SUSCETIBILIDADE DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO AO ATAQUE DO BICUDO Anthonomus grandis BOH., 1843, EM CONDIÇÕES DE CAMPO

Documentos relacionados
8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 88

EFEITO DO INSETICIDA ETOFENPROX 100 SC NO CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO

INFESTAÇÃO DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO Anthonomus grandis EM PLANTIO DE ALGODÃO NO CERRADO DO BRASIL CENTRAL

EFEITO DO ESPAÇAMENTO E DENSIDADE DE PLANTAS SOBRE O COMPORTAMENTO DO ALGODOEIRO (*)

EFEITOS DO PLANO DE CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis) PARA A REGIÃO SUL DO ESTADO DE GOIÁS (*)

COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis. Boheman, 1843) (*).

ESPAÇAMENTOS REDUZIDOS NA CULTURA DO ALGODOEIRO: EFEITOS SOBRE ALGUMAS CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS *

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DE BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis) NA REGIÃO SUL/SUDOESTE DO ESTADO DE GOIÁS 1

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

ARRANJO DE PLANTAS PARA LINHAGENS E CULTIVAR DE ALGODOEIRO NO ESTADO DE GOIÁS

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO SUDOESTE DA BAHIA, REGIÃO DO VALE DO YUYU

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 107

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ARRANJOS DE PLANTAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO NA REGIÃO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 893

COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE DIFERENTES MARCAS DE FEROMÔNIO NA ATRAÇÃO DO BICUDO DO ALGODOEIRO *

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE CONTROLE RESIDUAL DE PLANTAS DANINHAS DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NA CULTURA DO ALGODÃO

Níveis de infestação e controle de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) no município de Cassilândia/MS

MATOCOMPETIÇÃO EM DIFERENTES SISTEMAS DE SEMEADURA DO ALGODEIRO (*)

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUDOESTE PIAUIENSE

CONTROLE QUÍMICO DO BICUDO DO ALGODOEIRO

CONTROLE QUÍMICO DO BICUDO DO ALGODOEIRO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 191

PARCELAMENTO DA COBERTURA COM NITROGÊNIO PARA cv. DELTAOPAL E IAC 24 NA REGIÃO DE SELVÍRIA-MS

Palavras-chave: Gossypium hirsutum, bicudo-do-algodoeiro, lagarta-rosada, algodão transgênico. INTRODUÇÃO

DIFERENTES NÍVEIS DE ADESÃO AO PLANO ESTRATÉGICO DE CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis) NAS REGIÕES DE IPAMERI E SILVÂNIA-GO 1

RESULTADOS DA APLICAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO DE CONTROLE DO BICUDO-DO- ALGODOEIRO (Anthonomus grandis) NA REGIÃO DE IPAMERI, GOIÁS (*)

Avaliação da resistência de genótipos de soja dos grupos de maturação M e N a percevejos sugadores de semente

ASSINCRONIA FENOLÓGICA: UMA TÁTICA IMPRESCINDÍVEL EM PROGRAMAS DE MIP

MONITORAMENTO E CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO (Anthonomus grandis BOHEMAN, 1843) NA REGIÃO SUL DO ESTADO DE SÃO PAULO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 178

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DO ALGODOEIRO NO NORDESTE BRASILEIRO: QUADRO ATUAL E PERSPECTIVAS

CONTROLE DE DOENÇAS POR MEIO DE VARIEDADES RESISTENTES E MANEJO CULTURAL. Nelson Dias Suassuna EMBRAPA - Algodão

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

INTERFERÊNCIA DA INFESTAÇÃO DE PLANTAS VOLUNTÁRIAS NO SISTEMA DE PRODUÇÃO COM A SUCESSÃO SOJA E MILHO SAFRINHA

ESTUDO DE DIVERSIDADE E VARIAÇÃO SAZONAL DE ARTRÓPODES EM PLANTAS DANINHAS E SOQUEIRA DE ALGODOEIRO NA ENTRESSAFRA

PLANO DE CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO DESDE SUA INSTALAÇÃO NA SAFRA 2002/2003 NA REGIÃO DE SANTA HELENA DE GOIÁS (*)

3. Titulo: Testes para avaliação de linhagens de soja resistentes a percevejos.

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO DE FIBRAS MÉDIAS E LONGAS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA

AÇÃO DE INSETICIDAS SOBRE O PERCEVEJO CASTANHO Scaptocoris castanea Perty, 1833 (HEMIPTERA: CYDNIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO *

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO PARA LANÇAMENTO DE CULTIVARES, SAFRA 2008/09. 1 INTRODUÇÃO

Laudo de Praticabilidade e Eficiência Agronômica

Avaliação da performance agronômica do híbrido de milho BRS 1001 no RS

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DE ROTA CÃO COM CULTURAS ,(, PRODUTORAS DE GRAOS NO INVERNO E NO VERÃO

COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SEMENTES DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODÃO HERBÁCEO.

