AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE FORMULAÇÕES DESENVOLVIDAS PARA O PROCEDIMENTO DE DEPILAÇÃO



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26 a 29 de outubro de 2010 ISBN 978-85-61091-69-9 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE FORMULAÇÕES DESENVOLVIDAS PARA O PROCEDIMENTO DE DEPILAÇÃO Héllen Priscila de Matos 1 ; Rosana Mendonça Martins 1 ; Daniele Fernanda Felipe 2 RESUMO: A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, dividindo-se em epiderme e derme. As células da epiderme queratinizadas após sofrerem diversos processos de renovação e se multiplicarem, se tornam compactas, originando desta forma, os pêlos e as unhas. Estes pêlos estão distribuídos quase que totalmente na superfície cutânea e muitas vezes são considerados indesejáveis em certas partes do corpo, para isso, muitas pessoas procuram métodos mecânicos de controle, remoção ou destruição destes pêlos. A depilação com cera quente é um dos métodos de remoção temporária mais utilizados, a qual consiste na retirada temporária dos pêlos supérfluos. No entanto, é um método doloroso, por isso, muitas pessoas utilizam cremes anestésicos antes desse procedimento e géis calmantes após, a fim de minimizar os desconfortos causados por este processo. Sendo assim, desenvolveu-se uma linha de produtos para depilação composto de um creme pré-depilatório, uma cera depilatória e um gel pós-depilatório com princípios ativos que diminuem a dor e irritação causada durante e/ou após o processo de depilação. Após o desenvolvimento destes produtos, estes foram submetidos ao teste de estabilidade acelerada, no qual todos mostraram-se estáveis durante toda a duração do teste frente às diferentes temperaturas as quais foram expostos. Além disso, estas formulações foram testadas em humanos a fim de verificar sua eficácia, apresentando um resultado satisfatório de aceitação pelas participantes, com diminuição dos desconfortos causados normalmente por este processo. PALAVRAS-CHAVE: Depilação; Formulações; Eficácia. 1 INTRODUÇÃO Apesar de alguns lugares ainda manterem o uso de pêlos como parte de sua cultura, a maioria da população do mundo busca a sua eliminação rotineiramente (BORELLI, 2007), pois o excesso de pêlos é um problema extremamente comum que atinge tanto homens quanto mulheres (CAMPOS, 2002). Várias opções estão disponíveis e incluem métodos de camuflagem (descoloração), métodos de remoção temporária (raspagem, depilação, arrancamento com pinça, cremes depilatórios), métodos de remoção permanente (eletrólise, epilação à laser), agentes tópicos (eflornitina) e tratamentos médicos para remoção temporária dos pêlos, ocorrendo em muitas vezes a diminuição do crescimento, tornando-os mais finos e menos aparentes (espironolactona, antiandrógenos e contraceptivos orais, entre outros) (COSTA, 2004; MACEDO; MONTEIRO, 2008). A depilação, um dos métodos mecânicos de remoção dos pêlos, remonta há muitos séculos antes da nossa era. Este método consiste em retirar temporariamente os pêlos supérfluos. Ela pode ser realizada com pinça, com cera quente ou fria, retirando o pêlo por completo e deixando o folículo piloso intacto; ou com cremes depilatórios, que removem parte do pêlo (PEYREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998; COSTA, 2004). A retirada de pêlos quando realizado com pinça ou com cera é um método doloroso (COSTA, 2004). Por isso, com o intuito de sanar ou minimizar o desconforto durante e 1 Discentes do Curso de Farmácia do Centro Universitário de Maringá Cesumar, Maringá Paraná. Programa de Iniciação Científica do Cesumar (PICC). hellen_nelinha@hotmail.com; ro.m. martins@bol.com.br 2 Orientadora, Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário de Maringá Cesumar. danielefelipe@cesumar.br

