Respostas a questões interpretativas relativas à Instrução da CMVM n.º 8/2016 O presente documento destina-se a esclarecer algumas dúvidas relacionadas com a Instrução da CMVM n.º 8/2016, relativa aos «Deveres de Reporte de informação à CMVM para efeitos de intercâmbio de informações relativas às potenciais consequências sistémicas da atividade de gestão e comercialização de organismos de investimento alternativo», na sequência de diversos pedidos de esclarecimentos endereçados a esta Comissão. Este documento poderá ser atualizado em função de novas questões que surjam. A. Que entidades são abrangidas pelos deveres de reporte nos termos da Instrução? Esclarece-se que a sujeição aos deveres de reporte se aplica a todas as entidades que giram organismos de investimento alternativo ( ), que incluem os organismos de investimento alternativo em valores mobiliários ( VM ), os organismos de investimento em ativos não financeiros ( NF ), os organismos de investimento imobiliário ( OII ), os organismos de investimento em capital de risco ( OICR ), os organismos de investimento alternativo especializado ( E ) e os fundos de empreendedorismo social ( FES ), apenas não se aplicando às entidades que giram exclusivamente organismo de investimento em valores mobiliários ( OICVM ). Assim, estão sujeitas aos deveres de reporte as seguintes entidades: (i) Sociedades gestoras de fundos de investimento mobiliário e imobiliário; (ii) Sociedades de investimento mobiliário e imobiliário autogeridas; (iii) Sociedades gestoras de fundos de capital de risco; (iv) Sociedades de investimento em capital de risco autogeridas; (v) Sociedades de investimento alternativo especializado autogeridas; (vi) Entidades gestoras de países terceiros; (vii) Sociedades de empreendedorismo social; (viii) Sociedades de capital de risco; (ix) Sociedades de desenvolvimento regional; e (x) Instituições de crédito referidas nas alíneas a) a d) do artigo 3.º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 298/ 92, de 31 de dezembro. 1
As situações e condições em que cada entidade está obrigada ao reporte são melhor identificadas no documento de Excel em anexo denominado File AIFM and AIF Reported fields.xlsx. B. Qual a periodicidade de reporte da informação prevista na Instrução? A informação deve ser reportada nos termos do n.º 3 do artigo 110.º do Regulamento Delegado n.º 231/2013 da Comissão, de 19 de dezembro de 2012 ( Regulamento Delegado ). Atenta a complexidade destas normas, apresentam-se de seguida fluxogramas que clarificam os deveres de reporte e que seguem de perto os esquemas contidos nas Orientações emitidas pela Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e do Mercado ( ESMA ) (ESMA/2014/869). O fluxograma A é aplicável aos gestores de fundos de investimento alternativo autorizados ( authorized ), sujeitos ao disposto no artigo 5.º n.ºs 1 e 2 do diploma preambular da Lei n.º 16/2015 e no artigo 3.º, n.º 2, do diploma preambular da Lei n.º 18/2015, de 04 de Março; o fluxograma B é aplicável aos demais gestores ( registered ). As remissões contantes dos fluxogramas são efetuadas para os artigos da Diretiva n.º 2011/61/EU, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2011 ( AIFMD ), relativa aos gestores de fundos de investimento alternativo, ainda que naturalmente os mesmos se encontrem transpostos para o regime nacional, para melhor compreensão dos mesmos em relação com as especificações técnicas da ESMA. 2
A. Gestores de Fundos de Investimento Alternativo Autorizados ( gerido ou comercializado na União Europeia) Ativo sob gestão acima dos limiares AIFMD (500 milhões de euros ou 100 milhões de euros com alavancagem) AIFM (sujeição por força da Lei opt-in ) [24(1) 1&24(2)&24(4)] AIF (sujeição por força da Lei opt-in ) AIFM (sujeição por força da Lei opt-in ) [24(1) 1&24(2)] AIF (sujeição por força da Lei opt-in ) Todos os s são não s e investem em empresas e emitentes não cotados com vista à aquisição de controlo (*) Reporte anual dos ficheiros AIFM [24(1) 1&24(2)] Reporte anual dos ficheiros AIF Reporte semestral do M [24(1) 1] Ativo sob gestão acima de 1.000 milhões de euros Reporte trimestral do M [24(1) 1] Reporte anual do não e que investe em empresas e emitentes não cotados com vista à aquisição de controlo Por cada que não é um não que investe em empresas e emitentes não cotados com vista à aquisição de controlo com ativo sob gestão inferior a 500 milhões de euros Por cada não que investe em empresas e emitentes não cotados com vista à aquisição de controlo Por cada que não é um não que investe em empresas e emitentes não cotados com vista à aquisição de controlo com ativo sob gestão superior a 500 milhões de euros Reporte anual do Reporte semestral do Reporte semestral do (*) A aquisição de controlo deverá ser aferida nos termos do artigo 26.º da AIFMD 3
