- Prorrogação tácita de contrato administrativo equivalendo a contrato verbal é nula de pleno direito.

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Transcrição:

CONTRATO - PRORROGAÇÃO TÁCITA - ILEGALIDADE - Prorrogação tácita de contrato administrativo equivalendo a contrato verbal é nula de pleno direito. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Proc.700/157/95 I - RELATÓRIO GRUPO 11 - CLASSE V - PLENÁRIO TC -7001157/95-6 Natureza: Relatório de Auditoria Entidade: Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal em São Paulo Responsáveis: José Rocha Giongo Júnior, Mário da Cunha Haag e Celso Daniel Galvani Ementa: - Relatório de Auditoria realizada na área de licitações e contratos. Prorrogação tácita de contratos e não realização de procedimentos licitatórios, dentre outras irregularidades. Grave infração à norma legal. Audiência dos responsáveis. Fixação de prazo para o exato cumprimento da lei. Tratam os autos de Relatório de Auditoria realizada pela SECEXlSP na Superintendência da Caixa Econômica Federal em São Paulo - SUREGISP, no período de 20 a 24/03/95, na área de licitações e contratos, em cumprimento à Portaria da Presidência do TCU n ll 117, de 15.03.95. Em slntese, as falhas detectadas pela equipe dizem respeito a: a) prestação de serviços sem o devido processo licitatório e com ausência de formalização de instrumento contratual, em discordância ao art. 211 e 62 da Lei n Il 8.666/93 (Proc. nlls 21.21.00869; 21.21.00571193, desde 26.02.93; e ajustes com as empresas Instalaine Ind. e Com. Ltda; Royal - Equipamentos Eletrônicos Ltda e Alarbank Ind. e Segurança Ltda desde 1989; Kentec Eletrônica Ltda - fl. 33 e TMS - Teleinformática Ltda); b) contratação direta de serviços de manutenção de elevadores por inexigibilidade de licitação, contrariando o art. 211 do Decreto-lei n ll 2.300/86 e art. 211 da Lei n ll 8.666/92, bem como a Decisão n ll 448/93, Ata n ll 50, de 06.10.93, Plenário (Proc. n Il 21.21.00096/93); c) duplicidade de pagamento à Empresa Elevadores Sur SI A Ind. e Com. no mês de julho de 1994; d) ausência de formalização e publicação de Termos Aditivos e de Rerratificação, violando o 111 do art. 51 do Decreto-Iein ll 2.300/86 e arts. 60 e 61 da Lei n ll 8.666/93 307

(Proc. nlls 99/99/00159-92, 21.21.00043/93: 21.21.00045/93; 21.21.00044/93: 21.21.00516; 21.21.01119 e 21.21.01120); e) editais e contratos prevendo vigência de 24 meses, contrariando o art. 47, inciso 11, do Decreto-lei n 2 2.300/86, nos mesmos processos acima referidos; e f) contratos de locação de imóveis para moradia de empregados, violando o inciso VII do art. 62 do Decreto-lei n 2 2.355/87. Cabe ressaltar, relativamente à falta de realização de procedimentos licitatórios, informação da equipe de que o fato ocorreu por conta de impugnações e liminares judiciais apostas pelos licitantes contra procedimentos e editais das novas concorrências então em andamento. Isso fez com essas fossem adiadas sine die desde março/94, como no caso de prestação de serviços de processamento de informações. Note-se que para área de serviços de segurança bancária há informações nos autos de que "não há licitação desde 89 quando foi revogada a TP 08/90". No que concerne à falta de instrumentos contratuais a equipe esclareceu, quanto aos serviços de processamento de informações, que após o vencimento da Concorrência n 2 006/90 e até que se realizasse nova licitação (essa acabou sendo adiada em março/94), a CEF vinha mantendo negociações com as empresas que já prestavam os serviços, com fito de assinar contrato emergencial de curto prazo (90 a 180 dias). Porém, devido à dificuldades técnicas e operacionais relativas às definições dos parâmetros que deveriam nortear os referidos ajustes (por exemplo: se o preço se daria hora/mês ou profissional/mês), as minutas dos contratos só foram encaminhadas ao departamento jurídico para análise em março de 1995. Assim, desde 23.03.93, os instrumentos contratuais