DANO DAS DOENÇAS FOLIARES NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO E EFICIÊNCIA DE CONTROLE DOS FUNGICIDAS

Documentos relacionados
CONTROLE QUÍMICO DAS DOENÇAS FOLIARES EM CULTIVARES DE TRIGO CHEMICAL CONTROL OF FOLIAR DISEASE IN WHEAT CULTIVARS

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

DESEMPENHO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE Bipolaris oryzae E Pyricularia grisea EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE CULTIVO DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO 1

Tratamento de Sementes de Cevada, Cultivar BR 2, com Fungicidas, no Ano de 1998

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1044

06 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE FUNGICIDA COM

USO DE ADUBAÇÃO FOLIAR ASSOCIADA A FUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS FÚNGICAS EM MILHO 2ª SAFRA NO MATO GROSSO

Controle Químico de Antracnose em Mudas de Pupunheira em Viveiro

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Comparação da eficiência de controle da ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) com fungicidas indicados para a doença, em goiás

CRITÉRIOS PARA PREVENÇÃO E ADOÇÃO DO CONTROLE QUÍMICO DE DOENÇAS EM ARROZ IRRIGADO

SELETIVIDADE DOS HERBICIDAS BENTAZON E NICOSULFURON PARA Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis

Avaliação de fungicidas para o controle da brusone de panícula na cultura do arroz irrigado

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA GIBERELA NO TRIGO, NA SAFRA 2011.

Influência da adubação silicatada na qualidade sanitária de sementes de arroz

fontes e doses de nitrogênio em cobertura na qualidade fisiológica de sementes de trigo

DIFERENTES PROGRAMAS DE MANEJO DE PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO MILHO SAFRINHA (Zea mays L.), NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO.

Espaçamento alternado e controle de crescimento do feijoeiro com aplicação do fungicida propiconazol

FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DAS PRINCIPAIS DOENÇAS DO ARROZ IRRIGADO FUNGICIDES FOR THE CONTROL OF THE MAIN IRRIGATED RICE DISEASES

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

Eficiência Agronômica de Compostos de Aminoácidos Aplicados nas Sementes e em Pulverização Foliar na Cultura do Milho 1. Antônio M.

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Incidência de fungos e quantificação de danos em sementes de genótipos de arroz

DANOS DEVIDO A DOENÇAS FOLIARES NO ARROZ IRRIGADO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE AVEIA BRANCA (Avena sativa) NA REGIÃO SUL DE MATO GROSSO DO SUL, SAFRAS 1997 E 1998

14 AVALIAÇÃO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NA

OBSERVAÇÕES SOBRE A ADUBAÇÃO FOLIAR EM FEI- JOEIRO (Phaseolus vulgaris L.) II ( 1 ). EDUARDO ANTÔNIO

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO TARDIA DE COBALTO, NA ABSCISÃO DE FLORES E COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM (Vigna unguiculata).

AVALIAÇÃO PRODUTIVA DE LINHAGENS DE FEIJÃO-VAGEM EM CULTURA TUTORADA EM IPAMERI. Bolsista PBIC/UEG, graduanda do curso de Agronomia, UnU Ipameri-UEG.

CONTEÚDO DO MICRONUTRIENTE MOLIBDÊNIO NA SEMENTE DE FEIJÃO E PRODUTIVIDADE DAS PLANTAS-FILHAS

EFEITO DE SEVERIDADE E DANO CAUSADO PELO MÍLDIO DA CEBOLA

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1122

Palavras-chave: algodão, ramulose, mancha de ramularia, fungicidas. INTRODUÇÃO

RELATÓRIO TÉCNICO. ENSAIO DE COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA (Glycine Max) NA REGIÃO DO VALE DO ARAGUAIA, SAFRA 2014/2015, EM QUERÊNCIA - MT

Avaliação da eficiência de controle da mancha amarela em duas cultivares de trigo da Embrapa Trigo, safra 2010

Efeito do inseticida Lorsban na supressão de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) na cultura do milho.

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

Vanderson Modolon DUART 1, Adriana Modolon DUART 2, Mário Felipe MEZZARI 2, Fernando José GARBUIO 3

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

143 - QUALIDADE DE SEMENTES DE CEBOLA CULTIVAR BAIA PRODUZIDAS SOB SISTEMA AGROECOLÓGICO E AVALIAÇÃO DAS MUDAS RESULTANTES

NOTA CIENTÍFICA CONTROLE QUÍMICO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA NA REGIÃO SUL DO PARANÁ CHEMICAL CONTROL OF ASIAN SOYBEAN RUST IN SOUTH PARANÁ STATE

6.4 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

Época e horário de aplicação de fungicida sobre a qualidade de sementes de arroz 1

CULTIVARES DE TRIGO SUBMETIDAS À INTERAÇÃO ENTRE ADUBAÇÃO NITROGENADA E DENSIDADE DE SEMEADURA EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO INDICADAS PARA SEMEIO NA SAFRA 2009/10 EM RORAIMA

