PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2016

Documentos relacionados
/FACE: 1

DIREITOS POLITICOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS

AS QUESTÕES DA DEFESA E O CONGRESSO NACIONAL

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO. PROJETO DE LEI N o 2.079, DE 2003

PONTO DOS CONCURSOS CURSO DE DIREITO ELEITORAL TRE/AP 4º Simulado de Direito Eleitoral p/ TRE-AMAPÁ! PROFESSOR: RICARDO GOMES AVISOS:

PROJETO DE LEI Nº 1.311, DE 2015

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 33, DE 2011

VOTO EM SEPARADO. AUTORIA: Senador RANDOLFE RODRIGUES I RELATÓRIO

A distância entre o sonho e a conquista chama-se ATITUDE!

Abreviaturas, xvii Nota à 7a edição, xix Prefácio, xxi

COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO. PROJETO DE LEI N o 1.552, DE 2003 I - RELATÓRIO

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 394, DE 2014

CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL CMAS Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social EDITAL 01/2016

No Brasil: Misto de Democracia Semidireta ( meios de participação popular) + Indireta (mandato representativo)

REGIMENTO INTERNO DA FUNDAÇÃO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS MARGARIDA MARIA ALVES

SUMÁRIO CAPÍTULO I DIREITOS POLÍTICOS... 1 CAPÍTULO II DIREITO ELEITORAL CAPÍTULO III PRINCÍPIOS DE DIREITO ELEITORAL... 23

RESOLUÇÃO CONSUNI Nº 28/2014

Regulamento Interno do Departamento de Sistemas de Informação. Escola Superior de Ciências Empresariais Instituto Politécnico de Setúbal

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador RAIMUNDO COLOMBO

MENOS CUSTOS = MAIS FORMALIDADE E MENOS DEMISSÕES NO EMPREGO DOMÉSTICO BRASILEIRO.

O Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil

CÂMARA DOS DEPUTADOS. DISTRIBUiÇÃO / REDISTRIBUiÇÃO / VISTA Presidente: Comissão de: Em: I I A(o) Sr(a). Deputado(a):

Tabela de Temporalidade de Documentos de Pessoa Física

NORMAS REEDITADAS PARA A ELEIÇÃO DE DIRETOR E VICE-DIRETOR DA FACULDADE DE FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

PROJETO DE LEI Nº 7.412, DE 2010 COMPLEMENTAÇÃO DE VOTO

Sumário CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE PREÂMBULO TÍTULO III Da Organização do Estado... 39

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE CENTRO DE EDUCAÇÃO, LETRAS E ARTES CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS E RESPECTIVAS LITERATURAS

IUS RESUMOS. Direitos Políticos. Organizado por: Samille Lima Alves

Direitos políticos. Conceitos fundamentais. Direitos políticos positivos. Direitos políticos positivos e direitos políticos negativos.

Maurício Piragino /Xixo Escola de Governo de São Paulo.

REGULAMENTO ELEITORAL. Artigo 1.º (Objecto)

O PREFEITO MUNICIPAL DE RIBAS DO RIO PARDO, Estado de Mato Grosso do Sul, faz saber que o Plenário Aprovou a seguinte Lei.

DECRETO Nº 239/2015. Aprova o Regimento Interno do Conselho Municipal de Anti Drogas (COMAD) de Gramado.

ESTATUTO DAS LIGAS ACADÊMICAS Diretoria de Extensão e Assuntos Comunitários

Dispõe sobre autorização de afastamento do País de servidores e empregados do Ministério da Fazenda e suas entidades vinculadas.

Nº 93 - ANO VI Quinta - feira, 24 de Outubro de Projeto autoriza Município sem corpo de bombeiros a criar brigada de incêndio

Prof. José Maurício S. Pinheiro - UGB

O papel do Legislativo na elaboração das normas de proteção do Meio Ambiente CUIABÁ/2016 1

Plano de auxílio aos estados e ao Distrito Federal

PROJETO DE LEI N.º, DE 2005 (Do Sr. Dr. HELENO)

Estatuto da Corte Interamericana de Direitos Humanos UNISIM 2015

REGIMENTO INTERNO RECOMENDADO PARA O ROTARY CLUB

Anexo 2 - PROCEDIMENTOS DE VOTAÇÃO

Ponto Proposta das Normas do Orçamento Participativo de Pombal

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO PORTARIA Nº 276/2012

SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS - SEJUDH EDITAL SEC/SADH/SEJUDH Nº. 004/2016

