Características de cultivo, anatomia e fisiologia do camarão



Documentos relacionados
Anatomia e fisiologia do camarão (sistema imune)

Características distintivas do subfilo. Extremidades pares diversamente modificadas

Disciplina de Imunologia. Curso de Biomedicina. Imunidade aos Microbios Bactéria extracelular

Compreensão das diferenças entre os artrópodes, crustáceos, insetos, aracnídeos, quilópodes e diplópodes, reconhecendo suas características

TABELA DE EQUIVALÊNCIA Curso de Odontologia

Móds. 15 e 16. Setor Prof. Rafa

BACTERIOSES EM PEIXES: O QUE FAZER?

Matéria: Biologia Assunto: Reino Animal - Moluscos Prof. Enrico Blota

Corpo segmentado e dividido em cabeça, tórax e abdome, podendo alguns apresentar cefalotórax (= cabeça + tórax) e abdome.

9/30/2014. Por que engenheiros biomédicos precisam estudar anatomia e fisiologia? Introdução. Fisiologia. Anatomia

Tipo de itens. O sangue é o principal fluído que circula no organismo humano.

PATOLOGIAS DE ORGANISMOS AQUÁTICOS. Patologia de Camarão. Méd. Vet. Fiscal Federal Agropecuário

Roteiro de aulas teórico-práticas

Relação entre os grande grupos de artrópodes

Imunidade aos microorganismos

Prof Weber Ciências 7ºANO

Níveis de organização do corpo humano - TECIDOS. HISTOLOGIA = estudo dos tecidos

ARTRÓPODES PROF. MARCELO MIRANDA

Sugestão de avaliação

Sistemas do Corpo Humano

CURSO de MEDICINA VETERINÁRIA - Gabarito

A importância hematofágica e parasitológica da saliva dos insetos hematófagos. Francinaldo S.Silva.

Ozooplâncton de água doce é constituído predominantemente por Protozoa,

SISTEMA DIGESTÓRIO HUMANO. Definição Nutrição Alimentos Anatomia Fisiologia

Prof Thiago Scaquetti de Souza

Aula 4: Sistema digestório

Aula Os conquistadores do ambiente terrestre

Health solutions for terrestrial and aquatic food animals

Professor Fernando Stuchi M ETABOLISMO DE C ONSTRUÇÃO

O CITOPLASMA E SUAS ORGANELAS

. Hematos = sangue + poese = formação.

Possuem sistema circulatório. O sangue desloca-se por um sistema fechado de vasos e contém pigmentos respiratórios dissolvidos no plasma.

Fazendo a digestão. A voz do professor. A voz do professor. De onde provém a energia necessária para o movimento dos automóveis?...

CONTEÚDO E HABILIDADES DINÂMICA LOCAL INTERATIVA INTERATIVIDADE FINAL. Aula 1.2 Conteúdo: Sistema Digestório

Responda as questões usando caneta azul ou preta. Respostas a lápis ou com rasuras não serão consideradas.

PROPRIEDADES E VISÃO GERAL DAS RESPOSTAS IMUNES. FARMÁCIA PROFa SIMONE PETRI AULA - 1

CURSO DE EXTENSÃO CARCINICULTURA DE ÁGUA DOCE

PROJETO DE CAPACIDADE TECNOLÓGICA COM ÊNFASE EM SANIDADE AQUÍCOLA PARA MICRO E PEQUENOS CARCINICULTORES DO RIO GRANDE DO NORTE

Visão Geral. Tecido conjuntivo líquido. Circula pelo sistema cardiovascular. Produzido na medula óssea, volume total de 5,5 a 6 litros (homem adulto)

PROGRAMA DE BIOSSEGURANÇA PARA FAZENDAS DE CAMARÃO MARINHO

Streptococcus sp. Boletim Técnico

Crustacea (L. crusta = concha)

SANIDADE EM MALACOCULTURA. Métodos de Depuração

Filo Porífera. Esponjas

Professora: Ms Flávia

CADIDJA COUTINHO PET BIOLOGIA

Grupo mais bem sucedido em nº de espécies Exploram mais diferentes ambientes Crustáceos, Aracnídeos, Insetos, Diplópodes e Quilópodes Importância:

RESUMO Nº 1 3º TRIMESTRE

Faculdade de Imperatriz FACIMP

Anatomia e Fisiologia Humana SISTEMA DIGESTÓRIO. DEMONSTRAÇÃO (páginas iniciais)

47 Por que preciso de insulina?

05/10/2013 SISTEMA CIRCULATÓRIO. Evolução do sistema circulatório. Fisiologia do Sistema Circulatório ou Cardiovascular