após a depilação, principalmente em relação à dor e rubor, muitas pessoas utilizam produtos anestésicos, como cremes, minutos antes do processo, e géis calmantes após a depilação (BATISTUZZO; ITAYA; ETO, 2006; ALLEN Jr.; POPOVICH; ANSEL, 2007; GOMES; DAMAZIO, 2009). Devido à necessidade de minimizar o desconforto causado durante e após a depilação, principalmente em relação à dor e rubor, o objetivo dessa pesquisa foi desenvolver formulações de uso tópico, que possibilitem essas características e facilitem a adesão dos pacientes ao processo de depilação com cera quente. 2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 DESENVOLVIMENTO DOS PRODUTOS Foram desenvolvidas 3 formulações distintas, as quais formam uma linha de produtos utilizados para o procedimento de depilação, incluindo um creme pré-depilatório, uma cera depilatória a quente e um gel pós-depilatório. A base cremosa não-iônica usada como base para o creme pré-depilatório foi manipulada através do processo normal de produção de emulsões. A fase oleosa (fase 1) composta por: álcool cetoestearílico 30:70 (5%), monoestearato de glicerila (5%), estearato de octila (4%), álcool cetoestearílico 20 OE (2%), óleo mineral (4%) e o nipazol (0,1%), foi aquecida até 70-75ºC e a fase aquosa (fase 2): propilenoglicol (4%), nipagin (0,2%), EDTA dissódico (0,1%) e água destilada q.s.p. 100g, foi aquecida até 75-80ºC. Verteu-se lentamente a fase aquosa sobre a fase oleosa sob agitação vigorosa e constante. Manteu-se a agitação de forma mais lenta, até a mistura atingir temperatura ambiente. Com a obtenção da base cremosa não-iônica, preparou-se o creme prédepilatório, a partir da solubilização da lidocaína (5%) em água destilada (3%) e adicionada à base creme q.s.p. 100g. A manipulação da cera depilatória foi realizada preparando-se primeiramente a base para cera. A sacarose (250g) previamente pulverizada foi colocada em um bécker e então, foi adicionada solução de ácido cítrico 10% (50mL). A mistura foi aquecida até dissolver toda a sacarose e iniciar fervera. Colocou-se mel (q.s.) aos poucos e esfriou-se até dar a consistência adequada da cera. Obtendo-se a base para cera, manipulou-se a cera depilatória, pulverizando em um gral o mentol (2%), a alantoína (1%) e o alfa bisabolol (0,5%). Homogeneizou-se e incorporou-se essa mistura à base da cera semisólida (q.s.p. 250g), homogeneizando-se bem. Procedeu-se a manipulação do gel pós-depilatório, preparando-se a base gel de Aristoflex. Dissolveu-se o nipagin (0,2%) no propilenoglicol (5%) sob aquecimento e em seguida adicionou-se a água (q.s.p. 100g), aquecendo-se até 70ºC. Retirou-se do aquecimento e adicionou-se o Aristoflex (1,7%) aos poucos, agitando-se até a formação do gel. Após atingir a temperatura ambiente, incorporaram-se as matérias-primas da seguinte forma: em um gral, pulverizou-se o mentol (0,5%), e em seguida adicionou-se o álcool cetílico etoxilado propoxilado (3%), o extrato de Aloe vera (4%) e o extrato de camomila (3%). Após homogeneização, a base gel de Aristoflex (q.s.p. 100g) foi adicionada aos poucos sob agitação, formando-se o gel pós-depilatório. 2.2 TESTE DE ESTABILIDADE ACELERADA Fracionou-se as formulações desenvolvidas em porções de 20g, acondicionou-as em embalagens adequadas e as formulações foram submetidas ao controle de qualidade. A verificação destes itens permaneceu durante o estudo de estabilidade acelerada dos

produtos, o qual foi realizado através do armazenamento das formulações em diferentes temperaturas, em estufa (40ºC), em geladeira (5ºC) e em temperatura ambiente, sendo retiradas da estufa e da geladeira 30 minutos antes da realização das análises. O teste de estabilidade foi realizado durante o tempo de 90 dias, sendo as amostras analisadas inicialmente no tempo zero, 30º dias, 60º dias e 90º dias. Para cada temperatura, a análise das amostras foi feita em triplicata. 2.3 TESTE EM HUMANOS Para a realização do teste em humanos, após o projeto ter sido encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer número 034/2009, perguntou-se aleatoriamente à mulheres que chegavam à clínica de estética (30 mulheres) para fazer depilação se as mesmas gostariam de participar do estudo, explicando para as interessadas qual seria o processo e então, assinavam duas vias de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), ficando um para a participante e a outra para as pesquisadoras, o qual demonstra a participação voluntária e consciente da participante. Após a assinatura do TCLE, as voluntárias foram submetidas ao teste da seguinte forma: a aplicação dos produtos foi realizada na região da virilha, sendo que os produtos desenvolvidos foram aplicados do lado direito (lado teste) e os produtos padrões, uma cera caseira e um gel pós-depilatório foram aplicados do lado esquerdo (lado padrão) para que houvesse uma comparação. Primeiramente, foi realizada a higienização local e aplicado do lado direito da virilha uma fina camada do creme pré-depilatório, deixando-o agir por dez minutos. Em seguida, aplicou-se a cera com o auxílio de uma espátula, em finas camadas após o seu aquecimento e em temperatura que não provoca queimaduras. Retirou-se a cera com o auxílio de lenços próprio para este fim, de uma vez só, puxando-o do lado contrário ao nascimento dos pêlos. Então, retirou-se os fragmentos de cera da pele com um removedor próprio, e, aplicou-se o gel pós-depilatório. Do lado esquerdo da virilha, foi realizado a limpeza do local e aplicado a cera caseira da mesma forma como do outro lado, e, após sua retirada, aplicou-se um gel pósdepilatório padrão. Com o fim do processo de depilação, aplicou-se um questionário às mulheres participantes, para verificar o grau de aceitação dos produtos desenvolvidos, e adequações sugeridas pelas mesmas. O questionário apresentava 8 questões e eram do tipo objetiva. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 TESTE DE ESTABILIDADE ACELERADA Logo após a manipulação dos produtos, foram realizados os primeiros testes de estabilidade acelerada, sendo este o tempo inicial (t0). Nesta primeira avaliação foi possível observar que o creme pré-depilatório apresentou de cor branca, odor característico, consistência adequada para a formulação, fácil espalhabilidade e com ph 6,0. A cera depilatória apresentou de cor amarelo âmbar, odor característico de mentol, consistência, espalhabilidade e plasticidade adequadas para este tipo de formulação e, ph 5,0. Já as características do gel pós-depilatório eram de cor amarelo claro, límpido, odor característico de mentol, consistência adequada de gel, fácil espalhabilidade e ph 6,0.