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

BREVE ANÁLISE SOBRE O SISTEMA DE COTAS PARA NEGROS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO BRASIL E SUA INCONSTITUCIONALIDADE

CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA PROTEÇÃO AOS ARTISTAS INTÉRPRETES OU EXECUTANTES, AOS PRODUTORES DE FONOGRAMAS E AOS ORGANISMOS DE RADIODIFUSÃO

Faculdade de Paraíso do Norte - FAPAN

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 3.241, DE

Regulamento para a Eleição do Presidente do PS/Açores

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO NORMAS DE PARTICIPAÇÃO. Capítulo I Disposições gerais

FACULDADE SOGIPA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

O BENEFÍCIO DA PRESTAÇÃO CONTINUADA FRENTE À CONVENÇÃO SOBRE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Maria Aparecida Gugel 1

NÚCLEO DE MISSÕES E CRESCIMENTO DE IGREJA FACULDADE ADVENTISTA DE TEOLOGIA (FAT) UNASP REGULAMENTO

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITOS POLÍTICOS E SISTEMAS ELEITORAIS (ARTS 14 AO 17)

MANUAL e-sic GUIA DO SERVIDOR. Governo do Estado do Piauí

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 14, DE 2014 (Senador Alfredo Nascimento - PR/AM)

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL CREDITÁ S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

REGIMENTO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU: ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS Educar pela Pesquisa CAPÍTULO 1 DA ORGANIZAÇÃO GERAL

PORTARIA N.º 1.900, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2013.

NACIONALIDADE 1. Acerca dos princípios fundamentais e direitos individuais, julgue o item a seguir.

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE RELACIONAMENTO REDE SCB REDE DOS SERVIÇOS DE CRÉDITO DO BRASIL LTDA. PROGRAMA "De Olho no Ponto"

Considerando a Lei Municipal nº 495, de 27 de novembro de 1991, que criou o Fundo de Aposentadoria e Pensões FAPEN, resolve:

EDITAL Nº 03/2016 I DA COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO ELEITORAL

INICIATIVA POPULAR. 1 Benevides, Maria Vitoria de Mesquita A Cidadania Ativa Referendo, Plebiscito e Iniciativa Poipular,

Orçamento Participativo de Vila Nova de Cerveira

11. Ciclo de Gestão do Governo Federal

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA. PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N o 1.380, DE 2009 I - RELATÓRIO

REGIMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE VILA FLOR

ESTATUTO Modelo de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP CAPÍTULO I DA DENOMINAÇÃO, SEDE E FINS

Tribunal Regional Eleitoral da Bahia

SABER DIREITO FORMULÁRIO

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

FACITEC - Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas IESST Instituto de Ensino Superior Social e Tecnológico

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2014

ESTATUTOS DA FUNDAÇÃO DOS LIONS DE PORTUGAL (Despacho da Presidência Conselho de Ministros de )

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2015

CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa

(Apensos os PL 5.864/2009; PL 3633/2012; PL 4027/2012; e PL 4660/2012)

Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. Projeto de Lei nº 2.163, de Autor: Deputado Vicentinho. Relator: Deputado Assis Melo

Federal e dispositivos da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, e dá outras providências.

PARECER Nº, DE Relator: Senador PAULO PAIM I RELATÓRIO

Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA)

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

Política de Responsabilidade Socioambiental

DIREITOS FUNDAMENTAIS: NACIONALIDADE E DIREITOS POLÍTICOS

AS INSTITUIÇÕES EUROPEIAS

Função Fiscalizadora

CIDADANIA Direitos políticos e sufrágio

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Transcrição:

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2016 Convoca plebiscito sobre o mandato presidencial, e dá outras providências. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: Art. 1º É convocado plebiscito de âmbito nacional, nos termos do art. 49, XV, da Constituição Federal, que se realizará simultaneamente ao primeiro turno das eleições municipais de 2016. Art. 2º O plebiscito de que trata esta Emenda Constitucional realizar-se-á no dia 2 de outubro de 2016 e constará da seguinte pergunta, a que o eleitor deverá responder sim ou não : Devem ser realizadas, de imediato, novas eleições para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República? Parágrafo único. O plebiscito de que trata este artigo será convocado e regulamentado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Art. 3º Se o número de votos em favor da realização de novas eleições imediatas para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República for igual ou superior à maioria dos votos válidos, o Tribunal Superior Eleitoral convocará novas eleições nos termos do art. 77 da Constituição, a realizar-se trinta dias após a proclamação do resultado do plebiscito. 1º Caberá ao Tribunal Superior Eleitoral regulamentar a eleição de que trata o caput e proclamar seus resultados, bem assim estabelecer as datas das posses dos eleitos. 2º O mandato dos eleitos nos termos do caput encerrar-se-á em 31 de dezembro de 2018. 1

