A FORMAÇÃO DOCENTE DO PROFESSOR EM INÍCIO DA CARREIRA

Documentos relacionados
ENSINO-APRENDIZAGEM DA CARTOGRAFIA: OS CONTEÚDOS COM BASES MATEMÁTICAS NO ENSINO FUNDAMEANTAL 1

PARALISIA CEREBRAL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ACERCA DA INCLUSÃO ESCOLAR

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE -NDE. Procedimentos para o Trabalho de Conclusão de Curso

EDITAL DE LANÇAMENTO E SELEÇÃO DE ALUNOS PESQUISADORES PARA O PROJETO DE PESQUISA

PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA VOLUNTÁRIO PIC DIREITO/UniCEUB EDITAL DE 2016

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - CAPES CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO EDITAL Nº 03/2013

RELATÓRIO FINAL DE ACOMPANHAMENTO DA CARREIRA PROFISSIONAL E AVALIAÇÃO DO CURSO/UFSCar PELOS EGRESSOS - ENGENHARIA CIVIL SÃO CARLOS

PRÁTICAS DE PESQUISA: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORES NA

PET Humanidades Centro das Humanidades/UFOB Rua Prof. José Seabra, S/N, Centro, , Barreiras, Ba.

O jogo do Mico no ensino das Funções Orgânicas: o lúdico como estratégia no PIBID

EDITAL DE SELEÇÃO PARA MESTRADO 2016 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (UNIFEI)

EDITAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA FACULDADE MULTIVIX- VITÓRIA 003/2016 ALTERADO EM 14/06/2016

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

FORMAÇÃO CONTINUADA ONLINE DE PROFESSORES QUE ATUAM COM ESCOLARES EM TRATAMENTO DE SAÚDE Jacques de Lima Ferreira PUC-PR Agência Financiadora: CNPq

Treinamento e Desenvolvimento - T&D. Capacitação e formação dos colaboradores do HSC

POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS X EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: QUESTÕES PARA O DEBATE

O ensino da música através da criação e sonorização de uma história para a produção de um vídeo educativo

A CONFLUÊNCIA ENTRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E O CURRÍCULO: A INCLUSÃO EDUCACIONAL DO ALUNO SURDO.

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

Ficha de Avaliação do Programa

Estadual ou Municipal (Territórios de Abrangência - Conceição do Coité,

Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Professor Aloísio Teixeira Coordenação de Pesquisa e Coordenação de Extensão

O POTENCIAL DE INOVAÇÃO E A QUESTÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL NAS INDÚSTRIAS DA REGIÃO NOROESTE DO RS 1

EDITAL Nº. 43/2014 Processo Seletivo Discente Concessão de Benefícios do Prosup, Bolsas e Taxas Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

SINAES SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS UNIFIMES POLÍTICA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU STRICTO SENSU

São Paulo, 17 de Agosto de 2012

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Centro de Filosofia e Ciências Humanas Departamento de Ciência Política

Critérios para Credenciamento de Líderes e Certificação de Grupos de Pesquisa

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA Câmpus São Borja

PROGRAMAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NO CURSO DE PEDAGOGIA: A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA E UNIVERSIDADE E ESCOLA

CENÁRIO DA FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO ESTADO DA PARAÍBA

RELATÓRIO FINAL - INDICADORES - DOCENTES ENGENHARIA AMBIENTAL EAD

EDITAL Nº 039/2015 SELEÇÃO DE BOLSISTAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DO PIBID/UNIFAL-MG

EDITAL N 021/2012/LETRAS-INGLÊS-EAD/UFSC PROCESSO SELETIVO DE BOLSISTAS UAB

BREVE REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM AULAS NO ENSINO MÉDIO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO SECRETARIA GERAL DOS CONSELHOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE GEOGEBRA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Diretoria de Pós-graduação e Pesquisa

Curso de Extensão Inteligência Teoria e Prática 2010

UM JOGO BINOMIAL 1. INTRODUÇÃO

Faculdade Monteiro Lobato

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR E DESENVOLVIMENTO CESED FACISA/FCM/ESAC

