Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Apelação Cível / (1)

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Transcrição:

Tribunal de Justiça de Minas Gerais Apelação Cível 1.0194.05.052019-7/001 0520197-09.2005.8.13.0194 (1) Relator(a) Des.(a) Wagner Wilson Órgão Julgador / Câmara Câmaras Cíveis Isoladas / 16ª CÂMARA CÍVEL Súmula NEGAR PROVIMENTO Comarca de Origem Coronel Fabriciano Data de Julgamento 04/07/2012 Data da publicação da súmula 13/07/2012 Ementa EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ERRO MÉDICO. LAQUEADURA DE TROMPAS. GRAVIDEZ POSTERIOR. RESPONSABILIDADE CIVIL. MÉDICO. OBRIGAÇÃO DE MEIO. AUSÊNCIA DE PROVAS QUANTO A SUA NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA OU IMPERÍCIA. PEDIDOS IMPROCEDENTES. RECURSO DESPROVIDO. 1. Na atuação em áreas da medicina tradicionais, em que se busca o restabelecimento da saúde de determinado paciente, considerando que a obrigação do médico não é a cura (e nem poderia ser, já que o mesmo não teria total gerência sobre a vida ou morte do paciente), assume ele uma obrigação de meramente meio. 2. Se a obrigação for de meio, assume o profissional da área médica a responsabilidade de prestar seus serviços de forma cautelosa, diligente, consciente das técnicas médicas e dos melhores procedimentos a serem tomados na busca pelo restabelecimento da saúde do seu paciente, sem o comprometimento com qualquer resultado fixo ou determinado. 3. No caso dos autos, a cirurgia de laqueadura de trompas não é procedimento estético, caindo, portanto, na vala dos procedimentos médicos tradicionais onde a obrigação do profissional é meramente de meio.

4. Restando provado nos autos que o procedimento médico foi realizado pela apelada de forma correta, segundo a melhor técnica, que o resultado posterior da gravidez decorreu de fatos externos ao procedimento médico (recanalização espontânea das trompas de Falópio) bem como que a paciente tinha ciência da possibilidade de insucesso do procedimento, não resta configurado o ato ilícito, obstando a pretensão indenizatória. APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0194.05.052019-7/001 - COMARCA DE CORONEL FABRICIANO - APELANTE(S): ELIZANGELA APARECIDA SANTOS - APELADO(A)(S): MARCIA SOUSA FREITAS ALVERNAZ A C Ó R D Ã O Vistos etc., acorda, em Turma, a 16ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, à unanimidade, em negar provimento. Belo Horizonte, 04 de julho de 2012. DES. WAGNER WILSON FERREIRA RELATOR. DES. WAGNER WILSON FERREIRA (RELATOR) V O T O Recurso de apelação interposto por Elizangela Aparecida Santos contra sentença proferida pelo MM. Juiz da 1ª Vara Cível da comarca de Coronel Fabriciano que julgou improcedentes os pedidos iniciais de indenização pro danos materiais e morais formulados pela apelante em face da apelada, Márcia Souza Freitas Alvernaz. Em suas razões recursais defendeu a apelante que esperou resultado da cirurgia de laqueadura uma vez que não tinha mais condições de criar outro filho; que não há nos autos documento que comprove que a apelante tenha sido regulamente cientificada da possibilidade da recanalização espontânea das trompas. Invocou o disposto no art. 14 do CDC e, ao final, pediu o provimento do recurso. Nas contrarrazões, pugnou a apelada pelo desprovimento do recurso. Eis o relatório. Passo a decidir. Cuidam os autos de Ação de Indenização ajuizada pela apelante, Elisângela Aparecida dos Santos, na qualidade de paciente, em face da apelada, Márcia

de Souza Freitas, médica ginecologista e obstetra, em razão de suposto erro médico cometido pela médica quando da cirurgia de laqueadura de trompas, realizada no parto do seu 3º filho. Segundo a apelante, o procedimento realizado não surtiu os efeitos desejados uma vez que apenas 5 (cinco) meses após o ato cirúrgico engravidou novamente. Pretende ser indenizada pelos danos materiais e morais decorrentes da 4ª gestação indesejada. Muito se discutiu na doutrina a respeito da natureza jurídica obrigação contratual assumida pelos médicos perante seus pacientes: se a obrigação seria meramente de meios ou de resultados. Se a obrigação for de meio, assume o profissional da área médica a responsabilidade de prestar seus serviços de forma cautelosa, diligente, consciente das técnicas médicas e dos melhores procedimentos a serem tomados na busca pelo restabelecimento da saúde do seu paciente, sem o comprometimento com qualquer resultado fixo ou determinado. Se, por sua vez, a obrigação for de resultado, assume o médico o dever de atingir aquele resultado previamente prometido. Na atuação em áreas da medicina tradicionais, em que se busca o restabelecimento da saúde de determinado paciente, considerando que a obrigação do médico não é a cura (e nem poderia ser, já que o mesmo não teria total gerência sobre a vida ou morte do paciente), assume ele uma obrigação de meramente meio. Por outro lado, em se tratando de cirurgia plástica com efeitos meramente estéticos, hoje é amplamente aceito na doutrina e pacífico na jurisprudência do STJ, que o médico assume uma obrigação de resultado, cabendo à ele cumprir com a obrigação assumida. No caso dos autos, a cirurgia de laqueadura de trompas não é procedimento estético, caindo, portanto, na vala dos procedimentos médicos tradicionais onde a obrigação do profissional é meramente de meio. Isso significa que para a imputação do dever de indenizar da apelada (médica), é necessária a prova do ilícito (aqui inserida a negligência, imprudência ou imperícia da sua conduta), do dano e do nexo de causalidade entre eles. E pode-se dizer, seguramente, que tal prova não há nos autos. Conforme consta da perícia médica realizada, o procedimento foi realizado pela apelada de forma correta, segundo a melhor técnica, tendo o resultado posterior da gravidez decorrido de fatos externos ao procedimento médico:

No caso em tela, a experiência e especialização estão confirmadas, sendo que a cirurgia transcorrera sem intercorrências e a técnica usada fora a habitual não endoscópica, e ainda, ocorrendo a gravidez dentro do primeiro ano após a laqueadura, período esse em que a grande totalidade das recanalizações espontâneas acontecem. Podemos afirmar, portanto, tratar-se de caso de recanalização espontânea da trompa de Falópio. (fl. 179/180) Ressalte-se que não há falar-se em falta de advertência da apelante a respeito da possibilidade de insucesso do procedimento. Durante a consulta médica realizada com o perito, a autora confirmou ter ciência não só da possibilidade de gravidez posterior, como também de pessoas que já passaram por esta situação (fl. 176). Confira: Perguntando se a autora e esposo conheciam outros casos semelhantes, de mulheres que se submeteram à laqueadura e que posteriormente teriam engravidado, ambos responderam afirmativamente. Disseram conhecer pessoas que passaram por tal situação, além do conhecimento de outros casos via mídia. (...) Perguntado se a ré havia esclarecido sobre o risco de insucesso com possibilidade de nova gravidez, apesar de raro, também responderam afirmativamente. (sem grifos no original) É verdade que, em momento posterior (audiência - fl. 195), a apelante negou tais assertivas. No entanto, a insegurança a respeito do tema não autoriza à conclusão negativa, de que não houve advertência sobre os riscos e efeitos do procedimento médico. Se a apelante se contradisse, deve suportar os ônus da sua deliberada intenção de, em algum destes momentos acima apontados, faltar com a verdade. Exatamente neste sentido são os precedentes deste Tribunal: ERRO MÉDICO - LAQUEADURA DE TROMPAS - GRAVIDEZ POSTERIOR - INOCORRÊNCIA DE ERRO MÉDICO - INOCORRÊNCIA DE OBRIGAÇÃO DE RESULTADO - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO QUE SE CONFIRMA. Se o conjunto probatório dos autos comprova que o profissional médico praticou todos os atos compatíveis e esperados do profissional na realização da cirurgia de laqueadura de trompas e considerando se tratar de obrigação de meio e não de resultado, a gravidez posterior não configura erro médico. (Número do processo: 1.0223.07.219307-9/001. Numeração Única: 2193079-39.2007.8.13.0223. Relator: Des.(a) LUIZ CARLOS GOMES DA MATA. Data do Julgamento: 07/10/2010. Data da Publicação: 24/11/2010)

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS - LAQUEADURA DE TROMPAS - GRAVIDEZ - AUSÊNCIA DE CONDUTA CULPOSA - REQUISITOS NÃO DEMONSTRADOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO IMPROVIDO. Se o tratamento utilizado não produziu o efeito esperado, não se pode falar em inadimplemento contratual, conclusão esta assente na doutrina e consagrada pela jurisprudência. Disso resulta que a responsabilidade do médico é subjetiva e com culpa comprovada. No caso em tela, restou demonstrado que o profissional informava suas pacientes acerca da falibilidade do procedimento contraceptivo de laqueadura tubária, e não houve a caracterizada a negligência, imperícia ou imprudência por parte do médico, inexistindo por tanto os requisitos ensejados da responsabilidade civil. (Número do processo: 1.0390.05.010499-6/001. Numeração Única: 0104996-36.2005.8.13.0390. Relator: Des.(a) HILDA TEIXEIRA DA COSTA. Data do Julgamento: 22/04/2010. Data da Publicação: 25/05/2010) AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. LAQUEADURA. ERRO MÉDICO. OBRIGAÇÃO DE MEIO. REQUISITOS NECESSÁRIOS À RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL. INOCORRÊNCIA. - O dever de indenizar encontra suas diretrizes no artigo 186 do Código Civil, o qual determina a todo aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar prejuízo a outrem, o dever de reparar o dano. - O contrato de prestação de serviços médicos contém essencialmente uma obrigação de meio e não de resultado, posto não assumir seu fornecedor a responsabilidade pela efetivamente, comprometendo-se apenas a utilizar, na sua execução, dos cuidados técnicos e das diligências necessárias no tratamento do paciente. Portanto, para que ocorra a responsabilidade civil do médico, bem como do hospital em que foi prestado o atendimento, faz-se necessária a comprovação do dano, da culpa e do nexo de causalidade. (Número do processo: 1.0194.05.051926-4/001. Numeração Única: 0519264-36.2005.8.13.0194. Relator: Des.(a) NICOLAU MASSELLI. Data do Julgamento: 02/02/2012. Data da Publicação: 15/02/2012) Feitas estas considerações, NEGO PROVIMENTO ao apelo. DES. JOSÉ MARCOS RODRIGUES VIEIRA (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. FRANCISCO BATISTA DE ABREU - De acordo com o(a) Relator(a). SÚMULA: "NEGAR PROVIMENTO"