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OS CAMPEONATOS DO MUNDO XVIII CAMPEONATO MUNDIAL DE XADREZ Torneio para o Campeonato Mundial Botwinnik, Smyslov, Keres, Reshevsky e Euwe O momento da morte tem a faculdade de fazer ressaltar em somente um lance a glória ou a futilidade de uma vida. A morte de Alekhine contém um paradoxo. Se havia buscado a felicidade, encontrou algo diferente; se queria a fama, seu nome viverá enquanto se jogue xadrez. Quando este homem solitário foi encontrado morto em seu hotel de Estoril, próximo de Lisboa, a cabeça caída para o lado, um tabuleiro diante de si, alguém tirou uma foto da cena e assim nos deixou um símbolo da viagem pela vida de uma personalidade insólita. Em sua vida, havia vendido sua alma à deusa do xadrez e somente assim foi capaz de escalar as alturas. Os que puderam maravilhar-se com ele enquanto viveu, amaram sua força criativa depois de sua morte. Quando jovem, ficava irritado em ter de possuir uma pátria, pois queria ser independente, capaz de ir onde desejasse, respondendo às chamadas de um torneio. Não tinha amigos porque era centrado demasiadamente em si mesmo. Não tinha necessidade de mulheres porque estava apaixonado pelo xadrez. Se casou com mulheres mais velhas que ele. Ele, que passou toda a vida em hotéis, necessitava de uma esposa que não necessitasse de sua presença, mas que o protegesse, solitário que era. Seu antecessor, Capablanca,, que devia tudo a seu gênio e nada à sua preguiça, parecia, em seu match contra Alekhine, 1927, um desarmado epicurista para quem o prazer era mais precioso que a ambição, confrontado com um guerreiro de vontade férrea e armado até os dentes. Como o cérebro e os nervos humanos não podem suportar 24 horas de meditação em esferas abstratas totalmente alheias à vida. Nas horas vagas, Alekhine enchia-se de álcool. Mas o álcool nunca foi mais necessário que o xadrez. Quando estava ardendo em desejo de recuperar seu título perdido, bebia somente leite. Era supersticioso e durante seu match com Euwe, levava um Jersey com um gato negro bordado. Morphy, talvez, teve uma carreira mais brilhante e meteórica; Lasker, mais longa; Capablanca, mais convincente, mas um fanático como Alekhine não se viu no mundo até então. É 1948, surge Mikhail Botwinnik, similar a Alekhine em sua tremenda energia e vontade de ganhar, portanto, o homem que deveria sucede-lo. Em qualquer outro aspecto, Botwinnik desenvolveu-se em situações diferentes. Pela primeira vez, o governo proporcionava ajuda material ao desenvolvimento do xadrez e considerava que este contribuía ao prestígio do regime socialista. No Escolar de Leningrado, com calças remendadas, recebeu muitos incentivos para dedicar-se ao seu jogo predileto. Até então, os melhores jogadores do mundo haviam sido cosmopolitas em sua forma de viver e haviam cuidado de seus próprios interesses. Botwinnik, ao contrário, viajou pouco e introduziu uma novidade: sua enorme preparação para as competições. Seus êxitos estavam assegurados de antemão, pelo trabalho em casa. Empregava muito mais tempo em análises e na comprovação de linhas eficientes de jogo do que na partida real, onde colocava em prática suas novas idéias. Tais métodos eram também característicos de Alekhine, mas nunca em escala tão grandiosa. Além disso, a vida Página 2

