Palavras chaves: Meio Ambiente. Sustentabilidade. Reutilização.



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Transcrição:

TRANSFORMANDO PAPEL EM ARTE: OFICINA DE RECICLAGEM DE PAPEL. Bruna Letícia Pereira Braga¹, Clarice Lucena Silveira¹, Lucicleide Carlos Teixeira², Fernando Roberto Ferreira Silva³. 1- Graduanda do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu - FECLI/UECE e Bolsista do PIBID/CAPES; 2- Professora da Rede Pública Estadual de Ensino e Supervisora do PIBIB/CAPES; 3- Professor do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu - FECLI/UECE e Coordenador de Área do PIBID/CAPES. RESUMO Ao longo da história, a relação social entre o homem e os recursos ambientais vem sofrendo mudanças cada vez mais bruscas que desencadearam em um descompasso nas relações estabelecidas entre o homem e a natureza. Um retrato claro desse descompasso é o constante aumento da quantidade de lixo produzido pelo homem. Todo esse lixo pode ser reduzido, evitando, em grande parte, os impactos ambientais. Um dos processos utilizados para essa redução é a reciclagem, onde os resíduos são reutilizados e transformados em materiais úteis para o dia a dia. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo envolver a comunidade acadêmica da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu sobre a importância da reciclagem dos papeis oriundos do lixo produzido na própria Faculdade, fortalecendo a formação dos discentes e docentes quanto ao reaproveitamento desse material. Como estratégia metodológica, realizou-se, durante a III Semana da Biologia, oficina sobre como reaproveitar o referido lixo e transformá-lo em arte. A oficina consistiu em duas etapas: na primeira fez-se uma exposição teórica acerca do problema do lixo, da importância da reciclagem e explicitaram-se os objetivos desta ação; a segunda consistiu em uma atividade prática, onde efetivamente o papel foi reciclado e diversos objetos foram produzidos a partir desse papel. A ação foi planejada e executada pelos bolsistas do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID - UECE/FECLI. A partir da oficina de reciclagem, podese concluir que esta atividade constituiu-se em importante recurso para sensibilizar os alunos participantes da necessidade de tomada de consciência em relação às questões ambientais, sobretudo relacionadas ao processo de reciclagem, além de propiciar interação entre os estudantes no processo de confecção dos objetos propostos. Palavras chaves: Meio Ambiente. Sustentabilidade. Reutilização. 1 INTRODUÇÃO Os problemas ambientais discutidos e enfrentados ao longo da história precisam da intervenção humana para que sejam solucionados, visto que cada questão ambiental tem o homem como principal agente causador de danos ao meio ambiente. O homem prejudica o ambiente de forma impactante e desequilibra os processos naturais, muitas vezes comprometendo a vida de diversas espécies. Esses desequilíbrios ambientais causam um desequilíbrio nas relações entre o homem e a natureza.

2 O mundo atual passa por mudanças significativas na economia, política e natureza que podem prejudicar o meio ambiente. Esse processo de constantes mudanças no planeta e o avanço da tecnologia têm destruído a natureza e os valores humanos. Portanto, é necessária a construção de uma nova relação entre o ser humano e a natureza que garanta a sustentabilidade e a qualidade de vida das próximas gerações (SOUZA; GONÇALVES; SOARES, 2011). O aumento na quantidade de resíduos sólidos produzido no mundo é constante e resulta em um processo de desequilíbrio ambiental. O acúmulo de papel oriundo do lixo é bastante significante para a poluição do meio natural. Todo esse lixo pode ser reduzido, evitando, em grande parte, os impactos ambientais. Um dos processos utilizados para essa redução é o processo de reciclagem, onde os resíduos são reutilizados e transformados em materiais uteis para o dia a dia, contribuindo com a sustentabilidade do planeta. Quando os seres vivos entram em estado de putrefação, microrganismos realizam a etapa de reciclagem natural. Esses seres eliminam os restos de animais e vegetais reutilizando seus nutrientes e elementos químicos para o solo. Enquanto a natureza age eficientemente reaproveitando e reciclando, o homem produz lixo. Esse lixo produzido pelo homem pode ser reaproveitado pelo meio ambiente, mas quando os resíduos sólidos são produzidos excessivamente, afetam o ciclo natural. Esse desequilíbrio pode aumentar, pois, os diversos resíduos produzidos pelo ser humano não são facilmente decompostos pelo ambiente (JAMES, 1997 apud SOARES; SALGUEIRO; GAZINEU, 2007). Segundo VALLE (1995), o ato de reciclar significa refazer o ciclo e permite trazer ao início do ciclo, sob a forma de matéria-prima, aqueles materiais que se degradam mais lentamente e que podem ser reaproveitados, mantendo suas propriedades principais. Essa prática, não apenas diminui o número de resíduos, como também economiza matéria-prima, energia e faz com que as pessoas despertem para hábitos mais conservadores, além de reduzir a degradação do meio ambiente. As propostas de Educação Ambiental no mundo são imprescindíveis para que se tenha um planeta equilibrado. A conscientização ambiental no Brasil, através de intervenções políticas, sociais ou ambientais, pode contribuir com a preservação do meio ambiente. Essa busca pela sustentabilidade também pode estar aliada à Educação Escolar, pois é na escola que o ser humano constrói seus conceitos e adquiri conhecimentos de mundo. Gadotti (2008) diz que o planeta com os problemas