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

CULTIVO DO ALGODOEIRO EM SISTEMA ULTRA-ESTREITO: RESULTADOS DE PESQUISA

Palavras-chave: monitoramento, bicudo do algodoeiro, nível de controle. INTRODUÇÃO

SUPRESSÃO DO BICUDO DO ALGODOEIRO (ANTHONOMUS GRANDIS) NO ESTADO DE GOIÁS

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 235

EFICIÊNCIA DO THIAMETOXAM 250 WG EM BATERIA DE APLICAÇÕES NO CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO

DOSES DE ENXOFRE ASSOCIADAS A INSETICIDA EM PULVERIZAÇÃO NO CONTROLE DO BICUDO Anthonomus grandis BOHEMAN,1843 NO ALGODOEIRO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

RESPOSTA DO ALGODOEIRO A CLORETO DE MEPIQUAT E CLORETO DE MEPIQUAT + CICLANILIDA (*)

CAPACIDADE GERAL E ESPECIFICA DE COMBINAÇÃO EM ALGODOEIRO HERBÁCEO

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE ESPAÇAMENTO X POPULAÇÃO DE PLANTA X NÍVEL DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO E RENDIMENTO DO ALGODOEIRO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 913

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

Relatório mensal, por Núcleo Regional, referente ao desenvolvimento das lavouras de Goiás safra 2014/2015 levantamento divulgado em Fevereiro/2014.

INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA MILITAR SPODOPTERA FRUGIPERDA (J.E. SMITH, 1797) NO ALGODOEIRO

Heder R. Mosca (Unesp), Grasiani E. Prezotto (Unesp), Norberto M. Cruz; Fernando J. Celoto; Geraldo Papa (Unesp /

CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGRONOMIC TRAITS OF BRS 201 HERBACEOUS COTTON IN DIFFERENT PLANT ARRANGEMENTS, WITH AND WITHOUT PLANT GROWTH REGULATOR

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO CERRADO MATOGROSSENSE *

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

LINHAGENS DE ALGODOEIRO DE FIBRAS ESPECIAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2008/09. 1

NÍVEL DE CONTROLE DE Spodoptera frugiperda NA CULTURA DO ALGODOEIRO DO OESTE DA BAHIA (*)

Dispêndios com Inseticidas, Fungicidas e Herbicidas na Cultura do Milho no Brasil,

NOVAS CULTIVARES NOVAS CULTIVARES DE ALGODOEIRO PARA MINAS GERAIS:

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 300

EFICÁCIA DE INSETICIDAS APLICADOS NAS SEMENTES VISANDO O CONTROLE DO PERCEVEJO BARRIGA-VERDE, DICHELOPS MELACANTHUS, NA CULTURA DO MILHO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 1326

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA LAGARTA-DO-CARTUCHO NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SISTEMA ORGÂNICO

ESTUDO DE ÉPOCA DE PLANTIO DO ALGODOEIRO ADENSADO NA REGIÃO DE CAMPINAS-SP INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DE NOVAS LINHAGENS ORIUNDAS DE CAMPOS DE SEMENTES GENÉTICAS DE ALGODÃO EM BARBALHA- CE RESUMO

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS EM TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO SOBRE O CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii, GLOVER 1877 (HEMIPTERA: APHIDIDAE)

SEVERIDADE DA MANCHA DE RAMULÁRIA EM GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO EM DUAS REGIÕES PRODUTORAS DO BRASIL 1 INTRODUÇÃO

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DO CULTIVAR EM CHAPADÃO DO SUL - MS 1. Priscila Maria Silva Francisco

AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO DE HÍBRIDOS ORIUNDOS DO CRUZAMENTO ENTRE ICATU E CATIMOR CONDUZIDOS COM IRRIGAÇÃO

OCORRÊNCIA, DANOS E CONTROLE DA BROCA-DO-PONTEIRO, Conotrachelus denieri, HUST., 1939, NO ALGODOEIRO.

CRESCIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE ALGODOEIRO SOB EFEITO DE GA 3 (*)

AVALIAÇÂO DO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DO ALGODOEIRO SUBMETIDO A ADENSAMENTO E MANEJO DE REGULADOR DE CRESCIMENTO* INTRODUÇÃO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 965

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE Euchistus heros NA CULTURA DO ALGODOEIRO

AVALIAÇÃO DO ARRANJO DE PLANTAS DE GIRASSOL

LEVANTAMENTO POPULACIONAL E ESTUDO DE DIVERSIDADE DE ARTRÓPODES EM TRÊS CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO MUNICÍPIO DE CASSILÂNDIA-MS.

PRODUÇÃO DA PARTE AÉREA DE CULTIVARES DE MANDIOCA SEIS MESES APÓS O PLANTIO

CULTIVOS FORA DE ÉPOCA DE ALGODOEIRO SOB SISTEMA DE IRRIGAÇÃO NO ESTADO DE GOIÁS NO ANO DE 2004 (*)

PARASITISMO SOBRE APHIS GOSSYPII GLOVER (HEMIPTERA: APHIDIDAE), EM ALGODOEIRO

MÉTODOS ALTERNATIVOS E CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS DO ALGODOEIRO APLICADOS A AGRICULTURA FAMILIAR NO NORTE DE MINAS GERAIS 1

INFLUENCIA DE DIFERENTES QUANTIDADES DE ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E REGULADOR DE CRESCIMENTO NO RENDIMENTO DO ALGODOEIRO BRS 200 MARROM

Gessi Ceccon, Giovani Rossi, Marianne Sales Abrão, (3) (4) Rodrigo Neuhaus e Oscar Pereira Colman

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

TÍTULO: AVALIAÇÃO REGIONAL DE CULTIVARES DE FEIJÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DE Heliothis virescens NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Relatório mensal, por Núcleo Regional, referente ao desenvolvimento das lavouras de Goiás safra 2012/2013 levantamento divulgado em Abril/2013

Transcrição:

SUSCETIBILIDADE DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO AO ATAQUE DO BICUDO Anthonomus grandis BOH., 1843, EM CONDIÇÕES DE CAMPO Dalva Gabriel.Instituto Biológico (Instituto Biológico /.dalva@biologico.sp.gov.br), Flávio Martins Garcia Blanco (nstituto Biológico), Gilherme de Melo (Instituto Biológico), Bruno Raeder Roberg (UFSCar) RESUMO - O objetivo deste trabalho foi avaliar, em condições de campo, a não preferência do bicudo do algodoeiro, para a cultivar IAC-24 e linhagem IAC 04/227. A semeadura ocorreu em 13/12/04 e os dois genótipos, repetidos seis vezes, foram alocados, ao acaso, em três blocos. Cada parcela constou de quatro linhas com espaçamento de 0,90 m e comprimento de 5,0 m, onde as sementes foram distribuídas manualmente. Neste campo experimental não se procedeu ao controle de doenças e pragas e as plantas daninhas foram erradicadas através de capinas utilizando enxada. As amostragens foram feitas semanalmente, sendo examinados quinze botões florais por parcela, um botão por planta e, considerados os danos ocasionados pela alimentação e oviposição do bicudo. As amostragens foram feitas semanalmente, com início em 16/02/05 e finalizadas em 30/03/05 totalizando 7 levantamentos. Pelo modelo cúbico de regressão, a linhagem IAC 04/227 apresentou, em todas as avaliações, menor porcentual de botões florais perfurados pelo bicudo do que a cultivar IAC-24. A linhagem IAC 04/227 é resultado de transferência do gene de cor vermelha, do genótipo Texas Red, para as linhagens do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Palavras-chave: Anthonomus grandis, genótipos, suscetibilidade. SUSCEPTIBILITY OF COTTON GENOTYPES TO BOLL WEEVIL Anthonomus grandis BOH., 1843 UNDER FIELD CONDITIONS ABSTRACT - The non-preference of the boll weevil to IAC-24 and IAC 04/227 cotton genotypes was evaluated. The experimental field was conducted at Centro Experimental Central of Instituto Biológico in Campinas, São Paulo State, Brazil. The cotton was planted on 12/13/04. It was employed the randomized complete block design with six replications and two treatments. Experimental units of 3.6 m by 5.0 m long with 0.9 m between rows were used. Pesticides and fungicides were not used and the weeds were eradicated using hoe. The surveys were made weekly from 02/16 to 03/30/05 and fifteen squares were valued per plot and examined one square by plant. For a 3 nd grade regression, IAC 04/227 presented for all valuation date minor percentage of damaged squares than IAC-24. IAC 04/227 is a red plant color result of transference of red color gene from Texas Red genotype to IAC progenies. Key words: Anthonomus grandis, genotypes, susceptibility