publicação. Art. 4º Esta Emenda à Constituição entra em vigor na data de sua JUSTIFICAÇÃO A atual crise política que abala o País vem se traduzindo em um processo de radicalização de posições, que contrapõe o discurso de que se acha em curso um golpe parlamentar e judicial ao de que o Governo legitimamente eleito em 2014, por ter incorrido em pretensos crimes de responsabilidade, não teria condições de permanecer à frente dos destinos da Nação. Ambas as posições, ao nosso ver, são equivocadas. A Carta de 1988 prevê, expressamente, a figura do impedimento presidencial por crime de responsabilidade. Por outro lado, a caracterização desse delito, como causa de destituição do Chefe do Executivo, requer procedimento complexo, de caráter político e jurídico, com a confirmação, por 2/3 da Câmara dos Deputados e 2/3 do Senado, da ocorrência de crime de responsabilidade. A dificuldade e complexidade da caracterização desses delitos impede um debate sereno sobre a legitimidade do atual processo de impedimento do Chefe do Executivo eleito em 2014 para manter-se à frente do mandato que conquistou pelo voto de 51,64% dos votos válidos dos cidadãos brasileiros. Porém, as pesquisas apontam, e é inegável o impacto desse fato, uma baixa popularidade presidencial, o que, para alguns, seria razão suficiente para justificar o seu afastamento. Ainda que não o seja, é motivo para que os representantes do povo busquem soluções para essa crise que, a cada dia, se aprofunda, com graves riscos às instituições, e com reflexos sociais e econômicos. Todavia, o processo de impedimento não pode suprir a lacuna constitucional de que se possa promover o recall do mandato presidencial. 2

Necessário ter e mente que o princípio basilar da democracia no Brasil está inscrito no art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal: todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição. A soberania popular não pode jamais ser alienada ou transferida, nem mesmo ao Parlamento, permitindo-se que o voto dos representantes eleitos substitua o voto soberano do eleitorado nacional. Os Parlamentares recebem, do Povo, a competência para legislar, e até para julgar o chefe do Executivo no caso de crime de responsabilidade, quando caracterizada essa hipótese, mas não para destituir um Presidente legitimamente eleito, por razões políticas. Pesquisas recente tem corroborado a tese da perda de confiança da opinião pública nos agentes políticos. Dados do IBOPE indicam que, entre 2010 e 2015, a confiança no Presidente da República caiu de 69 para 22 pontos; no Congresso Nacional, de 38 para 22 pontos; nos Partidos Políticos, de 33 para 17 pontos. Trata-se dos agentes que, no total de instituições consideradas pela pesquisa, tem os mais baixos índices de confiança social. Tal fato, sobretudo no que toca ao Chefe do Poder Executivo, deve ser considerado quando se percebe que a legitimidade do agente político não apenas deve ser aferida no momento das eleições, mas durante o seu mandato, pois é dela que retira as condições para a Governabilidade. Na América Latina, o recall presidencial acha-se presente na Constituição da República Bolivariana da Venezuela, promulgada em 1999, que prevê referendo revocatório em relação a todos os mandatos de cargos eletivos. No caso de cargos executivos, a revogação se dá em plebiscito, que somente pode ser convocado por solicitação de no mínimo vinte por cento dos eleitores da circunscrição, após o transcurso de metade do mandato. No caso venezuelano, recente decisão do Tribunal Supremo de Justiça em 21 de abril de 2016 considerou que, à vista da previsão constitucional de referendo revogatório como meio para submeter ao escrutínio do eleitorado a permanência do Governante eleito, após decorrida a metade do seu mandato, seria fraude à Constituição do país a redução do mandato presidencial por meio 3