3 ambientais está estampando todos os dias que os seres humanos estão sendo, cada vez mais, imprudentes com a natureza, isso mostra o quanto as pessoas precisam ser instruídas para terem consciência de tal descuido. É necessário que a redução e a reutilização de resíduos sejam discutidas nas instituições de ensino e divulgadas nos meios de comunicação social, pois essas ações ajudarão a reduzir o excesso de consumismo, produção, poluição e conservarão o meio ambiente (SILVA; GOMES; OLIVEIRA, 2010). Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é envolver a comunidade acadêmica da Universidade Estadual do Ceará sobre a importância da reciclagem do papel produzido na própria Universidade, fortalecendo a formação dos discentes e docentes quanto ao reaproveitamento do lixo, transformando-o em arte. 2 METODOLOGIA A atividade foi desenvolvida na Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu - FECLI durante a III Semana da Biologia que foi realizada de 24 a 26 de setembro de 2014. A FECLI é uma unidade acadêmica da Universidade Estadual do Ceará (UECE) localizada no município de Iguatu/CE e possui 06 cursos de graduação na modalidade licenciatura (Ciências Biológicas, Física, Matemática, Pedagogia, Letras Português e Letras Inglês) que funcionam nos turnos matutino e noturno. Essa ação foi planejada e executada pelos bolsistas do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID UECE/FECLI vinculados a Escola Estadual de Ensino Médio Filgueiras Lima, no município de Iguatu/CE. A oficina compôs as atividades da III Semana de Biologia e foi realizada em dois encontros de duas horas, cada: a) No primeiro encontro, foi realizada uma explanação teórica, com uso do projetor, destacando o problema do acúmulo de lixo, a importância e necessidade da reciclagem e os objetivos desta ação (Figura 01). Após essa introdução ao assunto, os alunos foram apresentados a todos os materiais (cola, papel, tintas, tesoura, régua, prensa, moldes, dentre outros), a Unidade de Reciclagem Didática (Figura 02) que compõe o Projeto de Educação Ambiental Tecnokits do Ministério da Educação (BRASIL, 2009) e todos os procedimentos que eles desenvolveriam na parte prática da oficina.

