Bárbara da Silva. Literatura. Pré-modernismo

Documentos relacionados
PRÉ-MODERNISMO. Professora: Daiane Carneiro

O Pré-Modernismo. Prof. Fernando Pucharelli

2) Explique o que foi o chamado "Pré-Modernismo). (1 ponto)

LPLB. Questões de 01 a 06. Leia atentamente o texto abaixo.

Augusto dos Anjos ( )

Uma grande parte dos sonetos incluídos nesta

LITERATURA PRÉ-MODERNISMO. Profa. Waleska Gomide Panosso

O PRÉ-MODERNISMO. Euclides da Cunha Monteiro Lobato Lima Barreto

Alunos: Francini Medeiros, Giseli Duarte, Hadassa Marques, Jéssica Santos, Luana Beatriz e Sérgio Araújo. Turma:

Poética & Filosofia Cultural - Albert Einstein, Álvares de Azevedo, Antonie de Saint-Exupéry, Augusto dos Anjos, Bob Marley et al

QUESTÕES. 2. Quais os principais autores e obras do movimento naturalista?

Não se pode dizer que o Pré-modernismo constitui-se em uma escola literária em si.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Alvaro de Campos* Poema em Linha Reta

Correção Atividades. Língua Portuguesa DIREITO CONSTITUCIONAL

PRÉ-MODERNISMO. Ceará - milagres de Padre Cícero gerando clima de histeria fanático-religiosa

O PRÉ-MODERNISMO. O Pré-Modernismo não pode ser considerado uma escola literária, mas sim um período literário de transição para o Modernismo.

KEYWORDS: Semiotic; poetry; Greimas.

Revisando o Pré-Modernismo ( )

A República das Oligarquias

Confira esta aula em: Professor Danilo Borges

Bárbara da Silva. Literatura. Modernismo I

Recursos para Estudo / Atividades

MOVIMENTOS SOCIAIS DA PRIMEIRA REPÚBLICA ( )

ASSESSORIA DE EDUCAÇÃO PROVÍNCIA DO PARANÁ Colégio Madre Clélia. Pré-modernismo. Prof. Eliana Martens

A República do Café - I. Prof. Thiago História C Aula 09

Exame de Seleção CURSOS TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO NA FORMA SUBSEQUENTE

Bárbara da Silva. Literatura. Aula 15 - Realismo

AULA 19 LITERATURA PRÉ-MODERNISMO

Dança no Moulin Rouge (1890), de Henri de Toulouse-Lautrec, Museu de Arte de Filadélfia

Revoltas provinciais no período Regencial Brasil século XIX. Colégio Ser! História 8º ano Profª Marilia Coltri

Cordel para Euclides da Cunha

DISCIPLINA DE LITERATURA OBJETIVOS: 1ª Série

Content Area: Literatura Brasileira Grade 11ª. Quarter 1ª. Serie Serie Unidade

A República Oligárquica ( ) O Domínio das Oligarquias ( )

Ensino Médio - Unidade Parque Atheneu Professor (a): Aluno (a): Série: 3ª Data: / / LISTA DE LITERATURA

Localização: Não constitui uma escola literária, mas um período de transição para o modernismo.

História Rafael Av. Trimestral 09/04/14 INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO

Guerra de Canudos foi uma revolta social ocorrida durante o governo de Prudente de Morais entre

Há quatro GÊNEROS principais e clássicos e mais um gênero moderno (a partir do séc. XIX); são eles:

Jimboê. História. Avaliação. Projeto. 5 o ano. 2 o bimestre

A última quimera Ana Miranda

Planejamento das Aulas de História º ano (Prof. Leandro)

Declínio das Oligarquias ( )

CANUDOS SANTOS E GUERREIROS EM LUTA NO SERTÃO

História do Brasil. Conteúdos: Questão Abolicionista. Questão Religiosa. Questão Republicana. Transição do Império para a República

2. conceição veloso e paulo martin

1. Qual a importância das descrições e dos registros feitos nessa parte do livro para o entendimento da obra?

Discurso de recepção Carlos Augusto Ayres de. Freitas Britto. Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto, casado com D. Rita

ATIVIDADE CURRICULAR: LITERATURA BRASILEIRA MODERNA PROFESSOR: CARLOS AUGUSTO NASCIMENTO SARMENTO-PANTOJA

Correção Atividades. Língua Portuguesa DIREITO CONSTITUCIONAL = FANATISMO RELIGIOSO. Busca de novos personagens. Grandes Secas + Povo Carente

NUTRICIONISTA CONCURSO PÚBLICO 001/2014 MUNICÍPIO DE FLOR DO SERTÃO

LITERATURA POTIGUAR NA SALA DE AULA

BRASIL REPÚBLICA (1889 )

SUMÁRIO. Como usar o dicionário? Introdução Circe Bittencourt. Janeiro. Fevereiro

entre eles podemos apontar a escravidão. No entanto, não pretendemos tratar a revolta apenas como um resultado das articulações entre base/estrutura,

( ) ENSINO MÉDIO PROFESSOR: ABDULAH

REVOLTAS DURANTE A REPÚBLICA VELHA

Versos Livres A poesia está em tudo

Período Regencial Prof. Thiago História C Aula 11

(PUC-Rio/2005 Adaptada) Texto para as questões 2 e 3:

Ensino Técnico Integrado ao Médio

DISCIPLINA. CRÉDITOS: 04 (T-04 P- ) Cada Crédito corresponde a 15h/ aula

REDE EDUCACIONAL ADVENTISTA Ementa de Curso

BRASIL IMPÉRIO REVOLTAS REGENCIAIS. Professor: Edson Martins

INTRODUÇÃO: Vulcão ou pororoca? Tanto faz!