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS PARA INTERNET

REGULAMENTO N 01/2016-PPGEE/MEPE/UNIR

EDITAL N o /2011. EDITAL DE INSCRIÇÃO, SELEÇÃO E MATRÍCULA NO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA BIOLOGIA (Modalidade a Distância)

Regulamento das Bolsas PARSUK Xperience 2014

MANUAL COMPLEMENTAR DE CONCESSÃO DE BOLSAS DE ESTUDO DA COMISSÃO DE BOLSAS DA ESCOLA DE ECONOMIA DE SÃO PAULO (FGV/EESP) 1

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico CETEC. Ensino Técnico. Habilitação Profissional: Nível Médio de Técnico em Administração

Data: 06 a 10 de Junho de 2016 Local: Rio de Janeiro

XII BioCiências: Mostra de Projetos Experimentais de Itumbiara-GO 1 Caracterização da Proposta

RESOLUÇÃO Nº. 206 DE 14 DE DEZEMBRO DE 2011.

FUNDAÇÃO DE AMPARO AO ENSINO E PESQUISA

EDITAL PARA SELEÇÃO DE ESTUDANTES MONITORES PARA O CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

SISTEMA DE NUMERAÇÃO NA FORMAÇÃO DO ALUNO UTILIZANDO MATERIAL CONCRETO

INFORME UVV-ES Nº11 29/04-05/05 de 2013 UVV POST. Publicação semanal interna Universidade Vila Velha - ES Produto da Comunicação Institucional

Unidade Regras complementares das citações

LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA: ESPAÇO DE INCLUSÃO

RESOLUÇÃO CONSEPE/UFERSA Nº 007/2010, de 19 de agosto de 2010.

CONEXÃO VERDE IASEA REDE NACIONAL DE ENSINO SOCIOAMBIENTAL INSTITUTO PARA APRENDIZAGEM SOCIAL, EMOCIONAL E AMBIENTAL

I ENCONTRO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NOS CURSOS DE LICENCIATURA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA: EM BUSCA DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PEDAGOGO

O USO DO STOP MOTION COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA TORNAR MAIS LÚDICO O ENSINO DE BIOQUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

RESOLUÇÃO CONSUN N.º 008/2010. O Conselho Superior da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS, no uso de suas atribuições e

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ETNOBIOLOGIA E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA -Doutorado-

EMPREENDEDORISMO CONCEITOS... 21/03/2014 EMPREENDEDOR? EMPREENDEDOR? EMPREENDEDOR? IMPORTANTE!!!!!

Avaliação Institucional Não Bolsistas. Bolsistas 5. Educação Meio Ambiente

COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E AGRONEGÓCIO MESTRADO E DOUTORADO EDITAL Nº 03/2016-PGDRA

PROCESSO DE SELEÇÃO DE BOLSISTA PARA O PROGRAMA NACIONAL DE PÓS-DOUTORADO (PNPD) 2016

UNIVERSIDADE PAULISTA CURSOS

PROJETO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS

Faculdades Ibmec-RJ. Regulamento de Atividades Complementares do Curso de Graduação em Administração

Ficha de Recomendação - APCN

EDITAL Aditamento

FUNDAÇÃO COMUNITÁRIA EDUCACIONAL E CULTURAL DE JOÃO MONLEVADE. Instituto de Ensino Superior de João Monlevade OBJETIVOS

PROJETO PROLICEN INFORMÁTICA NA ESCOLA : A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA E O ENSINO MÉDIO PÚBLICO

Público Alvo: Investimento: Disciplinas:

PROGRAMA SULGÁS DE QUALIDADE DE VIDA

GEOGRAFIA ESCOLAR E O LÚDICO: ALGUMAS APROXIMAÇÕES NO ENSINO FUNDAMENTAL II

Filosofia: o paradoxo de aprender e ensinar

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2004 Ano Base 2001_2002_2003 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DA ÁREA DE QUÍMICA 2001/2003

Práticas de linguagem: textos e contextos da escrita na educação infantil

PROGRAMAS E PROJETOS DE EXTENSÃO GERÊNCIA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO CAMPUS UNIVERSITÁRIO TUBARÃO PROJETO DE EXTENSÃO COORDENAÇÃO OBJETIVOS

Norma CNEN para. Concessão de Bolsas no País

PLANO DE ENSINO PROJETO PEDAGÓCIO: Carga Horária Semestral: 40 h Semestre do Curso: 3º

