Palavras-chave: Distribuição da gordura corporal, índice de massa corporal, percentual de gordura corporal.

Documentos relacionados
FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

Apostila de Avaliação Nutricional NUT/UFS 2010 CAPÍTULO 3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ADULTOS

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

ÍNDICE. CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO Introdução Pertinência do trabalho Objectivos e Hipóteses de Estudo...

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

RELAÇÃO ENTRE INDICADORES DE MUSCULATURA E DE ADIPOSIDADE COM MASSA CORPORAL E RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

IMC DOS ALUNOS DO 4º PERÍODO DO CURSO TÉCNICO EM ALIMENTOS DO INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS CAMPI/INHUMAS.

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA CONCEPÇÃO DO USO DE SUPLEMENTOS ESPORTIVOS ENTRE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA EM NATAL/RN

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO RISCO CARDIOVASCULAR DA CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS DE MARINGÁ/PR

UTILIZAÇÃO DE AVALIAÇÕES FÍSICAS PARA DIAGNÓSTICO DE SAÚDE DOS SERVIDORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Correlação entre Índice de Massa Corporal e Circunferência de Cintura de Adolescentes do Município de Botucatu SP

INSATISFAÇÃO CORPORAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

6. Sobrepeso e obesidade Introdução

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

EFEITOS DE DOIS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE O PESO CORPORAL E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE MULHERES OBESAS

ALTERAÇÕES NA SATISFAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL A PARTIR DA INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM UM PROGRAMA DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR MULTIDISCIPLINAR.

ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL (IAC) COMO PREDITOR DE GORDURA CORPORAL: UM ESTUDO DE REVISÃO

DIAGNÓSTICO DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE INFANTIL NO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CORNÉLIO PROCÓPIO

INTERAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, COM FLEXIBILIDADE E FLEXÕES ABDOMINAIS EM ALUNOS DO CESUMAR

ÍNDICE GERAL ÍNDICE GERAL ÍNDICE DE TABELAS ÍNDICE DE FIGURAS LISTA DE ABREVIATURAS RESUMO ABSTRACT VII IX X XI XII

AUTOR(ES): LUIS FERNANDO ROCHA, ACKTISON WENZEL SOTANA, ANDRÉ LUIS GOMES, CAIO CÉSAR OLIVEIRA DE SOUZA, CLEBER CARLOS SILVA

Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde

ESTADO NUTRICIONAL DE COLABORADORES DE REDE HOTELEIRA

PERCEPÇÃO DE APOIO SOCIAL PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM INDIVÍDUOS OBESOS

Co-orientadora Profa. Dra. da Faculdade de Nutrição/UFG,

Revista Brasileira de Futsal e Futebol ISSN versão eletrônica

QUAL O IMC DOS ALUNOS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS AO ENSINO MÉDIO NO IFTM CAMPUS UBERLÂNDIA?

1. Tabela de peso e estatura (percentil 50) utilizando como referencial o NCHS 77/8 - gênero masculino

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

COMPARAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL E A AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL ATRAVÉS DE MEDIDAS DE DOBRAS CUTÂNEAS

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

ANTROPOMETRIA PROCESSAMENTO DOS DADOS

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PÚBLICA. RESUMO

_Influência dos fatores socioeconómicos no excesso de peso e obesidade na população portuguesa em 2014

18º Congresso de Iniciação Científica EFEITO DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL SOBRE A REDUÇÃO DA SARCOPENIA VISANDO A MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE ADULTOS

Os escolares das Escolas Municipais de Ensino Fundamental


Período de Realização. De 3 de julho à 15 de setembro de População em geral. Sujeitos da Ação

Estudo de prevalência da hipertensão arterial, excesso de peso e obesidade no concelho de Vizela em

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

A AMAMENTAÇÃO PODE PREVENIR A OBESIDADE INFANTIL?

