O medronheiro, Arbutus unedo L., na maximização dos serviços facultados pela vinha da Região Demarcada do Douro

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O medronheiro, Arbutus unedo L., na maximização dos serviços facultados pela vinha da Região Demarcada do Douro

Ficha Técnica Título: O medronheiro, Arbutus unedo L., na maximização dos serviços facultados pela vinha da Região Demarcada do Douro Autores: Darinka Gonzalez, Fátima Gonçalves, Cristina Carlos & Laura Torres Fotografias: Darinka Gonzalez, Cristina Carlos & Laura Torres Ano: 2015 Este manual foi escrito ao abrigo do antigo acordo ortográfico 2

Índice Introdução Pág.5 1. O medronheiro.. Pág.6 2. Bens e serviços facultados pelo medronheiro Pág.8 3. Contributo para o conhecimento da entomofauna associada ao medronheiro no nordeste de Portugal Pág.12 3.1. Metodologia Pág.12 3.2. Resultados e discussão Pág.13 3.3. Conclusões Pág.23 4. Imagens Pág.24. Coleópteros Pág.25. Dípteros Pág.31. Hemípteros Pág.36. Himenópteros Pág.41. Lepidópteros Pág.44. Neurópteros Pág.45. Ortópteros Pág.46. Psocópteros Pág.46 5. Referências bibliográficas Pág.47 3

Índice de Quadros Quadro 1: Datas em que se observaram diferentes ordens/subordens e famílias de insectos no Campus da UTAD Quadro 2: Datas em que se observaram diferentes ordens/subordens e famílias de insectos nas Quintas da R.D.D. em estudo Pág.22 Pág.22 4

Introdução O projecto EcoVitis, desenvolvido na forma de um consórcio entre a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, S.A. (na qualidade de promotor), a Sogevinus Quintas S.A., a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), teve por objectivo global contribuir para o desenvolvimento e aplicação, à vinha da Região Demarcada do Douro (R.D.D.), de uma estratégia de gestão do ecossistema, capaz de assegurar por parte deste, a prestação de um conjunto de serviços que, a par de servirem de suporte a uma produção vitícola sustentável, facultem benefícios para o ambiente e para a sociedade no seu todo. Entre esses serviços destaca-se a protecção biológica de conservação contra pragas, estratégia que consiste em manipular as populações indígenas dos seus inimigos naturais, para incrementar a actuação destes sobre as pragas. Basicamente este objectivo é atingido através da instalação e/ou promoção do desenvolvimento, no ecossistema ou na sua vizinhança, de comunidades de plantas capazes de facultarem, aos referidos inimigos naturais, os recursos necessários ao seu bom desempenho, na forma de alimento ou abrigo contra condições adversas. 5

O medronheiro, Arbutus unedo L., sendo uma espécie de grande interesse do ponto de vista dos serviços que faculta, designadamente em termos da preservação e protecção do património florístico e paisagístico, e fazendo a R.D.D. parte da sua área de distribuição, é potencialmente um bom candidato para maximizar os serviços facultados pela vinha da região. Contudo, a informação disponível sobre a entomofauna que se lhe associa é muito escassa, ou mesmo inexistente no caso particular da maximização da protecção biológica de conservação contra pragas. Com o presente trabalho pretendeu-se contribuir para colmatar essa lacuna. 1. O medronheiro O medronheiro, A. unedo, pertence à família das Ericáceas, na qual se inclui também o mirtilo, o rododendro, a azália e a urze. É um arbusto alto ou árvore de pequenas dimensões, que raramente ultrapassa 5 m de altura, de folha perene e copa geralmente oval. As folhas são coriáceas e serrilhadas, lustrosas e verde-escuras na página superior e mais claras na página inferior. As flores são campanuladas, de cor branca a cor-de-rosa escura, têm 6 a 8 mm de diâmetro e dispõem-se em cachos, que pendem da extremidade dos ramos. São hermafroditas e auto-férteis, polinizadas por insectos (Orwa et al., 2009). 6

