UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE UNIPLAC CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL THIAGO MARQUES SILVEIRA

Documentos relacionados
Desafios do saneamento básico em face da crise hídrica

RECOMENDAÇÕES DA OUVIDORIA DA AGERSA

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM ÁREAS URBANAS

Projetos na construção civil. Projetos na construção civil. Projeto Arquitetônico. Projeto Arquitetônico Planta Baixa. Projeto Arquitetônico

UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso. INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E PREDIAIS Professora: Engª Civil Silvia Romfim

Contrata Consultor na modalidade Produto

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE PESCADO (Produção acima de 1.500kg dia)

CONSERVE: SIMULADOR DIDÁTICO SOBRE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM RESIDÊNCIAS

Minuta Circular Normativa

Métricas de Software

Manutenção volante. A DDS SERVIÇOS possui muita experiência com este modelo de manutenção com resultados altamente satisfatórios.

ESTUDO DA VIABILIDADE DO APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL NO ESTADO DE RONDÔNIA

Certificado de Recebíveis Imobiliários CRI

Fundamentos de Teste de Software

PEQUENAS EMPRESAS E PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS TENDÊNCIAS E PRÁTICAS ADOTADAS PELAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE. Audiência Pública para construção de Unidades Escolares Padronizadas.

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A SUA INTERDISCIPLINARIDADE

Os projetos de habitação de interesse social adotados nesta pesquisa encontram-se caracterizados na tabela 1.

Nailsondas Perfurações de Solo Ltda

Escola SENAI Alfried Krupp CFP 568

O CONGRESSO NACIONAL decreta: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

APROVEITAMENTO DA ÁGUA PLUVIAL PARA FINS NÃO POTÁVEIS

Gerenciamento do Escopo do Projeto (PMBoK 5ª ed.)

Tema: Fachadas Ativas. Palestrante: Thomaz Assumpção

Lei nº de 24 de julho de 2000.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTOS NS020 LAVAGEM DE REDES DE ÁGUA Revisão: 02 Abr.

ESTUDOS DE CASO APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO: ESTUDO DE CASO EM FLORIANÓPOLIS - SC

TECNOPARQUE UECE INCUBADORA DE EMPRESAS HELIANE CÁPUA DALLAPÍCULA

Relatório elaborado pela. ONG Sustentabilidade e Participação

Título: Projeto Economia 10, Desperdiço 0 Redução de gastos dos sistemas utilitários do ICESP com garantia de qualidade e eficiência dos produtos.

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO INDÚSTRIA MADEIREIRA Desdobro Secundário da Madeira. Tipo de Curso d água Nome Bacia Hidrográfica

REVISÃO DATA DISCRIMINAÇÃO

TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS CONDOMINIAIS

VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA COMPACTO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS NO MUNICÍPIO DE SÃO DOMINGOS - BA

Deswik.Sched. Sequenciamento por Gráfico de Gantt

TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO AMBIENTAL PRÉVIO RAP

EDITAL DE LANÇAMENTO E SELEÇÃO DE ALUNOS PESQUISADORES PARA O PROJETO DE PESQUISA

ATIVIDADE DE FÍSICA PARA AS FÉRIAS 8. o A/B PROF. A GRAZIELA

TRATAMENTO DE ÁGUA: SISTEMA FILTRO LENTO ACOPLADO A UM CANAL DE GARAFFAS PET

Auditoria de Meio Ambiente da SAE/DS sobre CCSA

Curso Aproveitamento de água de chuva em cisternas para o semi-árido 5 a 8 de maio de 2009

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: CONHECIMENTO DOS AGRICULTORES DO ASSENTAMENTO SANTA CRUZ, NO MUNICIPIO DE CAMPINA GRANDE - PB

ESTRUTURA DO CURSO 08:00-10:00 RTQ-R

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O SANTANDER FIC RENDA FIXA SIMPLES / Informações referentes a Maio de 2016

Prefeitura Municipal de Vila Velha Estado do Espírito Santo Secretaria de Meio Ambiente RAP - RELATÓRIO AMBIENTAL PRELIMINAR

PROVA ESPECÍFICA CARGO 45

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Custos Unitários Básicos de Construção

PROJETO DE LEI Nº, DE (Do Sr. Fausto Pinato)

Eficiência Energética e Hídrica das Edificações

3 Metodologia de pesquisa

ALTERNATIVAS E IDEIAS SUSTENTÁVEIS PARA UMA MELHOR UTILIZAÇÃO DO LIXO ATRAVÉS DA RECICLAGEM E REAPROVEITAMENTO

LIXO ELETRÔNICO: origens e reaproveitamento

PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA PMCMV Fundo de Arrendamento Residencial - FAR PROJETO BÁSICO

Implantação de um serviço de limpeza terminal a vapor em salas operatórias

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO. Elaborado por Gildenir Carolino Santos Grupo de Pesquisa LANTEC

FACULDADE PADRE JOÃO BAGOZZI PÓS-GRADUAÇÃO BAGOZZI - NÚCLEO DE CIENCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECOLÓGICA DA BAHIA COORDENAÇÃO TÉCNICA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