PERCENTUAL DE GORDURA. Prof.Moisés Mendes

Curso: Nutrição. Disciplina: Avaliação Nutricional Professora: Esp. Keilla Cardoso Outubro/2016

3. Material e Métodos

COMPOSIÇÃO CORPORAL EM CRIANÇAS DE 9 A 11 ANOS DE IDADE MATRICULADAS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO

Medidas e Avaliação da Atividade Motora

MEDIDAS E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE MOTORA

COMPOSIÇÃO CORPORAL DE JOVENS ESTUDANTES

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

Minha Saúde Análise Detalhada

INGESTÃO DIETÉTICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE DANÇARINAS DA UFPA (BELÉM PA).

Professores: Roberto Calmon e Thiago Fernandes

Apostila de Avaliação Nutricional NUT/UFS 2010 CAPÍTULO 2 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ADOLESCENTES

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE CRIANÇAS DO ENSINO PRÉ-ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DA AZAMBUJA

LERIANE BRAGANHOLO DA SILVA

PROMOÇÃO DA SAÚDE NUTRICIONAL DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU-PR.

Recepção: 06/08/2014 Aceitação: 27/10/2014. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de

Avaliação antropométrica de crianças

Desenvolvendo o Pensamento Matemático em Diversos Espaços Educativos A MATEMÁTICA EM SITUAÇÕES QUE ENGLOBAM ALIMENTAÇÃO E SAÚDE

Composição corporal de judocas: aspectos relacionados ao desempenho

CADERNO DE EXERCÍCIOS

PNS Pesquisa Nacional de Saúde 2013 Ciclos de vida, Brasil e grandes regiões Volume 3

ANÁLISE DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DA CIDADE DE PORTO VELHO RO RESUMO

ESTADO NUTRICIONAL E RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS

COMPARAÇÃO ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E DA QUANTIDADE DE GORDURA CORPORAL

FACULDADE PITÁGORAS TÓPICOS ESPECIAIS EM NUTRIÇÃO I AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE ACAMADO

Taxa Metabólica Basal: é importante medir? Tânia Kadima Magalhães Ferreira

Avaliação Nutricional

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: RELAÇÃO ENTRE INATIVIDADE FÍSICA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS DA REDE MUNICIPAL DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO PE.

INTRODUÇÃO PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO OBJECTIVOS METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÕES

Instituto de Cultura Física

MATEMÁTICA. Professor Diego Viug

Palavras-Chave: Obesidade; Educação Nutricional; Avaliação Nutricional

CONSUMO ALIMENTAR E ATIVIDADE FÍSICA DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DE SAÚDE

COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ESCOLARES DA REDE DE ENSINO PÚBLICA E PRIVADA EM UMA CIDADE DA REGIÃO NORTE RESUMO

A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA GORDURA CORPORAL DOS PARTICIPANTES DO PIBEX INTERVALO ATIVO 1

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

IV Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica do Cesumar 20 a 24 de outubro de 2008

Portugal é caracterizado por uma alta prevalência de excesso de peso e obesidade nas mulheres, sendo que o aumento de peso acontece mais abruptamente

Estilo de vida e as alterações da flexibilidade e resistência muscular localizada na fase adulta

ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES HIV/AIDS EM USO DE TERAPIA ANTI-RETROVIRAL 1 NUTRITIONAL STATUS OF HIV/AIDS PATIENTS IN USE OF ANTIRETROVIRAL THERAPY

Composição Corporal e Puberdade: tecido gorduroso, massa muscular e massa mineral óssea

RELAÇÃO ENTRE DIFERENTES PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM IDOSOS FISICAMENTE ATIVOS

Dados da Avaliação. Objetivos. Protocolo de Imagem Corporal Marins e Marins (2010) Foto Auto-Imagem Objetivo. Exame de Sangue. Posturais - Anterior

PROMOÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS EM UM NÚCLEO INTEGRADO DE SAÚDE DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES BASEADA NO CÁLCULO DA PORCENTAGEM DE GORDURA CORPORAL OBTIDA COM A AFERIÇÃO DAS PREGAS CUTÂNEAS

ESTILO DE VIDA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ADOLECENTES DE NÍVEL MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA CIDADE DE MARIALVA/PR

Estudo do Somatotipo em atletas de luta Greco Romana

1ª Conferência do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico: um olhar atento à saúde dos portugueses. Estado de Saúde.

