CONSELHO PROFISSIONAL - PESSOAL - CONCURSO PÚBLICO

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CONSELHO PROFISSIONAL - PESSOAL - CONCURSO PÚBLICO - Embora os empregados de conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas sejam regidos pela legislação trabalhista, tal condição não os exime da sujeição ao concurso público. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Proc. TC 400.088/97 GRUPO I - CLASSE 11-2 1 Câmara TC-400.088/97-5 Natureza: Prestação de Contas, exercício de 1996. Entidade: Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso do Sul- CRClMS. Responsáveis: Dorgival Benjoino da Silva, Presidente, e outros. EMENTA: Prestação de Contas. Contratação de pessoal sem concurso público. Diligências. Entendimento da Corte, nos casos como o da espécie, no sentido da regularidade 301

com ressalva das contas e determinação às entidades para que se abstenham de admitir pessoal sem a realização de prévio concurso público, ante o disposto no art. 37, 11, da Constituição Federal, e na Súmula n. 231 da Jurisprudência deste Tribunal. Contas regulares com ressalva. Quitação aos responsáveis. Determinação. RELATÓRIO Trata o presente processo da Prestação de Contas de Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso do Sul - CRCIMS, relati va ao exercício de 1996. 2. A Secretaria de Controle Interno do Ministério do Trabalho - CISETIMTh emitiu Certificado de regularidade com ressalva das presentes contas (fls. 1271128), tendo a autoridade ministerial declarado ter tomado conhecimento (fls. 131). 3. A SECEXlMS, ao instruir o feito às fls. 139/140, considerando que as contas evidenciam impropriedades de natureza formal, já devidamente saneadas, propôs fossem julgadas regulares com ressalva, dando-se quitação aos responsáveis. 4. No entanto, o douto Ministério Público, por meio do Parecer da lavra da Exma. Sra. Procuradora Maria Alzira Ferreira - por verificar que consta.. do Relatório de Gestão (fls. 17) que, no exercício de 1996, foram contratados, pelo regime da Consolidação das leis do Trabalho - CLT, três funcionários para suprir o setor de fiscalização, não havendo informação acerca da realização de concurso público para sua efetivação, consoante disposição contida no art. 37, 11, da Constituição Federal" - opinou pela realização de diligência, a fim de que fosse esclarecida essa questão. 5. Em nova manifestação nos autos, a supramencionada Procuradora assim se pronuncia, no essencial (fls. 171/176):.. 3. Em resposta à diligência, o Presidente do CRC/MS encaminhou o Of. n~ 302197- PRES., de 30.10.97 (f. 145/146), manifestando-se, preliminarmente, pelo arquivamento do processo, com base no art. 58, 1 ~ e ~ da Medida provisória n~ 1.549-35, de 09.10.97. 4. Em seguida, escreve: 'Assim, a partir de 10/10/97, o Conselho Regional de Contabilidade do Mato Grosso do Sul não tem qualquer vínculo com entidade fora do Sistema CFC/CRC, inclusive com o Tribunal de Contas da União. O Conselho Regional de Contabilidade do Mato Grosso do Sul não é, nem nunca foi autarquia. Não integra, nem nunca integrou o campo da Administração Pública. O art. 8~ do Decreto-Lei n~ 1.040/69, declara que aos empregados dos Conselhos de Contabilidade se aplica o regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Seus empregados são optantes pelo FGTS. O art. 37, da Constituição reporta-se à Administração Pública. O Conselho não a integra. Os empregados do Conselho não desempenham cargo público. Este só estabelecido em lei. O Conselho não recebe qualquer tipo de renda oriunda dos cofres públicos. Aos empregados se aplica a CLT, nos termos da Medida Provisória n~ 1.549, e o citado Decreto-Lei n~ 1.040/69. Os cargos e contratações são disciplinados por atos normativos do Conselho. O procedimento de contratação de empregados é o mesmo adotado desde a criação do Conselho, o qual é seguido por todos os demais Conselhos Regionais de Contabilidade do país.' (Grifamos) 5. Ao analisar a resposta do Presidente do CRC/MS, a SECEXlMS, considerando que as informações prestadas não esclareceram a questão da realização, do concurso público para a contratação dos três servidores, opinou pela realização de nova diligência objetivando informações sobre a forma adotada para a contratação. Solicitou, ainda, cópia dos atos normativos internos que regulam a matéria. 6. Atendendo à segunda diligência, o Presidente do CRC/MS enviou o documento de folhas 155/156, explicando o processo adotado pelo conselho para a contratação de pessoal, acompanhado do Regulamento de Pes- 102