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

CONTROLE QUÍMICO DO BICUDO DO ALGODOEIRO

Índice de clorofila em variedades de cana-de-açúcar tardia, sob condições irrigadas e de sequeiro

Doenças em Arroz Irrigado: Processo da Produção Integrada 35

NUTRIÇÃO DA MAMONEIRA CONSORCIADA COM FEIJÃO COMUM EM FUNÇÃO DO PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA

AVALIAÇÃO DO FEIJOEIRO SOB TRÊS DENSIDADES DE SEMEADURA

IRGA 424 OPÇÃO DE PRODUTIVIDADE

08 POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE SOJA

EFEITO DO TIPO DE SUBSTRATO NA GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE AMENDOIM (Arachis hypogaea L.)

MOMENTO DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO EM COBERTURA EM TRIGO: QUALIDADE TECNOLÓGICA E RENDIMENTO DE GRÃOS

TÍTULO: EFEITOS DA PROFUNDIDADE DE PLANTIO NA GERMINAÇÃO E PRODUÇÃO DE MASSA DO CAPIM BRAQUIARÃO ADUBADO NO PLANTIO

Monitoramento da Resistência de Ramularia areola a Fungicidas. Fabiano J. Perina Jackson A. Tavares Júlio C. Bogiani Nelson D.

LOYARA JOYCE DE OLIVEIRA*¹; MATHEUS BUZO FELICIANI ²; MONALISA VERGINIA FELÍCIO FERREIRA³; FERNANDO MIQUELETTI 4 ; SAMUEL FERRARI 5.

O presente estudo foi instalado no município de Alfenas-MG, a 900 m de altitude. Rodolfo Carvalho Cesar de San Juan 1

Dinâmica e manejo de doenças. Carlos A. Forcelini

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

MATHEUS BUZO FELICIANI¹; LOYARA JOYCE DE OLIVEIRA²; CARLOS EDUARDO ANTUNES 3 ; WASHINGTON MASSAO OI 4 ; SAMUEL FERRARI 5.

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E ÉPOCAS DE SEMEADURA DE MILHO SAFRINHA NA REGIÃO DE RIO VERDE (GO)

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLOGICA DAS SEMENTES NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DA SOJA. Material e Métodos. Sementes (Brasil, 2009.

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ARROZ DE SEQUEIRO 2012/13 1

EFEITO DA DERIVA DE HERBICIDAS NO DESENVOLVIMENTO E NA PRODUÇÃO DE MILHO

PRODUTIVIDADE DE SOJA EM RESPOSTA AO ARRANJO ESPACIAL DE PLANTAS E À ADUBAÇÃO NITROGENADA ASSOCIADA A FERTILIZAÇÃO FOLIAR

Orientações sobre o controle químico de doenças fúngicas para o milho

ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS COM PERDA DE SENSIBILIDADE AO GLYPHOSATE NA CULTURA DO MILHO RR

PRODUÇÃO DE ARROZ COM TIPO DE GRÃO PARA A CULINÁRIA JAPONESA: UMA OPÇÃO PARA RORAIMA

DOSES E ÉPOCAS DA APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO NA CULTURA DO MILHO SAFRINHA EM JATAÍ - GO

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS DE DIFERENTES GRUPOS QUÍMICOS NO CONTROLE DE FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA 1

EFEITOS DA OMISSÃO DE NUTRIENTES NOS COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE DO ARROZ EM LATOSSOLOS DO NORDESTE PARAENSE

13 AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO VIA

EFEITO DA DESFOLHA DA PLANTA DO MILHO NOS COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE

SEVERIDADE DA QUEIMA DAS PONTAS (Botrytis squamosa) DA CEBOLA EM DIFERENTES TEMPERATURA E HORAS DE MOLHAMENTO FOLIAR

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE CULTIVARES DE ARROZ IRRIGADO E DE SEQUEIRO RECOMENDADAS PARA O MATO GROSSO DO SUL

MÉTODOS DE MANEJO DA IRRIGAÇÃO NO CULTIVO DA ALFACE AMERICANA

DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS E AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE MELANCIA NO TOCANTINS

CONTROLE QUÍMICO DO PERCEVEJO Piezodorus guildinii (Westw.) NA CULTURA DA SOJA

Eng. Agr. Ederson A. Civardi. Bonito MS 2014

Características Agrônomicas e Produção de Massa Seca no Cultivo Consorciado de Milho e Urochloa ruziziensis Inoculados com Azospirillum brasiliense

Comportamento da Crotalaria juncea em função de adubação com e sem revestimento com polímeros

Epidemias Severas da Ferrugem Polissora do Milho na Região Sul do Brasil na. safra 2009/2010