ANOVA - parte I Conceitos Básicos

AUTO-PERCEPÇÃO DO PESO E DA IMAGEM CORPORAL EM ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

Avaliação do Índice de Massa Corporal em crianças de escola municipal de Barbacena MG, 2016.

Alimentação Responsável A responsabilidade social dos fornecedores de alimentos e refeições

Correlação entre variáveis antropométricas em escolares na cidade de Caxias do Sul

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS ATENDIDAS NA USF VIVER BEM DO MUNICIPIO DE JOÃO PESSOA-PB

PREVALÊNCIA DA OBESIDADE ABDOMINAL EM ADULTOS AVALIADOS NO LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICA DA ACADEMIA DA UNI EVANGÉLICA

TÓPICOS ESPECIAIS EM ANTROPOMETRIA

Transcrição:

RELAÇÃO ENTRE O PERCENTUAL DE GORDURA E O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM JOVENS ADULTOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO RESUMO GABRIEL FERNANDO ESTEVES CARDIA LEONARDO GEALH Universidade Estadual de Maringá, Maringá Paraná Brasil g_cardia@hotmail.com O estudo foi desenvolvido com o objetivo de relacionar o percentual de gordura e o índice de massa corporal em jovens adultos praticantes de musculação. A pesquisa foi realizada através da coleta de dados de indivíduos de uma academia de musculação na cidade de Maringá/PR. A amostra final obtida (n=80) foi dividida em 4 grupos distintos: grupo masculino I (20 sujeitos, do gênero masculino), grupo masculino II (20 sujeitos, do gênero masculino), grupo feminino I (20 sujeitos, do gênero feminino), e grupo feminino II (20 sujeitos, do gênero feminino), com idades entre 18 e 38 anos, os grupos de numero II são compostos pelos mesmo indivíduos dos grupos I, porém, após um período de treinamento. Para a realização das avaliações, foram identificadas as medidas antropométricas, peso, estatura, circunferências corporais, espessura das dobras cutâneas de cada indivíduo, e bioimpedância elétrica. Os resultados foram analisados através da estatística descritiva. Após o período de treinamento o IMC (índice de massa corporal) dos grupos feminino I e II diminuiu de 21,8 ± 0,41 para 21,57 ± 0,42, já o %G (percentual de gordura corporal) sofreu uma queda de 28,13 ± 0,95 para 26,29 ± 0,87, não sendo considerado sobrepeso, estando abaixo do ponto de corte indicado pela Organização Mundial da Saúde, porém, o %G aponta para o sobrepreso estando dentro do ponto de corte de 25% a 30% para indivíduos do sexo feminino. Nos grupos masculinos acontece o mesmo, houve um declínio no IMC dos grupos masculino I e II de 24,98 ± 0,78 para 24,55 ± 0,65, o %G também sofreu uma queda de 19,02 ± 1,37 para 17,23 ± 1,08, o IMC dos grupos I e II não apontam para o sobrepeso, já o %G aponta para o sobrepreso estando dentro do ponto de corte de 15,0% e 20,0% para indivíduos do sexo masculinos. É importante quantificar a gordura corporal com o mínimo de erro, a fim de, controlar o volume de gordura corporal em relação à saúde humana, o fator que restringe o emprego do IMC é o fato de que ele não é apto a fornecer informações associadas com a composição corporal, desta forma, indivíduos com uma grande quantidade de massa muscular podem exibir o IMC de forma elevado, mesmo que a gordura corporal não seja demasiada. Palavras-chave: Distribuição da gordura corporal, índice de massa corporal, percentual de gordura corporal. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, os índices de obesidade vêm aumentando e tornando-se um grande risco a saúde mundial, desta forma, torna-se importante quantificar a gordura corporal com o mínimo de erro, a fim de, controlar o volume de gordura corporal em relação à saúde humana (JAMES PT et. al., 2001; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000). Fato este que vem levando pesquisadores a descobrir e comprovar diferentes técnicas para estimar a gordura corporal, tais como: Biometria, Bioimpedância, Pregas Cutâneas, entre outras. A antropometria vem sendo a técnica mais usada no mundo todo para obter o índice de massa corporal (IMC) ou percentual de gordura (%G), por ser uma técnica barata que apresenta grande fidedignidade, utilizando medidas lineares de massa, diâmetros, perímetros e dobras cutâneas. O percentual de gordura obtido a partir da mensuração de dobras cutâneas