TEMPERATURA E TERMORREGULAÇÃO TERMORREGULAÇÃO ENDOTÉRMICA

Anatomia e Fisiologia Animal Sistema Digestivo - RUMINANTES

ANATOMIA E FISIOLOGIA. Renata Loretti Ribeiro Enfermeira Coren/SP 42883

ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA 2º Trimestre. 3 ano DISCIPLINA: BIOLOGIA B

Características gerais. Habitat e modo de vida

A IMPORTÂNCIA DA AERAÇÃO NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO AQUÍCOLAS. Kátia Daniele do Nascimento

QUÍMICA CELULAR NUTRIÇÃO TIPOS DE NUTRIENTES NUTRIENTES ENERGÉTICOS 4/3/2011 FUNDAMENTOS QUÍMICOS DA VIDA

RESPOSTA IMUNE AOS MICRORGANISMOS. Prof. Aline Aguiar de Araujo

O papel da Nutrição na Saúde dos Peixes. João Manoel Cordeiro Alves Gerente de Produtos Aquacultura Guabi Nutrição Animal

FISIOLOGIA DO SANGUE HEMATÓCRITO 08/10/2008 ERITRÓCITOS OU HEMÁCIAS HEMATÓCRITO PLASMA: CELULAR:

A LINGUAGEM DAS CÉLULAS DO SANGUE LEUCÓCITOS

Biologia - 3ª Série Histologia Data: 13 de junho de 2007

PlanetaBio Resolução de Vestibulares FUVEST ª fase - específicas

LIMA, Marcelo

Células A (25%) Glucagon Células B (60%) Insulina Células D (10%) Somatostatina Células F ou PP (5%) Polipeptídeo Pancreático 1-2 milhões de ilhotas

Rio Doce Piscicultura

Funções do sistema digestório

Exercícios de Monera e Principais Bacterioses

ANATOMIA E FISIOLOGIA

SISTEMA DIGESTIVO. Ciências Naturais 9º ano

SISTEMA CIRCULATÓRIO COMPARADO. PROFESSOR: João Paulo

TECIDO CONJUNTIVO 28/07/2015. Origem mesodérmica; Grande quantidade de substância intercelular: Profº Fernando Vascularizado.

Microbiologia Veterinária. Gêneros Streptococcus e Staphylococcus

Figura 1: peridrociclopentanofenantreno

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO FINAL 2013 BIOLOGIA

Avanços de Melhoramento Genético de Camarão no Brasil

O corpo humano está organizado desde o mais simples até o mais complexo, ou seja, do átomo microscópico ao complexo organismo humano macroscópico.

Criado e Desenvolvido por: Todos os direitos são reservados

Sugestão de avaliação

ANATOMIA HUMANA I. Sistema Digestório. Prof. Me. Fabio Milioni. Função: - Preensão - Mastigação - Deglutição - Digestão - Absorção - Defecação

CIÊNCIAS E PROGRAMA DE SAÚDE

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MEDICINA - BACHARELADO

PLANIFICAÇÃO A MÉDIO/LONGO PRAZO CIÊNCIAS DA NATUREZA 6º ANO

Você saberia responder aos questionamentos de forma cientificamente correta?

SISTEMA DIGESTÓRIO. Boca Glândulas salivares Esófago Fígado Vesícula biliar. Faringe. Estômago Pâncreas Intestino grosso. Intestino delgado.

Filo Platyhelminthes. Planos de Simetria

Profa. Susana M.I. Saad Faculdade de Ciências Farmacêuticas Universidade de São Paulo

Função orgânica nossa de cada dia. Profa. Kátia Aquino

Aula 21 Protozoários parasitas

ORIGEM: TECIDO CONJUNTIVO

Recuperação. Células tecidos órgãos sistemas. - As células são as menores unidades vivas e são formadas por três regiões:

Semestre: 1 Quantidade de Módulos:9 Unidade de Ensino:Núcleo de Saúde

Moluscos, animais de corpo mole

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MARINHAS TROPICAIS

Nutrição. tica (SND) Disciplina:Nutrição para Enfermagem Curso: Enfermagem Semestre: 4º. Profa. Dra. Andréia Madruga de Oliveira Nutricionista

As simpáticas focas da Antártida

Transcrição:

Características de cultivo, anatomia e fisiologia do camarão Dra. Profa. Associada Laboratório de Sanidade de Animais Aquáticos (LASAq) Departamento de Medicina Veterinária UFRPE

ROTEIRO Aquicultura no Brasil Carcinicultura produção Morfologia externa Morfologia interna

Produção total da aquicultura no Brasil (2008 a 2010) 600.000,00 500.000,00 400.000,00 300.000,00 200.000,00 100.000,00 31,2% 82,3 81,2 77,2 2008 t 2009 t 2010 t 0,00 Total Continental Marinha Piscicultura