A floração dá-se no Outono ou inícios do Inverno, ao mesmo tempo que amadurecem os frutos do ano anterior, pelo que se encontram ambos em simultâneo. Os frutos são esféricos, granulosos ou eriçados na superfície e medem cerca de 1,5 a 2 cm de diâmetro. Quando maduros têm cor vermelha. O medronheiro é uma espécie dotada de grande rusticidade, que tolera condições de stress hídrico e solos degradados, mas não vegeta adequadamente em locais sujeitos a geadas intensas e verões secos e longos (Lagarto et al., 2013). Distribui-se por uma vasta área da bacia mediterrânica, que inclui o território de Portugal continental. No Nordeste transmontano, os medronhais são frequentes nos territórios de média altitude, sobretudo associados ao vale do Douro. No Alto Douro Vinhateiro encontram-se em especial na sub-região do Baixo Corgo, de feição sub-atlântica, a acompanhar os carvalhais e pinhais (J. Ribeiro, com. pess.). Das principais espécies do matagal mediterrânico, o medronheiro é a que mais se distingue pela multiplicidade dos bens e serviços que faculta. Entre estes, o mais conhecido em Portugal é provavelmente a produção de aguardente de medronho ou medronheira, um destilado alcoólico muito aromático, tradicional da região do Algarve. 7

2. Bens e serviços facultados pelo medronheiro Os frutos do medronheiro são comestíveis em fresco, visualmente apelativos, aromáticos e doces. Apesar disso o seu consumo é muito limitado. Tal poderá dever-se, por um lado ao facto de serem um pouco indigestos (devido ao seu teor de celulose), pelo que o seu consumo pode provocar uma indefinida sensação de mal-estar (Noronha, 2001), e por outro lado ao teor alcoólico que apresentam, quando em avançado estado de maturação, que lhes confere uma conotação negativa junto da população. A isto acresce o facto de serem muito perecíveis, exigindo um delicado transporte. No entanto, o reconhecimento do elevado valor nutricional e atividade biológica dos medronhos, tem incentivado a investigação visando incrementar o seu consumo, quer em fresco, quer incluído noutros alimentos. Importa referir que desta investigação já resultou a incorporação da polpa do medronho em vários alimentos comuns, como biscoitos, iogurtes, barras energéticas e bombons. Pelo seu teor em pectinas, os medronhos também são apropriados para o fabrico de compotas e geleias (Alarcão-E-Silva et al., 2001). 8

Diferentes partes do medronheiro, em particular raízes, casca e folhas, têm sido amplamente usadas em medicina tradicional, pela reputação que lhes é atribuída de possuírem propriedades adstringentes, antissépticas, hipotensoras, diuréticas, antidiarreicas, depurativas e anti-inflamatórias. Concordantemente, a sua importância em fitoterapia vem sendo comprovada pela investigação desenvolvida sobre o tema (e.g. Carcache-Blanco et al., 2006; Oliveira et al., 2011; Malheiro et al., 2012; Djabou et al., 2013). O néctar do medronheiro é usado pelas abelhas na produção de um mel amargo e ácido, de cor escura e alto teor oxidante, muito apreciado na região da Sardenha. Além de utilizado na confecção de doces típicos daquela região, este produto é conhecido como excelente vermífugo infantil e pelas propriedades curativas de doenças da boca (Pinna, 2011). Não menos relevante é a importância do medronheiro do ponto de vista da preservação do património florístico e paisagístico (Alarcão-E-Silva et al., 2001), bem como da conservação da fauna. De referir que esta espécie é bastante apreciada como ornamental, pela beleza das suas folhas escuras e invulgar ocorrência simultânea da floração e maturação dos frutos. 9

As folhas de medronheiro podem ser consumidas pelos animais em pastoreio e animais selvagens, e os frutos são apreciados por espécies cinegéticas como os tordos, o que fez com que chegassem a ser plantados com a finalidade de os atrair (Pinna, 2011). As suas flores são a única fonte de pólen e néctar disponível durante o Inverno para o abelhão, Bombus terrestris, em muitas regiões, o que assume importância, considerando o papel que estes insectos desempenham em polinização. A relevância do medronheiro na biologia deste polinizador é evidenciada pelo facto de a emergência das rainhas jovens, do estado de estivação, em fins de Setembro, estar sincronizada com a floração desta planta e, por outro lado, o curto período de hibernação registado em Janeiro e Fevereiro corresponder ao fim do seu período de floração (Rasmont et al., 2005). O medronheiro é a principal planta hospedeira de Charaxes jasius (L.), espécie conhecida pelos nomes comuns de borboleta-do-medronheiro ou imperador, originária do centro e norte de África que, na Península Ibérica, ocorre sobretudo na costa atlântica (Haahtela et al., 2011), e é interessante do ponto de vista turístico pela beleza dos adultos. 10