OCORRÊNCIA DE DOENÇAS EM GIRASSOL EM DECORRÊNCIA DA CHUVA E TEMPERATURA DO AR 1 RESUMO

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

Resultados de Pesquisa dos Ensaios de Melhoramento de Soja Safra 2008/09

Causas de GL IVE TMG PGER IVE TMG PGER

Matiello, Paiva e Figueiredo EFEITO ISOLADO E COMBINADO DE TRIAZÓIS E ESTROBILURINAS NO CONTROLE DA FERRUGEM E DA CERCOSPORIOSE EM CAFEEIROS

Controle Químico do Míldio (Peronosclerospora sorghi) em Sorgo 51

Análise crítica da dependência dos fungicidas para o manejo de doenças em soja. Carlos Forcelini

MANEJO DE RESTOS CULTURAIS DE MILHO PARA PLANTIO DIRETO DE TRIGO. Resumo

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO SAFRINHA NO MUNICÍPIO DE SINOP-MT

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 774

Transcrição:

DANO DAS DOENÇAS FOLIARES NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO E EFICIÊNCIA DE CONTROLE DOS FUNGICIDAS DAMAGE OF LEAF DISEASES IN IRRIGATED RICE CROP AND EFFICIENCY OF FUNGICIDES CONTROL Leandro Jose Dallagnol 1 ; Lucas Navarini 2 ; Ricardo Silveiro Balardin 3 ; Alisson Gosenheimer 4 ; Anderson Antonelo Maffini 5 RESUMO A produtividade do arroz é afetada por diversos fatores, encontrando-se entre eles as doenças fúngicas que podem causar redução no rendimento, na qualidade fisiológica e sanitária da semente. O objetivo desse trabalho foi verificar o dano no rendimento causado pelas doenças foliares no arroz irrigado e a eficiência de controle dos fungicidas com uma ou duas aplicações. O experimento foi conduzido no município de Eldorado do Sul RS, na safra 2003/04. Os tratamentos foram constituídos de fungicidas pertencentes aos grupos químicos dos triazóis e estruberulinas e misturas destes, aplicados na cultivar SCS 112 (Epagri). As aplicações foram realizadas no estádio 32 (formação de panícula) e repetidas em 55 (50% das panículas emergidas). As variáveis avaliadas foram a severidade das doenças na folha e nos grãos, área foliar verde e rendimento de grãos. As doenças foliares e manchas dos grãos comprometeram o rendimento de grãos em até 42,10%. O melhor controle foi verificado para as doenças com maior severidade próximo à maturação com os tratamentos que apresentaram maior período residual (as misturas de pyraclostrobin + epoxiconazole, trifloxystrobin + tebuconazole, trifloxystrobin + cyproconazole, trifloxystrobin + propiconazole) acarretando em maior acréscimo no rendimento de grãos em virtude da preservação da área foliar verde. Palavras-chave: controle químico, Oryza sativa, triazóis, estrobilurina. ABSTRACT The productivity of the rice is affected by several factors, among which are the diseases caused by fungus that can cause reduction in yield, in the physiologic and sanitary quality of the seed. The objective of this work was to verify the loss in yield caused by leaf diseases in irrigated rice and the efficiency of fungicides control with one or two applications. The experiment was conducted in the municipal district of Eldorado do Sul - RS, harvest year 2003/04. The treatments consisted of fungicides belonging to the chemical groups of the triazoles and strobirulins and mixtures of these, applied in cultivating SCS 112 (Epagri). The applications were made at the stage 32 (panicle formation) and repeated in 55 (50% of the emerged panicle). Evaluated variables were the severity of the diseases in the leaves and in the grains, green leaf area and grain yield. leaf diseases and spots of the grains affected grain yield up to 42.10%. The best control was verified for the diseases with larger severity close to maturation with treatments presenting larger residual period (the pyraclostrobin mixtures + epoxiconazol, trifloxystrobin + tebuconazol, trifloxystrobin + cyproconazol, trifloxystrobin + propiconazol) resulting in larger increment in grain yield because of the preservation of the green leaf area. Key words: chemical control, Oryza sativa, triazoles, strobirulins. INTRODUÇÂO O arroz, Oryza sativa L., é a segunda cultura mais produzida no mundo, alcançando, no Brasil, uma produção de 10,65 milhões de toneladas na safra 2001/2002, com cerca de 5,44 milhões de toneladas produzidas somente no estado do Rio Grande do Sul (AGRIANUAL, 2003). A produtividade da cultura do arroz é afetada por diversos fatores, sendo as doenças fúngicas responsáveis por danos variáveis entre 20 e 50% na produtividade das lavouras de arroz no Rio Grande do Sul (BALARDIN & BORIN, 2001), destacando-se a brusone (Pyricularia grisea (Cooke) Sacc), mancha parda (Drechslera oryzae (Breda de Hann) Subr.&Jain (sin. Bipolaris oryzae), mancha estreita (Cercospora janseana Miyek), escaldadura (Microdochium oryzae), queima das bainhas (Rhizoctonia oryzae Riker & Gooch) e manchas dos grãos (Phoma sp., Drechslera oryzae, Curvularia lunata, Nigroppora oryzae, Alternaria sp., Fusarium sp.). No caso da brusone, a cada 1% de severidade nas folhas e panículas, as perdas de produtividade variaram de 2,7 a 1,5%, em cultivares de ciclo precoce e tardio, respectivamente (PRABHU et al., 1989). E quando em baixos níveis de infecção há relação entre a severidade de doença na folha e a infecção nas panículas (PRABHU & FARIA, 1982). A redução no rendimento também é causada pelas manchas nos grãos, que podem causar perdas variáveis entre 12 e 30% no peso e redução de 18 a 22% no número de grãos cheios por panícula (FILIPPI & PRABHU, 1998) e causar esterilidade da semente de arroz (SOLIGO et al., 2004), dependendo da suscetibilidade de cada cultivar. A infecção da semente por B. oryzae (D. oryzae) reduziu sua qualidade fisiológica e causou tombamento pós-emergência de plântulas de arroz (MALAVOLTA et al., 2002). A avaliação de qualidade fitossanitária de sementes mostrou que 100% dos cultivares apresentaram contaminações com fungos causadores de manchas nos grãos (FARIAS et al., 2004). Além da qualidade fisiológica, a qualidade industrial do arroz também é afetada pela incidência de manchas nos grãos, o que foi observado pelo aumento no rendimento de engenho (grão inteiro) quando realizada aplicação de fungicida visando o controle das doenças foliares do arroz (DALLAGNOL et al., 2005; MIURA et al., 2005). O método mais viável de controle das doenças seria o desenvolvimento de cultivares resistentes, por ser mais econômico e efetivo. No entanto, cultivares resistentes a brusone tem apresentado uma vida útil de dois a três anos após seu lançamento na Colômbia (CORREA-VICTORIA & ZEIGLER, 1993). O controle químico com fungicidas pode ser uma alternativa para redução do dano causado pelas doenças 1 Mestrando em Fitopatologia Departamento de Fitopatologia - Universidade Federal de Viçosa. Viçosa MG, CEP: 36570-000. E-mail: ljdallagnol@gmail.com 2 Engenheiro Agrônomo Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria RS. 3 Prof. Adj. PhD. Departamento de defesa fitossanitária. Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria RS. 4 Graduando em Agronomia Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria RS. 5 Graduando em Agronomia Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria RS. (Recebido para Publicação em 11/03/2005, Aprovado em 01/09/2006) 313

