PERÍCIA CONTÁBIL PROFESSOR Edmundo Tork Apostila 8

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Transcrição:

3.3 NOMEAÇÃO DO PERITO PERÍCIA CONTÁBIL PROFESSOR Edmundo Tork Apostila 8 Data: UNIDADE III: 28 de Outubro de 2008 O PERITO CONTÁBIL O CPC, Código do Processo Civil, (Art. 420 a 439 - da prova pericial) não prevê os casos em que a perícia será deferida, porém demonstra em quais a perícia será indeferida. Art. 420 do CPC, parágrafo único: O juiz indeferirá a perícia quando: I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico; II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; III - a verificação for impraticável. Já o art. 427 - CPC, assim define. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes O art. 420, parágrafo único, trata do indeferimento, enquanto o art. 427, da dispensa. Em não se enquadrando no indeferimento, ou dispensa, observa-se que toda e qualquer prova pericial requer competência diferente por parte do perito nomeado, nas mais diferentes áreas das profissões. Por exemplo, em ação trabalhista onde se requer adicional de insalubridade, cabem duas perícias distintas: 1ª - Perícia médica, para verificação da existência ou não da insalubridade e em que grau; 2ª - Perícia contábil, em se confirmando a existência da insalubridade, deve-se apurar o valor devido referente a tal verba trabalhista. O perito nomeado deve ter a confiança do juiz, ser habilitado tecnicamente para o trabalho realizado, estando no pleno exercício dos seus direitos profissionais, e sendo capaz e desimpedido. Porém estes não são os únicos atributos para nomeação. Em certos casos a lei determina o perito competente: Na Lei de Falências - contador; No CPC art. 1.183 - interdição - médico; No Código Civil art. 956 - demarcação - Agrimensor; Na Lei da Profissão do Engenheiro - para perícia de engenharia 3.4 PODERES DO PERITO Após aceitar o encargo, o perito deve dar início aos trabalhos, devendo para isso inteirar-se dos autos do processo e, caso haja necessidade, poderá solicitar documentos e informações que estejam em poder das partes ou repartição pública, conforme dispõe o art. 429 do Código de Processo Civil: Art. 429 para o desempenho das suas funções, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças. O rol do artigo 429 do Código de Processo Civil, portanto deve ser considerado exemplificativo, e não taxativo, pois, com efeito, em algumas oportunidades faz-se necessária a produção de outras provas que complementariam ou elucidariam vários aspectos para o deslinde da questão. Ainda segundo o Código de Processo Civil em seu artigo 332: Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.

Analisando este artigo, conclui-se que, em suas diligências poderá o perito utilizar-se de todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, mesmo que não constantes do Código de Processo Civil, para apurar e apreciar os fatos sobre os quais deverá emitir a sua opinião. Limites da Competência Art. 200 Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca. 3.5. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DO PERITO Conforme determina o artigo 138, III do Código de Processo Civil, aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição a atuação do perito. Esses impedimentos estão previstos nos artigos 134 e 135, ambos do Código de Processo Civil. Diz o artigo 134 do Código de Processo Civil: é defeso ao perito (impedimento) exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário nos seguintes casos : I. Quando for parte; II. Quando interveio como mandatário da parte; III. Quando funcionou como órgão do Ministério Público; IV. Quando prestou depoimento como testemunha; V. Quando estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; VI. Quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na linha colateral, até o terceiro grau; VII. Quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. Art. 138 Aplicam-se também os motivos de impedimentos (art. 134) e suspeição (art. 135): I (...); II (...); III ao perito; VI (...). 1º a parte interessada deverá argüir (examinar questionando, interrogando) o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidades em que lhe couber falar nos autos: o juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão da causa, ouvido o argüido no prazo de cinco dias, facultando a prova quando necessária e julgando o pedido. (Art 135 Reputa-se fundada suspeição de parcialidade do (...), quando: I amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; II alguma das partes for credora ou devedora do (...), de seu cônjuge ou de parente destes, em linha reta ou colateral até o terceiro grau; III herdeiro presuntivo (pressuposto, que se espera que seja pelo parentesco), donatário (que recebeu doação) ou empregador de alguma das partes; IV receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar algumas das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; V interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. único poderá ainda (...) declarar-se suspeito por motivo íntimo.) 3.6 ESCUSA DO PERITO De acordo com o dispositivo no artigo 146 parágrafo único do Código de Processo Civil, o perito pode escusar-se do encargo alegando motivo legítimo, isso dentro do prazo de cincos dias, contados da intimação efetuada pelo juiz ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciando o direito a alegá-lo. Nesse sentido diz o artigo 423 do Código de Processo Civil o perito pode escusar-se (art.146), ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 138, III). Ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito.