pessoal de Alekhine não foi, e nem podia ter sido, regular. Para Botwinnik, ao contrário, tudo estava planejado e calculado para obter o máximo êxito. Planejou conquistar o título supremo durante anos. Conservou-se em forma durante a Guerra. Botwinnik tomou parte de vários torneios nacionais, concentrado em suas aspirações, incluindo quando a ameaça de Hitler batia às portas de Moscou. Depois da Guerra, a morte do deprimido Alekhine significou o cancelamento do match para o qual ele estava se preparando. Os outros, Smyslov, Reshevsky, Keres, Euwe e o ausente do Torneio para o Campeonato Mundial, Fine, não representavam perigo para Botwinnik. Aquele era o seu momento. Mais do que todos, ele estava disposto a dar o grande salto da carreira. Quando conseguiu atingir o sonho de sua vida, Botwinnik isolou-se durante vários anos como Campeão Mundial, sussurrando pensamentos sobre sua superioridade. Se bem que sua ambição era igual à de Alekhine, sua devoção ao xadrez não o era. Botwinnik era um homem sombrio que, paralelamente à sua carreira enxadrística, escolheu a profissão, menos conhecida, mas mais segura, de engenheiro eletrotécnico. Enquanto isso,bronstein e Smyslov iam se fortalecendo cada vez mais em torneios, Botwinnik não jogou nenhuma partida. Seu novo objetivo era conseguir o grau de Doutor em Ciências Técnicas. Na então União Soviética isto significava muito. Não somente a reputação, mas o soldo e os honorários fixos pela lei serem muito maiores. Alekhine teve também o diploma de Doutor em Direito, em Paris, mas aquilo foi mais por prestígio social enquanto viajava pelo mundo jogando xadrez, o que Botwinnik fazia com finalidades práticas. Para Alekhine, seu diploma era necessário por causa do xadrez; Botwinnik, ao contrário, o queria para o caso de algum dia abandonar o xadrez. Mas tanto para um como para o outro, o xadrez era a obra da vida. Página 3

Torneio para o Campeonato Mundial Primeiras 10 rodadas, Haya, 02-25Mar1948 As restantes 15 rodadas, em Moscou, 11Abr-17Mai1948 Nº Enxadrista 1 2 3 4 5 Tot 1 Botwinnik x = = 1 = = 1 1 1 1 0 1 = 0 1 1 1 = 1 = = 14,0 2 Smyslov = = 0 = = x 0 0 = 1 = = = 1 = = 1 1 1 0 0 11,0 3 Keres 0 0 0 0 1 1 1 = 0 = x 1 = 1 0 = 1 = 1 1 1 10,5 4 Reshevsky 0 = 1 0 0 = = 0 = = 0 = 0 1 = x 1 = = 1 1 10,5 5 Euwe 0 = 0 = = 0 0 0 1 1 0 = 0 0 0 0 = = 0 0 x 4,0 A SEGUIR: XIX Campeonato Mundial de Xadrez Botwinnik x Bronstein, 1951 Página 4

FINAIS I 4. FINAIS DE TORRES E PEÕES (cont.) 4. 1. Torre e Peão x Torre (cont.) Exceções Há 3 casos em que as Negras perdem o final, muito embora seu Rei tenha atingido a casa de promoção do Peão inimigo: 1) Quando a Torre negra fica imobilizada; 2) Quando o Rei negro permite sua expulsão da casa de promoção do Peão; 3) Quando o rei negro se dirige para o lado incorreto. Vejamos então cada um dos casos: Diagrama: Ta2, e6, Rf6 x Tb8, Rf8 (1-0) Torre Defensiva Imobilizada Obs.: ganham também com o PD e o PB, mas empatam com o PC e o PT. A idéia da Posição de Philidor era não permitir que o Rei branco alcançasse a 6ª casa sem ser molestado, razão por que a Torre negra dispunha de mobilidade, atacando o Rei por trás, na 8ª horizontal. Observamos neste diagrama que a Torre negra está presa na 8ª horizontal, evitando o mate com Ta8, ou seja não pode dar os xeques por trás. Por este motivo, as Brancas ganham. 1... Tc8 Analise 1... Rg8. O Rei e a Torre ficam na mesma horizontal, daí surge a idéia de aproveitar esta posição com xeque pela ala do Rei para ganhar a Torre. Se 1 Rg8, segue 2 Tg2+ Rf8 3 e7+ Re8 4 Tg8+ Rd7 5 Tb7 (1-0) 2 Th2 Rg8 3 Tg2+ Rh8 Se 3... Rf8 4 e7+ (1-0). 4 Rf7 Tc7+ 5 e7 (1-0) Página 5