soai e Plano de Cargos e Salários do CRC/MS (f. 1571168). 7. Na última análise do processo, a Unidade Técnica, no quadro SINOPSE DAS FALHAS VERIACADAS, registrou o seguinte: 'Contratação de três funcionários para atuar no setor de fiscalização sem concurso público, por processo seletivo próprio, conforme esclarece o Presidente do CRC às fls. 1551156. A presente questão sobre o regime jurídico a que estão subordinados os servidores dos Conselhos está sendo questionado pelo Conselho Federal de Odontologia por intermédio do Mandado de Segurança n!!. 21.797/9 que se encontra pendente de apreciação definitiva pelo Supremo Tribunal Federal. Assim, propomos dar continuidade ao feito adotando-se decisão similar àquelas contidas nos TCS nlls 300.117/97-3, 375.248/97-8 e 550.160/97-3 que julgaram as contas daqueles Conselhos regulares com ressalva, dando quitação aos responsáveis indicados, sem prejuízo de determinar aos referidos Conselhos para que observem os princípios constitucionais, aplicáveis à contratação de pessoal, em especial o disposto no art. 37, 11. ' Na CONCLUSÃO da análise escreve: 'Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo que as contas sejam julgadas regulares com ressalva, dando-se quitação aos responsáveis, Srs. Dorgival Benjoino da Silva e outros, arrolados às fls. 02, nos termos do artigos Il!, inciso I, 16, inciso 11, 18 e 23, inciso 11, da Lei nl! 8.443/92, considerando que as contas evidenciam impropriedades de natureza formal, relatadas nos subi tem 4 desta instrução, que não resultaram dano ao Erário, sem prejuízo de se determinar ao mencionado Conselho que se abstenha de admitir pessoal sem a realização de concurso público, ante o tenha de admitir pessoal sem a realização de concurso público, ante o disposto no art. 37, 11, da Constituição Federal, e na Súmula 23 I, da jurisprudência deste Tribunal'. 8. Por fim, em 23.07.98, foi protocolizado neste Tribunal o OFÍCIO CJU/CFC nl! 1.261198, de 10.07.98, do Conselho Federal de Contabilidade (anexado à contracapa), assinado pelo seu procurador Pedro Miranda, mediante o qualmallifesta seu inconformismo com o pedido de diligência quanto à contratação de pessoal, alegando que a Lei n!!. 9.649/98, no seu art. 58, 3 2, declara que os empregados dos Conselhos de Fiscalização são regidos pela CLT e que fica vedada qualquer relação com a Administração. Diz, ainda, que: 'Os Conselhos são dotados de personalidade jurídica de direito privado. Na entidade de direito privado, inexistem servidores públicos. A referida lei prescreve que o controle das atividades financeiras e administrativas dos Conselhos de Fiscalização de Profissões Regulamentadas será realizado pelos seus órgãos internos. Os Conselhos Regionais prestarão contas ao Conselho Federal e este àqueles. A norma legal cortou toda e qualquer ligação dos Conselhos com o Eg. Tribunal de Contas da União. Diante do exposto, requer o arquivamento do referido processo, eis que o Eg. Tribunal de Contas da União não se reveste de autarquia Conselho de Contabilidade.' 11 9. Relativamente ao conteúdo do Of. nl! 302l97-PRES. (f. 1451146 e itens 3 e 4 deste parecer) cabe observar que: li! - Embora o responsável não tenha consignado na transcrição do 4l! do art. 58 da MP nl! 1.544-35 que o controle das atividades financeiras e administrativas seria realizado exclusivamente pelos seus órgãos internos de controle, a 36f! edição da citada medida provisória, publicada no DOU de 06.11.97, excluiu o termo exclusivamente do parágrafo correspondente ( 52). 21! - A 35i edição da Medida Provisória nl! 1.549, de 09.10.97, citada pelo ilustre Presidente do CRC/MS, também dispunha que: ' 31! Constituirão receitas dos conselhos as contribuições anuais devidas por pessoas físicas ou jurídica, fixadas pela assembléia gerai, bem como multas, taxas e emolumentos estabelecidos em lei.' (Grifamos). 31! - A 361 edição da Medida Provisória nl! 303