MODERNISMO NO BRASIL. O modernismo no Brasil teve início com

A República do Café - II. Prof. Thiago História C Aula 10

ENTREVISTA SOBRE A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE MÁRCIO MALTA: O JECA NA CARETA CHARGES E IDENTIDADE NACIONAL (PPGCP/UFRJ).

A HISTÓRIA DO BRASIL E OS MOVIMENTOS POPULARES

Movimentos Sociais do Campo

H13 - Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.

8. MOVIMENTOS SOCIAIS PELA IGUALDADE E LIBERDADE

Modernidade: o início do pensamento sociológico

Pré-Modernismo. Principais Obras e Autores + Características

Morre o escritor Ariano Suassuna aos 87 anos de idade

Campos Salles ( ), firmou um pacto de poder chamado de Política dos Governadores.

Literatura. Gabarito Final com Distribuição de Pontos

LITERATURA ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO

Contexto Histórico - Europa

Português Exercícios complementares 3ª série 1º período Assuntos: Estilo individual e Estilo de época, Pré-Modernismo

CURSO ANO LETIVO PERIODO/ANO Departamento de Letras º CÓDIGO DISCIPLINA CARGA HORÁRIA

Ensino Técnico Integrado ao Médio

O ROMANTISMO. O Romantismo é um movimento surgido na Europa e, a partir dela, no Brasil, no fim do

14. Brasil: Período Regencial PÁGINAS 18 À 29.

Os contrastes sociais que caracterizam o Brasil foram representados em diferentes épocas.

1) (UNITAU) Sobre o Período Regencial ( ), é incorreto afirmar que:

Matéria: Literatura Assunto: pré-modernismo Prof. Ibirá costa

A República Oligárquica. Prof. Thiago

COMENTÁRIO DA PROVA DE LITERATURA EQUIPE DE LITERATURA DO CURSO POSITIVO

Realismo REALISMO E IMPRESSIONISMO TRADIÇÃO E RUPTURA O PROCESSO DA MODERNIDADE

República Velha

PLANO DE ENSINO DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR HISTÓRIA TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO 2º ANO

PROGRAMA PARA O PRP 03 2ª Série do Ensino Médio

MORTE E VIDA SEVERINA. Auto de Natal de Pernambuco 1954 (João Cabral de Melo Neto)

BRASIL REPÚBLICA (1889 )

2013 Ensino Médio Prova Substitutiva 1 Etapa. Disciplina Data Conteúdo. 1º ano - Filosofia. 2º ano - 3º ano - Sociologia.

Resenha Crítica de "O Primo Basílio", de Eça de Qu

Transcrição:

Bárbara da Silva Literatura Pré-modernismo

O pré-modernismo não é propriamente uma escola literária, mas um período em que alguns autores decidiram produzir uma literatura que refletia as questões políticas e sociais que abalavam o Brasil. Sem fundamentos estéticos e temáticos pré-estabelecidos.

O Brasil do início do século XX mantém, basicamente, a mesma mentalidade do final do século XIX, pós-republicana, positivista e liberal. Há a ascensão de uma burguesia industrial, com ideias progressistas, e que começa a confrontar as oligarquias rurais que ainda mantinham o tradicionalismo no Brasil.

Período marcado por grande agitação: 1896-7 Guerra de Canudos, na Bahia. 1903 Revolta da vacina, Rio de Janeiro. 1910 Revolta da Chibata, Rio de Janeiro. 1912-6 Guerra do contestado, Santa Catarina. 1917 São Paulo é palco de inúmeras greves operárias.

O Pré-modernismo compreende o período de transição entre a produção literária do início do século XIX, até sua ruptura radical, em 1922, com a semana de arte moderna. Os autores que marcam este período anunciam a modernidade, mas de uma maneira disforme, cada qual com suas particularidades.

Augusto dos Anjos (1884 1914) O paraibano, embora fosse formado em advocacia, lecionou literatura a vida inteira. Mudou-se da Paraíba aos 24 anos, por causa da crise da lavoura açucareira que se abateu sobre o nordeste no início da República. Publicou seu único livro, Eu, em 1912.

O público e a crítica da época, acostumados à elegância parnasiana, consideraram seu livro grosseiro e de mau gosto. O vocabulário e os temas do autor causam estranheza pelo cientificismo, pessimismo e escatologia. Por produzir uma expressão única, Augusto dos Anjos é considerado um poeta inclassificável.

Versos íntimos Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão esta pantera Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!

Outros autores A poesia produzida no período fica a encargo apenas de Augusto dos Anjos, mas destacamos alguns autores que marcaram a produção da prosa neste período.

- Euclides da Cunha (1866 1909) O autor carioca teve uma formação determinista e positivista, era engenheiro civil, mas sempre gostou de escrever, tornando-se jornalista. Foi enviado para o sertão da Bahia para cobrir a Campanha de canudos, onde presenciou um massacre do exército contra os sertanejos.

A constatação de que haviam dois Brasis, um da elite e um dos pobres, levou-o a escrever Os sertões (1902). A obra denuncia as contradições nacionais que protegiam os ricos e matavam os pobres, o que ainda não foi superado pelo país. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras pelo livro.

- Lima Barreto (1881 1922) O autor carioca buscou retratar, com simplicidade e ironia, a vida da pequena burguesia que se formava no Rio de Janeiro. Foi bastante criticado por utilizar uma linguagem despretensiosa. Escreveu, dentre outros títulos, O triste fim de Policarpo Quaresma (1915).

- Monteiro Lobato (1882 1948) Nascido em Taubaté, o autor sempre teve contato com a vida rural, mesmo após mudar-se pra São Paulo, onde cursou Direito. Cuidava das pequenas propriedades da família e de lá tirou a inspiração para suas obras, como Urupês (1918), em que deu vida ao personagem Jeca Tatu.