vem apresentando grande aceitação entre os pesquisadores (GLANER, MF et. al., 1999 & THORLANDE, WG et. al., 1884). A técnica da bioimpedância elétrica torna-se uma boa alternativa na avaliação da composição corporal graças a sua facilidade no trabalho com um equipamento não invasivo e facilmente manejável, adequado para estudos populacionais (KYLE, et. al., 2004 & SHARMA AM, 2003) O índice de massa corporal vem sendo recomendado pela World Health Organization (2012), e pelo National Heart, Lung, and Blood Institute of the National Institute of Health (1998) como a técnica de medição de excesso de peso e obesidade mais proficiente, sendo utilizavel para ambos os sexos e em todas as faixas etarias, graças a suas facíl obtenção e sem custo algum (KUCZMARSKI RJ, FLEGAL KM, 2000). Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de relacionar o percentual de gordura e o índice de massa corporal em jovens adultos praticantes de musculação. METODOLOGIA O estudo consiste em uma pesquisa de caráter descritivo, a qual inclui o levantamento de dados normativos e estudos correlacionados, sem a interferência do pesquisador (THOMAS e NELSON, 2002). Foram realizadas as coletas de dados de indivíduos de uma academia de musculação na cidade de Maringá/PR, onde cada indivíduo foi submetido a uma avaliação corporal, para que obtivéssemos os dados necessários para a realização do estudo, que no caso, trata-se do percentual de gordura e o índice de massa corporal. Todas as informações obtidas foram mantidas em sigilo, assim como os dados pessoais de todos os sujeitos que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Para a realização das avaliações, foram aplicadas as técnicas de Biometria, Bioimpedância e Pregas Cutâneas, foram identificadas as medidas antropométricas de peso, estatura, circunferências corporais, espessura das dobras cutâneas de cada indivíduo. Para a Bioimpedância, foi utilizada a Balança de Bioimpedância Digital de Vidro Glass 6 FW (máx. 150 kg) G-TECH (fibra), e a estatura foi detectada através de escala métrica vertical com precisão de 1mm. As circunferências foram aferidas com o uso da Trena Antropométrica Sanny Medical (SN-4010) Starren, a espessura das dobras cutâneas foi identificada utilizando-se o Adipômetro Prime Neo Plus-Prime-Med e o nível pressórico aferido com o aparelho Geratherm Wristwatch Automático de Pulso. Após a coleta dos dados coletados, foi estimado a porcentagem de gordura corporal (%G) de cada sujeito. Para isso, usamos o protocolo de Jackson e Pollock (1978), de nove dobras cutâneas (subescapular, tríceps, bíceps, peitoral, supra ilíaca, abdome, coxa, subaxilar e perna), que já indicam onde existe a maior concentração de gordura. Calculou-se o índice de massa corporal (IMC) dividindo-se o valor do peso em quilos (Kg), pelo quadrado da altura, medida em metros, (kg/m 2 ) de cada individuo. (Ainsworth BE, Haskell WL, Whitt MC et al., 2000) Foram aplicadas 200 avaliações em homens e mulheres com idades entre 18 e 38 anos, iniciantes na pratica da musculação, e 200 avaliações nos mesmos indivíduos após um período equivalente superior á dois meses de treinamento, a partir disto foram selecionados por amostragem probabilística aleatória, 20 avaliações de homens e 20 avaliações de mulheres iniciantes na pratica da musculação, depois foram selecionadas as 20 avaliações de homens e 20 avaliações de mulheres dos mesmos sujeitos, porém, já inseridos na prática da musculação. Foi obtidos 4 grupos, Masculino I (20 sujeitos, do gênero masculino iniciantes a pratica da musculação), Masculino II (20 sujeitos, do gênero masculino praticantes de musculação a mais de dois meses, sendo que estes são os mesmos indivíduos do Masculino I), Feminino I (20 sujeitos, do gênero feminino iniciantes a pratica da musculação), e Feminino II (20 sujeitos, do gênero feminino praticantes de musculação a mais de dois meses, sendo que estes são os mesmos indivíduos do grupo Feminino I) conforme descritos nas tabelas 1 e 2.

