade à atual boa exposição do país, reconhecida como resultado de ações do governo Lula. Evento trabalha para a melhoria de imagem externa do país, deixa um legado. Agiliza o processo de melhorias, realizações ficam para o país e para a população depois da Copa. Incremento do mercado de trabalho especialmente para construção e comércio.

Melhora do transporte público metrô, ônibus e aeroportos. Diminuição da violência. Depoimentos: Na Copa da África eu trabalhava numa loja e vendia bandeiras. Vendi tantas que comprei meu carro. Imagina agora! No cais do porto vai ficar uma coisa linda, se não tivesse Olimpíadas isso não ia ser feito. O aspecto bom é que estão falando em fazer uma linha pra ligar o aeroporto de Congonhas. Eu moro no Morumbi, isso vai ser útil depois por causa do trânsito. Ajuda a melhorar a imagem, tem gente que acha que o Brasil só tem safadeza, mulher pelada e drogas. Talvez seja uma chance para verem que não é assim, não é só isso. Vai mostrar que a gente é trabalhadora. O Lula mostrou outra cara do Brasil lá fora e com a Copa vai mostrar muito mais. No entanto até mesmos os mais otimistas parecem um pouco apreensivos com a falta de movimentação A Copa já está perto e a gente não vê nada acontecendo, os estádios sendo construídos, os aeroportos arrumados etc. Alguns projetam expectativas positivas com certo ceticismo, por acreditarem que ações e mudanças são paliativas ou muito superficiais. Além disso, não acreditam que haverá legado à população, a exemplo dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro.

Depoimentos: E você vai investir muito num lugar e depois ele vai ser abandonado, a Vila Olímpica no Rio de Janeiro investiram o maior dinheiro e hoje está lá abandonado. O conjunto de natação Maria Lenk, ficou fechado todo esse tempo, eles poderiam ter aproveitado o espaço para as crianças. A gente tem que torcer para dar certo, mas é tanto evento em uma hora só que já está enrolando, é tanta coisa, mas a gente fica torcendo para dar certo. O Brasil será sede da próxima Copa do Mundo, que ocorrerá em 2014. Em relação ao fato do Brasil sediar a Copa de 2014, você diria que está... Total 8 4 5 4 1 5 MASCULINO FEMININO 11 5 9 55 44 26 4 12 4 2 16 a 24 25 a 29 0 a 9 40 a 49 50 e mais 12 9 5 5 49 51 42 40 29 6 0 42 40 1 4 1 5 2 4 1 4 5 2 8 Muito otimista Otimista Nem otimista nem pessimista Pessimista Muito pessimista NS NR NORTE / CENTRO - 9 56 25 2 4 NORDESTE 10 44 40 8 SUDESTE 45 9 4 1 4 SUL 5 46 9 6 1 A / B 49 6 4 1 C 9 51 0 5 2 D / E 42 42 4 1 4 Muito otimista Otimista Nem otimista nem pessimista Pessimista Muito pessimista NS NR

. - PERCEPÇÕES SOBRE DEMANDAS POR SERVIÇOS E INFRAESTRUTURA Historicamente as principais demandas da população com relação à prestação de serviços públicos e infraestrutura nas cidades continuam praticamente as mesmas, Saúde, Segurança e Educação as demais, são decorrentes dessa base piramidal. Com a presença do Mundial em 2014 as preocupações e dúvidas sobre nossa capacidade de resolver ou melhorar os problemas em 4 anos continuam - e se desdobram em outras questões mais específicas para atender de forma satisfatória o evento. O gráfico a seguir mostra que entre 60% (serviços de saúde) e 28% (serviços de bares e restaurantes) dos brasileiros acreditam que estaremos um pouco ou totalmente despreparados para sediar a Copa 2014. Destas áreas e serviços oferecidos no país, o quanto você acha que o país, até 2014, estará preparado para receber a Copa do Mundo. Saúde Segurança Trânsito Estradas Infraestrutura Transp. Terrestre Transp. Aéreo Economia Lazer Telecom Turismo Rede de Hotéis Bares e Restaurantes 0 0 2 2 22 19 0 28 1 1 0 2 1 1 11 11 10 9 9 26 25 21 20 21 18 19 24 26 25 24 2 19 25 15 16 18 20 20 1 14 1 14 14 16 18 8 6 10 4 5 5 5 5 20 12 6 18 10 8 21 18 5 19 18 8 20 20 5 20 2 5 21 24 6 TOTALMENTE DESPREPARADO PREPARADO O SUFICIENTE TOTALMENTE PREPARADO UM POUCO DESPREPARADO QUASE TOTALMENTE PREPARADO NS NR