anteriores foram prorrogados tacitamente. Entretanto, quanto aos serviços de vigilância bancária, a equipe não consignou, em seu relatório, as justificativas do responsável. Porém, consta demonstrativo da CEF nos autos informando a prorrogação tácita também desses contratos (fls. 32/33). Ante as irregularidades constatadas a equipe propõe: "a) seja determinado à SUREG/SP que no prazo de 180 dias regularize todas as contratações de prestação de serviços, sob pena de suspensão dos pagamentos, realizando adequadamente todo o processo licitatório, principalmente para os serviços prestados pelas empresas abaixo discriminadas: a.l. IT - Companhia Internacional de Tecnologia - prestação de serviços especializados de análise de sistema avançado (DESlB - Departamento de Sistema para Operações). a.2. Ética - Recursos Humanos e Serviços Ltda, Informal Serviços de Informática S/C e Top Services - Recursos Humanos e Assessoria Empresarial Ltda - para prestação de serviços de entrada de dados (serviços de digitação). a.3. Instalarme Ind. e Comércio Ltda. Royal Equipamentos Eletrônicos Ltda e Alarbank Ind. de Segurança Ltda - para locação de equipamentos de alarmes bancários. a.4. - Brasanitas Empresas Brasileira de Saneamento e Comércio Ltda - prestação de serviços de limpeza, conservação e copa, operação de mesas telefônicas, elevadores, máquinas copiadoras e condução de veículos. a.5. Protege Transporte de Valores S/C Ltda e Transvalor S/A Transporte de Valores e Segurança - prestação de serviços especializados de coleta, transporte e entrega de valores. a.6. Estrela Azul Serviços de Vigilância e Segurança e Transporte de Valores Ltda; Officio Serviço de Vigilância e Segurança Ltda, SEG - Serviço Especializado de Segurança e Transporte de Valores Ltda e Empresa de Segurança em Estabelecimento de Crédito Itatiaia Ltda - prestação de serviços de vigilância armada. a.7. Elevadores Sur Ind. e Comércio S/Aprestação de serviços de manutenção preventiva e corretiva de elevadores. a.8. TMS - Teleinformática Ltda - prestação de serviços de manutenção de rede de teleprocessamento na SUREG/SP, Bauru e Campinas. b) seja determinada à SUREG/SP a observância do art. 62 da Lei n 2 8.666/93, formalizando devidamente o instrumento contratual 308

tanto na contratação inicial como em todas as alterações contratuais; c) seja determinada à SUREG/SP a observância do art. 61 parágrafo único da Lei n!! 8.666/93, publicando devidamente os atos da Administração; d) seja determinada à SUREG/SP a regularização do pagamento feito em duplicidade à empresa Elevadores Sur Ind. e Comércio S/A referente aos serviços de manutenção de elevadores nas Ags. Pinheiros e Vicente de Carvalho (Guarujá) realizados no mês de julho de 1994, conforme Notas Fiscais nlls 032145, de 27.07.94 e 036394, de 22.09.94 ambas nos valores de R$ 579,20; d) seja determinada à Presidência da Caixa Econômica Federal a revogação da Circular Normativa n!! 011/95, de 16.01.95 que trata da Cessão de Imóveis para Moradia de Empregados da CEF que contraria o art. 62, inciso VII do Decreto-lei n!! 2.355, de 27.08.87, DOU 28.08.87; f) seja determinada à Presidência da CEF a suspensão das locações aos empregados beneficiados pela CN O 11/95 e anteriores; e g) seja o órgão incluído em futuros planos de inspeções/auditoria para verificação das providências adotadas pelos responsáveis. O sr. Secretário pôs-se de acordo com as propostas alvitradas. É o Relatório. II - VOTO Constatou-se, na auditoria ora em exame, que na SUREG/SP estão sendo prestados serviços por oito empresas, nominadas no relatório retro. sem licitação e sem instrumento contratual. Informa a Unidade Técnica que a quase totalidade dos casos ocorre por conta de impugnação de procedimentos licitatórios apresentada por licitantes e/ou concessão de liminares judiciais que ocorreram nos certames então em andamento. Observe-se que existe concorrência adiada sine die desde março de 1994, por imperfeições no