90.000,00 80.000,00 Produção de pescado da aquicultura marinha (2008 a 2010) 70.000,00 60.000,00 50.000,00 40.000,00 2008 2009 2010 30.000,00 20.000,00 10.000,00 0,00

Produção da aquicultura marinha (tipo de cultivo/espécie) 90.000,00 80.000,00 70.000,00 60.000,00 50.000,00 40.000,00 30.000,00 20.000,00 10.000,00 0,00 2008 2009 2010

Larvicultura Infra-estrutura disponível Fazendas de engorda Ração e insumos Medicamentos Equipamentos Processamento

FAZENDAS DE CAMARÃO Atlantis Netuno Costa Dourada Fotos: Mendes, P.P.

FAZENDAS DE CAMARÃO Tabatinga Campo Novo Tinoco Fotos: Mendes, P.P.

Tropical Potiporã FAZENDAS DE CAMARÃO Hanna Equamar Potiporã Aquática Fotos: Mendes, P.P.

Penaeus monodon Litopenaeus vannamei Macrobrachium rosenbergii Fotos: Mendes, P.P.

LARVICULTURA Fotos: Mendes, P.P.

REPRODUTORES Fotos: Mendes, P.P.

Tanque de reprodutores ABLAÇÃO Fotos: Mendes, P.P.

Bolsa espermática / télico Fotos: Mendes, P.P.

Desenvolvimento embrionário 6 8 15 20 horas Fotos: Mendes, P.P.

PRODUÇÃO DE PÓS-LARVAS NAUPLIOS ZOEA MISIS PÓS-LARVA Fotos: Mendes, P.P.

Larvicultura interna Fotos: Mendes, P.P.

Larvicultura externa Fotos: Mendes, P.P.

Parâmetros Tamanho compatível com a idade Homogeneidade do lote Formato da pós-larvas Relação: Músculo/intestino (3:1 no 6º segmento) Arcos branquiais desenvolvidos Pós-larvas nadando contra a corrente Pós-larvas nadando de forma normal Pós-larvas reagindo a impacto no recipiente Músculo de cor amarelada e translúcido Pós-larvas sem deformidade Carapaça limpa Intestino cheio Teste de estresse (%) Fotos: Mendes, P.P.

Qualidade e estresse Sobrevivência > 75% 100 PL Salinidade larvicultura Fotos: Mendes, P.P. 100 PL Salinidade zero 30 100 PL Salinidade larvicultura O U 100 PL 100 ppm formalina

Embalagem de pós-larvas Saco: 30 litros; 1/3 água; 2/3 ar e amarração; Densidade: 1000-1500 PL/L Fotos: Mendes, P.P.

TRANSPORTE Fotos: Mendes, P.P.

TANQUES-BERÇÁRIO Recepção das PL Fotos: Mendes, P.P.

Transferência das pós-larvas Realizar, preferencialmente, no início da manhã ou final da tarde; Verificar continuamente o estado de estresse das pós-larvas; Manter a densidade de transporte entre 500-800 PL/L; Fornecer alimento durante o processo; Oxigênio dissolvido > 5,0 mg/l; Efetuar a operação no menor tempo possível Fotos: Mendes, P.P.

VIVEIROS DE ENGORDA Fotos: Mendes, P.P.

DESPESCA Fotos: Mendes, P.P.

DESPESCA Fotos: Mendes, P.P.

DESPESCA Fotos: Mendes, P.P.

DESPESCA Fotos: Mendes, P.P.

VIVEIROS PÓS - CULTIVO Fotos: Mendes, P.P.

VIVEIROS PÓS - CULTIVO Fotos: Mendes, P.P.

Litopenaeus vannamei Filo: Crustacea Subfilo: Malacostraca Classe: Caridea Super-ordem: Eucarida Ordem: Decapoda Sub-ordem: Dendrobranchiata Infra-ordem: Penaeidae Super-familia: Penaeoidea Família: Penaeidae Sub-familia: Penaeinae Gênero: Litopenaeus Espécie: Litopenaeus vannamei.

Litopenaeus vannamei Cefalotórax MORFOLOGIA EXTERNA Latim crusta Carapaça dura Crescimento Desfazem do exosqueleto "apertado" (formar um novo) Abdomem MUDA OU ECDISE

MORFOLOGIA EXTERNA Melanóforos grânulos pretos Leucóforos - grânulos brancos Eritróforos - grânulos vermelhos CROMATÓFOROS Xantoforos - grânulos amarelos Controlado por hormônios (glândula sinus) e pelo sistema nervoso central anterior

MORFOLOGIA EXTERNA Fonte: Lightner, D.V.

ANTÊNULAS Primeiras antenas 1 par Função: quimiorreceptores Fonte: Lightner, D.V.