INFORMATIVO VALOR VENAL

PROJETO DE LEI Nº, DE, DE, DE Senhor Presidente, JUSTIFICATIVA:

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICA E AMBIENTAL DE PROJETOS DE TRANSPORTE URBANO COLETIVO

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, Editora Atlas,

NORMA DE ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS NORMATIVOS - NOR 101

CATÁLOGO DE APLICAÇÕES Rateio CC Contas a Pagar

11º Seminário Tecnologia de Sistemas Prediais SindusConSP. Agua: pague menos

Sumário. Apresentação 04. O que é um dessalinizador 04. Como funciona o sistema de dessalinização 05. Descrição dos componentes 06

Projeto de Escopo de Trabalho de Estudo Preparatório para o Projeto de Prevenção de Desastres e medidas mitigadoras para Bacia do Rio Itajaí

PROJETO DE LEI N.º, DE 2005 (Do Sr. Dr. HELENO)

Movimento Nossa São Paulo Outra Cidade 1º Encontro Educação para uma outra São Paulo Temática: Educação Profissional

Análise Qualitativa no Gerenciamento de Riscos de Projetos

Experiência: Gestão Estratégica de compras: otimização do Pregão Presencial

POSICIONAMENTOS PLANIMÉTRICO E ALTIMÉTRICO UD 1 - INTRODUÇÃO

FONTES E FORMAS DE ENERGIA

Estudo de Caso Reutilização de Água em Usina de Destilaria de Etanol Hidratado e Fabricação de Açúcar Através de Torres de Resfriamento

RESOLUÇÃO Nº. 206 DE 14 DE DEZEMBRO DE 2011.

Plano de Sustentabilidade. (Instrumento / Roteiro para Construção do Plano) NOME DA REDE: 1ª PARTE DO PLANO

DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA A PESQUISA E USO DE LEGUMINOSAS EM PASTAGENS TROPICAIS: UMA REFLEXÃO. Sila Carneiro da Silva 1

REGULAMENTO DA POLÍTICA DE MANUTENÇÃO E GUARDA DO ACERVO ACADÊMICO DA ESCOLA DE DIREITO DE BRASÍLIA EDB

INSTITUTO COMUNITÁRIO GRANDE FLORIANÓPOLIS - ICOM

O Terminal. VS Adapt. O modelo apresenta um ótimo custo benefício, pois alia elegância e economia para a sua empresa.

TRAVESSIA AÉREA Informações para Apresentação de Projeto Revisão 26/06/12

Professor Responde. Dúvidas mais comuns relacionadas a Segurança e Medicina do Trabalho NR01 ORDEM DE SERVIÇO

Fundamentos de Bancos de Dados 3 a Prova Caderno de Questões

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ANDRADINA NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA TÍTULO DO TRABALHO: SUBTÍTULO DO TRABALHO, SE HOUVER

Capitulo 3. Previsão de consumo de água não potável

PROGRAMA SULGÁS DE QUALIDADE DE VIDA

As Tecnologias no Controle de Perdas. Julho 2015 Water Brazil

1 de 10 04/02/ :51

Perspectivas de atuação da Assemae para fomento do saneamento básico no Brasil. Aparecido Hojaij Presidente da Assemae

DIVULGAÇÃO DE TECNOLOGIA DE BAIXO CUSTO PARA O AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA, EM CERRO LARGO/RS: UMA AÇÃO DA EXTENSÃO EM PROL DA MORADIA SUSTENTÁVEL

Conservação de Água nos Edifícios. Marina Sangoi de Oliveira Ilha Livre-Docente LEPSIS/FEC/UNICAMP

II ENCONTRO DE IRRIGANTES POR ASPERSÃO DO RS

Registro Hospitalar de Câncer Conceitos Básicos Planejamento Coleta de Dados Fluxo da Informação

EDITAL Nº 039/2015 SELEÇÃO DE BOLSISTAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DO PIBID/UNIFAL-MG

02. (FCC MPE-RN/2012). A receita extraorçamentária em , em reais, era: (A) ,00 (B) ,00 (C) ,00

ANEXO III. Roteiro para Apresentação de Projetos do Tipo C R$ ,00 a R$ ,00

Curso de Desenvolvimento de Negócios Sociais e Inclusivos

REABILITAÇÃO DA COBERTURA DE EDIFÍCIO NO RIO DE JANEIRO - SUBSTITUIÇÃO DE TELHADO DANIFICADO POR SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO

Transcrição:

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE UNIPLAC CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL THIAGO MARQUES SILVEIRA ESTÁGIO SUPERVISIONADO UTILIZAÇÃO HÍDRICA DO APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA EM UMA RESIDÊNCIA FAMILIAR LAGES SC 2017

THIAGO MARQUES SILVEIRA ESTÁGIO SUPERVISIONADO UTILIZAÇÃO HÍDRICA DO APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA EM UMA RESIDÊNCIA FAMILIAR Relatório de Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade do Planalto Catarinense UNIPLAC apresentado como requisito necessário para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil. Orientação: Jackson Vidaletti Gabriel LAGES SC 2017