4 b) No segundo encontro, foi realizada a parte prática da oficina de reciclagem de papel (Figura 03). Os participantes foram organizados em equipes e cada equipe iniciou o processo de reciclagem do papel. Para isso, foi utilizado o kit anteriormente mencionado. O kit procura integrar todas as fases da produção de papel reciclado em um único kit, eliminando os inconvenientes das formas tradicionais, como o risco de lesões nos alunos durante a trituração do papel, o desperdício de polpa e água e a dificuldade de implantação. Permite o trabalho de até 10 grupos de alunos de forma quase simultânea, em um ambiente que possibilita a inovação de técnicas pelo uso de diferentes materiais na produção do papel (BRASIL, 2009). Inicialmente, foi produzida a polpa a partir do papel já utilizado; em seguida, foram produzidas as telas com o papel já reciclado; as telas foram colocadas para secar; e, por fim, quando já secas, o papel formado originou diversos objetos com o auxílio de moldes preexistentes (Figura 04). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi possível perceber, durante a atividade proposta, que a etapa inicial de conscientização ambiental alertou os alunos para os problemas ambientais que a humanidade vem enfrentando e mostrou a importância que cada um possui como colaborador da sustentabilidade do planeta e sobre suas responsabilidades em relação ao consumo exacerbado. Nesse momento, foi possível perceber o envolvimento dos alunos com questionamentos e, principalmente, com intervenções que ressaltavam como um dos principais desafios o problema do consumo desenfreado. Nessa direção, Dias (2003) afirma que os nossos atos de consumo exacerbados são influenciados diretamente pelo sistema econômico que tem nesse consumo um de seus pilares; que nos bombardeia com suas publicidades, fazendo com que supérfluo passe a ser prioridade, apoiados, quase sempre, por um discurso dito ecologicamente correto. É importante ressaltar que a conscientização ambiental, através da educação ambiental, não se resume ao fato de falar da natureza, do ambiente, ela é muito mais ampla. Ela ocorre através de um processo continuado, interativo e volta-se para a formação da consciência, auxilia na tomada de decisões, na capacidade de avaliação e crítica do ambiente ao redor (MEDINA; SANTOS, 1999). Nesse sentido, fica clara a importância da sensibilização de todos para que ajam de modo responsável e consciente, conservando o ambiente no presente e para o

5 futuro; para que saibam exigir e respeitar os próprios direitos e os da comunidade; e para que se modifiquem como pessoas, como também quanto às suas relações com o ambiente (EFFTING, 2007). Durante o segundo momento, a etapa prática, foi observado que enquanto os procedimentos eram ensinados passo a passo, cada aluno observava atentamente e em seguida produzia seu próprio papel reciclado, interagindo uns com os outros. Notou-se também o interesse dos estudantes ao observarem que o papel reciclado que produziram dava origem a objetos atrativos e úteis ao cotidiano, como: porta trecos, caixas organizadoras, embalagens para presentes e molduras para fotografias (Figura 04). O trabalho durante uma oficina baseou-se no trabalho de grupo, na ajuda entre os integrantes, na socialização, na transmissão de valores, educando para a ética e para a cidadania. Nesse sentido, Stern (1997) afirma que o aluno gosta desse tipo de atividade e de tudo que a compõe: a atividade em si, o educador, o grupo de colegas, as descobertas, as pesquisas, a mobilidade, a ação, a reflexão, o pensar com as mãos, o fruir, o sentido do belo e do estético, a criação, o sucesso. Investir em ações práticas que despertem os alunos para a sustentabilidade e preservação do meio ambiente, justifica-se, sobretudo, por que: A Educação Ambiental visa o desenvolvimento sustentável, ou seja, busca mudar hábitos enraizados na sociedade para possibilitar que as gerações futuras também possam fazer uso dos recursos naturais disponíveis atualmente. Os exemplos mais comuns sobre as degradações que o meio ambiente está sofrendo são a poluição e o desperdício dos recursos hídricos e a produção exagerada de resíduos sólidos, bem como a destinação incorreta que é dada aos mesmos (MARODIN; BARBA; MORAIS, 2004, p.2). A reciclagem também é uma forma de reduzir os impactos ambientais provocados pelo lixo doméstico, comercial, tecnológico, entre outros. Uma maneira simples e geradora de renda é a reciclagem de papel que, após transformado, pode ser usado para outras finalidades. Assim, é preciso atentar para o fato de que: A Educação Ambiental está efetivamente oferecendo um ambiente de aprendizagem social e individual no sentido mais profundo da experiência de aprender. Uma aprendizagem em seu sentido radical, a qual, muito mais do que apenas prover conteúdos e informações, gera processos de formação do sujeito humano, instituindo novos modos de ser, de compreender, de posicionar-se ante os outros e a si mesmo, enfrentando os desafios e as crises do tempo em que vivemos (CARVALHO, 2008, p.69).