Quando o Peão é o PD ou o PB, a análise é a mesma. Mas se tratando do PC ou PT, há empate, mesmo com a Torre defensiva na 1ª horizontal, pois deixa de existir a ameaça de mate com a Torre branca. Diagrama: Rh6, Ta2, g6 x Rg8, Tb8 1? (=) O plano de empate é manter a Torre negra na 8ª horizontal até o avanço do Peão, quando então, dará xeques laterais consecutivos. 1 Ta7 Tc8 2 Tg7+ Rh8 3 Th7+ Rg8 4 Ta7 Tb8 5 g7 Tb6+ (=) Rei negro permite a expulsão da casa de promoção Diagrama: Rd6, d5, Th7 x Tc1, Rd8 1... (1-0) As Negras empatam com sua Torre em qualquer casa da 8ª horizontal, com exceção de e8. xxxx 1... Rc8 1... Re8 2 Th8+ Rf7 3 Rd7 Ta1 4 d6 Ta7+ 5 Rc6 Ta6+ 6 Rc7 Ta7+ 7 Rb6! Td7 8 Rc6 (1-0) 2 Th8+ Rb7 3 Rd7 Tg1 4 d6 Tg7+ 5 Re6 Tg6+ 6 Re7 Tg7+ Se 6 Rc6 7 Tc8+ Rb7 8 d7 (1-0) 7 Rf6! Td7 8 Re6 Tg7 9 d7 (1-0) (continua com o rei negro dirige-se para o lado incorreto) A SEGUIR: 4.1. Torre e Peão x Torre (cont.) Exceções Página 6

TÁTICA I 7.6. Ataques devidos ao avanço h6 Sobre o Peão avançado h6 converge com freqüência, a ação das peças inimigas que abrem brechas no escudo do roque. Diagrama: b2, f2, g2, h2, Dd1, Bd4, Td6, Rg1 x a5, f7, g7, h6, Db7, Cb8, Tf8, Rg8 1? 1 Th6! gh6? Ao tomar a Torre, a coluna g ficou aberta, assim como a grande diagonal negra sobre o roque. Se a Dama branca consegue se infiltrar em g7 sem dar tempo das Negras refutarem, temos uma posição de mate, pois o Bispo defende esta casa. 2 Dg4+ Rh7 3 Dg7++ Diagrama: a2, b2, c2, f2, g5, h2, Rc1, Td1, Bd3, Be5, Tg1, Dh4 x a7, c4, e6, f7, g7, h6, Ta8, Bc6, Td8, Cd7, De7, Rg8 Brancas: Spielman 1? (1-0) O Peão h6 está avançado, a Torre branca está posicionada na coluna g e o par de Bispos está direcionado ao roque. 1 Dh6!! gh6 2 gh6+desc. Rf8 3 Tg8+! Rg8 4 h7+ Rf8 5 h8=d++ Observe que a promoção à Torre também seria mate. E se jogassem as Negras no diagrama inicial e fizessem o lance... Rf8? Página 7

Diagrama: a2, b2, c3, f2, g2, g3, Ta1, Bb3, Dd6, Cg5, Th1, Rh2 x a6, b5, f7, g7, h6, Ba8, Cb6, Db8, Te8, Tf8, Rg8 1? (1-0) O Peão h6 está avançado e o Peão f7 está cravado. Estas duas debilidades, aliadas à Torre branca posicionada na coluna h possibilitam a exploração da casa fraca g6. 1 Dg6 Ameaçam mate com Dg7. 1... hg5 2 Rg1 (1-0) Não há como evitar 3 Dh7++. Diagrama: c2, f2, g2, h2, Tb5, Dd1, Bd2, Bd3, Ce5, Rg1, Tg3 x a7, b7, e6, f7, g7, h6, Ta8, Bc8, Dd6, Be7, Cf6, Tf8, Rh8 Brancas: Richter 1? (1-0) As Negras avançaram o Peão para h6 e têm as peças entorpecidas. A Torre branca está posicionada sobre a coluna g e o par de Bispos está direcionado ao roque. 1 Tg7!! Rg7 2 Bh6+! Rg8 Analise 2... Rh6 e 2... Rh8. (2... Rh6) Explorar as colunas g e h abertas sobre o Rei com a Dama e o Cavalo que tem fácil acesso. Além disso, a Torre poderá também tirar proveito das colunas citadas. (2... Rh6) Se 2... Rh6 3 Dd2+ (Rh5? 4 Be2+ e o mate é inevitável) Rg7 4 Dg5+ Rh8 5 Dh6+ Rg8 6 Cg6! fg6 7 Dg6+ Rh8 8 Th5+ Ch5 9 Dh7++. Página 8