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 INDICAÇÕES PARA CÁLCULO DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO... 13 FIGURA 2. PLANTA SUPERIOR DA RESIDÊNCIA... 19 FIGURA 3. PLANTA INFERIOR DA RESIDÊNCIA... 20 FIGURA 4. ANDAMENTO DA OBRA... 21

LISTA DE TABELAS TABELA 1.COEFICIENTE DE ESCOAMENTO E ASPECTOS DOS DIFERENTES TIPOS DE COBERTURA 14 TABELA 2. DADOS PLUVIOMÉTRICOS DE LAGES... 21 TABELA 3. CONSUMO DE ÁGUA NÃO POTÁVEL.... 22 TABELA 4. ORÇAMENTO... 24 TABELA 5. CUSTO MENSAL DE ÁGUA... 25

LISTA DE ABREVIATURAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANA Agência Nacional de Águas CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo NBR Norma Brasileira ONU Organização das Nações Unidas PROSAB Programa de Pesquisas em Saneamento Básico SC Santa Catarina SINDUSCON-SP Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 6 1.1 IDENTIFICAÇÃO... 6 1.2 HISTÓRICO... 6 2 APRESENTAÇÃO... 7 2.1 TEMA... 7 2.2 PROBLEMÁTICA... 7 2.3 JUSTIFICATIVA... 7 2.4 OBJETIVOS... 9 2.4.1 Objetivo geral... 9 2.4.2 Objetivos específicos... 9 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 10 3.1 ULTILIZAÇÃO DA ÁGUA DA CHUVA AO LONGO DA HISTÓRIA...10 3.2 APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA NO BRASIL...10 3.3 CAPTAÇÃO E MANEJO DA ÁGUA DA CHUVA...12 3.3.1 Cálculo do potencial da captação...12 3.3.2 Perdas do escoamento...14 3.3.3 Tipos de Águas...14 3.4 MÉTODOS PARA DIMENSIONAMENTO DE RESERVATÓRIO DE ÁGUA DA CHUVA...15 3.4.1 Método de Rippl...15 3.4.2 Método do maior período de estiagem...16 3.4.3 Método prático Brasileiro (Método Azevedo Neto)...16 3.4.4 Método prático Alemão...16 3.4.5 Método prático Inglês...17 4 METODOLOGIA... 18 4.1 PLANO DE PESQUISA...18 4.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA...18 4.3 PLANO DE COLETA DE DADOS...18 4.4 PLANO DA ANÁLISE DE DADOS...18 5 ÁREA DE ESTUDO... 19 6 LOCAIS PARA APROVEITAMENTOD E ÁGUA DA CHUVA NA RESIDÊNCIA. 21 7 ANÁLISE DOS DADOS PLUVIOMÉTRICOS... 21 7.1 PREVISÃO DE CONSUMO DE ÁGUA NA RESIDÊNCIA...22 7.2 DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO INFERIOR...23 7.3 DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO SUPERIOR...24 8 CUSTO DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA... 24

7 8.1 ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA...25 8.2 CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA...25 CONCLUSÃO... 27 REFERÊNCIAS... 28

1 INTRODUÇÃO 1.1 IDENTIFICAÇÃO Nome da Organização: Murilo Augusto Zart Endereço: Rua Antônio Renor Zappelline 525- São Francisco Ramo de atividade: Recursos Hídricos Professor Orientador: Jackson Vidaletti Gabriel Período da Realização: 13/03/2017 a 03/05/2017 Duração: 35 dias Carga Horária: 180h 1.2 HISTÓRICO O engenheiro Murilo Augusto Zart, iniciou suas atividades no ano de 2010, quando se formou em técnico em edificações pelo CEDUP na cidade de Lages/ SC. Sempre em busca de conhecimento e aprimoramento para melhor atender seus clientes, Murilo, entrou na faculdade na metade do ano de 2011 e concluiu sua formação em 2016. Desde então sempre buscou se aperfeiçoar com cursos na cidade e até mesmo fora dela. Realiza trabalhos principalmente na área de criação de projetos e execução de obras.

2 APRESENTAÇÃO Um projeto de captação de água pode servir pequenos ou grandes povoados, dependendo das dimensões da instalação e da demanda o valor captado pode variar. A qualidade da água captada depende de alguns fatores que devem ser levados em consideração, assim como: o tipo do telhado, a limpeza, a eficiência do filtro. De uma maneira geral o sistema de abastecimento de água, constitui-se de um conjunto de obras, instalações e serviços para servir comunidades com intuito de atender as necessidades dos consumidores. A utilização da água para o projeto desse trabalho será de origem secundária: lavagem de calçadas, veículos, vasos sanitários, maquina de lavar roupa, entre outros. 2.1 TEMA Utilização hídrica de aproveitamento de água da chuva. 2.2 PROBLEMÁTICA Segundo May (2009), nos dias de hoje existem grandes preocupações da sociedade em relação à conservação dos recursos da natureza. Dentre estes, a água é um dos mais preciosos recursos, se tornando indispensável para vida de todos. Para conservarmos o planeta é de extrema importância não apenas economizar água "limpa", mas também coletar a água da chuva através dos telhados, sacadas, terraços se a finalidade da mesma for para uso secundário (descarga de banheiro ou irrigação de plantas por exemplo), com esse procedimento é possível amenizar o impacto ambiental perpetuando assim com o ciclo natural da água 2.3 JUSTIFICATIVA Conforme relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), ainda no ano de 2006 a estimativa para a população mundial é de alcançar a marca de 9 bilhões em 2050, o que vai