Nos próximos tempos, tempo 1 (t1), trinta dias após a manipulação, tempo 2 (t2), sessenta dias após a manipulação e tempo 3 (t3), noventa dias após a manipulação, não foram observadas diferenças nas características em relação ao tempo inicial em nenhuma das formulações, mantendo-se os mesmos resultados observados no tempo inicial. 3.2 TESTE DA EFICÁCIA DOS PRODUTOS EM HUMANOS Quanto ao teste de eficácia dos produtos em humanos, a Figura 1 mostra que quanto a intensidade de dor durante um procedimento de depilação com cera quente, 73,3% das participantes relataram apresentar dor moderada. Já as intensidades de dor leve e intensa, se igualaram nos valores de 13,3%. Figura 1. Classificação da intensidade de dor relatada pelas participantes durante um procedimento de depilação Quanto aos produtos testados, metade das participantes (50%) disseram sentir dor moderada durante o processo de depilação com cera quente na virilha direita (produto teste), seguidas de 46,7% que relataram ter sentido uma dor leve e, 3,3% disseram sentir uma dor intensa (Figura 2). Figura 2. Classificação da intensidade de dor durante o processo de depilação na virilha direita (produtos teste) Já, quando testado o produto padrão, a Figura 3 demonstra que 76,7% das pessoas participantes sentiram dor moderada durante o processo de depilação com cera quente na virilha esquerda (produto padrão). As outras 13,3% disseram ter sentido dor intensa e 10% sentiram dor leve.

Figura 3. Classificação da intensidade de dor durante o processo de depilação na virilha esquerda (produtos padrão) Todas as participantes (100%) relataram que usariam novamente os produtos testes, pois estes proporcionaram maior refrescância durante e após o procedimento, o que quanto à elas, promoveu uma depilação mais agradável (cera depilatória e gel pósdepilatório); ocorreu uma maior aderência à pele (cera depilatória); o tempo de rubor foi diminuído (gel pós-depilatório); além de ter ocorrido diminuição da intensidade de dor durante o procedimento (creme pré-depilatório e cera depilatória). Isto demonstra que os produtos teste tiveram boa aceitação. 4 CONCLUSÃO Para cada uma das formulações desenvolvidas, foram utilizadas substâncias ativas com ações comprovadas na literatura. Durante os 90 dias de execução do teste de estabilidade acelerada, as formulações desenvolvidas, creme pré-depilatório, cera depilatória e gel pós-depilatório permaneceram estáveis no tempo e nas temperaturas as quais foram submetidas, o que demonstra que as formulações apresentaram estabilidade adequada frente às variações de temperatura de armazenamento e apresentaram compatibilidade entre as matérias-primas. Desta forma, os produtos apresentaram as características de qualidade e estabilidade desejáveis. Quanto à eficácia no processo de depilação, os produtos apresentaram um efeito adequado, minimizando a intensidade de dor e rubor. Portanto, as formulações elaboradas mostraram-se eficazes para serem empregadas num processo de depilação. REFERÊNCIAS ALLEN JR., Loyd V.; POPOVICH, Nicholas G.; ANSEL, Howard C.. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. BATISTUZZO, José Antônio de Oliveira; ITAYA, Masayuki; ETO, Yukiko. Formulário médico farmacêutico. 3.ed. São Paulo: Pharmabooks, 2006. BORELLI, Shirlei. Cosmiatria em Dermatologia: usos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Roca, 2007. CAMPOS, Valéria Barreto. Remoção de pêlos com laser e outras fontes de luz. In: OSÓRIO, Nuno; TOREZAN, Luís Antônio R. Laser em dermatologia: conceitos básicos e aplicações. São Paulo: Roca, 2002.

COSTA, Vera. Hipertricose e hirsutismo. In: KEDE, Maria Paulina Villarejo; SABATOVICH, Oleg. Dermatologia estética. São Paulo: Atheneu, 2004. GOMES, Rosaline Kelly; DAMAZIO, Marlene Gabriel. Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos. 3. ed. rev. São Paulo: Médica Paulista, 2009. MACEDO, Fernando Sperandeo de; MONTEIRO, Érica de Oliveira. Epilação com laser e luz intensa pulsada. RBM ESPECIAIS, São Paulo, v. 65, ed. especial, p. 26-37, dez. 2008. Obtido via Internet, http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3981, 24 de agosto de 2009. PEYREFITTE, Gérard; MARTINI, Marie-Calude; CHIVOT, Martine. Cosmetologia, biologia geral, biologia da pele. São Paulo: Andrei, 1998.