Escusar é recusar, ou seja, o perito pode recusar o encargo que lhe foi atribuído pelo juiz, alegando motivo legítimo. Motivo legítimo para que o perito possa recusar o encargo que lhe foi atribuído pelo juiz é aquele que, dentro do razoável, justifica a recusa. Dentro dessa razoabilidade encontramos vários fatores a considerar, tais como fatores profissionais e pessoais. Constituem motivos legítimos para a escusa, entre outros: a ocorrência de força maior; tratar-se de perícia relativa à matéria sobre a qual se considere inabilitado para apreciá-la seja por falta de um melhor domínio sobre o assunto controverso, ou ainda se o assunto não tiver pertinência com sua especialidade; versar a perícia sobre questão a que não possa responder sem grave dano a si próprio, bem como ao seu cônjuge e aos parentes consangüíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral em segundo grau; versar a perícia sobre assunto em que interveio como interessado; estar ocupado com outra perícia, no mesmo lapso de tempo, e em condições de não poder aceitar aquela para a qual venha a ser nomeado ou indicado. Ressalta-se, portanto, que o perito tem o dever de cumprir o ofício para o qual fora nomeado, todavia, conforme explicitado acima, poderá escusar-se alegando motivo legítimo, no prazo de cinco dias, que será apreciado pelo magistrado e caso o acate nomeará outro profissional em substituição. 3.7 SIGILO 2.6.1 - O perito-contador e o perito-contador assistente, em obediência ao Código de Ética Profissional do Contabilista, devem respeitar e assegurar o sigilo do que apurarem durante a execução de seu trabalho, proibida a sua divulgação, salvo quando houver obrigação legal de fazêlo. Este dever perdurar depois de entregue o laudo pericial contábil ou o parecer pericial contábil. 2.6.1.1 - O dever de sigilo subsiste mesmo na hipótese de o profissional se desligar do trabalho antes de concluído. 2.6.1.2 - É permitido ao perito-contador e ao perito-contador assistente esclarecer o conteúdo do laudo pericial contábil e do parecer pericial contábil somente em defesa da sua conduta técnica profissional, podendo, para esse fim, requerer autorização a quem de direito. 3.8 RESPONSABILIDADE DO PERITO O artigo 147 do Código de Processo Civil diz o seguinte: o perito que, por dolo ou por culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá sanção que a lei penal estabelecer. Já o artigo 424 inciso II do mesmo diploma legal em seu parágrafo único, diz: No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo. Portanto, é de se notar que a responsabilidade do perito se dá nas esferas civis, penais, administrativas e processuais. Na esfera civil, o perito responderá pelos prejuízos que causar à parte. Na esfera penal, incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer. Na esfera administrativa, será comunicada a ocorrência à corporação profissional, ficará inabilitado, por dois anos, a funcionar em outras perícias e ainda pagará multa imposta pelo juiz. 3.8.1 Responsabilidade do Perito na Esfera Penal A lei penal a que se refere o art. 147 do Código de Processo Civil é na verdade o Código Penal, mais especificamente o seu artigo 342, verbis:

Art.342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, tradutor ou interprete em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. 1º As penas aumentam-se de um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. 2º O fato deixa de ser punível, se antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito o agente se retrata ou declara a verdade. Segundo os penalistas, os crimes tipificados no artigo 342 do Código Penal são do tipo formal, unissubsistentes, dolosos, de dolo genérico, não existindo na modalidade culposa e não admitindo tentativa. Sendo doloso, não se admite como típica, a realização culposa do tipo. Assim sendo, quando o perito, que por culpa, prestar informações inverídicas, não incorrerá em qualquer sanção penal, pois a lei penal não a estabelece para este caso. 3.8.2 Responsabilidade do Perito na Esfera Civil Já na esfera civil o perito é obrigado a indenizar a parte pelos prejuízos que lhe causar, ou seja, será cabível contra o perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, ação de indenização, inclusive por danos morais. Não se tratando de lei penal, que exige o dolo para a aplicação da sanção ao perito, mas, sim, de lei civil, a qual estabelece que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano de outrem, ainda, que exclusivamente moral, comete ato ilícito (artigo 186 Código Civil/2002). 3.8.3 Responsabilidade do Perito na Esfera Processual Sem que haja motivo legítimo ou relevante, o perito deixe de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado, poderá sofrer multa a ser fixada pelo juiz, tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo (Código de Processo Civil artigo 424, II e parágrafo único). E caso preste informações inverídicas, ficará inabilitado, por dois anos, a funcionar em outras perícias, obviamente judiciais(código de Processo Civil, artigo 147). 3.9 - RESPONSABILIDADE E ZELO 2.7.1 - O perito-contador e o perito-contador assistente devem cumprir os prazos estabelecidos no processo ou contrato e zelar por suas prerrogativas profissionais, nos limites de suas funções, fazendo- se respeitar e agindo sempre com seriedade e discrição. 2.7.2 - O perito-contador e o perito-contador assistente, no exercício de suas atribuições, respeitar-se-ão mutuamente, vedados elogios e críticas de cunho pessoal ou profissional, atendo-se somente aos aspectos técnicos do trabalho executado. 2.9 EDUCAÇÃO CONTINUADA 2.9.1 - O perito-contador e o perito-contador assistente, no exercício de suas atividades, devem comprovar a participação em programa de educação continuada, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.

RESPONDA: 1. Segundo o CPC em quais casos a perícia será deferida? Justifique. 2. Em que situação o juiz pode dispensar a perícia? Justifique e exemplifique 3. Sabemos que o juiz pode indeferir ou dispensar a perícia. Estabeleça a diferença entre estes dois atos. 4. Pode ocorre a nomeação de dois peritos de áreas diferentes para o mesmo caso. Justifique. 5. Quais são os casos de impedimento de atuação do perito previstos pelo CPC. Comente cada um deles. 6. Caso uma das partes descubra que o perito está impedido de realizar a perícia, basta comunicar verbalmente ao juiz para que o mesmo seja afastado do processo. Comente a afirmação à luz do CPC. 7. Quais os casos de suspeição previstos no CPC? Comente-os. 8. Caso seja aceito a recusa do perito ou seja julgado procedente o pedido de impedimento ou suspeição, como deve proceder o juiz? Justifique. 9. Descreva 5 motivos que podem ser alegados pelo perito para escusar-se de realizar a perícia. 10. Determinado contador, tentando ter proveito próprio em uma causa em que foi nomeado para atuar como perito, apresentou provas inverídicas. Antes da audiência de julgamento, e percebendo que a fraude por ele forjada tinha grandes possibilidades de ser descoberta fez um documento endereçado ao juiz apresentando a verdade dos fatos e se desculpando. Diante desta situação, e levando-se em consideração o que consta na apostila, que penalidades poderão ser atribuídas a este profissional? Justifique 11. Você é sócio de uma empresa que está sendo acusada por um funcionário, que por sinal é seu cunhado, de não pagar corretamente suas horas-extras. Sobre o fato é correto afirmar: a) ( ) O advogado do autor é irmão do perito nomeado, existindo neste caso um impedimento de atuação do perito. b) ( ) Seu irmão estaria em suspeição se nomeado como perito na causa em função do parentesco direto com você. c) ( ) Sua esposa não pode ser sua advogada, pois é irmã do autor. d) ( ) O funcionário não poderia recorrer em juízo, pois você é cunhado dele, portanto, parente em linha colateral de primeiro grau. e) ( ) O perito nomeado está impedido de atuar na causa em função de ser, declaradamente, seu inimigo capital. 12. Seu (sua) esposo (a) está atuando como advogado (a) de uma das partes envolvida em um processo no qual você foi nomeado (a) perito. Neste caso: a) ( ) Você está impedido (a) de efetuar a perícia, porque pode não ter conhecimento suficiente para o encargo. b) ( ) Você está sob suspeição para realizar a perícia em decorrência de seu cônjuge. c) ( ) Cabe a você recusar a perícia, pois seu cônjuge é advogado (a) de uma das partes. d) ( ) Você está impedido de realizar a perícia por causa de seu cônjuge. e) ( ) Você poderá realizar a perícia normalmente, pois nada poderá ir contra seu direito de atuar como perito. 13. Seu primo é parte de um processo em que você foi nomeado perito e aceitou, permanecendo até o fim do processo sem que tenha sido descoberto a irregularidade. Que penalidades você poderá sofrer.