1.549, de 06.11.97, e seguintes, alteram a redação do 31! da 35 11 edição, passando a ser: ' 42 Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, existentes até 10 de outubro de 1997, ficam autorizados a cobrar e executar as contribuições anuais devidas por pessoas físicas ou jurídicas, bem como taxas e emolumentos instituídos em lei.' (Grifamos). 42- Por fim, com a edição da Lei n!! 9.649, de 27.05.98, o art. 58 da Medida Provisória nl! 1.549 passou a ter a seguinte redação: 'Art. 58. Os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas serão exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público, mediante autorização legislativa. ]2 A organização, a estrutura e o funcionamento dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas serão disciplinados mediante decisão do plenário do conselho federal da respectiva profissão, garantindo-se que na composição deste estejam representados todos seus conselhos regionais. 21! Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, dotados de personalidade jurídica de direito privado, não manterão com os órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. 31! Os empregados dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são regidos pela legislação trabalhista, sendo vedada qualquer forma de transposição, transferência ou deslocamento para o quadro da Administração Pública direta ou indireta. 42 Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são autorizados a fixar, cobrar e executar as contribuições anuais devidas por pessoas físicas e jurídicas, bem como preços de serviços e multas, que constituirão receita próprias, considerando-se título executivo extrajudicial a certidão relativa aos créditos decorrentes. 51! O controle das atividades financeiras e administrativas dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, será realizado pelos seus órgãos internos, devendo os conselhos regionais prestar contas, anualmente, ao conselho federal da respectiva profissão, e estes aos conselhos regionais. 62 Os conselhos de fiscalização de profis- sões regulamentadas, por constituírem serviço público, gozam de imunidade tributária total em relação aos seus bens, rendas e serviços. 71! Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas promoverão, até 30 de junho de 1998, a adaptação de seus estatutos e regimentos ao estabelecido neste artigo. 81! Compete à Justiça Federal a apreciação das controvérsias que envolvam os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, quando no exercício dos serviços a eles delegados, conforme disposto no caput. 91! O disposto neste artigo não se aplica à entidade de que trata a Lei nl! 8.906, de 4 de julho de 1994.' (Grifamos). Vê-se, portanto, que os elementos constantes do 42 do art. 51! da Lei nl! 9.649/98 são típicos da atividade da administração pública, que os delega, aos serviços de fiscalização de profissões regulamentadas. Assim, como aceitar que um órgão que tenha entre suas atividades-fim a atribuição de fixar, cobrar e executar as contribuições parafiscais, preços de serviços e multas, esteja excluído do Poder Público. Daí a razão de sua subordinação ao Tribunal de Contas da União. No MS n!!21.797, impetrado pelo Conselho Federal de Odontologia contra o TCU, o Ministro-Relator, Carlos Mário Veloso, no seu voto expôs: 'Esclareça-se, ademais, que as contribuições cobradas pelos conselhos de fiscalização das profissões têm caráter tributário, porque são contribuições de interesse de categorias profissionais, assim contribuições corporativas - C.F., art. 149. Reporto-me, no ponto, ao voto que proferi por ocasião do julgamento do RE 138.284-CE, em que analisei e discuti, amplamente, o tema das contribuições parafiscal (RTJ 143/313)'. (Transcrição da p. 167 da Ata nl! 4l/96-P-TCU). 51!- Relativamente à afirmação de que"o art. 37 da Constituição reporta-se à Administração Pública. O conselho não a integra", cumpre lembrar que o 62 da Lei nl! 9.649/98 diz, expressamente, que os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas se constituem em serviço público. 304

'Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniências do Estado." (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 16i edição, Editora, Revista dos Tribunais, p. 290). ()I! - Embora o 3 2 da Lei n 2 9.649/98 estabeleça que os empregados dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são regidos pela legislação trabalhista, tal condição não os exime da sujeição ao concurso público. No Mandado de Segurança nl! 21.322-DFimpretado por Teima Leite Morais e outro contra o TCU, indeferido, por maioria, em Sessão Plenária do STF, de 03-12-92, o eminente Ministro Néri da Silveira, ao acompanhar o ilustre Ministro-Relator, conhecendo do mandado de segurança e o indeferindo, assim redigiu o seu voto: '0 Sr. Ministro Néri da Silveira: Sr. Presidente. A regra do art. 37, 11, da Constituição, é abrangente de investidura em cargo ou emprego público, ao estipular que, em qualquer das hipóteses, há dependência de aprovação prévia em competi tório de provas e títulos ressalvadas as nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Pouco importa se a investidura há de se fazer segundo vínculo funcional estatutário, ou conforme o regimento da CLT. Dessa maneira, não há conflito entre o que se estabelece no art. 37, 11, e o que está no art. 173 da Constituição, de maneira a entender-se que a última regra é excludente da incidência do art. 37,11, da Lei Maior, quando se trata de investidura e emprego em empresas que realizem exploração direta de atividade econômica pelo Estado.' 7 2 - Não obstante as novas disposições relativas aos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas (art. 58 da Lei n 2 9.649/98), o colendo Supremo Tribunalfederal vem, reiteradamente, afirmando que tais conselhos são autarquias. (MS 21.466-DF, MS 22.643-SC). 8 2 - Sendo os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas autarquias, pertencentes, portanto, à administração indireta (Decreto-lei n 2 200/67, art. 42, 11, a), devem sujeitar-se às disposições dos arts. 37 e 39 da CF/88. 10. Quanto aos documentos de folhas 155/168 (resposta à segunda diligência) entendemos que: 1 2 - O procedimento adotado pelo CRC/MS para recrutamento e seleção do seu pessoal não caracteriza o concurso público exigido pela CF/88, para a investidura em cargo ou emprego público. 2 2 - O fato de ser este o procedimento adotado desde a instalação daquele Conselho Regional não justifica a sua continuidade. 11. Com relação ao ofício anexado à contracapa, considerando serem os argumentos ali expostos os mesmos de Of. n 2 302197- PRES., de 30.10.97 (f. 145/436), já comentados no item 9 deste parecer, deixaremos de tecer outras considerações. Apenas, esclareceríamos, que.. a autoridade de ordem legal, para proceder julgamento de processo envolvendo Conselho de Contabilidade", com a qual se reveste o Eg. Tribunal de Contas da União, está insculpida na nossa Lei Maior (art. 71, inciso 11). III 12. Em conclusão, considerando que a aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos é pressuposto jurídico exigido pela Constituição FederaV88 (art. 37, 11, primeira parte), para a investidura em cargo ou emprego público, na administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como princípios constitucional explícito, opinamos pela ilegalidade das admissões. 13. Manifestamo-nos, ainda, pela regularidade das presentes contas, com ressalva." 6. É o relatório. VOTO Importa destacar que a edição da Medida 305

Provisória n. 1.549-35, de 09.10.97, ensejou determinação do Presidente desta Corte no sentido de que fossem realizados estudos acerca da orientação a ser adotada no exame dos processos relativos aos Conselhos de Fiscalização de Profissões Liberais (Comunicação da Presidência, 15.10.97). 2. Os mencionados estudos, objeto do TC- 001.288/98-9, foram submetidos a este Tribunal na Sessão reservada de 07. 10.98, oportunidade na qual o Plenário firmou o entendimento de que os referidos Conselhos estão obrigados a prestar contas a este Tribunal, em face do disposto nos arts. 52, 62, 72 e 82 da Lei n. 8.443/92 (Decisão n. 701198 - in Ata n. 41198). 