Este movimento de preocupação ou dúvida é ainda mais evidente na população de maior renda, nas classes AB e C, entre escolarizados, moradores da região sudeste e sobretudo - do sul do país; e entre aqueles que representam a vidraça deste mundial, as cidades-sede. Na percepção das pessoas será preciso muitas ações e ajustes para que o país esteja preparado para o evento, como por exemplo: Construir / adaptar estádios Criar acomodações para atender as delegações Adequar a área de hotelaria para hospedar torcedores Melhorar / criar transporte público Capacitar os aeroportos para a demanda de voos Melhorar a segurança em todo o país Criar / adaptar estrutura e treinar para atendimento a deficientes físicos Entre outras Depoimentos: Fico preocupada com violência e transporte Eu moro em Itaquera, falaram que ia montar um estádio e nem começaram a fazer Aeroporto a gente não tem, só o de Cumbica que não comporta. Brasil não está preparado, aeroporto já tá um inferno, imagina isso numa copa? E hotéis? Na Parada Gay já fica sem reserva nos hotéis aqui! O comitê quando veio aqui (RJ) disse que tem pouco hotel, tem que melhorar muita coisa até lá

.4 SUSTENTABILIDADE E PERENIDADE Como já foi inicialmente exposto, existem três importantes legados que um evento como a Copa do Mundo deixa para uma sociedade, são eles: 1. Físico (obras de infraestrutura e revitalizações) 2. Social (emprego e o aprendizado profissional). Institucional (capacidade de gestão) Diante de todos os investimentos previstos para 2014, sobretudo, nas diversas áreas de serviço e infraestrutura, a população está dividida sobre o impacto dessas melhorias no seu dia-a-dia após a Copa. De maneira geral, uma parte dela acredita que tais investimentos vão trazer melhorias para sua vida e outra parte, bastante proporcional, acredita que os investimentos não farão a menor diferença para elas. Este é o panorama geral, mas existem obviamente alguns casos mais ou menos críticos. Um exemplo é a percepção sobre o transporte aéreo, 9% acreditam que as melhorias devem ajudar ante 50% que desacreditam em qualquer mudança após a Copa de 2014. Ou então a parcela de 1% da população que acredita que o trânsito após a Copa deve piorar ainda mais.

Diante de todos os investimentos previstos, qual o saldo esperado pelo brasileiro após a Copa de 2014? Bares e Restaurante Rede de Hotéis Turismo Economia Transp. Terrestre Infraestrutura Segurança Lazer Telecom Estradas Saúde Transp. Aéreo Trânsito 5 4 5 6 9 9 12 6 12 12 1 42 44 4 41 41 41 9 4 46 42 4 50 40 50 49 48 48 4 45 45 44 4 42 41 9 8 Vai prejudicar Não vai fazer diferença Vai ajudar

.5 MAIS BENEFICIADOS E MAIS PREJUDICADOS COM O EVENTO. Na percepção da população, o Governo Federal será o principal beneficiado com o a Copa de 2014, seguido de empresários do turismo e redes hoteleiras. Depois são apontadas as prefeituras das cidades-sede, governos estaduais, comerciantes em geral, empresários da construção civil, times de futebol, CBF, FIFA, entre outros. Nesta lista, os menos citados foram os empresários da indústria, os pobres e os meios de comunicação. Entidades e grupos da sociedade mais beneficiados com este evento Total Governo Federal Empresários do turismo Empresários da rede hoteleira Prefeitura das cidades onde serão realizados Governos estaduais Comerciantes em geral Empresários da construção civil Times de futebol CBF FIFA A população das cidades onde serão realizados A população em geral Empresários do transporte Os ricos Meios de comunicação Os pobres Empresários da Indústria NS NR 0 5 10 15 20 25 0 5 40