foliares na cultura do arroz (BALARDIN & BORIN, 2001), e sua eficiência econômica depende da forma de aplicação (CHIN & BHANDHUFALCH, 1990). Este trabalho objetivou verificar o dano causado pelas doenças foliares na cultura do arroz irrigado e a eficiência de controle dos fungicidas com uma ou duas aplicações. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na fazenda Pesqueiro, no município de Eldorado do Sul Rio Grande do Sul, durante a safra 2003/04. A cultivar SCS 112 (Epagri) foi semeada no sistema pré-germinado na densidade de semeadura de 150 kg ha -1. A adubação de base utilizada foi de 350 kg ha -1 (00-20- 20). Não foi utilizado nitrogênio na base devido às grandes perdas por desnitrificação decorrentes da drenagem do solo posterior à semeadura. A adubação nitrogenada em cobertura foi de 90 kg ha -1 de nitrogênio realizada em dois momentos: 50% aos 25 dias após a semeadura (início de perfilhamento estádio 22 da escala de LANCASHIRE et al., 1991) e 50% aos 65 dias após a semeadura (início da diferenciação da panícula: ponto de algodão estádio 32). Tabela 1 - Princípios ativos dos fungicidas, grupo químico, dosagens e estádios que foram aplicados na cultivar SCS 112 (Epagri), Santa Maria, 2005. Fungicida Grupo químico i.a.(ml, g ha -1 ) Estádio da aplicação * Azoxystrobin estrobilurina 100 32 Azoxystrobin estrobilurina 100 32 >> 55 Tetraconazole triazol 60 32 Tetraconazole triazol 60 32 >> 55 Tebuconazole triazol 150 32 Tebuconazole triazol 150 32 >> 55 Trifloxystrobin + Propiconazole estrobilurina + triazol 75 + 75 32 Trifloxystrobin + Propiconazole estrobilurina + triazol 75 + 75 32 >> 55 Pyraclostrobin + Epoxiconazole** estrobilurina + triazol 133 + 50 32 Pyraclostrobin + Epoxiconazole estrobilurina + triazol 133 +50 32 >> 55 Trifloxystrobin + Cyproconazole** estrobilurina + triazol 93 + 40 32 Trifloxystrobin + Cyproconazole estrobilurina + triazol 93 + 40 32 >> 55 Trifloxystrobin + Tebuconazole** estrobilurina + triazol 60 + 120 32 Trifloxystrobin + Tebuconazole estrobilurina + triazol 60 + 120 32 >> 55 Testemunha - - - * - Escala LANCASHIRE et al. (1991): 32 (formação de panícula: panícula 1-2 mm de comprimento), 55 (50% das panículas emergidas); ** - fungicidas não registrados para a cultura do arroz. Os fungicidas foram aplicados com uma ou duas aplicações como mostra a Tabela 1. A aplicação dos fungicidas foi realizada com pulverizador costal propelido à CO 2 (pressão de 40 lbs pol -2 ) utilizando-se uma barra com quatro pontas de pulverização (XR Teejet 110.02) espaçadas 0,50 m, com velocidade de caminhamento de 1m s -1 e o volume de calda ajustado para 200 L ha -1. Para ser evitada contaminação entre os fungicidas, foram executadas lavagem com solução a base de acetona (10%) seguida de lavagem com água. A primeira aplicação foi realizada quando a cultivar estava no estádio 32 (uma aplicação) e 32 seguido de 55 (duas aplicações) da escala LANCASHIRE et al. (1991). As variáveis avaliadas foram a severidade das doenças nas folhas, nos grãos, área foliar verde e rendimento de grãos. As avaliações da severidade das doenças foram realizadas quinze dias após a primeira aplicação e repetindo-se a intervalos de quinze dias, baseando-se na porcentagem da área foliar lesionada com sintomas típicos de cada doença em relação a área foliar total. Foram realizadas três avaliações, sendo considerada somente a terceira por apresentar menor variação entre as repetições. A severidade de manchas nos grãos foi obtida através de porcentagem da área das glumas, em relação á área total das glumas, com lesões fúngicas características presentes nos grãos aos 40 dias após a segunda aplicação dos fungicidas. A área total da parcela foi de 12,0 m 2 (2,0 x 6,0 m) e a área útil de 7,5 m 2 (1,5 x 5,0 m). O rendimento de grãos foi obtido da área útil, sendo cortadas todas as plantas e trilhadas em trilhadeira estacionária. O peso da produção de grãos foi obtido com umidade de 13%. O experimento foi conduzido em delineamento estatístico de blocos casualizados, com quatro repetições. A comparação múltipla de médias foi realizada pelo teste Tukey, ao nível de 5% de probabilidade, através do software PlotlT versão Windows. Foi realizada a rotina de análise fatorial, análise de regressão e análise de variância. RESULTADOS E DISCUSÃO A redução na severidade das doenças foliares e nas manchas dos grãos resultou em incrementos significativos na produtividade de arroz. Também foi observado superioridade de controle nas misturas de triazóis com estrobilurinas em comparação com a aplicação individual. O melhor comportamento das misturas de triazol com estrobilurina é evidenciado quando comparado aos acréscimos de rendimento devido sua aplicação com os acréscimos onde foi aplicado somente triazol ou estrobilurina (Figura 1). Resultados semelhantes foram verificados por SILVA et al. (2003) onde observaram redução na severidade das doenças com aplicação de misturas de fungicidas. 314