Para a avaliação do IMC os parâmetros utilizados foram os indicados pela Organização Mundial da Saúde: IMC entre 25,0 kg/m² e 29,9 kg/m² identifica sujeitos em sobrepeso, e IMC > 30,0 kg/m² identifica sujeitos obesos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000). Para a categorização da %G considerou-se em sobrepeso homens entre 15,0% e 20,0% de gordura corporal e mulheres entre 25,0% e 30,0% de gordura corporal, para obesidade foram considerados homens acima de 20,0% e mulheres acima de 30,0% de gordura corporal (NATIONAL INSTITUTE OF DIABETES AND DIGESTIVE AND KIDNEY DISEASES, 1993). As variáveis qualitativo-quantitativas serão apresentadas em forma de tabelas com valores expressos em media e erro padrão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para as características antropométricas dos grupos femininos por tempo de pratica na musculação, observa-se que as médias de idade para o grupo feminino I e feminino II foram, respectivamente, de 22,45 ± 0,65 anos e 22,7 ± 0,63 anos. O grupo feminino I apresenta uma massa corporal média de 57,91 ± 1,42 kg, enquanto o grupo feminino II apresenta 57,3 ± 1,44. Com relação a estatura o valor encontrado é o mesmo para os dois grupos 162 ±1,02cm. O IMC encontrado nos grupos feminino I e feminino II são respectivamente 21,8 ± 0,41 e 21,57 ± 0,42, já o percentual de gordura encontrado nos mesmos grupos são 28,13 ± 0,95 e 26,29 ± 0,87, respectivamente, já o percentual de gordura encontrado no grupo feminino 1 é 28,13 ± 0,95 e no grupo feminino 2 26,29 ± 0,87 como apresenta a tabela 1. Comparando os valores encontrados nos grupos feminino I e II vemos que após o período de treinamento o IMC diminuiu de 21,8 ± 0,41 para 21,57 ± 0,42, já o %G sofreu uma queda de 28,13 ± 0,95 para 26,29± 0,87, nos dois grupos ocorre um resultado semelhante, o IMC 21,8 ± 0,41 e 21,57 ± 0,42, dos grupos I e II respectivamente, não aponta para o sobrepeso, estando abaixo do ponto de corte indicado pela Organização Mundial da Saúde, de IMC entre 25,0kg/m² e 29,9kg/m², porém, nos mesmos grupos o %G aponta para o sobrepreso estando dentro do ponto de corte de 25% a 30% para indivíduos do sexo feminino, no que indica, sujeitos com sobrepeso, evidenciado na tabela 1. As características antropométricas dos grupos masculinos por tempo de pratica na musculação nota-se que as médias de idade para o grupo masculino I e masculino II são, respectivamente, de 23,5 ± 0,73 anos e 23,8 ± 0,73 anos. Já nas medias de massa corporal o grupo masculino I apresenta uma média de 76,69 ± 2,58, enquanto o grupo masculino II apresenta 75,8 ± 2,13. Para as médias da estatura o valor encontrado é o mesmo para os dois grupos 175 ± 0,05cm. O IMC identificado nos grupos masculino I e masculino II são respectivamente 19,02 ± 1,37 e 24,55 ± 0,65, já o percentual de gordura detectado nos mesmos grupos são 19,02 ± 1,37 e 17,23 ± 1,08, respectivamente, o percentual de gordura encontrado no grupo masculino 1 é de 19,02 ± 1,37, já no grupo masculino 2 17,23 ± 1,08, como mostra a tabela 2. Os resultados encontrados nos grupos masculino I e II nos mostram que passado o período de treinamento houve um declínio no IMC de 24,98 ± 0,78 para 24,55 ± 0,65, o %G