6 Assim, tomando a Educação Ambiental como tema dentro do ensino de Ciências e Biologia, esta irá requerer do docente, estratégias para tornar esse assunto mais próximo do aluno, a exemplo das oficinas de reciclagem. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Espera-se que a oficina de reciclagem de papel tenha colaborado para uma mudança de postura dos graduandos em relação às questões dos bens de consumo. Nesse caminhar é possível repensar nos hábitos de consumo e descarte, a saber: comprar apenas o que é necessário, evitando o desperdícios e promover a coleta seletiva em seus domicílios; recusar a compra de produtos que agridam o meio ambiente, reduzir a compra de produtos que não sejam biodegradáveis e que tenham maior durabilidade. Outras ações almejadas para os discentes são: a reutilização; pensar antes de descartar; ver as possibilidades de recuperar o produto artesanalmente e usá-lo para outros fins. Diante da proposta apresentada e desenvolvida, pode-se concluir como significativo o envolvimento dos alunos ao longo da atividade, onde foi possível perceber o engajamento dos mesmos na oficina, na organização dos questionamentos, das argumentações e empenho na produção do papel reciclado. Além disso, esse tipo de atividade desenvolve nos alunos o espírito de grupo e a construção de um conhecimento coletivo. À guisa de conclusão, entende-se como fundamental a inserção dos graduandos em formação inicial como protagonistas das ações, constituindo-se assim um profissional preparado para pensar, criar, propor e organizar metodologias, trazendo e formando um novo olhar sobre o mundo, buscando potencializar e promover uma aprendizagem significativa em relação ao meio ambiente. REFERÊNCIAS BRASIL. Guia de tecnologias educacionais. Org. André, C. F. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 170 p. 2009. CARVALHO, I. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2008. DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2001. GADOTTI, M. Educar para a sustentabilidade: Uma contribuição à Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, Série Unifreire: 2, 2008.

7 EFFTING, T. R. Educação Ambiental nas Escolas Públicas: Realidade e Desafios. Marechal Cândido Rondon, 2007. Monografia (Pós Graduação em Latu Sensu Planejamento Para o Desenvolvimento Sustentável) Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual do Oeste do Paraná Campus de Marechal Cândido Rondon, 2007. MARODIN, V.; BARBA, I.; MORAIS, G. Educação Ambiental com os Temas Geradores Lixo e Água e a Confecção de Papel Reciclável Artesanal. Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária Belo Horizonte 12 a 15 de setembro de 2004. MEDINA, N. M.; SANTOS, E. da C. Educação ambiental: uma metodologia participativa de formação. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1999. SOARES, L.; SALGUEIRO, A., GAZINEU, M. Educação ambiental aplicada aos resíduos sólidos na cidade de Olinda, Pernambuco um estudo de caso. Revista Ciência e Tecnologia. Pernambuco. julho - dezembro, 2007. Disponível em http://www.unicap.br/revistas/revista_e/artigo5.pdf. Acesso em 25 out. 2014. SOUZA, J.; GONÇALVES, L., SOARES, A. A Educação Ambiental na recuperação e conservação de recursos naturais: a percepção de assentados rurais no cerrado goiano. CAMPO-TERRITÓRIO: revista de geografia agrária, v. 6, n. 11, p. 312-337, fev., 2011. Diponível em http://www.seer.ufu.br/index.php/campoterritorio/article/view/12115. Acesso em 25 out. 2014. SILVA, T.; GOMES, M.; OLIVEIRA, A. Educação ambiental: um relato de atividades com embasamento científico. Unoesc & Ciência - ACBS, Joaçaba, v. 1, n. 2, p. 125-134, jul./dez. 2010. STERN, A. Iniciação à Educação Criadora. Lisboa: SOCICULTUR Divulgação cultural Ltda. 1997. VALLE, C. E. Qualidade ambiental: como ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995.

8 ANEXOS Figura 01. Momento teórico da oficina de reciclagem de papel. Figura 02. Componentes da Unidade de Reciclagem Didática - Tecnokits

9 Figura 03. Momento prático da oficina de reciclagem de papel. Figura 04. Embalagens produzidas com papel reciclado.