triazol + estrobilurina triazol Acréscimo máximo Acréscimo mínimo estrobilurina 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Acréscimos no rendimento de grãos (%) Figura 1 - Acréscimos no rendimento de grãos na cultivar SCS 112 (Epagri) obtidos pela aplicação de fungicidas triazol, estrobilurina e misturas de triazol com estrobilurina em relação ao tratamento testemunha, Santa Maria, 2005. Os maiores incrementos na produtividade foram obtidos com aplicação de misturas de triazóis com estrobilurinas, com destaque para Pyraclostrobin + Epoxiconazole com duas aplicações, acrescendo 42,10% (Tabela 2). Na média de todos os tratamentos, o incremento na produtividade foi de 21,42% em relação ao tratamento testemunha. Em trabalho desenvolvido por MACIEL & TRONCHONI (2003), o acréscimo no rendimento de grãos foi de 20%, devido ao controle químico das doenças foliares na cultivar IRGA 417. A resposta à aplicação de fungicida é diferente para cada cultivar (CELMER & BALARDIN, 2003; PRABHU et al., 2003; SILVA et al., 2003) e é influenciada pelas condições metereológicas durante o desenvolvimento da cultura e pela reação de resistência da cultivar. A cultivar SCS 112 (Epagri) apresenta reação de moderadamente suscetível a suscetível as principais doenças da cultura, o que tem contribuído para resultados expressivos nos acréscimos de rendimento devido ao controle químico das doenças foliares. Tabela 2 - Área foliar verde (AFV) e rendimento de grãos das plantas de arroz da cultivar SCS 112 (Epagri) submetidas à pulverização com diferentes fungicidas visando o controle das doenças foliares. Santa Maria, 2005. Rendimento Grupo Químico* Estádio da aplicação ** Fungicidas i.a.(ml, g ha -1 ) AFV % Kg ha -1 Dif (%)*** Pyraclostrobin + Epoxiconazole Estr. + Trz. 133 +50 32 >> 55 85 cd 9058 d 42,10 Trifloxystrobin + Tebuconazole Estr. + Trz. 60 + 120 32 >> 55 87 cd 8841 cd 38,70 Trifloxystrobin + Cyproconazole Estr. + Trz. 93 + 40 32 >> 55 91 d 8441 bcd 32,42 Trifloxystrobin + Cyproconazole Estr. + Trz. 93 + 40 32 90 d 8299 bcd 30,20 Trifloxystrobin + Tebuconazole Estr. + Trz. 60 + 120 32 85 cd 8208 bcd 28,77 Pyraclostrobin + Epoxiconazole Estr. + Trz. 133 + 50 32 85 cd 8049 abcd 26,28 Tryfloxystrobin + Propiconazole Estr. + Trz. 75 + 75 32 80 bcd 7608 abcd 19,35 Tryfloxystrobin + Propiconazole Estr. + Trz. 75 + 75 32 >> 55 80 bcd 7399 abcd 16,08 Tebuconazole Trz 150 32 >> 55 75 abc 7250 abc 13,73 Tetraconazole Trz 60 32 >> 55 81 bcd 7208 abc 13,08 Azoxystrobin Estr. 100 32 >> 55 70 ab 7149 ab 12,16 Tebuconazole Trz 150 32 78 abcd 7082 ab 11,11 Tetraconazole Trz 60 32 83 bcd 7007 ab 9,93 Azoxystrobin Estr. 100 32 80 bcd 6763 ab 6,10 Testemunha - - 65 a 6374 a 0,00 CV % 6,33% 8,53 - Média dos tratamentos com fungicidas 82,14 7740 21,42 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p<5%). * - estr: estrobilurina; trz: triazol; ** - Escala LANCASHIRE et al. (1991): 32 (formação de panícula: panícula 1-2 mm de comprimento), 55 (50% das panículas emergidas); *** - diferença em relação ao tratamento testemunha. A severidade das manchas foliares foi variável com o número de aplicações e a fase de maior suscetibilidade da cultura (Tabela 3). O desenvolvimento da mancha estreita ocorreu com maior severidade próxima à maturação nos tratamentos com uma aplicação individual de triazol ou estrobilurina por apresentarem menor efeito residual, já que quando realizadas duas aplicações não foram observadas sintomas da doença. Onde foi realizado aplicação da mistura de triazol com estrobilurina (pyraclostrobin + epoxiconazole, trifloxystrobin + tebuconazole, trifloxystrobin + cyproconazole, trifloxystrobin + propiconazole) não foi verificado sintoma da doença, mesmo com uma aplicação. Para a mancha parda que tem sua progressão acelerada após o florescimento (BALARDIN & BORIN, 2001), também foi verificado melhor 315