INTRODUÇÃO A cultura do algodoeiro tornou-se uma das principais fontes de sustentação da economia em algumas regiões, ocupando parte das áreas mais férteis de outras culturas tradicionais como a soja e o milho. O estado de São Paulo registrou o maior crescimento no plantio de algodão do país na safra 2004/05 com a ampliação da área em 29,7%, atingindo 113.200 hectares. As pragas ocupam lugar de destaque entre os diversos problemas enfrentados pela cotonicultura, principalmente o bicudo por se tratar da praga chave e encontrar-se amplamente disseminado em todas as regiões produtoras. O uso de variedades resistentes para uma praga importante como o bicudo traria muitas vantagens como: proteção dos algodoais contra a sua praga mais importante, sem custos adicionais aos produtores, preservação do meio ambiente, não interferência no controle biológico natural de outras pragas, não interferência com insetos polinizadores, além de ser compatível com outras medidas de controle de pragas. Vários genótipos de algodão apresentam características de resistência ao bicudo, algumas das quais tem sido transferida para plantas com boas qualidades agronômicas, entretanto seu uso em larga escala dependerá de sua integração em programas de manejo de pragas do algodoeiro. O objetivo deste trabalho foi avaliar a não preferência do bicudo do algodoeiro, para a cultivar IAC-24 e linhagem IAC 04/227. MATERIAL E MÉTODOS Foram avaliadas a cultivar IAC-24 e a linhagem IAC 04/227 quanto à infestação pelo bicudo do algodoeiro, em condições de campo, no Centro Experimental Central do Instituto Biológico, em Campinas, SP, na safra 2004/05. A semeadura ocorreu em 13/12/04 e os dois genótipos, repetidos seis vezes, foram alocados, ao acaso, em três blocos, perfazendo doze parcelas. Cada parcela constou de quatro linhas com espaçamento de 0,90 m e comprimento de 5,0 m, onde as sementes, deslintadas quimicamente e tratadas com inseticida, foram distribuídas manualmente. Neste campo experimental não se procedeu ao controle de doenças e pragas e as plantas daninhas foram erradicadas através de capinas utilizando enxada. A infestação ocorreu após a liberação, em 01/02/05, na área experimental, de adultos provenientes de cultura infestada pelo bicudo. As avaliações foram feitas semanalmente, sendo examinados quinze botões florais por parcela, um botão floral por planta e, considerados os danos ocasionados pela alimentação e oviposição do bicudo. Os levantamentos tiveram início em 16/02/05, aos 59 dias após a emergência (DAE) e foram finalizadas em 30/03/05, aos 101 DAE, totalizando 7 levantamentos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Para cada genótipo foi realizada uma análise da variância e regressão (Tabela 1), obtendo assim, um modelo matemático polinomial cúbico, que explicasse a correlação entre genótipos e a porcentagem de botões florais perfurados pelo bicudo (Fig. 1). Em cada época avaliada e pelos modelos, verifica-se que a cultivar IAC-24 apresentou maior porcentual de botões florais perfurados, do que a linhagem IAC 04/227. Pelo modelo ajustado, para a cultivar IAC-24, aos 59 dias após emergência (DAE) este porcentual foi bastante elevado (76,9%) e, embora sem qualquer controle, diminuiu até aos 73,2 DAE. Esta queda no porcentual de botões florais danificados, muito provavelmente, foi devida às condições climáticas. A partir deste período, a porcentagem de botões perfurados voltou a crescer até 101 DAE. A linhagem IAC 04/227, apesar de apresentar porcentual relativamente menor que a IAC 24, monstrou comportamento semelhante, no que se refere ao modelo matemático, ao decréscimo no porcentual, verificado desde 59 DAE (35,31%) até 72 DAE (9,58%) (Fig. 1). Na fase de formação de estruturas, de acordo com Cruz, 1991, o nível de controle para o bicudo é de 10% de botões florais perfurados. Nas condições do experimento, nesta fase de desenvolvimento da cultura, foi verificado pelo modelo, que a linhagem IAC 04/227 apresentou, dos 70,2 aos 73,7 DAE porcentagem de botões danificados abaixo do nível de controle enquanto que para a cultivar IAC-24, o modelo demonstra que a porcentagem de botões perfurados foi sempre superior a 10%. Desta forma conclui-se que em condições normais de cultivo, a linhagem IAC 04/227 teria como vantagens sobre a IAC-24, aplicação mais tardia de inseticidas visando ao controle do bicudo e, também, menor número de pulverizações, com ganhos econômicos e ambientais. A linhagem IAC 04/227 apresenta coloração vermelha que confere resistência ao bicudo do tipo não-preferência e que está associada à percepção das cores pelo inseto. A cultivar IAC-24 apresenta coloração verde normal. Isely (1928) verificou em uma variedade de algodão de folha vermelha, 1,5 a 3 vezes menos botões florais danificados pelo bicudo do que uma variedade de coloração verde normal. Pesquisas conduzidas por Jones e citadas por Hunter e Pierce (1912), demonstraram que a luz de coloração verde clara era quase duas vezes mais eficiente em atrair os bicudos que a luz de coloração vermelha (JONES et al., 1986). Ao avaliarem 10 genótipos de algodão, para a não preferência do bicudo do algodoeiro, DeGrande et al. 2002, concluíram que o menor índice de ataque foi para maçãs e botões do genótipo CD 401, entretanto, não mencionaram os caracteres genéticos envolvidos com a não preferência, e afirmaram que este resultado poderia estar relacionado a assincronia fenológica ou evasão hospedeira, uma vez que o genótipo CD 401 é mais precoce do que os demais estudados. A cultivar IAC-24 e a linhagem IAC 04/227 apresentam ciclo vegetativo muito semelhante.