9 sobrecarregar ainda mais os sistemas de abastecimento de água. Com essas estimativas, crescem ainda mais a necessidade de novas técnicas tendo em vista o melhor aproveitamento de água. Podemos suprir uma grande parte da demanda de água da população através da captação e aproveitamento da água da chuva para uso não potável. A água captada pode ser utilizada em funções tais como: descargas de vasos sanitários, lavagem de roupas, calçadas e automóveis. Para aplicação desse sistema, é necessário realizar estudo de viabilidade técnica para sua implantação. Neste trabalho será desenvolvido um estudo de aproveitamento da água da chuva em uma residência unifamiliar apresentando um estudo de caso a partir de dados pluviométricos da região de localização da mesma, na cidade de Lages, SC. 2.4 OBJETIVOS 2.4.1 Objetivo geral O presente trabalho tem como objetivo tornar útil o potencial pluvial que é captado por áreas construtivas, implantando um sistema funcional e ambientalmente favorável. 2.4.2 Objetivos específicos Verificação de dados pluviométricos da cidade de Lages/SC. Demonstração do consumo mensal de água da residência. Definição do uso da água captada através da chuva. Determinação da área coletada e o índice de aproveitamento da água. Dimensionamento do reservatório para o sistema de aproveitamento.

10 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 ULTILIZAÇÃO DA ÁGUA DA CHUVA AO LONGO DA HISTÓRIA O manejo e o aproveitamento da água da chuva não é uma prática nova, existem relatos desse tipo de atividade a milhares de anos atrás, antes mesmo da era cristã. No Planalto de Loess na China já existiam cacimbas e tanques para armazenamento de água de chuva há dois mil anos atrás. Na Índia existem 26 inúmeras experiências tradicionais de colheita e aproveitamento de água de chuva.. No deserto de Negev, hoje território de Israel e da Jordânia, há 2.000 anos existiu um sistema integrado de manejo de água de chuva (GNADLINGER, 2000). No Japão, a coleta da água da chuva ocorre de forma bastante intensa e difundida, em especial em Tóquio, que atualmente depende de grandes barragens, localizadas em regiões de montanha a cerca de 190 km do centro da cidade, para promover o abastecimento de água de forma convencional. Nas cidades do Japão, a água da chuva coletada, geralmente, é armazenada em reservatórios que podem ser individuais ou comunitários, esses, chamados Tensuison, são equipados com bombas manuais e torneiras para que a água fique disponível para qualquer pessoa. A água excedente do reservatório é direcionada para canais de infiltração, garantindo assim a recarga de aquíferos e evitando enchentes, problema também enfrentado pelas cidades japonesas, devido ao grande percentual de superfícies impermeáveis (FENDRICH & OLIYNIK, 2002). Segundo Gardner, Coombes e Marks (2004), os sistemas de aproveitamento de água de chuva na Austrália proporcionam uma economia de 45% do consumo de água nas residências, já na agricultura, a economia chega a 60%. Estudos realizados no sul da Austrália em 1996 mostraram que 82% da população rural desta região utilizam a água da chuva como fonte primária de abastecimento, contra 28% da população urbana (HEYWORTH, MAYNARD & CUNLIFFE, 1998). Além das residências, outros segmentos da sociedade também começam a olhar com interesse para o aproveitamento da água da chuva. Indústrias, instituições e até mesmo estabelecimentos comerciais como, por exemplo, os lava-jatos, buscam a água da chuva visando tanto o retorno da economia de água potável quanto o retorno publicitário, se intitulando como indústrias e estabelecimentos ecologicamente corretos e conscientes (KOENIG, 2003). 3.2 APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA NO BRASIL Segundo Guanayem (2000, apud MAY, 2004, p. 41), a instalação mais antiga encontrada no Brasil foi na ilha de Fernando de Noronha, onde o exército norte-americano construiu sistemas de aproveitamento de água em 1943, onde até hoje a ilha usufrui destes sistemas para o abastecimento da população. Ainda nos dias de hoje a agua da chuva é

