INSTRUÇÃO DE SERVIÇO N.º 014/2007 - GEDSA Considerando, a importância da avicultura catarinense para a economia do estado; Considerando a necessidade de controle sanitário para evitar a reintrodução da doença de Newcastle e introdução de doenças exóticas no Estado; Considerando, a necessidade de normatizar os procedimentos para o registro e fiscalização de estabelecimentos comerciais ligados à avicultura para um efetivo controle da sanidade, resolvem: Art. 1º Estabelecer as NORMAS TÉCNICAS PARA REGISTRO, FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DE ESTABELECIMENTO AVÍCOLA DE AVES COMERCIAIS DE CORTE, CRIAÇÃO COMERCIAL DE RATITAS E ESTABELECIMENTO AVÍCOLA DE AVES DE POSTURA DE OVOS COMERCIAIS. Art. 2º Os estabelecimentos avícolas, destinados a criação de aves comerciais de corte, criação comercial de ratitas e de aves de postura de ovos comerciais, descritos nesta Instrução Normativa, deverão obrigatoriamente ser registrados nos órgãos de defesa sanitária estaduais. Art. 3º Os Estabelecimentos de Aves Comerciais de Corte, Criação Comercial de Ratitas e Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais pré-existentes a data de publicação desta Instrução de Serviço deverão adequar-se às normas de registro, no prazo máximo de 31 de dezembro de 2008. Art. 4º Esta Instrução de Serviço entra em vigor na data de sua publicação. ANEXO NORMAS TÉCNICAS PARA REGISTRO, FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DE ESTABELECIMENTOS DE AVES COMERCIAIS DE CORTE, CRIAÇÃO COMERCIAL DE RATITAS E ESTABELECIMENTOS DE AVES DE POSTURA DE OVOS COMERCIAIS. Art. 1º Esta Instrução Normativa define as normas técnicas para registro, fiscalização e controle de Estabelecimentos de Aves Comerciais de Corte, Criação Comercial de Ratitas e Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais, além dos controles dos estabelecimentos que procedem à comercialização ou a transferência de seus produtos em âmbito nacional e internacional, à exceção de ratitas. Art. 2º Os Estabelecimentos de Aves Comerciais de Corte, Criação Comercial de Ratitas e os Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais deverão obter, previamente a introdução das aves no galpão, o registro nos órgãos de defesa sanitária animal na unidade da Federação em que se localiza. Parágrafo Único. As aves alojadas em Estabelecimentos de Aves Comerciais de Corte, Criação Comercial de Ratitas e os Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais deverão ser provenientes de estabelecimentos registrados e certificados pelo MAPA.
Art. 3º Para registro, os Estabelecimentos de Aves Comerciais de Corte, Criação Comercial de Ratitas e os Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais deverão apresentar os seguintes documentos: 1. Requerimento, conforme modelo padronizado; 2. Cópia de comprovante da existência legal da pessoa jurídica, pessoa física ou de produtor rural; 3. Cópia do contrato de responsabilidade técnica homologado pelo CRMV e ou contrato de trabalho do Médico Veterinário, que realiza o controle higiênico-sanitário do estabelecimento avícola, conforme modelo padronizado; 4. Cópia de registro do Medico Veterinário no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado; 5. Croqui de situação do estabelecimento, indicando todas as instalações, estradas, cursos d'água e propriedades limítrofes, em escala compatível com o tamanho da propriedade, ou levantamento aerofotogramétrico; 6. Memorial descritivo das medidas higiênico-sanitárias e de biosseguridade que serão adotadas pelo estabelecimento avícola e dos processos tecnológicos. 1º Será anexado à documentação listada no Item 1 deste Capítulo, o Laudo de Inspeção Sanitária, emitido por médico veterinário oficial, da Unidade da Federação, onde se localiza o estabelecimento, conforme modelo padronizado. 2º O registro será emitido pelo órgão de defesa sanitária animal (CIDASC), em modelo padronizado. 3º Após aprovação do processo, o certificado de registro original e cópia dos documentos descritos neste artigo, deverão estar disponíveis à fiscalização no estabelecimento. 