também sofreu uma queda de 19,02 ± 1,37 para 17,23 ± 1,08, nos dois grupos ocorreu um resultado muito parecido onde, o IMC dos grupos I e II 24,98 ± 0,78 e 24,55 ± 0,65 respectivamente, não aponta para o sobrepeso, estando abaixo do ponto de corte indicado pela Organização Mundial da Saúde, de IMC entre 25,0kg/m² e 29,9kg/m², porém, nos mesmos grupos o %G aponta para o sobrepreso estando dentro do ponto de corte de 15,0% e 20,0% para indivíduos do sexo masculinos, indicando sujeitos com sobrepeso, evidenciado na tabela 2. As mulheres apresentaram IMC médio inferiores ao dos homens, nos dois grupos de praticantes de musculação, porém, foi verificado um decréscimo no IMC no Grupo feminino II em comparação com o feminino I, supostamente devido ao período de treinamento. O mesmo acontece com os grupos masculinos, o grupo masculino I apresentou um IMC superior ao do grupo masculino II. O %G segue a mesma linha do IMC, havendo um decréscimo de aproximadamente 2% em relação aos grupos II feminino e masculino comparando com os grupos I feminino e masculino. De acordo com os índices indicados pela Organização Mundial da Saúde (1998) temos que 40,4 % da população esta com sobrepeso e 17,3% pode ser classificada com obesidade, somente 38,5% da população estaria com o peso ideal. Fica evidente que o exercício físico foi fundamental no declínio do IMC e do %G, porém, a redução do %G nos mostra o quanto realmente o exercício foi satisfatório, pois, o IMC é composto por duas variáveis, a massa corporal e a estatura, como o exercício não causou nenhuma mudança na variável estatura, o IMC não foi capaz de evidenciar a melhora na condição dos indivíduos. Em um estudo Grossl T., et al,. 2010, encontraram uma diferença entre as correlações do % GC com o IMC entre homens e mulheres (r =.54 e r =.73, respectivamente) o que já era esperado, pois, os homens apresentam uma maior quantidade de massa corporal magra comparado às mulheres. Assim, a utilização do IMC pode diagnosticar falsos-positivos, ou seja, identificar sujeitos com sobrepeso e obesos enquanto eles possuem uma grande presença de massa corporal magra. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os cidadãos dos dias de hoje, muitas vezes, não tem o cuidado adequado com a sua saúde, não realizando exercícios físicos e tendo uma alimentação desleixada, muito disso por conta da falta de tempo, estes fatores podem agravar a saúde e o aspecto físico e psicológico do individuo (FREITAG et. al, 2012; FREITAG et. al, 2011). Conter a quantidade de gordura e ao mesmo tempo elevar o volume de massa muscular está entre os desejos da maior parte dos praticantes de exercício físico, com isso, a inserção de técnicas que permitam diagnosticar a composição corporal nas avaliações físicas nas academias de musculação, pode gerar informações fundamentais para um melhor rendimento. O fator que restringe o emprego do IMC é o fato de que ele não é apto a fornecer informações associadas com a composição corporal, desta forma, indivíduos com uma grande