Edital e, no que toca aos serviços de segurança bancária, há informação nos autos de que "não há licitação desde 89 quando foi revogada a TP 08/89" (fl. 08). Nesse aspecto, entendo que a entidade não pode furtar-se a cumprir a Lei por encontrar seus procedimentos sendo reiteradamente questionados por quem de direito. Antes, caberia à SUREG/SP buscar o aperfeiçoamento de seus editais e procedimentos licitatórios de forma a evitar esses atrasos e interrupções. Causa-me a maior estranheza ainda saber que, conforme apurado pela equipe, durante esse lapso de tempo os contratos então vencidos foram prorrogados tacitamente pela SU REG/SP. Ora, não se aceita prorrogação tácita na administração pública uma vez que isso implica em contrato verbal, que pela legislação que rege os contratos administrativos é nulo de Pleno direito (Parágrafo único do art. 60 da Lei n!! 8.666/93). A nulidade, no presente caso, não alcançaria a devolução das quantias já despendidas considerando-se, principalmente, que os serviços foram efetivamente prestados, e não restou configurado dano ao Erário. Entretanto, o fato se enquadra como grave infração à norma legal, o que sujeita o responsável à apenação prevista no art. 58, inciso li, da Lei n!! 8.443/92, devendo, nessa linha de raciocínio, ser, preliminarmente, efetuada a audiência prévia dos responsáveis que atuaram durante o período. Por esses motivos, entendo, com a devida vênia, que a gravidade desses fatos demandam providências preliminares às determinações sugeridas pela SECEX/SP. Antes, porém, de submeter minhas propostas a este E. Plenário, mister se faz tecer breves comentários acerca da irregularidade apontada pela equipe concernente à infringência do art. 47, inciso li, dp Decreto-lei n!! 2.300/86, relativa a inclusão em editais e contratos de dispositivos prevendo a duração de 24 meses, prorrogáveis por igual período, relativamente às empresas indicadas no relatório em exame. Consigna a equipe em seu Relatório que a CEF tem como norma orientadora a Circular Normativa n!!006/90 que, entre outros pontos, em seu item 9.3 dispõe: "os contratos de 10-309

cação de serviços deverão prever prazo de locação não superior a 24 meses e prorrogação por período igualou inferior, a critério da CEF" (fl. 09). É entendimento pacífico nesta Corte que as regras contidas no Decreto-lei n12 2.300/86 não alcançam, em sua totalidade, as empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, no caso dessas terem regulamentos próprios de licitação. Nessa hipótese, essas entidades ficam restritas aos princípios básicos de licitação e seus consectãrios, além das vedações contidas no art. 85, parágrafo único, do mesmo decreto (Decisão n12 071/93,2' Câmara, Ata n12 09/93; Decisão n12 766/94 - Plenãrio, Ata 58/94. Decisão n12 64/95 - Plenãrio - Ata n12 08/94). Por oportuno, cabe trazer à colação trecho do Voto do Eminente Ministro lram Saraiva que, ao analisar caso análogo no TC- 14.315/93-9, assim se pronunciou: "1.9. Certo é, contudo, que a limitação temporal de 5 (cinco) anos, prevista no art. 47, inciso I, do Decreto-lei n12 2.300/86, não pode ser entendida como princípio básico de licitação, tampouco como norma geral de contratação. A regra geral aplicável à espécie é a vedação de se contratar por prazo indeterminado ou com duração injustificavalmente longa, nos termos dos arts. 45, inciso IV, e 47, 212, do Decreto-lei n12 2.300/86, reiterados pelo art. 57, 212 e 312 da Lei n12 8.666/93." Considerando que a CEF possuía regulamento próprio de licitação, devidamente analisado por este Tribunal, e que o prazo contratual ora inquinado não fere os princípios basilares da licitação e nem a regra geral aplicada à.matéria, conforme exposto supra, o ato, à época, encontrava amparo legal nos artigos 112 e 86 do Decreto-lei n12 2.300/86, e atualmente, está totalmente escorado nos arts. nl2s 57 e 121 da Lei n12 8.666/93. Neste aspecto, não há que se falar em irregularidade. No tocante aos contratos de locação de imóveis para moradia de empregados, contrariando o inciso VII do art. 612 do Decreto-lei n12 2.355/87, penso oportuno que seja fixado prazo para o exato cumprimento da lei, nos termos previstos no art. 45 da Lei n12 8.443/92. Diante do exposto, divirjo, com as devidas vênias, das proposições alvitradas pela Unidade Técnica, e Voto no sentido de que este Tribunal adote a Decisão que ora submeto à apreciação deste E. Plenário. Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 19 de julho de 1995. Adhemar Paladini Ghisi, Ministro-Relator DECISÃO N2 344/95-TCU - PLENÁRIO 1. Processo TC n12 700.157/95-6 2. Classe de Assunto: V - Relatório de Auditoria 3. Responsáveis: José Rocha Giongo Júnior, Mário da Cunha Haag e Celso Daniel Galvani 4. Entidade: Superintendência da Caixa Econômica Federal em São Paulo 5. Relator: Ministro Adhemar Paladini Ghisi. 6. Representante do Ministério Público: não atuou 7. Unidade Técnica: SECEX/SP 8. Decisão: O Tribunal Pleno. diante das razões expostas pelo Relator, e com fulcuro no art. 71, inciso XI, da Constituição Federal e art. 112, inciso 11 da Lei n128.443/92, Decide: 8.1. ouvir em audiência prévia, nos termos do inciso 11 do art. 194 do Regimento Interno desta Corte. os Srs. José Rocha Giongo Júnior, Mário da Cunha Haag e Celso Daniel Galvani, Superintendentes da Caixa Econômica Federal em São Paulo nos períodos de 06.07.90 a 16.08.93. 17.08.93 a 09.11.94 e 10.11. 94 até o momento, respectivamente, para que no prazo de 15 (quinze) dias apresentem razões de justificativas acerca dos seguintes fatos: 8.1.1. prorrogação tácita de contratos já vencidos com as empresas Ética - Recursos Humanos e Serviços Ltda; Informal - Serviços de Informática S/C: Top-Services - Recursos Humanos e Assessoria Empresarial Ltda, IT - Companhia Internacional de Tecnologia; Instalaine Ind. e Com. Ltda; Royal - Equipamentos Eletrônicos Ltda; Alarbank Ind. e Segurança Ltda; Kentec Eletrônica Ltda e TMS - Teleinformática Ltda; carac- 310

térizando contrato verbal, expressamente vedado pelo então vigente art. 50, Parágrafo único do Decreto-lei nl! 2.300/86 e atualmente pelo art. 60, Parágrafo único, da Lei nl! 8.666/93; 8.1.2. não deflagração do devido certame licitatório relativamente aos serviços prestados pelas empresas de vigilância bancária. chegando em alguns casos ao lapso temporal de 05 (cinco) anos sem que se tenha cumprido tal exigência legal, infringindo o art. 2l! da Lei nl! 8.666/93 e os princípios estabelecidos no art. 37 da Constituição Federal; 8.2. diligenciar à Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal em São Paulo-SUREG/SP para que informe a este Tribunal, no prazo de 15 dias, acerca das providências adotadas com vistas à regularização dos pagamentos efetuados em duplicidade à empresa Elevadores Sur Ind. e Comércio SI A, relativos aos serviços de manutenção de elevadores nas Ags. Pinheiros e Vicente Carvalho (Guarujá), realizados no mês de julho de 1994, conforme Notas Fiscais n2s 032145 e 036394, de 27.07 e 22.09.94; e 8.3. Com base no art. 45 da Lei nl! 8.443/92 clc o art. 195 do Regimento Interno desta Corte. fixar o prazo de 15 (quinze) dias para que a Presdência da Caixa Econômica Federal - CEF adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, tendo em vista a incompatibilidade existente entre os normativos internos da entidade relativos à locação de imóveis residenciais para seus empregados e a vedação contida no art. 62, inciso VII, do Decreto-lei nl! 2.355, de 27.08.87. 9. Ata nl! 31/95 - Plenário. 10. Data da Sessão: 19/0711995 - Ordinária. 11. Especificação do quorum: 11.1. Ministros presentes: Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça (Presidente), Adhemar Paladini Ghisi (Relator), Carlos Átila Álvares da Silva, Homero dos Santos, Olavo Drummond; e os Ministros-Substitutos Bento José Bugarin e Lincoln Magalhães da Rocha. Marcos Vinicios Vilaça, Presidente - Adhemar Paladini Ghisi, Ministro-Relator