4º O estabelecimento avícola deverá comunicar ao órgão emissor do registro, num prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a mudança de responsável técnico, enviando a declaração de responsabilidade e documentação correspondente do respectivo sucessor. 5º Toda mudança de endereço ou razão social, bem como a alienação ou o arrendamento do Estabelecimento, deverão ser atualizados no registro do órgão de defesa sanitária estadual, através de: 1. Apresentação de novo requerimento, solicitando a atualização da situação cadastral; 2. Apresentação de cópia do novo contrato social de organização do estabelecimento avícola ou do contrato de arrendamento; 3. Apresentação de novo laudo de inspeção da área física e do controle higiênicosanitário. Art. 4º Os Estabelecimentos de Aves Comerciais de Corte, Criação Comercial de Ratitas e Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais devem possuir localização geográfica adequada, atendendo à legislação em vigor no PNSA: Parágrafo Único. Em estabelecimento preexistente, até a data da publicação desta Instrução de Servico, poderão ser admitidas, a critério do Serviço Oficial, após avaliação do risco sanitário, em função da adoção de novas tecnologias, na condição de existência de barreiras naturais (reflorestamento, matas naturais, topografia), artificiais (muros de alvenaria) ou da utilização de manejo e medidas de biosseguridade diferenciadas, que impeçam a introdução e disseminação de agentes de doenças. Art. 5º As instalações nos Estabelecimentos de Aves Comerciais de Corte, Criação Comercial de Ratitas e Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais deverão:
1. Ser construídas com materiais que permitam limpeza e desinfecção; 2. Ser providas de telas com malha de medida não superior a 2,0 cm, à prova de pássaros, animais domésticos, silvestres e roedores (exceto ratitas); 3. Possuir cerca de isolamento em volta do galpão ou do núcleo, com um afastamento mínimo de 5 m, dotado de um único ponto de acesso de veículos e pessoas. Art. 6º Visando a biosseguridade do sistema de produção, os Estabelecimentos de Aves Comerciais de Corte, Criação Comercial de Ratitas e Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais deverão adotar as seguintes ações: 1. Realizar controle e registro de trânsito de veículos e de acesso de pessoas ao local, incluindo a colocação de sinais de aviso para evitar a entrada de pessoas estranhas à atividade; 2. Estabelecer procedimentos de desinfecção de veículos, antes do seu ingresso no estabelecimento avícola; 3. Estabelecer procedimentos adequados para destino de resíduos da produção (aves mortas, esterco e embalagem), de acordo com a legislação ambiental vigente; 4. Executar programa de limpeza e desinfecção, a ser executado nos galpões, após a saída de cada lote, adotando período de vazio sanitário; 5. Executar programa de controle de pragas, a fim de manter os galpões e os locais para armazenagem de alimentos ou ovos livres de insetos e roedores, animais silvestres ou domésticos; 6. Realizar análise microbiológica da água com periodicidade semestral, comprovando a ausência de agentes de doenças; 7. Submeter-se ao programa de monitoria sanitária, atendendo às normas específicas estabelecidas no Regulamento de Defesa Sanitária Animal, e no PNSA; 8. Manter a disposição do serviço oficial, registros das atividades de trânsito de aves, ações sanitárias, utilização de vacinas e medicamentos desenvolvidos pelo estabelecimento, (ficha com histórico dos lotes). As informações devem ser armazenadas por período mínimo de 2 anos; 9. Estabelecimentos avícolas de aves comerciais de corte adotarão o sistema de criação avícola tudo dentro - tudo fora; 10. Nos estabelecimentos avícolas de aves comerciais de corte deverá ser assegurado que a reutilização da cama somente será realizada se não houver sido constatado problema sanitário que possam colocar em risco o próximo lote a ser alojado, o plantel nacional e a saúde pública, de acordo com a inspeção clínica do responsável técnico do estabelecimento ou pelo médico veterinário oficial ou durante o abate do lote pelo Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal.