Por outro lado, os mais prejudicados com o evento serão os segmentos mais pobres da sociedade, população em geral e moradores das cidades-sede. Entidades e grupos da sociedade mais prejudicados com este evento Total Os pobres A população em geral A população das cidades onde serão realizados Empresários da Indústria Meios de comunicação Times de futebol Comerciantes em geral Prefeitura das cidades onde serão realizados Empresários do transporte Empresários da construção civil Governos estaduais Governo Federal CBF Os ricos Empresários da rede hoteleira Empresários do turismo NS NR Nenhum destes 0 5 10 15 20 25 0 5 40 45

.6 IMAGEM DENTRO E FORA DO PAÍS A imagem interna (da cozinha) não é boa, é de desconfiança. Por enquanto os brasileiros não estão convencidos de que haverá transparência e menos corrupção na lida dos gastos públicos durante os preparativos para a Copa de 2014. E também discordam ou desconfiam, como vimos, de que os brasileiros serão beneficiados com os investimentos previstos no país. Por outro lado, a imagem do Brasil e do brasileiro projetada para fora é positiva e deve melhorar à medida que nos aproximamos da Copa. Neste sentido os brasileiros estão mais de acordo que após o evento: O Brasil se tornará um país ainda mais forte e importante no cenário internacional O brasileiro será visto como um povo vencedor Empresas estrangeiras investirão sem nenhum medo O Brasil atenderá de forma satisfatória as exigências dos organizadores do mundial Entretanto, a possibilidade de êxito na organização do evento, independente das mazelas e malfeitorias, resgatará o espírito ufanista e patriótico do povo em que prevalecerá o orgulho de viver no Brasil e ser brasileiro.

. EXPECTATIVAS SOBRE O DESEMPENHO DA SELEÇÃO BRASILEIRA Após muitas experiências de alegrias e tristezas em Copas do Mundo a opinião pública encontra-se dividida e cautelosa na hora de fazer sua aposta sobre as chances da nossa seleção vencer ou não a Copa de 2014. Mas pelo menos o clima não é de pessimismo! O gráfico abaixo mostra que 41% da população acha que a seleção tem muitas chances de ficar com a taça e 45% acha que as chances da seleção são exatamente as mesmas das (principais) seleções do mundo. Pensando no desempenho da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014, na sua opinião, a Seleção Brasileira: Total 41 45 4 MASCULINO 46 41 FEMININO 6 48 8 6 16 a 24 4 44 4 2 25 a 29 45 42 8 2 0 a 9 41 49 21 40 a 49 8 48 8 4 50 e mais 9 40 8 11 Tem muitas chances tem chances iguais tem poucas chances Não tem nenhuma chance NS NR

CAPÍTULO 4: CONCLUSÕES Neste cenário inicial, ainda a ser confirmado, podemos dizer que a população vive hoje um momento de incógnita sobre os legados da Copa de 2014 e sobre a capacidade dos gestores públicos de resolver com transparência e a tão curto prazo os diversos problemas de infraestrutura e prestação de serviços. Como vimos, este pulso popular é alimentado por percepções difusas e por vezes contraditórias, sentimentos que vão da desconfiança em relação às lideranças do processo passando pela crença de que a Copa no Brasil representará um grande passo para a imagem e posição do país frente ao mundo e reforçando o orgulho de ser brasileiro. Fatores esses que possuem um importante potencial de influência no comportamento social e de consumo no país. O Ibope Inteligência vai continuar monitorando os movimentos da opinião pública para entender melhor esta encruzilhada cognitiva e os possíveis rumos a serem tomados.

REFERÊNCIAS E FONTES DE INFORMAÇÕES MARQUES, Eduardo Cesar. Redes Sociais e Poder no Estado Brasileiro: Aprendizados a partir de políticas urbanas, em Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 21, n 60, p 16-41, dez 2005 GASTALDO, Édson. O país do futebol mediatizado: mídia e Copa do Mundo no Brasil, em Revista Sociologias, ano 11, n 22, p 52-69, jul/ dez 2009 Azevedo, Ricardo. O Brasil e a Copa do Mundo 2014, Editora e Livraria Ltda joaquimmattar. bookess.com, out 2010 Site oficial Copa do Mundo da FIFA 2014 http://pt.fifa.com/worldcup/index.html GEPEFFS Grupo de Estudos de Futebol e Futsal da USP http://www.gepeffs.com.br/