(2... Rh8) Ganhar a Torre e ameaçar o duplo de Cavalo em f7. (2... Rh8) Se 2... Rh8 3 Bf8 ameaçando Cf7+. Voltemos à linha principal: 3 Df3 Ce8 4 DDg4+ Rh8 5 Bg7+! Cg7 6 Dh3+ Bh4 7 Dh4+ Ch5 8 Dh5+ Rg7 9 Dg5+ Rh8 10 Dh6+ Rg8 11 Dh7++ (1-0) A SEGUIR: 8. Ataques contra o Rei Centralizado Página 9

OS GRANDES MESTRES DO TABULEIRO 3.5. Partida nº 5 Baden-Baden, 1870 Abertura dos 3 Cavalos L. Paulsen x W. Steinitz 1 e4 e5 2 Cf3 Cc6 3 Cc3 O lance branco não é a continuação ao ataque feito ao Peão negro de e5 (2 Cf3), portanto, as Negras tem uma maior liberdade de ação que na Abertura Ruy López (3 Bb5). A melhor continuação para as Negras é 3... Cf6, chegando-se à Abertura dos 4 Cavalos. Se as Negras optam por outro lance, a Abertura é chamada de Abertura dos 3 Cavalos. 3... g6 O fianchetto do Bispo do Rei, é uma particularidade encontrada nas partidas de Steinitz. Morphy preferia o jogo aberto, não jogava fianchetto. Steinitz preferia posições fechadas. 4 Bc4 O mais usado é 4 d4, pois abre a posição. Paulsen evitou esta continuação sem dúvida porque com isto abriria a Grande Diagonal Negra para o Bispo do Rei de Steinitz. Por outro lado, as Brancas também poderiam desta maneira chegar a aproveitar a debilidade do ponto f6, com 4 d4 ed4 5 Cd5! Bg7 6 Bg5 e as Brancas com vantagem sempre, recuperam o Peão, por exemplo, depois de 6... f6 7 Bf4 ou 6... Cge7 7 Bf6. 4... Bg7 5 d3 d6 6 Bg5 Dd7 7 a3 Evitando a troca do Cavalo da Dama pelo Bispo do Rei branco. 7... h6 8 Bh4 g5! Este avanço de Peão no flanco do Rei parece um debilitamento da posição negra. Mas Steinitz na verdade encontrou um plano de ganho. 9 Bg3 Cge7 O objetivo é jogar... f5 seguido de... f4, obrigando as Brancas a trocarem o Peão Central pelo do Flanco. As conseqüências para as Negras são a preponderância de Peões no centro e a possibilidade de forma-lo. Esta é a idéia do plano de Steinitz. Paulsen tenta evitar, mas não consegue. 10 h4 g4 11 Cd2 h5 Steinitz impede que Paulsen desafogue seu Bispo mediante o avanço do Peão h. 12 Cd5 Cd5 13 Bd5 Ce7 14 Bb3 f5 As Negras conseguem executar seu plano. É evidente que as Brancas terão de fazer trocas, pois não podem deixar eternamente restringido o Bispo da Dama. 15 ef5 Cf5 16 Cf1 Página 10