B. Outros Gestores de Fundos de Investimento Alternativo ( gerido ou comercializado na União Europeia) AIFM ao abrigo do artigo 3.º da Diretiva AIFMD AIFM de conteúdo mínimo [3 3(d)] AIF e de conteúdo mínimo [3 3(d)] 4
C. Qual a informação a reportar? Nos termos da Instrução deve ser reportada a informação respeitante à atividade das entidades responsáveis pela gestão de fundos de investimento alternativo (AIFMs) e informação sobre os fundos de investimento alternativo por si geridos ou comercializados (AIFs), em dois ficheiros autónomos. O ficheiro Zip 2013-1358_aifmd_reporting_it_technical_guidance-revision4.zip que se anexa (pasta ESMA Documents) contém um ficheiro de Excel ( 2013-1358_aifmd_reporting_it_technical_guidance-Revision4.xlsx ) no qual estão identificados os campos a reportar, quer no M (in sheet Technical guidance AIFM file ), quer no (in sheet Technical guidance AIF file ). Para melhor compreensão dos campos a reportar por cada entidade ou por cada fundo anexase um ficheiro de Excel denominado File AIFM and AIF Reported fields.xlsx, no qual se estabelece a correspondência entre os campos a reportar (dos ficheiros referidos no parágrafo anterior), as condições de reporte e a periodicidade devida para cada entidade e para cada fundo. Com o intuito de sintetizar todo o conjunto de informação disponível sobre esta matéria criou-se ainda um ficheiro Excel AIFMD Reporting reference documents.xlsx (também em anexo), o qual contém a lista dos principais documentos disponibilizados pelas entidades competentes e que sustentam o processo de reporte tal como previsto na Instrução. A boa compreensão dos deveres de reporte depende da consulta e análise atenta destes documentos. D. Que especificações técnicas deverão ser seguidas na parametrização dos ficheiros AIM e AIF? O reporte ao abrigo desta Instrução coloca novos desafios que implicam, nomeadamente, a adoção de um novo formato de ficheiros, sendo por isso, necessários, novos desenvolvimentos ao nível dos sistemas de informação. A informação a reportar deve respeitar a estrutura de base XML (.xsd), de acordo com as especificações técnicas definidas pela ESMA. No ficheiro Zip 2013-1358_aifmd_reporting_it_technical_guidance-revision4.zip, que se anexa (pasta ESMA Documents), estão contidos dois exemplos dos schemas relativos à estrutura do ficheiro AIM (AIFMSample.xml) e à estrutura do ficheiro AIF (AIFSample.xml), respetivamente. O ficheiro Zip inclui também um ficheiro de Excel (2013-1358_aifmd_reporting_it_technical_guidance-Revision4.xlsx) que contém, nomeadamente, a identificação (ID) e o nome dos campos (Field Name) a reportar relativos aos AIFMs e AIFs, a relação destes campos com o XSD element name integrante da estrutura de base XML (.xsd) e ainda a informação técnica necessária à construção das respetivas validações. 5
A estrutura de base XML (.xsd) deverá ser desenvolvida em função do número de campos obrigatórios previsto no ficheiro Excel referido no parágrafo anterior (M- Mandatory fields) em cada reporte, tal como considerados nas especificações técnicas e dependendo das condições verificadas no período abrangido para cada entidade ou fundo. E. Quando deve ser efetuado o primeiro reporte da informação prevista na Instrução? O primeiro reporte deve ser efetuado, relativamente às entidades autorizadas, a partir do primeiro dia do trimestre seguinte ao trimestre em que é concedido o registo pela CMVM. Para as outras entidades, o primeiro reporte é devido 30 dias após a entrada em vigor da Instrução. Alerta-se, ainda, para o esclarecimento da Comissão Europeia relativamente ao artigo 61.º, n.º 1 da AIFMD, nos termos do qual devem ser promovidos os melhores esforços no sentido do cumprimento da AIFMD a partir da data de transposição para a lei nacional, sendo expectável que o reporte se inicie a partir da data de aplicação da AIFMD (i.e. da transposição para a lei nacional). Atendendo ao exposto, recomenda-se que o reporte seja efetuado o mais rapidamente possível, independentemente da concessão de autorização ou de registo, e que abranja os reportes relativos aos anos de 2015 e 2016. 6