11 utilizada para o abastecimento da população. Nos últimos três anos, o Brasil conseguiu construir mais de 100 mil cisternas, capazes de armazenar cerca de 1,5 bilhões de litros de água, na região do semiárido brasileiro. A meta dos brasileiros envolvidos nesse projeto é construir 1 milhão de cisternas até o ano de 2010 (MONTOIA, 2008). Ainda não foi criada nenhuma regulamentação ou legislação no âmbito Federal que aborde o aproveitamento da água de chuva e reuso de água no Brasil. No entanto, existem algumas diretrizes, na forma de manual, elaborado em conjunto pela academia, empreendedores e pelo próprio governo federal, como o Manual de Conservação de Uso da Água (ANA; FIESP; SINDUSCON-SP, 2005) e a NBR 15527/07 que trata dos usos previstos/padrões e do aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis, respectivamente. Esta norma da ABNT traz em seu conteúdo conceitos de aproveitamento de água de chuva, qualidade da água de chuva, previsões de consumo, dimensionamento de calhas e condutores, reservatórios de autolimpeza, relação entre custo/benefício entre outros assuntos. Na NBR 15527/07 são apresentadas outras normas para referência, tais como: ABNT/NBR 5626/98: estabelece exigências e recomendações relativas ao projeto, execução e manutenção da instalação predial de água fria. ABNT/NBR 10844/89: descreve as exigências necessárias aos projetos das instalações de drenagem de águas pluviais, buscando a garantia de níveis aceitáveis de funcionalidades, segurança, higiene, conforto, durabilidade e economia. ABNT/NBR 12213/92: dita as condições exigíveis para a elaboração de projetos de captação de água de superfície para abastecimento público. ABNT/NBR 12217/94: fixa as condições exigíveis na elaboração de projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público. Resolução n 54/05 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH): estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reuso direto não potável de água, e dá outras providências.

12 3.3 CAPTAÇÃO E MANEJO DA ÁGUA DA CHUVA 3.3.1 Cálculo do potencial da captação A utilização da água da chuva vem sendo considerada como uma fonte alternativa de água, para fins potáveis ou não potáveis, dependendo da necessidade e da qualidade desta. Pode-se inserir atualmente o aproveitamento da água da chuva nos sistemas de gestão integrada de águas urbanas. A utilização da água da chuva, por depender de condições locais e visando seu aproveitamento no próprio local de captação, se insere no conceito de sistemas de saneamento descentralizado, nos quais sua gestão é compartilhada com o usuário (PROSAB, 2006). Conforme a NBR 10844 o cálculo da área de contribuição, devem-se considerar os incrementos devidos à inclinação da cobertura e às paredes que interceptem água de chuva que também deva ser drenada pela cobertura (Figura 1).

13 Figura 1 Indicações para cálculo da área de contribuição Fonte: NBR 10844, 1989.

14 3.3.2 Perdas do escoamento O tipo de cobertura pode interferir na quantidade de água captada, o coeficiente de Runoff ou de escoamento (quociente entre a água que escoa superficialmente e o total de água precipitada) determina a quantidade de água absorvida para cada tipo de material utilizado na cobertura. A Universidade de Warwick apresenta através do Domestic Roofwater Harvesting Programme o coeficiente de escoamento de alguns materiais juntamente com aspectos relativos à qualidade da água captada por esses materiais conforme Tabela 1. Tabela 1 Coeficiente de escoamento e aspectos dos diferentes tipos de cobertura Fonte: Universidade de Warwick, 2001. A tabela apresenta quatro tipos de coberturas (folhas de ferro galvanizado, telha cerâmica, telha de cimento amianto e orgânicos), com coeficientes de escoamento variando de 0,2 a 0,9 ou mais. Esse coeficiente interfere diretamente na qualidade da água captada sendo classificada de baixa a muito boa conforme a cobertura utilizada. 3.3.3 Tipos de Águas Silva (2010) classifica os tipos de água bem como onde é possível fazer a sua

15 reutilização: Águas azuis: são águas das chuvas que são captadas pelos telhados e são armazenadas e filtradas. Depois de armazenada é feita a reutilização bem como lavar a roupa, lavar as calçadas e até fazer uma irrigação nas plantas. Águas cinza: são águas de lavatórios, chuveiros, pias de cozinha que são captadas para reuso de fins não potáveis tais como lavagem de carros e rega de jardins. Águas amarelas: são águas compostas de urina, essas águas podem ser recuperadas sem tratamento para irrigação considerando que são importantes fontes de nitrogênio e fósforo na agricultura. Águas negras: são águas compostas de fezes, que podem ser reaproveitadas para lavar calçadas e carros. 3.4 MÉTODOS PARA DIMENSIONAMENTO DE RESERVATÓRIO DE ÁGUA DA CHUVA O reservatório representa o item mais oneroso do sistema de captação e utilização de água pluvial devendo, portanto ser dimensionado de forma bastante criteriosa. Seu custo pode representar entre 50% e 85% do valor total de um sistema de captação de água de chuva. Assim sua escolha influencia diretamente na viabilidade financeira deste (THOMAS, 2001). A norma NBR 15527 (ABNT, 2007), que apresenta os requisitos para aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis, aprovada em setembro de 2007, contém alguns métodos para dimensionamento de reservatório para água pluvial, são eles: Rippl, Maior período de Estiagem, Métodos empíricos (Brasileiro, Alemão e Inglês) e Simulações. 3.4.1 Método de Rippl O método de Rippl consiste num balanço de massa, podendo ser utilizados dados de precipitação mensal ou diário. A utilização de dados mensais implicará em reservatórios maiores. Assim, recomenda-se que, quando possível, sejam utilizados dados diários. Q (t) = P (t) x A x C S (t) = D (t) Q(t) V = Σ S (t), somente para valores S (t) > 0 Onde: S (t) = volume de água no reservatório no tempo t;