O medronheiro desempenha também um excelente papel a nível da fixação, melhoria e proteção dos solos, graças à ramificação do seu sistema radicular e à densidade da sua folhagem que, por decomposição, constitui uma importante fonte de matéria orgânica (Correia e Oliveira, 2002). A par do referido, esta espécie faculta diversos outros bens, de maior ou menor importância em termos sociais, culturais e microeconómicos. Assim, as suas folhas e casca, ricas em taninos, são empregues na curtimenta de couros (Noronha, 2001). Das folhas, tronco e casca, a indústria química-florestal obtém substâncias colantes e de impermeabilização. Da casca também se extrai um corante cinzento usado na indústria de tinturaria (Noronha, 2001). A madeira, fácil de trabalhar e polir, é muito apreciada no fabrico de objetos torneados, para embutidos e marcenaria, sendo também referida como adequada para a produção de cachimbos de elevada qualidade. Os ramos jovens são empregues em cestaria e em arranjos florais. Além disso, a sua lenha é muito boa para aquecimento, produzindo um excelente carvão (Morales, 1995). 11

3. Contributo para o conhecimento da entomofauna associada ao medronheiro no nordeste de Portugal 3.1. Metodologia A informação apresentada obteve-se em Junho e Julho de 2014, no Campus da UTAD e em quatro das Quintas que integraram o projecto EcoVitis, isto é Carvalhas, Cidrô, Casal da Granja e S. Luiz. Para registo dos insectos presentes procedeu-se à observação visual de ramos, por deslocação em redor da planta. Estes foram colhidos para serem fotografados em laboratório. No caso dos imaturos e quando julgado conveniente, procedeu-se à sua criação até à obtenção do adulto. Os insectos observados agruparam-se por ordem e, quando possível, identificaram-se ao nível da família e eventualmente género e espécie. No caso particular do afídeo mais frequente, colheu-se e preparou-se material para observação microscópica e identificação ao nível da espécie. Tal deveuse ao seu potencial interesse na perspectiva do incremento da protecção biológica de conservação, na sua qualidade quer de presa/hospedeiro alternativo, quer de fonte de meladas, para os inimigos naturais das pragas. 12

No total efectuaram-se 10 amostragens no Campus da UTAD (02, 14, 16, 18, 20, 23, 25 de Junho e 02, 07 e 10 de Julho), quatro amostragens na Quinta das Carvalhas (23 de Junho e 02, 07 e 10 de Julho), e uma em cada uma das restantes Quintas, isto é 18 de Junho no Casal da Granja e 10 de Julho no Cidrô e em S. Luiz. 3.2. Resultados e discussão Os insectos observados distribuíram-se por oito ordens: coleópteros, dípteros, hemípteros, himenópteros, lepidópteros, neurópteros, ortópteros e psocópteros. Destas as mais abundantes e diversificadas foram as dos coleópteros, dípteros e hemípteros. - Coleópteros Nesta ordem dominou largamente a família dos coccinelídeos (Quadros 1 e 2, Figs 2 a 30). Estes insectos, vulgarmente conhecidos por joaninhas são, na sua grande maioria predadores, tanto no estado larvar como adulto, alimentando-se principalmente de afídeos, cochonilhas e ácaros, consoante as espécies. Na Europa as espécies que se alimentam de afídeos têm frequentemente as asas anteriores de cor vermelha, amarela ou rosa, enquanto as que se alimentam de cochonilhas são, em geral, de cor escura (Franco et al., 2006). 13