de Emenda Constitucional, ainda que sujeita a referendo para sua validação pelo eleitorado. Segundo essa decisão,...utilizar la figura de la enmienda constitucional con el fin de acortar de manera inmediata el ejercicio de un cargo de elección popular, como el de Presidente de la República, constituye a todas luces un fraude a la Constitución, la cual prevé un mecanismo político efectivo para tales fines, tal como lo es el ejercicio del referendo revocatorio contemplado en el artículo 72 de la Carta Magna. Na Áustria, a Carta Magna prevê a destituição do Presidente da República, em plebiscito convocado por dois terços do Parlamento. Nos Estados Unidos, em 14 Estados está previsto o recall em suas Constituições, com destaque para o Estado da Califórnia, que o prevê desde 1911 e que, em 2003, levou à destituição do Governador reeleito em 2002. A vantagem do recall sobre o impedimento Presidencial reside, sobretudo, no fato de ele permitir um juízo popular direto sobre o exercício do cargo eletivo. Por ser a expressão da vontade soberana do povo, não se acha sujeito à demonstração da prática de crime de responsabilidade pelo governante. Mas, assim como naquele caso, não pode ser instrumento banalizado, que possa, por qualquer maioria eventual, autorizar a interrupção do mandato presidencial. No Brasil, inexiste a previsão do referendo revogatório do mandato presidencial, mas a Carta Magna assegura, como princípio fundamental, a precedência da soberania popular, na medida em que todo poder emana do povo. Para superar a crise política em curso, o meio hábil é a realização de um plebiscito, convocado por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição, o que mostra conformidade com o previsto no art. 14, I da Constituição, que prevê essa forma de exercício da soberania popular. Contudo, esse plebiscito, por sua excepcionalidade, ultrapassa o disposto na Lei nº 9.709, de 18 de novembro de 1998, que prevê a convocação dessa forma de consulta por Decreto Legislativo. Um plebiscito convocado por uma maioria simples do Congresso Nacional jamais poderia solapar o direito ao exercício do mandato presidencial conquistado nas urnas. Já a sua convocação por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição poderia, num primeiro 4

exame, conferir a essa possibilidade uma legitimação prévia, sob o prisma constitucional, como condição de validade. Assim, a presente Proposta de Emenda à Constituição, a ser aprovada por quórum de três quintos de cada Casa do Congresso, em dois turnos de discussão e votação, visa permitir, presente a atual crise, e para interromper o seu agravamento, que o Povo Brasileiro se manifeste, mediante a realização de plebiscito extraordinário, em 2 de outubro de 2016, sobre a continuidade ou não do atual mandato presidencial, respondendo, objetivamente, à indagação de se quer ou não que haja nova eleição presidencial em 2016. No entanto, não estamos propondo, de forma a atropelar os debates necessários, que se institua, em caráter permanente, o recall em nossa ordem jurídica. Ainda que reconheçamos os seus méritos, é tema que requer uma discussão que não seja contaminada pela atual conjuntura. Remetemos ao Tribunal Superior Eleitoral a regulamentação do plebiscito e, se assim decidir o eleitorado, do pleito subsequente, e fixamos condições mínimas para que seus resultados sejam válidos. Para tanto, será necessária a maioria dos votos válidos em favor da nova eleição. O Presidente que será então eleito, na forma do art. 77 da Carta Magna, se for o caso, cumprirá o prazo remanescente do atual mandato presidencial, mantendo-se, assim, a previsão de nova eleição presidencial em 2018. Embora esse possa ser um tema a ser debatido em favor de outras alternativas, como a antecipação da eleição e, assim, com o direito do eleito a um mandato de 4 anos, ou até mesmo de seis anos (encerrando-se em 2022, por exemplo), optamos, nessa proposta, pela solução mais simples, ou seja, a eleição para que seja, apenas, completado o mandato presidencial, evitando-se, assim, o descolamento das eleições gerais de 2018 para os cargos eletivos Federais, ou a extensão do prazo de mandatos presidenciais de 4 para seis anos. Até que tal eleição ocorra, permanecerão nos cargos os seus titulares, independentemente de qual seja o resultado do processo de impedimento ora em debate no Congresso. Se o Senado não acolher o impeachment ora sob seu exame, ainda assim o Povo brasileiro se manifestará sobre o tema. Se vier a acolhê-lo, a decisão soberana do Povo dirá se deseja ou não um novo Presidente. 5

É com o honesto propósito de contribuir para a superação dessa crise, e assegurar condições de Governabilidade para o exercício do mandato presidencial, pacificando o País, que oferecemos a presente Proposta de Emenda à Constituição aos ilustres Pares. Sala das Sessões, Senador WALTER PINHEIRO 6

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2016 Convoca plebiscito sobre o mandato presidencial, e dá outras providências. NOME DO SENADOR Assinatura 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 7

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 2016 (Continuação) Convoca plebiscito sobre o mandato presidencial, e dá outras providências. 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 8