16 Q(t) = volume de chuva captada no tempo t; D (t) = demanda ou consumo no tempo t; P (t) = Precipitação no tempo t; C = coeficiente de escoamento superficial; A = Área de captação; V= Volume do reservatório 3.4.2 Método do maior período de estiagem Uma outra forma adotada para dimensionar reservatórios para água de chuva, é a utilização do máximo período de estiagem, ou seja, com base em séries históricas de dados diários de precipitação, adotar o máximo intervalo de dias consecutivos sem chuvas, assim o volume de reservação é determinado pelo por: V = N x D Onde, N é o número de dias consecutivos sem chuvas e D é a demanda diária para chuva. Geralmente considera-se dias sem chuva aqueles nos quais a precipitação foi inferior a 1mm. 3.4.3 Método prático Brasileiro (Método Azevedo Neto) Neste método empírico é desconsiderada a influência da demanda, considerando apenas o volume captado e o período de estiagem (mensal). O volume do reservatório é calculado por: V = 0,042 x P x A x T Onde: P = precipitação média anual, em mm; T = número de meses de pouca chuva ou seca; A = área de captação, em m²; V = volume do reservatório, em litros. 3.4.4 Método prático Alemão Neste método o tamanho do reservatório será 6% volume de consumo anual ou do volume anual de precipitação captada, adotando aquele que for menor. V= mín (Vc; D) x 0,06

17 Onde: Vc = volume anual de água de chuva captada, em litros; D = demanda anual da água não potável, em litros; V = volume do reservatório, em litros. 3.4.5 Método prático Inglês Neste método a demanda também não é considerada no cálculo, o volume do reservatório é calculado por: V = 0,05 x P x A Onde: P = precipitação média anual, em mm; A = área de captação, em m²; V = volume do reservatório, em litros.

18 4 METODOLOGIA 4.1 PLANO DE PESQUISA Para o desenvolvimento deste relatório, a metodologia adotada foi descritiva qualitativa, através das visitas in loco e também da análise de matérias referentes à obra, como projetos e memoriais descritivos. 4.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA Este relatório tem como principal finalidade a apresentação do sistema de captação pluvial no telhado de uma empresa, para fins não potáveis, o qual se enquadra na área de Recursos Hídricos. 4.3 PLANO DE COLETA DE DADOS As informações expostas através desse relatório serão de fundamentação teórica na área, coletadas através de bibliografias e sistemas eletrônicos. 4.4 PLANO DA ANÁLISE DE DADOS Com base nos dados coletados será realizada uma análise com o relato da experiência e itens observados.

19 5 ÁREA DE ESTUDO Trata-se de uma residência unifamiliar de alvenaria, na qual residirá uma família de 4 pessoas, sendo dois adultos e duas crianças. Localizada na esquina da rua Henrique Mariani e Lourenço Dias Batista no bairro Santa Rita em Lages SC. A residência já em construção possui 2 pavimentos, a parte superior com 92,22m² de área, conta com dois dormitórios, banheiro social e uma suíte máster, segue imagens das plantas; Figura 2. Planta superior da residência Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

20 A parte inferior da residência contempla um hall de entrada, sala de estar, sala de jantar, cozinha, área de serviço, lavado e garagem, contendo área de 116,19m², segue planta conforme figura 3. Figura 3. Planta inferior da residência Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017.

21 Figura 4. Andamento da obra Fonte: Elaborado pelo autor,2017. 6 LOCAIS PARA APROVEITAMENTOD E ÁGUA DA CHUVA NA RESIDÊNCIA A agua da chuva captada e armazenada poderá ser utilizada para lavagem de automóveis, calçadas, aproveitamento nas descargas dos banheiros, rega de jardins e outros fins não potáveis. 7 ANÁLISE DOS DADOS PLUVIOMÉTRICOS A fonte de dados utilizada para análise de do regime de chuvas foi a EPAGRI Ciran, utilizando um período de 2006 a 2015 para o município de Lages no estado de Santa Catarina. Tabela 2. Dados pluviométricos de Lages Fonte: EPAGRI- Ciran, adaptado pelo autor.