Na vinha assumem importância sobretudo as espécies que se alimentam de cochonilhas e ácaros. Mais raramente observaram-se malaquídeos (Quadros 1 e 2, Figs 31 a 34) e o tenebrionídeo, Heliotaurus sp. (Quadro 1, Fig. 35). Os malaquídeos, quando adultos, vivem principalmente à custa de pólen e cadáveres de insectos, embora ocasionalmente possam tornar-se carnívoros e predarem afídeos. As larvas desenvolvem-se na madeira e são predadoras. Os adultos de Heliotaurus sp. alimentam-se de pólen e néctar e, por vezes, das próprias flores. As larvas vivem no solo, à custa de matéria orgânica em decomposição. - Dípteros Esta ordem esteve representada maioritariamente por sirfídeos (Quadros 1 e 2, Figs 37 a 56). Os sirfídeos são insectos que lembram abelhas ou vespas, conhecidos por, no estado adulto, serem frequentemente observados a pairar em voo sobre flores, de cujo pólen e néctar se alimentam. As larvas de algumas espécies são predadoras, alimentando-se principalmente de afídeos e outros homópteros (Franco et al., 2006). Pontualmente observaram-se exemplares de outros grupos, entre os quais o forídeo Phalacrotophora sp., parasitóide de pupas de coccinelídeos (Quadro 1, Fig. 57). 14

- Hemípteros Nesta ordem observaram-se representantes de três subordens: cicadomorfos, esternorrincos e heterópteros (Quadros 1 e 2, Figs 61 a 89). Os hemípteros são insectos picadores-sugadores que, maioritariamente, como sucede nos cicadomorfos e esternorrincos, se alimentam da seiva das plantas hospedeiras, por vezes injectando toxinas e microrganismos, o que agrava os efeitos da sua actividade alimentar. Nos cicadomorfos estiveram presentes de forma pontual, o afroforídeo Philaenus spumarius (Quadros 1 e 2, Figs 61 a 63), e cicadelídeos (Quadros 1 e 2, Figs 64 e 65). P. spumarius, conhecido vulgarmente por cigarrinha-da-espuma, em virtude de no estado larvar produzir uma espécie de espuma característica, é um insecto bem conhecido, que se alimenta de grande diversidade de plantas, ocorrendo em vários habitats. Esta espécie apresenta diferentes padrões de coloração da zona dorsal do corpo, conhecendo-se cerca de onze morfotipos principais, que se dividem em formas claras e formas escuras (Rodrigues, 2010). Os cicadelídeos, vulgarmente designados cigarrinhas, são uma das mais numerosas famílias de insectos que se alimentam da seiva das plantas, sendo conhecidas várias espécies que podem causar prejuízos às culturas, designadamente à vinha. 15

Nos esternorrincos, dominou largamente o afídeo da espécie Wahlgreniella arbuti (Figs 66 a 68) observado na forma de colónias mais ou menos importantes na totalidade das datas de amostragem situadas entre Junho e Julho de 2014 (Quadros 1 e 2), e de novo em observações feitas em Outubro de 2014, no Campus da UTAD. Pontualmente observou-se outra espécie de afídeo, presumivelmente Aphis arbuti, na Quinta do Casal da Granja (Quadro 2, Fig. 69), assim como cochonilhas e mosquinhas-brancas (Quadro 1, Fig. 70 e 71 respectivamente). a c b Fig. 1 - Características morfológicas identificativas de W. arbuti (fêmeas ápteras): a) cauda ligulada com 5-7 sedas, b) III segmento da antena sem sensórios, c) sifões longos, clavados, de cor clara com a região apical escura (segundo Joshi et al., 2014). 16

W. arbuti é uma espécie primariamente europeia, referida como sendo anolocíclica, isto é em cujo ciclo não há geração sexuada, e monóica em plantas das famílias Ericacea (Arbutus, Arctostaphylos e Pieris) e Empetraceae (Empetrum) (Joshi et al., 2014). Nas espécies de afídeos anolocíclicas, como W. arbuti, há um período de intensa multiplicação, que alterna com uma fase em que um reduzido número de fêmeas consegue preservar a espécie, com ou sem hibernação (Iharco, 1992). No presente estudo ocorreu, a partir de meados/fins de Julho, um acréscimo abrupto das formas aladas comparativamente às ápteras, que culminou com a emigração de, aparentemente toda a população, para local e hospedeiro não identificados. O insecto voltou a ser observado no medronheiro, a partir de Outubro, ainda que em populações muito esparsas. A. arbuti é uma espécie da Europa meridional, holocíclica, isto é cujo ciclo biológico inclui uma geração sexuada que, aparentemente, pode realizar todo o seu ciclo em medronheiro. As espécies de afídeos holocíclicas passam muitos meses (normalmente de Outubro- Dezembro a Março-Abril) na forma de ovo (Iharco, 1992). 17

