Cirurgia Ortognática e Estética Facial: Qual sua importância na Odontologia Integrada? A avaliação da estética facial, bem como sua relação com a comunicação e expressão da emoção, é parte importante no planejamento do tratamento. O sorriso é uma das mais importantes expressões faciais na vida social dos seres humanos e é essencial para demonstrar amizade, consentimento e apreciação entre os indivíduos. O efeito que a aparência dentofacial pode ter em julgamentos pessoais e sociais é importante dado à mudança de ênfase no conceito de saúde, o qual tem sido definido como o estado completo de bem-estar físico, mental, social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade. Sendo assim, observa-se a importância de melhorar o entendimento do dentista sobre o impacto da estética facial no convívio social e profissional de um indivíduo, já que é de responsabilidade do profissional advertir sobre as implicações dentárias da má-oclusão. O que a maioria das pessoas não sabe é que o desequilíbrio facial, além de fatores estéticos, pode afetar a respiração, a mastigação, a digestão, as articulações e fonação, entre outras funções vitais. O objetivo principal da Cirurgia Ortognática é alcançar uma melhora funcional significativa e interferir positivamente no equilíbrio de todo o conjunto (face, gengiva e dentes). Esta área da odontologia, em conjunto com a Ortodontia, é responsável por promover o alinhamento e a harmonia das estruturas da face, através do reposicionamento e redimensionamento dos ossos envolvidos. Vinte por cento da população mundial apresenta deformidades dento-faciais, ou seja, mau relacionamento dental (encaixe entre os dentes) aliado à desequilíbrios faciais (desarmonia no conjunto). Essas deformidades ocorrem por motivos variados, incluindo fatores genéticos, traumas, síndromes, entre outras anomalias específicas. Essas alterações provocam a falta de alinhamento dos ossos da face e dentes, e este desequilíbrio acarreta distúrbios funcionais de grau e intensidade variadas e interferem negativamente na auto-imagem, fator essencial no desenvolvimento da auto-estima, auto confiança e sucesso na inserção social. A interação multidisciplinar é fator determinante para a identificação das características e explanação sobre os sinais pertinentes às diferentes deformidades (falta de selamento labial e respiração bucal, apnéa do sono, falta e/ou excesso de exposição gengival, assimetrias, dores e estalidos nas articulações, cefaléias, etc.). Esta atitude é de responsabilidade do profissional da saúde e será determinante no diagnóstico e plano de tratamento, momento decisivo na definição do objetivo final ideal à ser alcançado dentro dos limites biológicos possíveis, buscando a previsibilidade e estabilidade nos resultados e satisfação dos anseios dos pacientes qualidade de vida.
CASO CLÍNICO Avaliação Oclusal, Dental e Gengival (Figuras 1 à 6). - Relação molar e canino Classe I de Angle; - Bom posicionamento dental intra-arco e inter-arcos; - Alinhamento das linhas médias superior e inferior; - Proporção adequada das coroas dentais (altura X largura); - Arquitetura gengival harmônica e saudável; - Grande diferença na coloração entre a bateria anterior e os dentes posteriores, a partir dos caninos; Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Avaliação Facial Frontal e Lateral (Figuras 7, 8, 9 e 10). - Boa simetria facial com o alinhamento da linha média dental e facial e o paralelismo entre os planos pupilar e dental; - Predomínio da altura sobre a largura facial, determinando um padrão morfológico dolicocefálico (face longa); - Ausência de selamento labial passivo com grande distância inter-labial, obrigando a manutenção da respiração bucal, principalmente noturna; - Alteração na relação Lábio X Incisivo, expondo excesso de estrutura dental em repouso e de tecido gengival durante o sorriso; - Falta de projeção malar e aprofundamento dos sulcos nasogenianos; - Ângulo naso-labial aberto e alteração no contorno do dorso nasal, devido à falta de suporte do lábio superior; - Pouca definição da linha queixo-pescoço pela rotação horária da mandíbula associada à falta de projeção mentoniana; - Inversão no vermelhão do lábio inferior, deixando o mesmo mais espesso do que o lábio superior;
Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10
Impressão Diagnóstica Excesso de crescimento vertical da maxila e altura facial, associada à deficiência de crescimento ânteroposterior da maxila e mento. Rotação horária de todo o complexo maxilo-mandibular, encurtando a linha queixo-pescoço e aumentando a deficiência mentoniana. Padrão respiratório predominantemente bucal, pela necessidade de estímulo voluntário para selar os lábios e hipertrofias dos cornetos nasais inferiores. Alteração significativa na coloração dos dentes posteriores em relação aos dentes anteriores. Tratamento Realizado - Manutenção da boa relação dental inicial, com pequenas mudanças no posicionamento dos dentes alcançado pelo novo tratamento Ortodôntico, o qual foi realizada pela Dra. Patricia Zambonato Freitas (Figuras 11, 12 e 13); Figuras 14 à 17 Figura 11 Figura 12 Figura 13 - O tratamento cirúrgico promoveu o avanço e reposicionamento superior da maxila, corrigindo o excesso vertical e a deficiência ântero-posterior. Nota-se edema residual aos 3 meses pós-operatório. - O movimento vertical da maxila foi baseado na correção da relação Lábio X Incisivo, eliminando assim o sorriso gengival que tinha a sua etiologia exclusivamente esquelética. - O posicionamento ântero-posterior foi determinado pela auto-rotação mandibular, e as mudanças alcançadas permitiram melhora do contorno do dorso nasal com diminuição do ângulo naso-labial, provocado pelo movimento anterior da estrutura de suporte do lábio superior. Houve ganho na projeção dos ossos malares e na profundidade dos sulcos nasogenianos. - A deficiência mentoniana foi harmonizada através de osteotomia, realizando o avanço e reposicionamento superior da porção anterior, promovendo assim a diminuição da altura facial e a projeção ântero-posterior. - A projeção mentoniana promoveu o selamento labial e harmonizou o perfil facial. Este movimento interferiu positivamente na relação de espessura entre os lábios superior e inferior. - A diminuição significativa da altura facial, modificou a morfologia da face, passando ao tipo mesocefálico, além de permitir passividade no selamento labial e indução da respiração nasal.
Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17
- Para promover a melhora no contraste da coloração dental (Figuras 18 e 19) foi realizada a associação das técnicas de clareamento caseiro (Figuras 20, 21 e 22) e no consultório (Figura 23). - Inicialmente foi realizado no arco superior e posteriormente no arco inferior, objetivando avaliar a diferença de contraste entre os arcos e assim visualizar a quantidade de clareamento alcançado (Figura 24 à 26). Este tratamento foi realizado pelo Dr. Cláudio de Pinho Costa. Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26
Prof. Dr. Baratieri, inseri fotos de estúdio no arquivo Fotografias (denominadas extras) para que possa utilizá-las dentro da diagramação que julgar ideal.