As Brancas fazem este lance com o objetivo de evitar dobrar seus Peões no Flanco do Rei, pois ficariam com um Peão a menos no centro, depois de 16... Cg3 17 fg3. 16... c6 Steinitz prepara... d5, mas esperará a conclusão de seu desenvolvimento, pois o centro de Peões seria débil pela insuficiente possibilidade de poder agir com outras peças. 17 c3 Dc7 A Dama negra se dirige à b3, onde agirá todas as direções. 18 De2 Db6 19 Ba2 Bd7 20 0-0-0 0-0-0 21 f3 Cg3 22 Cg3 d5 O centro está formado! As Negras, com a posse do centro preparam o ataque pelo flanco. Não escolhem para isto o Flanco da Dama, ainda que o Rei se encontre ali, mas o Flanco do Rei, pois é onde as Brancas têm maior debilidade. As Brancas não tem outro remédio a não ser atacar o centro negro. Observe a dificuldade branca de levar o Bispo de a2 ao Flanco da Dama ou o Cavalo de g3 ao Flanco do Rei! 23 Rb1 As Brancas colocam, antes de tudo, o Rei em segurança, pois pretendem atacar o centro negro com c4. 23... Bf8 O Bispo é conduzido ao ataque contra o Flanco do Rei (que é sempre o lado direito das Brancas), ainda que tenham as Brancas roçado para o outro lado. 24 Ra1 Bd6 25 Cf1 Tdf8 26 Cd2 Th6 27 c4 Be6 28 Cb3 Ameaçam as Brancas destruir o centro negro com 29 c5 Bc5 30 Cc5 Dc5 31 De5. 28... gf3 29 gf3 Bc7 30 Cd2 T6f6 31 Tc1 Ameaça 32 cd5 e as Negras não podem contestar com 32... cd5 por causa de 33 De5. 31... Rb8 32 cd5 cd5 33 Thg1 Bd6 34 Tg5 Bf7 35 Cb1 Última tentativa branca de atacar o centro negro com Cc3. 35... Dd4 36 Cc3 a6 Seria um erro 36... Dh4, pois 37 Te5 Be5 38 De5+ Ra8 39 Bd5 daria um contra ataque completo, por exemplo: 39... te8 40 Cb5. 37 Tg7 As Brancas querem sacrificar a qualidade em f7. O lance Bd5 antes sustentaria mais a situação. Página 11

37... Be6 Nesta posição as Brancas perderam por tempo. De qualquer maneira, a partida não se sustentaria. Em primeiro lugar, Steinitz ameaçava... Tf3. Se as Brancas se antecipam com Tg3, as Negras respondem com e4. Se 38 Tf1, então as Negras se encontram com mais possibilidades na posição e podem ganhar um Peão com... Ba3. A SEGUIR: 3.6. Partida nº 6 Viena, 1873 Partida dos 3 Cavalos Rosental x Steinitz Página 12

Diagrama 18.1 EXERCÍCIOS a2, b2, c3, e5, f2, g2, h2, Ta1, Bc1, Bd3, De2, Tf1, Cf5, Rg1 x a7, b6, c7, d5, f7, g7, h7, Ta8, Bb7, Cc5, Dd7, Be7, Tf8, Rg8 Bogoljubow - Hussong Karlsruhe, 1939 1...? Por que as Negras não devem tentar trocar o Cavalo com 1... Cd3? O tema é o ataque ao roque. O Cavalo branco ataca a casa g7. Se a Dama também tivesse acesso a esta casa, teríamos uma ameaça de mate. Se 1... Cd3?? 2 Dg5 (1-0) Ameaça mate em g7 e Ch6+ ganhando a Dama. Página 13

Diagrama 18.2 a2, b3, c4, e4, f2, g2, h2, Cc3, Td1, Dd2, Te1, Be3, Rg1 x a7, b7, d6, e7, f7, g6, h7, Da5, Td8, Be6, Tf8, Bg7, Rg8 1? Como as Brancas podem ganhar um Peão nesta posição? Ataque descoberto com o Cavalo (a Dama negra está desprotegida) com xeque intermediário. 1 Cd6! Dd2 2 Ce7+ Rh8 3 Td2 Suponhamos uma posição parecida: as Torres negras em a8 e c8 e o Bispo branco em b2 ao invés de e3. As Brancas também ganhariam um Peão. Como? Ataque descoberto com o Cavalo (a Dama negra está desprotegida) com xeque intermediário. 1 Cd5 Dd2 2 Ce7+ rf8 3 Bg7+ (segundo cheque intermediário) Rg7 (ou 3... Re7) 4 Td2 Página 14

BIBLIOGRAFIA LOS CAMPEONATOS DEL MUNDO - DE STEINITZ A ALEKHINE Pablo Moran, Ediciones Martinez Roca, S.A., Barcelona - Espanha Págs. 48-49 e 209-220 XADREZ BÁSICO Dr. Orfeu Gilberto D'Agostini, Edições Ouro, São Paulo - Brasil Págs. 145-148 e 225-227 LOS GRANDES MAESTROS DEL TABLERO Ricardo Reti, Club de Ajedrez Págs. 41-43 TÁCTICA MODERNA EN AJEDREZ - Tomo I Ludeck Pachman, Colecion Escaques, Martinez Roca, Barcelona - Espanha Pág. 37-38 Página 15