Nos heterópteros, dominou largamente a família dos mirídeos (Quadros 1 e 2, Figs. 72 a 89), na qual foi possível identificar espécies com reconhecida actividade predadora sobre pragas agrícolas, designadamente Malacocoris chlorizans (Figs 73 e 74), Campyloneura virgula (Fig. 75), Deraeocoris ruber (Figs 72 e 84), e Heterotoma sp. (Figs 77, 80 e 85). M. chlorizans é um predador particularmente activo na vinha não só contra o aranhiço-vermelho e o aranhiço-amarelo, mas também contra as cigarrinhas-verdes e a cigarrinha-da-flavescênciadourada (Arzone et al., 1990). C. virgula e Heterotoma sp. alimentam-se de pequenos artrópodes, como afídeos e ácaros tetraniquídeos; D. ruber exerce predação sobre pequenos insectos. Mais pontualmente observaram-se antocorídeos (Quadros 1 e 2, Fig. 81) e pentatomídeos (Quadros 1 e 2, Figs 87 a 89). Os antocorídeos são polífagos, consumindo ácaros e pequenos insectos de corpo mole, como afídeos, tripes, mosquinhas-brancas, assim como ovos de insectos e pequenas lagartas. Os pentatomídeos têm hábitos alimentares diversos, existindo espécies que sugam a seiva das plantas enquanto outras são predadoras. 18

- Himenópteros Nesta ordem observaram-se representantes das duas superfamílias de insectos parasitóides com maior importância na limitação natural de pragas das culturas, designadamente da vinha: icneumonóideos (Quadros 1 e 2, Figs 90 a 93) e calcidóideos (Quadros 1 e 2, Figs 94 a 97), não identificados. Ainda nos himenópteros observaram-se sintomas da actividade de megaquilídeos (Figs 98 e 99), insectos do grupo das abelhas solitárias, interessantes não só pelos seus curiosos hábitos de nidificação, mas sobretudo pelo papel que desempenham na polinização, quer de culturas, quer de plantas espontâneas. - Lepidópteros Nesta ordem salienta-se a ocorrência do ninfalídeo Charaxes jasius, vulgarmente conhecido por borboleta-do-medronheiro ou borboletaimperador, cujas lagartas foram observadas no Campus da UTAD a 27 de Junho e também na Quinta S. Luiz a 10 Julho (Quadros 1 e 2, Figs 101 e 102). Para além destas observaram-se lagartas de outras espécies e um microlepidóptero adulto não identificado (Quadros 1 e 2, Figs 103 a 105). 19

C. jasius é uma espécie com elevado grau de mimetismo o que dificulta a sua localização no medronheiro, seu principal hospedeiro. De acordo com Cobos (2013), a distribuição desta espécie na Península Ibérica, está praticamente confinada à região sul, sendo a comunidade de Madrid o seu limite de distribuição setentrional. Por outro lado, Wagner (2014) refere que em Portugal é encontrada na costa Atlântica. Tratase de uma espécie que tem perdido enormes áreas do seu habitat, devido ao uso excessivo das regiões costeiras do Mediterrâneo para urbanização e turismo em massa (Wagner, 2014), interessante do ponto de vista do turismo de natureza pela beleza dos adultos. - Neurópteros Os neurópteros estiveram representados pela família dos crisopídeos (Quadros 1, Figs 106 a 110). As larvas desta família são, em geral, predadores generalistas que incluem entre as suas presas afídeos, cochonilhas, cicadelídeos, lepidópteros, psilídeos, tripes e ácaros. Na vinha são particularmente abundantes, exercendo limitação natural sobre pragas como a traça-da-uva, a cigarrinha-verde, ácaros e cochonilhas. Os adultos alimentam-se, na maioria dos casos, de pólen, néctar e/ou meladas. 20