FLAGELO ANTENAL Segundas antenas 1 par Função: sensores tácteis (detecção de predadores, alimentos) Fonte: Lightner, D.V.

OLHOS Função: reprodução (fêmea) - ablação Fonte: Lightner, D.V.

CARAPAÇA Função: suporte e barreira protetora Fonte: Lightner, D.V.

ROSTRUM Função: desconhecida - defesa? Fonte: Lightner, D.V.

PERIÓPODOS EPIPODITOS Função: locomoção (andar) Fonte: Lightner, D.V.

PATA QUELADA OU PINÇA Função: apreensão de alimentos; defesa. Fonte: Mendes, P.P.

SEGMENTOS ABDOMINAIS 6 segmentos Função: contrações rápidas para o escape de predadores Fonte: Lightner, D.V.

PLEIÓPODOS Função: locomoção (natação) Fonte: Lightner, D.V.

CAUDA Função: natação (direção) Fonte: Lightner, D.V.

URÓPODOS Função: natação (direção) Fonte: Lightner, D.V.

TELSON Função: locomoção (natação) Fonte: Lightner, D.V.

Morfologia externa abdomem cefalotórax rostrum cauda pleiópodos periópodos Fonte: Mendes, P.P.

MORFOLOGIA INTERNA SISTEMA DIGESTÓRIO Fonte: Lightner, D.V.

BOCA Fonte: Lightner, D.V.

ESTÔMAGO Proventrículo e esôfago Fonte: Lightner, D.V.

INTESTINO PORÇÃO MÉDIA Fonte: Lightner, D.V.

INTESTINO PORÇÃO FINAL Fonte: Lightner, D.V.

CECOS ceco posterior ceco hepático anterior FUNÇÃO Receber o conteúdo do intestino delgado e começar a reabsorção de água e nutrientes. Fonte: Lightner, D.V.

HEPATOPÂNCREAS Fonte: Lightner, D.V.

SISTEMA CIRCULATÓRIO Vasos? Fonte: Lightner, D.V.

HEMOLINFA Constituída por uma fração celular (hemócitos) uma fração humoral (plasma) Hialinos (HH); Grânulos pequenos (HGP); Grânulos grandes (HGG). Hemócitos circulantes metabolismo de carboidratos, transporte e armazenamento de lipoproteínas e aminoácidos, reparo de lesões e injúrias, coagulação e defesa contra invasão de microrganismos e parasitos.

Primeira linha de defesa Exoesqueleto (carapaça externa rígida) barreira físico-química protetora); Trato digestivo revestido de uma capa quitinosa, ambiente ácido, enzimas Reações imunológicas Sistema imune inato (Não tem sistema adaptativo - infinidade de receptores e anticorpos altamente específicos e indução de células de memórias) inviabiliza vacinas

Sistemas de defesa Coagulação da hemolinfa; Melanização mediada pelo sistema pro-fenol-oxidase (propo); Reconhecimento e aglutinação celular mediados pelas lectinas; Sistemas antibacterianos, antifúngicos e antivirais mediados pelos peptídeos antimicrobianos, RNA de interferência e por proteínas de reconhecimento padrão; Sistema fagocítico e de encapsulamento.

Invasão de microrganismo Migração dos hemócitos Sítios de infecção INFLAMAÇÃO fagocitose formação de agregados celulares densos em torno das partículas invasoras Pode ocorrer liberação de diferentes moléculas capazes de neutralizar e degradar os agentes patógenos

Linha de defesa fagocitose Quando há invasão massiva de microrganismos ou partículas/patógenos de grande tamanho, não sendo possível a fagocitose, desencadeia-se a formação de cápsulas celulares e nódulos Cápsulas celulares Formação de nódulos Rodeiam a grande quantidade de microrganismos e são capturados para dentro das células agregadas, semelhantes a cápsulas. Agregação de várias capas de hemócitos ao redor do patógeno de grande tamanho (hifas, nematóides, algumas formas de protozoários) Disseminação e produção de septicemia

CORAÇÃO Fonte: Lightner, D.V.

SISTEMA REPRODUTIVO FÊMEA TÉLICO Fonte: Lightner, D.V.

SISTEMA REPRODUTIVO MACHO PETASMA Fonte: Lightner, D.V.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL Fonte: Lightner, D.V.

BRÂNQUIAS bloqueio hipóxia Osmorregulação Fonte: Lightner, D.V.

ÓRGÃO HEMATOPOIÉTICO Fonte: Lightner, D.V.

GLÂNDULA ANTENAL Fonte: Lightner, D.V.

ÓRGÃO LINFÓIDE CÉLULAS DE MEMÓRIAS Fonte: Lightner, D.V.