22 Foi obtida uma média mensal e total de precipitação entre os anos de 2006 e 2015, notou-se que entre os anos de 2006 e 2012 teve a menor precipitação registrada sendo praticamente igual nesses dois períodos de tempo. 7.1 PREVISÃO DE CONSUMO DE ÁGUA NA RESIDÊNCIA Conhecido o número de pessoas residentes, é possível calcular o consumo de agua não potável através da seguinte tabela: Tabela 3. Consumo de água não potável. Fonte: THOMAZ, 2001, apud PROSAB,2006 Adotando a média da faixa de frequência e volume por habitante, segue a tabela de cálculo do consumo de água não potável interna e externa: Vaso Sanitário Dados - Volume = 11 L/descarga - Frequência = 5 Descarga/hab/dia - Nº de habitantes = 4 hab Máquina de Lavar Roupa - Volume = 150 L/ciclo - Frequência = 0,3 Carga/hab/dia - Nº de habitantes = 4 hab

23 Rega de Jardim Em consulta com os proprietários, a residência contará com um jardim de aproximadamente 7m². - Volume = 2 L/dia/m² - Frequência = 10 rega/mês - Área = 7m² Lavagem de Carro - Volume = 115 L/lavagem/carro - Frequência = 3 lavagem/mês - Nº de carros = 1 Previsão de consumo de agua utilizada na residência por mês: 7.2 DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO INFERIOR Para dimensionar o reservatório será utilizado o método Alemão. Neste método o tamanho do reservatório será 6% volume de consumo anual ou do volume anual de precipitação captada, adotando aquele que for menor. Segue o cálculo: Segundo o proprietário, será utilizado reservatório em polietileno, adotando então uma caixa d agua de 10m³.

24 7.3 DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO SUPERIOR Para calcular o dimensionamento do reservatório superior necessita saber a demanda diária de água consumida na residência: Demanda diária: demanda mensal/30 dias O volume calculado para o reservatório superior foi obtido através da relação do consumo diário por um mês. Uma etapa de grande importância na realização do projeto de reaproveitamento de água da chuva é a definição do tamanho do reservatório e para esse conforme os cálculos demonstrados anteriormente foi adotado 0,5 m 3. 8 CUSTO DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA Devem ser levados em consideração alguns custos para a construção e um sistema de captação de agua da chuva, tais como: reservatório, calhas, bombas, filtros, entre outros acessórios. Para a estimativa desses custos, foi necessária uma pesquisa de preços no comércio. Os gastos com tubulações e conexões, podem ser estimados adotando um percentual de 15% do custo total de implantação do sistema orçado (FERREIRA, 2005). Foi adotado o valor sugerido pelo autor para suprir todos os custos desses materiais, incluindo sua instalação. Tabela 4. Orçamento IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE CHUVA Dispositivos, calhas, tubulações e acessórios Peças Unidade Quantidade Preço Preço total Bomba de Submersão 1/2 cv Unidade 1 149,00 149,00 Automático de máximo e mínimo Unidade 1 32,00 32,00 Automático de mínimo Unidade 1 30,00 30,00 Válvula de retenção ø 20mm (3/4") Unidade 1 29,90 29,90 Conjunto flutuante de sucção ø25mm (1") Peças 2 289,00 578,00 Valvula solenóide 3/4" Peças 1 105,00 105,00 Filtro Unidade 1 90,00 90,00 Freio d'agua Unidade 1 85,00 85,00 Sifão Ladrão Unidade 1 10,00 10,00

25 Registro Gaveta ø 25mm (1") Peças 2 33,90 67,80 Caixa Polietileno 10000L Unidade 1 2570,12 2570,12 Caixa Polietileno 500L Unidade 1 158,90 158,90 Registro Gaveta ø 20mm (3/4") Peças 2 21,76 43,52 Calhas e conexões Metros 9 19,20 172,80 Tubos e conexões (15%) Unidade 1 618,30 618,30 Total 4740,34 Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017. 8.1 ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA Tanto como instrumento de planejamento, ou seja, para decidir investir em ações no sentido de otimizar o uso da água na edificação, como para análise dos resultados obtidos, a avaliação econômica é parte integrante do processo como um todo (CONTADOR, 2000). O período de recuperação do investimento, indica o tempo (anos, meses ou dias) necessários para recuperar o valor investido. Na cidade de Lages (SC), a concessionaria do abastecimento de agua potável é a companhia SEMANA, cuja tarifa vigente para fins residenciais na realização desse trabalho é de R$26,67 (até 10 m 3 ) + R$4,54 (valor excedente aos 10 m 3 ). Tabela 5. Custo mensal de água Consumo e água Consumo mensal R$ 12,485 m³/mês Valor para 10m³ R$ 26,67 Valor excedente a 10m³ R$ 4,54 Valor total R$ 37,95 Fonte: Elaborado pelo Autor, 2017. A companhia possui uma tarifa fixa até 10m³ no valor de R$ 26,67, devido a demanda de agua potável a ser consumida pelos residentes, temos uma economia de R$ 37,95 R$ 26,67 = R$ 11,28 ao mês na conta de agua. 8.2 CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA Para análise do custo de implantação foram considerados gastos com energia, pois há necessidade de uma bomba submersa de ½ CV, na qual irá funcionar 30 minutos por dia, durante 30 dias. Foi levado junto a SELESC o custo do KW/h. A tarifa praticada apresenta R$ 0,518/KW/h. A

26 potencia da bomba é de 367,7W. Pode-se calculas o consumo de energia elétrica gerado pela bomba através da formula: Consumo= (Potência do Equipamento (W) x N de horas utilizadas x N de dias de uso ao mês)/1000 O gasto com energia elétrica por mês gerado pela bomba será de: Obtendo assim uma nova economia: R$ 11,28 R$ 2,85 = R$ 8,43. O período de retorno pode ser obtido através da formula: Com a implantação do sistema de aproveitamento de agua da chuva, verificou-se que o projeto tornasse inviável economicamente, levando em conta o tempo de retorno do investimento.