- Ortópteros Nesta ordem apenas se observou uma ninfa de tetigonídeo na UTAD (Quadro 1, Fig. 111). A dieta dos tetigonídeos inclui folhas, flores, cascas e sementes, mas muitas espécies são exclusivamente predadoras, alimentando-se de outros insectos, lesmas e, nalguns casos, mesmo pequenos invertebrados. - Psocópteros Estes insectos observaram-se na UTAD e também na Quinta das Carvalhas (Quadro 1, Figs 112 e 113). Os psocópteros alimentam-se de fungos, algas, líquenes e detritos orgânicos. 21

Quadro 1: Datas em que se observaram diferentes ordens/subordens e famílias de insectos no Campus da UTAD Ordem/subordem Família Junho Julho 02 14 16 18 20 23 25 02 07 10 Coleópteros Coccinelídeos x x x x Outros x x Dípteros Sirfídeos x x x x x x x x Outros x x Hemípteros Cicadomorfos x x x Esternorrincos x x x x x x x Heterópteros x x x x x x Himenópteros x Lepidópteros Ninfalídeos x Outros x x x x x Neurópteros x x Ortópteros x Psocópteros x Quadro 2: Datas em que se observaram diferentes ordens/subordens e famílias de insectos nas Quintas da R.D.D. em estudo Ordem/subordem Carvalhas Granja Cidrô S. Luiz Família 23 Jun 02 Jul 07 Jul 10 Jul 18 Jun 10 Jul 10 Jul Coleópteros Coccinelídeos x x x x Dípteros Sirfídeos x x Hemípteros Cicadomorfos x Esternorrincos x x x x x x Heterópteros x x x Himenópteros x x Lepidópteros Ninfalídeos x Outros x x x Ortópteros x x Psocópteros x 22

3.3. Conclusões Os resultados deste trabalho, ainda que preliminares, designadamente pela sua reduzida abrangência, quer em termos temporais, quer espaciais, apontam para o grande interesse do medronheiro na maximização dos serviços facultados pela vinha da R.D.D., ao nível da sua entomocenose. Ao hospedar, durante o fim da Primavera/início do Verão, importantes colónias do afídeo W. arbuti, que excretam abundante meladas, esta planta representa uma importante fonte de alimento para um grupo de insectos de grande interesse na protecção biológica de conservação contra pragas. Estão neste caso designadamente, elementos das famílias dos coccinelídeos, sirfídeos e crisopídeos, das superfamílias dos icneumonóideos e calcidóideos, e da subordem dos heterópteros. Tal como desejável, a disponibilidade destes alimentos deverá permitir o incremento das populações destes auxiliares no início da estação de crescimento, após o que se dispersarão para as parcelas vizinhas do medronheiro. Pela sua especificidade alimentar, W. arbuti dificilmente representa qualquer ameaça para as culturas. A ocorrência de grupos de insectos conhecidos por atacarem as culturas, designadamente cigarrinhas, cochonilhas e mosquinhasbrancas, foi neste estudo muito pontual, levando a admitir que integrem uma biocenose em equilíbrio. 23

Relativamente às cochonilhas importa notar que as suas meladas, em particular as produzidas pela superfamília Coccoidea, podem representar uma fonte de trehalose e eventualmente maltose, particularmente importantes para o desenvolvimento de insectos auxiliares (Bogo e Mantle, 2000; González et al., em publicação). No que respeita às cigarrinhas, será interessante identificar as espécies presentes no medronheiro, uma vez que, como amplamente demonstrado, a presença, na proximidade das vinhas, de plantas capazes de assegurarem o desenvolvimento de espécies de cigarrinhas hospedeiras de parasitóides de ovos da família dos mimarídeos, assume importância na protecção contra as cigarrinhas da vinha (Böller et al., 2004). Finalmente, considera-se interessante o facto de se ter observado, na região, a borboleta-do-medronheiro ou borboleta-imperador, C. jasius, pela sua valia em termos do turismo da natureza. 4. Imagens Em seguida apresentam-se os registos fotográficos obtidos do material observado nos locais amostrados. 24

- Coleópteros () 2 3 Campus da UTAD, 20 Junho 2014, Scymnus sp. Campus da UTAD, 23 Junho 2014 4 5 Campus da UTAD, 23 Junho 2014 Campus da UTAD, 23 Junho 2014 6 7 Campus da UTAD, 23 Junho 2014 Campus da UTAD, 23 Junho 2014 25