controle devido à aplicação da mistura de triazol com estrobilurina. Estes resultados, provavelmente, foram devido aos diferentes mecanismos e modo de ação destes fungicidas reduzindo o inóculo inicial, o que tem contribuído para a maximização do controle das doenças e prolongação do período residual do fungicida. Tabela 3 - Severidade de mancha parda, escaldadura, mancha estreita e mancha dos grãos na cultivar SCS 112 (Epagri) observado em plantas pulverizadas com fungicidas, Santa Maria, 2005. mancha mancha mancha Grupo i.a. escald. dos Fungicidas parda estreita Químico* (ml, g ha -1 Estádio da aplicação** ) grãos Severidade % Azoxystrobin Estr. 133 +50 32 6,0 ef 0,6 ab 0,2 b 3,0 c Azoxystrobin Estr. 60 + 120 32 >> 55 3,0 d 0,3 ab 0,0 a 5,0 d Tetraconazole Trz 93 + 40 32 5,0 e 0,5 ab 0,2 b 1,2 b Tetraconazole Trz 93 + 40 32 >> 55 2,5 d 2,0 c 0,0 a 1,3 b Tebuconazole Trz 60 + 120 32 1,8 bcd 0,8 b 0,6 c 1,0 ab Tebuconazole Trz 133 + 50 32 >> 55 1,2 abc 0,2 ab 0,0 a 2,6 c Trifloxystrobin + Propiconazole Estr. + Trz. 75 + 75 32 1,0 abc 0,0 a 0,0 a 1,0 ab Trifloxystrobin + Propiconazole Estr. + Trz. 75 + 75 32 >> 55 0,7 ab 0,0 a 0,0 a 1,0 ab Pyraclostrobin + Epoxiconazole** Estr. + Trz. 150 32 0,6 ab 0,0 a 0,0 a 1,0 ab Pyraclostrobin + Epoxiconazole Estr. + Trz. 60 32 >> 55 0,8 abc 0,0 a 0,0 a 0,5 ab Trifloxystrobin + Cyproconazole** Estr. + Trz. 100 32 0,7 ab 0,0 a 0,0 a 0,3 a Trifloxystrobin + Cyproconazole Estr. + Trz. 150 32 >> 55 0,5 a 0,0 a 0,0 a 1,0 ab Trifloxystrobin + Tebuconazole** Estr. + Trz. 60 32 0,5 a 0,0 a 0,0 a 0,6 ab Trifloxystrobin + Tebuconazole Estr. + Trz. 100 32 >> 55 2,0 cd 0,6 ab 0,0 a 0,3 a Testemunha - - 13,0 g 7,0 d 3,0 d 12,0 e CV % 18,2 32,21 41,63 14,84 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p<5%). - estr: estrobilurina; trz: triazol; ** - Escala LANCASHIRE et al. (1991): 32 (formação de panícula: panícula 1-2 mm de comprimento), 55 (50% das panículas emergidas); mancha parda (Drechslera oryzae), escald. (Microdochium oryzae), mancha estreita (Cercospora janseana), manchas dos grãos (complexo de patógenos) Os tratamentos que apresentaram maior severidade de doenças foliares também sofreram maior ataque nos grãos, mostrando a importância das lesões nas folhas como fonte de inóculo para os grãos (Figura 2). Segundo MALAVOLTA et al. (2002) a emergência e a sobrevivência de plântulas de arroz são inversamente proporcionais à incidência de manchas na semente, que além de afetar o estande inicial da lavoura, para fungos necrotróficos, servem de meio de disseminação para novas áreas ou aumento do inóculo na lavoura, podendo desencadear o desenvolvimento de epidemias mesmo para patógenos de comum ocorrência. Severidade de manchas dos grãos (%) 30 y = 0,1732x 2-0,041x + 2,1578 R 2 = 0,8825 25 20 15 10 5 0 0 2 4 6 8 10 12 14 Severidade de manchas foliares (%) Figura 2 - Correlação entre a severidade das doenças foliares e a severidade de manchas dos grãos observadas nos diferentes fungicidas foliares aplicados na cultivar SCS 112 (Epagri), Santa Maria, 2005. A realização de duas aplicações proporcionou resultados superiores a uma aplicação devido a maior longevidade da área foliar observada nos tratamentos cuja eficácia de controle das doenças foi superior. Mesmo não havendo diferença 316