quantidade de massa muscular podem exibir o IMC de forma elevado, mesmo que a gordura corporal não seja demasiada (ODE, JJ et. al., 2007; WITT KA, BUSH EA, 2005;). O IMC apresenta alta correlação com a massa corporal e baixa com a estatura, é fundamental que os seus valores se correlacionem com outras variáveis independentes de composição corporal, que determinam a composição de gordura corporal e massa muscular (ANJOS, LA, 1992). REFERÊNCIAS Ainsworth BE; Haskell WL; Whitt MC et al. Compendium of physical activities: an update of activity codes and met intesities. 2000 Med Sci Sports Exerc. 2000; 32(9) Suppl, S498-504. Anjos LA. Índice de massa corporal (massa corporal.estatura2) como indicador do estado nutricional de adultos: revisão da literatura. Rev Saúde Pública. 1992; 26(6):431-36. FREITAG, A.F; HIGARASHI, I.H, UCHIDA, N.S; PINHO, R.J; VIEIRA,L.F. Stages of stress: a study with performance athletes in the context OF Paraná spot. The FIEP bulletin, v-82,p. 507/125-510, 2012. FREITAG, A.F; SILVEIRA, J.M; HIGARASHI, I.H; MARCON, S.S; VIEIRA, L.F. Levels of anxiety: a study with athletes of income in the sports context of Paraná. The FIEP Bulletin, v.81,p.356-358, 2011. GLANER, MF, RODRIGUEZ, Añez CR. Validação de equações para estimar a densidade corporal e/ou percentual de gordura para militares masculinos. Trein Desportivo 1999 GROSSL, T; AUGUSTEMAK DE LIMA, L.R; KARASIAK, FC. Relação entre a gordura corporal e indicadores antropométricos em adultos frequentadores de academia. Motri. v.6 n.2 Vila Real 2010 JACKSON A.S., POLLOCK, M.L. Generalized equations for predicting body density of men. Br J Nutr. 40:497-504, 1978. JAMES PT, LEACH R, KALAMARA E, SHAYEGHI M. The worldwide obesity epidemic. Obes Res. 2001. KUCZMARSKI RJ, FLEGAL KM. Criteria for definition of overweight in transition: background and recommendations for the United States. Am J Clin Nutr. 2000 KYLE, U.G. et al. Bioelectrical impedance analysis - part I: review of principles and methods. Clinical Nutrition, v. 23, n. 5, p. 1226-1243, 2004 NATIONAL INSTITUTE OF DIABETES AND DIGESTIVE AND KIDNEY DISEASES. Understanding Adult Obesity. NIH Publ. No. 94-3680. Rockville, MD: National Institutes of Health, 1993. NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH, NATIONAL HEART LUNG and BLOOD INSTITUTE. Clinical guidelines on the identification, evaluation, and treatment of overweight and obesity in adults. 1998 ODE JJ, PIVARNIK JM, REEVES MJ, KNOUS JL. Body mass index as a predictor of percent fat in college athletes and nonathletes. Med Sci Sports Exerc. 2007

SHARMA AM. Obesity and cardiovascular risk. Growth Horm IGF Res. 2003 THORLAND WG, JOHNSON GO, THARP GD, HOUSH TJ, CISAR CJ. Estimation of body density in adolescent athletes. Hum Biol 1984; THOMAS, J.R.; NELSON, J.R. Métodos de pesquisa em atividade física. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. WITT KA, BUSH EA. College athletes with an elevated body mass index often have a high upper arm muscle area, but not elevated triceps and subscapular skinfolds. J Am Diet Assoc. 2005 WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global epidemic; WHO consultation technical report series 894. Geneva; 2000. World Health Organization. Obesity: Preventing and Managing the Global Epidemic. Report of a WHO Consultation on Obesity. Geneva: WHO. 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity and overweight: fact sheet N0 311. 2012. Gabriel Fernando Esteves Cardia g_cardia@hotmail.com Rua Manoel de Macedo, 274, apt 604 Zona 07, Maringá PR, 87020-240