- Coleópteros () 8 9 Campus da UTAD, 23 Junho 2014 Campus da UTAD, 25 Junho 2014 10 11 Campus da UTAD, 25 Junho 2014 Campus da UTAD, 25 Junho 2014 12 13 Q. ta das Carvalhas, 02 Julho 2014 Q. ta das Carvalhas, 02 Julho 2014 26

- Coleópteros () 14 15 Q. ta das Carvalhas, 02 Julho, 2014 Q. ta das Carvalhas, 07 Julho, 2014 16 17 Q. ta das Carvalhas, 07 Julho 2014 Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 18 19 Campus da UTAD, 14 Julho 2014 Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 27

- Coleópteros () 20 21 Campus da UTAD, 14 Julho 2014 Postura Campus da UTAD, 14 Junho 2014 22 23 Larva, Scymnus sp. Q. ta das Carvalhas, 02 Julho 2014 Larva Campus da UTAD, 23 Junho 2014 23 24 Larva Campus da UTAD, 25 Junho 2014 Larva Campus da UTAD, 25 Junho 2014 28

- Coleópteros () 25 26 Larva Campus da UTAD, 25 Junho 2014 Larva Campus da UTAD, 25 Junho 2014 27 28 Larva Campus da UTAD, 25 Junho 2014 Pré-pupa Campus da UTAD, 23 Junho 2014 29 30 Pré-pupa Campus da UTAD, 23 Junho 2014 Pupa Campus da UTAD, 23 Junho 2014 29

- Coleópteros (Outros) 31 32 Malachiidae Campus da UTAD, 23 Junho 2014 Malachiidae Campus da UTAD, 25 Junho 2014 33 34 Malachiidae Campus da UTAD, 25 Junho 2014 Malachiidae Campus da UTAD, 25 Junho 2014 35 36 Tenebrionidae, Heliotaurus sp. Campus da UTAD, 25 Junho 2014 Campus da UTAD, 25 Junho 2014 30

LT/UTAD - Dípteros (Syrphidae) 37 38 Syrphidae, Tenax sp. Campus da UTAD, 15 Junho 2014 (macho) Syrphidae Sphaerophoria scripta Campus da UTAD, 03 Julho 2014 39 40 Syrphidae Campus da UTAD, 07 Julho 2014 (fêmea) Syrphidae, Sphaerophoria scripta Campus da UTAD, 07 Julho 2014 41 42 Syrphidae, Scaeva pyrastri cf. Campus da UTAD, 07 Julho 2014 Syrphidae Campus da UTAD, 07 Julho 2014 31

- Dípteros (Syrphidae) 43 44 Pupa Syrphidae Campus da UTAD, 18 Junho 2014 Pupa Syrphidae Campus da UTAD, 18 Junho 2014 44 45 Pupa Syrphidae Campus da UTAD, 23 Junho 2014 Pupa Syrphidae Campus da UTAD, 24 Junho 2014 46 47 Pupa Syrphidae Campus da UTAD, 03 Julho 2014 Larva Syrphidae Campus da UTAD, 03 Junho 32

- Dípteros (Syrphidae) 48 49 Larva Syrphidae Campus da UTAD, 14 Junho 2014 Larva Syrphidae Campus da UTAD, 14 Junho 2014 50 51 Larva Syrphidae Q. ta das Carvalhas, 14 Junho 2014 52 Larva Syrphidae Q. ta do Cidrô, 14 Junho 2014 53 Larva Syrphidae Campus da UTAD, 16 Junho 2014 Larva Syrphidae Campus da UTAD, 23 Junho 2014 33

- Dípteros (Syrphidae) 54 55 Larva Syrphidae Campus da UTAD, 23 Junho 2014 Larva Syrphidae Campus da UTAD, 02 Julho 2014 56 Larva Syrphidae Campus da UTAD, 23 Junho 2014 34

- Dípteros (Outros) 57 58 Phoridae, Phalacrotophora sp. Campus da UTAD, 25 Junho 2014 Campus da UTAD, 25 Junho 2014 59 60 Campus da UTAD, 25 Junho 2014 Campus da UTAD, 07 Julho 2014 35