Art. 7º O monitoramento sanitário será realizado para Doença de Newcastle, Influenza Aviária e Salmoneloses, de acordo com a legislação específica. 1º Nos Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais e Criação Comercial de Ratitas será também realizado o monitoramento sanitário para Micoplasmoses. 2º Outras enfermidades poderão ser incluídas, no sistema de monitoramento, a critério do Serviço Oficial. 3º O médico veterinário oficial é o responsável pela fiscalização, supervisão e acompanhamento das atividades de monitoramento sanitário. O representante do Serviço Oficial deverá acompanhar o monitoramento rotineiro da empresa através de vistorias e acompanhamento documental; Art. 8º O trânsito interestadual de aves de corte, aves de postura de ovos comerciais e de ratitas destinadas ao abate, esterco e cama de aviário, obedecerá a normativa específica. Parágrafo Único. O trânsito de aves sem a GTA ou cama de aviário sem o CIS, implicará em autuação do proprietário, redirecionamento da carga a origem ou destruição do lote, a critério do serviço oficial. Art. 9º A vacinação contra as doenças aviárias será realizada com vacina registrada e aprovada pelo MAPA, de acordo com a legislação em vigor, seja como medida de ordem profilática ou de controle de doença. 1º A vacinação sistemática de aves de postura comercial contra a doença de Newcastle é obrigatória. 2º De acordo com a situação epidemiológica e sanitária de cada região, após avaliação do DSA, poderá ser estabelecida a obrigatoriedade ou a proibição de programas de vacinação. 3º No caso de doença considerada exótica ao plantel avícola nacional, não será permitida a realização de vacinação sistemática. Art. 10º Ao estabelecimento avícola que não cumprir as determinações desta Instrução de Serviço, será definida sanções após avaliação técnica realizada pelo Serviço Oficial Estadual, seguindo a seguinte ordem de evolução: 1º Advertência por escrito: Devido ao não cumprimento de um ou mais itens dos Artigos 2º ao 9º estabelecer-se-ão prazos para solução da situação sanitária ou de adequação das instalações físicas do estabelecimento avícola. 2º Interdição da propriedade e sacrifício do lote: Não realização das determinações técnicas no prazo estabelecido na advertência por escrito, ou de não cumprimento de um ou mais itens dos Artigos 2º ao 9º desta Instrução Servico, itens estes, que coloquem em risco a disseminação de doenças no plantel avícola estadual, ou ainda, devido a suspeita ou confirmação de foco de doença exótica, conforme estabelecido no Regulamento de Defesa Sanitária Animal, ficando o estabelecimento proibido de alojar qualquer tipo de ave. 3º Cancelamento do registro do estabelecimento avícola: Ao tratar-se de reincidências das infrações descritas acima e na execução de atividades que coloquem em risco a saúde pública, a biosseguridade do plantel avícola. 4º Não havendo, por parte do interessado, adequação às normas oficiais e cumprimento das exigências estabelecidas, poderá ocorrer o cancelamento definitivo do registro; 5º As sanções previstas no processo serão editadas pela autoridade competente, do órgão de defesa sanitária animal estadual.
6º O processo administrativo será originado no órgão de defesa sanitária animal estadual, cabendo recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir do recebimento da notificação oficial pelo interessado; 7º Novo registro será concedido ao estabelecimento, condicionado a vistoria técnica do estabelecimento avícola e à adequação à normativa vigente. Art. 11º A solicitação de cancelamento de registro pelo interessado, será feita em requerimento dirigido ao Serviço Oficial, sempre que o proprietário do estabelecimento não desejar manter as atividades de produção de aves de corte, de ovos comerciais ou ratitas. 1º O registro será cancelado automaticamente pelo Serviço Oficial, quando constatado que o estabelecimento esteja com período superior a 1 (um) ano sem realizar atividades de produção de aves para corte, ratitas ou de ovos comerciais, sem que esta paralisação tenha sido comunicada ao Serviço Oficial. Art. 12º Os Estabelecimentos de Aves Comerciais de Corte, Criação Comercial de Ratitas e Estabelecimentos de Aves de Postura de Ovos Comerciais, ficam obrigados a permitir a qualquer momento, o acesso do Médico Veterinário Oficial, aos documentos e as instalações, observando as normas de biosseguridade. Florianópolis, 11 de abril de 2007. Gecio Humberto Meller Diretor Técnico Florisval Bubniak Gerente Defesa Sanitária Animal