100 90 80 % de botões perfurados 70 60 50 40 30 20 R2 = 0,98 R2 = 0,95 10 0 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 DAE IAC-24 observado IAC 04/227 observado Figura 1. Porcentagem de botões florais perfurados pelo bicudo A. grandis para genótipos de algodoeiro Gossypium hirsutum. Tabela 1. Resumo da análise da variância para os modelos em cada genótipo. IAC - 24 IAC 04/227 Regressão (F) 24,65** 11,98** Resíduo (QM) 26,22 0,01 ** significativo a 1% de probabilidade para o erro

CONCLUSÕES 1. A linhagem IAC 04/227 é menos preferida para a alimentação e oviposição do bicudo do que a cultivar IAC-24 quando cultivadas na mesma área; 2 O modelo cúbico explica de forma satisfatória a correlação estudada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRUZ, V. R. DA. Recomendações e experiência de controle do bicudo no Estado de São Paulo. In: DEGRANDE, P (Ed.). Bicudo do Algodoeiro: Manejo Integrado. UFMS-EMBRAPA UEPAE de Dourados. 1991. 141 p. DEGRANDE, P. E., SOUZA, L. C. F., OLIVEIRA, M. A.; BARROS, R., FERNANDES, M. G. Suscetibilidade de genótipos de algodoeiro ao bicudo. Arq. Inst. Biol., v. 69, p. 83-86, 2002. HUNTER, W. D.; PIERCE, W. D. The Mexican cotton boll weevil.s.l., US Dep.Agric., 1912. (US Entomol. Bur., 114). ISELY, D. The relation of leaf color and leaf size to boll weevil infestation. J. Econ. Entomol., v. 21, p. 553-559, 1928. JONES, J. E., WEAVER, J. B., SHUSTER, M. F. Plantas resistentes ao bicudo. In: BARBOSA, S., LUKEFAHR, M. J., BRAGA SOBRINHO, R. (Eds). O bicudo do algodoeiro. EMBRAPA-DDT. Doc. 4. 1986. 314 p.