- Hemípteros (Cicadomorfos) 61 62 Aphrophoridae, Philaenus spumarius cf Campus da UTAD, 03 Julho 2014 Aphrophoridae, Philaenus spumarius cf Campus da UTAD, 07 Julho 2014 63 64 Aphrophoridae, Philaenus spumarius cf Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 Ninfa e exúvia Cicadellidae Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 65 Ninfa Cicadellidae Campus da UTAD, 07 Julho 2014 36

- Hemípteros (Esternorrincos) 66 67 Colónia Aphididae, Wahlgreniella arbuti Campus da UTAD, 13 Junho 2014 Forma áptera Aphididae, Wahlgreniella arbuti Campus da UTAD, 13 Junho 2014 68 69 Forma alada Aphididae, Wahlgreniella arbuti Q. ta da Granja, 23 Junho 2014 Forma áptera Aphididae, Aphis arbuti cf. Q. ta da Granja, 23 Junho 2014 70 71 Fêmea Coccidae Campus da UTAD, 14 Junho 2014 Aleyrodidae, Bemisia tabaci cf. Campus da UTAD, 14 Junho 2014 37

CC/ADVID - Hemípteros (Heterópteros) 72 73 Miridae, Deraeocoris ruber S. Luiz Miridae, Malacocoris chlorizans Q. ta das Carvalhas, 23 Junho 2014 74 75 Miridae, Malacocoris chlorizans Campus da UTAD, 25 Junho 2014 Miridae, Campyloneura virgula Campus da UTAD, 25 Junho 2014 76 77 Miridae Campus da UTAD, 07 Julho 2014 Miridae, Heterotoma sp. Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 38

CCarlos/ADVID CCarlos/ADVID LT/UTAD - Hemípteros (Heterópteros) 78 79 Miridae Campus da UTAD, 25 Julho 2014 Campus da UTAD, 21 Outubro 2014 80 81 Ninfa Miridae, Heterotoma sp. Campus da UTAD, 16 Junho 2014 Ninfa Anthocoridae Campus da UTAD, 16 Junho 2014 82 83 Ninfa Campus da UTAD, 25 Junho 2014 Ninfa Malacocoris sp. Q. ta das Carvalhas, 07 Julho 2014 39

- Hemípteros (Heterópteros) 84 85 Ninfa Miridae, Deraeocoris sp. Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 Miridae, Heterotoma sp. Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 86 87 Ninfa Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 Ninfa Pentatomidae Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 88 89 Ninfa Pentatomidae Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 Postura Pentatomidae cf. Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 40

- Himenópteros (Ichneumonoidea) 90 91 Ichneumonoideae Campus da UTAD, 23 Junho 2014 Ichneumonoideae Q. ta das Carvalhas, 23 Junho 2014 92 93 Ichneumonoideae Campus da UTAD, 07 Julho 2014 Ichneumonoideae Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 41

- Himenópteros (Chalcidoidea) 94 95 Chalcidoidea (Parasitóide de sirfídeo) Campus da UTAD, 23 Junho 2014 Chalcidoidea (Parasitóide de sirfídeo) Campus da UTAD, 23 Junho 2014 96 97 Chalcidoidea Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 Chalcidoidea Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 42

- Himenópteros (Outros) 98 99 Sintomatologia Megachilidae Campus da UTAD, 21 Outubro 2014 Sintomatologia Megachilidae Campus da UTAD, 21 Outubro 2014 100 Q. ta da Granja, 25 Junho 2014 43

DG - Lepidópteros 101 102 Lagarta Nymphalidae, Charaxes jasius Campus da UTAD, 25 Junho 2014 103 Pupa Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 Nymphalidae, Charaxes jasius Q. ta luiz, 10 Julho 2014 104 105 Lagarta Q. ta das Granja, 02 Julho 2014 Campus da UTAD, 02 Julho 2014 44

- Neurópteros Ovos Chrysopidae Campus da UTAD, 21 Julho 2014 Larva Chrysopidae Campus da UTAD, 15 Junho 2014 106 107 108 109 110 Ovo Chrysopidae Campus da UTAD, 21 Julho 2014 Larva Chrysopidae Campus da UTAD, 15 Junho 2014 Chrysopidae Campus da UTAD, 21 Julho 2014 45

- Ortópteros 111 Ninfa Tettigoniidae Campus da UTAD, 25 Junho 2014 - Psocópteros 112 113 Q. ta das Carvalhas, 10 Julho 2014 Campus da UTAD, 11 Julho 2014 46

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