significativa entre uma e duas aplicações, o incremento na produtividade foi superior quando realizadas duas aplicações de fungicida (Figura 3). Resultados semelhantes foram obtidos por ASSUITI et al. (2001), quando o tratamento envolvendo duas aplicações produziu redução superior da severidade das doenças, resultando em incremento de grãos superior se comparado com uma aplicação. As correlações entre a severidade de cada doença foliar e o rendimento apresentaram valores baixos, no entanto, conjuntamente influenciaram a área foliar verde que apresentou correlação com o rendimento. Também foi verificada correlação entre a severidade das manchas nos grãos e o rendimento, tendo que a severidade das manchas nos grãos foi influenciada e dependente do inóculo oriundo das folhas infectadas (Tabela 4). Número de aplicações de fungicida foliar Uma Aplicação Duas Aplicações 15 17 19 21 23 25 Acréscimos no rendimento de grãos (%) Figura 3 - Acréscimos médios de rendimento de grãos obtidos com uma e duas aplicações de fungicidas foliares na cultivar SCS 112 (Epagri), Santa Maria, 2005. Tabela 4 - Análise de correlação entre as doenças e o rendimento observado nos tratamentos pulverizados com fungicida, Santa Maria, 2005. Variável equação da regressão coeficiente de determinação (R 2 ) Mancha parda ŷ= 16,313x 2-358,89x + 8309,9 0,4962 Escaldadura ŷ = 70,232x 2 715,14x + 7965,3 0,3497 Mancha estreita ŷ = 648,43x 2 2447,8x + 7894,2 0,3811 Mancha dos grãos ŷ = 31,97x 2 544,49x + 8391 0,5444 Área foliar ŷ = 2,1725x 2 254,05x + 13873 0,6262 A magnitude do dano causado pelas doenças foliares evidenciou-se quando o rendimento de grãos da testemunha se afastou do rendimento máximo obtido com a aplicação de fungicida, atingindo 42,10% de redução. A eficiência de controle das doenças foliares do arroz e o acréscimo no rendimento foi maior quando realizada duas aplicações, influenciados também pelo ingrediente ativo utilizado, tendo melhor ação quando em misturas de fungicidas com diferentes mecanismos de ação. Neste caso, as misturas de triazóis com estrobilurina (pyraclostrobin + epoxiconazole, trifloxystrobin + tebuconazole, trifloxystrobin + cyproconazole, trifloxystrobin + propiconazole) foram as que se destacaram neste trabalho. REFERÊNCIAS AGRIANUAL 2003. FNP Consultoria & Comércio. Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo: ARGOS, 2003. p.139-156. ASSUITI, J.; BALARDIN, R. S.; SOUSA, A. D. Avaliação do fungicida Azoxystrobin (Priori) aplicado aéreo no controle de Rhizoctonia solani na cultura do arroz irrigado no sul do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 2., 2001, Porto Alegre - RS, Anais... Porto Alegre: IRGA, 2001. p.348-349. BALARDIN, R. S.; BORIN, R. C. Doenças na cultura do arroz irrigado. Santa Maria: UFSM, 2001. 48 p. il. CELMER, A. F.; BALARDIN, R. S. Dano devido doenças foliares no arroz irrigado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3., 2003, Balneário Camboriú - SC, Anais... Itajaí: EPAGRI, 2003. p.326-327. CHIN, K. M.; BHANDHUFALCH. A. The importance of crop growth states for determining the application timing of disease control agents on rice. In: GRAYSON, B. T.; GREEN, M. B.; COPPING, L. G. Pest Management in Rice. London - UK, Society of Chemical Industry by Elsevier Applied Science, 1990. p.131-154. CORREA-VICTORIA, F. J.; ZEIGLER, R. S. Pathogenic variability in Pyricularia grisea at a rice blast `hot spot' breeding site in eastern Colombia. Plant Disease, St. Paul, v.77, p.1029-1034, 1993. DALLAGNOL, L. J.; BALARDIN, R. S.; MADALOSSO, M. et al. Efeito do controle químico das doenças foliares sobre a produção e qualidade de arroz. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4., 2005, Santa Maria - RS, Anais... Santa Maria: UFSM, 2005. p.511-513. FARIAS, C. R. J.; REY, M. S.; CORRÊA, C. L. et al. Qualidade sanitária de sementes de diferentes cultivares de arroz (Oryza sativa). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FITOPATOLOGIA, 37, 2004, Gramado RS, Suplemento, v.29, Brasília:SBF, 2004. p.147-147. FILIPPI, M. C.; PRABHU, A. S. Doenças do arroz e seu controle. In.: BRESEGHELLO, F.; STONE, L. F. Tecnologia para o arroz de terras altas. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 1998. p.139-156. LANCASHIRE, P. D.; BLEIHOLDER, H.; LANGLELUDDECKE, P. et al. An uniform decimal code for growth stages of crops and weeds. Annals Applied Biology, Warwick, England, v.119, n 3, p.561-601, 1991. MACIEL, J. L. N.; TRONCHONI, J. G., Avaliação de fungicidas para o controle de doenças da parte aérea do cultivar IRGA 417. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 3., 2003, Balneário Camboriú - SC, Anais...Itajaí: EPAGRI, 2003, p.332-333. MALAVOLTA, V. M. A.; PARISI, J. J. D.; TAKADA, H. M. et al. Efeito de diferentes níveis de incidência de Bipolaris oryzae em sementes de arroz sobre aspectos fisiológicos da semente, transmissão do patógeno as plântulas e produção. Summa Phytopathologica, Jaboticabal, v.28, n 4, p.336-340, 2002. 317