3. Ressalte-se, ainda, que foram propostas perante o Supremo Tribunal Federal as Ações Diretas de inconstitucionalidade de IIS. 1.717-6 e 1.847-7, questionando o art. 48 e seus parágrafos da MP 1.549-36, de 06/11/97, e da Lei n. 9.649/98, tendo sido a primeira delas interposta por partidos políticos com representação no Congresso Nacional, invocando, entre outros dispositivos constitucionais, os arts. 70 e 71, inciso li. 4. Seja qual for o entendimento que venha a prevalecer no tocante à personalidade jurídica de tais entidades, releva considerar que este Tribunal vem decidindo determinar aos mencionados Conselhos que se abstenham "de admitir pessoal sem a realização de prévio concurso público, ante o disposto no art. 37, 11, da Constituição Federal, e na Súmula 231 da Jurisprudência deste Tribunal" (v.g., Acórdão n. 209/98 - TCU/2a Câmara - in Ata n. 18/98; Acórdão n. 212/98 - TCU/2a Câmara -In Ata n. 19/98: Acórdão n. 213/98 - TCUl2a Câmara - in Ata n. 19/98; Acórdão n. 248/98 - TCU/2a Câmara - in Ata n. 24/98; Acórdão n. 313/98 - TCU/2a Câmara - in Ata n. 30/98; Acórdão n. 329/98 - TCU/2 il Câmara - in Ata n. 31198; Acórdão n. 390/98 - TCU/2a Câmara - in Ata n.35/98): Ante o exposto, acolho, in totum, o parecer da Unidade Técnica e voto por que seja adotada a decisão, sob a forma de acórdão, que ora submeto à apreciação desta Câmara. Sala das Sessões, em 26 de outubro de 1998 JOSÉ ANTONIO B. DE MACEDO, Relator ACÓRDÃO N2 424/98 - TCU - 2 il Câmara I. Processo TC n. 400.088/97-5. 2. Classe de Assunto: II - Prestação de Contas, exercício de 1996. 3. Entidade: Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso do Sul- CRC/MS. 4. Responsáveis: Dorgival Benjoino da Silva, Denizard da Silveira Campos Filho, José Odair Gasparini, Rosângela Pereira de Souza, Osmar Figueiredo Bernardo. 5. Relator: Ministro José Antonio Barreto de Macedo. 6. Representante do Ministério Público: Dra. Maria Alzira Ferreira. 7. Unidade Técnica: SECEXlMS. 8. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Prestação de Contas de Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso do Sul - CRC/MS - relativa ao exercício de 1996. Considerando que a CISET/MTh certificou a regularidade das contas com ressalva, tendo a autoridade ministerial tomado conhecimento; Considerando que a SECEX./MS propõe sejam as presentes contas julgadas regulares com ressalva, dando-se quitação aos responsáveis, sem prejuízo de se determinar ao mencionado Conselho que se abstenha de admitir pessoai sem a realização de concurso público, ante o disposto no art. 37, li, da Constituição Federal; Considerando que o Ministério Público, embora se manifeste pele regularidade com ressalva das presentes contas, entende ilegal a admissão de três servidores por não terem sido precedidas de concurso público; Considerando que este Tribunal, em casos análogos, tem determinado às entidades congêneres que se abstenham de admitir pessoal sem a realização de prévio concurso público, ante o disposto no art. 37, 11, da Constituição Federal, e na Súmula 231 da Jurisprudência desta Corte de Contas (v.g., Acórdão n. 306

209/98 - TCUl2a Câmara - ;11 Ata n. 18/98; Acórdão n. 212/98 - TCUl2a Câmara - ;11 Ata n. 19/98; Acórdão n. 213/98 - TCUl2a Câmara -;n Ata n. 19/98; Acórdão n. 248/98 - TCUl2a Câmara - in Ata n. 24/98; Acórdão n. 313/98 - TCU/2a Câmara - in Ata n. 30/98; Acórdão n. 329/98 - TCUl2a. Câmara - in Ata n. 31/98; Acórdão n. 390/98 - TCU/2a Câmara - in Ata n. 35/98): ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 2 i Câmara, em, com fundamento nos arts. 111, inciso I, 16, inciso 11, 18 e 23, inciso 11, da Lei n. 8.443/92, julgar as presentes contas regulares com ressalva, dando quitação aos responsáveis em epígrafe, sem prejuízo de determinar ao Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso do Sul - CRClMS que se abstenha de admitir pessoal sem a realização de prévio concurso público, ante o disposto no art. 37, 11, da Constituição Federal, e na Súmula 231 da Jurisprudência deste Tribunal. 9. Ata n ll 37/98-2 i Câmara. 10. Data da Sessão: 26/10/1998 - Extraordinária. 11. Especificação do quorum: 11.1. Ministros presentes: Adhemar Paladini Ghisi (Presidente), Valmir Campelo e os Ministros-Substitutos José Antonio Barreto de Macedo (Relator) e Benjamin Zymler. ADHEMAR P ALADINI GHISI, Presidente JOSÉ ANTONIO BARRETO DE MACE DO, Ministro-Relator Fui presente: MARINUS EDUARDO DE VRIES MARSICO, Repres. do Ministério Público