27 CONCLUSÃO Redução do custo e do consumo de água potável são algumas das vantagens da utilização da água da chuva, evitando a utilização da água tratada para tarefas que não há essa necessidade. Além disso, ajuda a conter a água que são direcionadas para as ruas e esgotos, causando assim uma interferência menor na natureza. O projeto de aproveitamento de agua pluvial em uma residência familiar mostrou-se inviável devido ao consumo mínimo da companhia ser de 10m³ mensais de água, utilizando ou não este volume obriga ao morador a pagar este valor. Além disso, oque também inviabiliza o projeto são os altos custos associados com a construção do sistema, principalmente em relação a cisterna e bombas, tornando o período de retorno de investimento muito alto. Constata-se que operações simples e práticas como a que se propõe esse trabalho, viabilizam importantes ações de economia de água potável. Sendo assim, é necessário fomentar estudos e técnicas de produção que mobilizem pessoas, grupos e poder público a se envolverem nas lutas pela utilização parcimoniosa da água, o que significa garantir a sobrevivência na terra.

28 REFERÊNCIAS ANA - Agência Nacional de Águas; FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; SINDUSCON SP - Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo. Manual de Conservação de Uso da Água. Setor de Comunicação do SindusCon-SP, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT. NBR 10844: Instalações prediais de águas pluviais, 13p. Rio de janeiro, dez. 1989.. NBR 12213: Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1992.. NBR 15527: Água de chuva Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2007.. NBR 5626: Instalações prediais de águas fria, 36p. Rio de janeiro, nov. 1982.. NBR12217: Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1994.. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2011. BRASIL. Conselho Nacional de Recursos Hídricos CNRH. Resolução Nº 54, de 28 de Novembro de 2005 - Estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reuso direito não potável de água, e dá outras providências. Brasília, 2005. FERREIRA, D. F. Aproveitamento de Águas Pluviais e Reúso de Águas Cinzas para Fins não Potáveis em um Condomínio Residencial Localizado em Florianópolis SC. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, Florianópolis, 2005. FENDRICH, R.; OLIYNIK, R. Manual de utilização das água pluviais: 100 Maneiras Práticas. Curitiba: Livraria do Chain Editora, 2002. GARDNER, T.; COOMBES, P.; MARKS, R. Use os Rainwater at a rango f scale in Australian urban environments. 2004. Disponível em: <http://www.eng.newcastle.edu.au/~cegak/combes/rainwaterscale.htm>. Acesso em: 20/01/2017. GHANAYEM, M. Enviromental considerations with respect to Rainwater harvesting. IN: RAINWATER INTERNATIONAL SYSTEMS, 10, 2001, Manheim. Proceedings...

29 Germany, 2001. GNADLINGER, J. Coleta de água de chuva em áreas rurais. In: FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA, 2., 2000, Holanda. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://www.abcmac.org.br/files/ebooks/colheita%20de%20%c3%81gua%20de%20chuva- Gnadlinger%20WWF%202000.pdf>. Acesso em: 02/02/2017. HEYWORTH, J. S., MAYNARD, E. J., CUNLIFFE, D. Who consumes what: potable water consumption in South Australia. Water v. l,n.25,p.9-13,1998. ISKANDAR, J. I. Normas da ABNT: comentadas para trabalhos científicos. 3. ed. Curitiba: Juruá, 2008. KOENIG, K. Rainwater havesting: public need or private pleasure? Water 21, London: IWA, feb, p.56-58, 2003. MAY, S. Caracterização, tratamento e reúso de águas cinzas e aproveitamento de águas pluviais em edificações. São Paulo, 2009. 223 p. Tese (Doutorado em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. MONTOIA, P. Água, o ouro azul do nosso século. In: Moderna Livros Didáticos. 2008. Disponível em: <http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/projeto/2006/1/cisternas/>. Acessado em: 06 janeiro de 2017. ONU Organização das Nações Unidas. Disponível em: <http://www.onu-brasil.org.br>. Acessado em: 12/01/2017. PROSAB Programa de Pesquisas em Saneamento Básico. Uso Racional da Água em Edificações / Ricardo Franci Gonçalves (Coord.). Rio de Janeiro: ABES, 2006. SILVA, S. R. Reuso de Água em Edificações. 2010. Disponivel em: <www.pec.poli.br_conteudo_aulaijditc_aula_reuso_%elgua_10-05-10-1.pdf>. Acesso em: 10/01/2017. TOMAZ, P. Economia de água para empresas e residências. São Paulo: Navegar, 2001. UNIVERSIDADE DE WARWICK. Domestic roofwater harvesting technology. Development Technology Unit: domestic roofwater harvesting: research programme. Coventry, [200-?]. Disponível em: <http://www.eng.warwick.ac.uk/dtu2/rwh/index.html>. Acesso em: 25/0102017.