MIURA, L.; PERUCH, L. A. M.; SILVA, C. M. et al. Épocas de aplicação e rendimento de grãos inteiros determinam a eficiência de fungicidas no controle da brusone. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 4., 2005, Santa Maria - RS, Anais... Santa Maria: UFSM, 2005. p.517-519. PRABHU, A. S.; FARIA, J. C. Relacionamentos quantitativos entre brusone nas folhas e panículas e seus efeitos sobre enchimento e peso dos grãos em arroz de sequeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.17, n.2, p.219-223, 1982. PRABHU, A. S.; FARIA, J. C.; ZIMMERMANN, F. J. P. Comparative yield loss estimates due to blast in some upland rice cultivars. Fitopatologia Brasileira, Brasília. v.14, n.3, p. 227-232, 1989. PRABHU, A. S.; FILIPPI, M. C.; ZIMMERMANN, F. J. P. Cultivar response to fungicide application in relation to rice blast control, productivity and sustainability. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.38, n.1, p.11-17, 2003. SILVA, G. B.; PRABHU, A. S.; ZIMMERMANN, F. J. P. Manejo integrado da brusone em arroz no plantio direto e convencional. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.38, n.4, p. 481-487, 2003. SOLIGO, E. A.; AZZINI, L. E.; VILELLA, O. V. Incidência de fungos e manchas em sementes de genótipos de arroz. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FITOPATOLOGIA, 37., 2004, Gramado RS, Suplemento, v.29, Brasília:SBF, 2004. p.204-205. 318