EDITAL DE SELEÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU Modalidade Online

Regulamento do Núcleo de Apoio à Pesquisa do Curso de Medicina da UNIFENAS-BH

CAPÍTULO I DA NATUREZA E DOS OBJETIVOS

[De]Codificando a Comunicação de uma Organização Criativa: Um Estudo de Caso no CESAR

MANUAL DA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Iniciação Científica no INATEL

Período ATIVIDADE OBJETIVO Responsabilidade Local

PROGRAMA ERASMUS+ Ação-Chave 1: Mobilidade individual de estudos para estudantes do ensino superior. 2.º Ciclo. Regulamento

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

EDITAL Nº 14/2013 PROGRAMA AMAZÔNIA 2020 SANTANDER/PROPEG/ACI-UFAC

FACULDADE DE ARARAQUARA IESP Instituto Educacional do Estado de São Paulo Rua Miguel Cortez, 50, Vila Suconasa, Araraquara/SP Tel:

MAPEAMENTO DA SITUAÇÃO EDUCACIONAL DOS SURDOS NA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA DO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IRATI/PR

AS INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS PARA O ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO

A Orientação Educacional no novo milênio

Transcrição:

A FORMAÇÃO DOCENTE DO PROFESSOR EM INÍCIO DA CARREIRA Carlos Marcelo (Espanha), António Nóvoa (Portugal), Denise Valillant (América Latina); Pesquisadores da Fundação Carlos Chagas (Brasil), Pesquisadores da UFSCAR e de outras IES, enfatizam sobre a necessidade de se investir na formação do professor iniciante, por ser esta uma fase difícil na carreira docente e definidora da continuidade do professor no magistério. A FORMAÇÃO DOCENTE DO PROFESSOR PESQUISADOR MACHADO; BIANCHETTI (2008) : COMO APRENDEMOS A ORIENTAR?

QUEM É O PROFESSOR INICIANTE? São professores na fase inicial da carreira docente considerada como sendo: Huberman (1995)- na fase 1- Exploração-até 3 anos; Carlos Marcelo (1995) até 3 anos; Cavaco (1993); Gonçalves (1995)- até os 4 anos;tardif (2008)- até 7 anos. Não há consenso na literatura acerca da duração dessa fase. Huberman (1995) considera inicial a fase que se estende até o terceiro ano de profissão, para Cavaco (1995), vai até o quarto ano de exercício profissional; Veenman (1998) argumenta que tal fase se prolonga até o quinto ano; Tardif (2002) defende que este momento inicial compreende os sete primeiros anos de profissão. (LIMA, 2007, p. 140)

O que se tem escrito sobre o iniciante? Gabardo e Hobold (2011): período marcado por sentimentos contraditórios que os desafiam. Cavaco (1999): período de insegurança, sobrevivência, adaptações, conformismo, alienação, adaptação às crenças da escola e dos demais professores. Veenman (1998)-:Fase em que vivem um choque de realidade. Papi e Martins (2010) : os primeiros anos de exercício profissional são basilares para a configuração das ações profissionais futuras e para a própria permanência na profissão. Carlos Marcelo (1999;2010): período de transição de estudantes a professores, período de muita luta para estabelecer sua identidade pessoal e profissional. Vaillant (2009) fase de grande crise em torno das experiências profissionais, gestão da disciplina, motivação, organização da sala de aula, relacionamentos com os pais, com os pares. O grande nó górdio são os mesmos em todas as etapas da carreira docente, mas sem dúvida, os iniciantes experimentam os problemas com maiores doses de incertezas e estresses, devido ao fato de terem menores referenciais de mecanismos para enfrentar estas situações

O professor iniciante no cenário das pesquisas

O professor iniciante no cenário das pesquisas No âmbito internacional- Carlos Marcelo, da Universidade de Sevilla e da Huelva, Espanha, mentor de quatro congressos internacionais: Sevilla /Espanha - Buenos Aires/ Argentina - Santiago/Chile - Brasil/Curitiba. Perrelli (2013)- investigou os três últimos eventos que discutiram a iniciação à docência (2008;2010;2012) em um total de 451 trabalhos. Dentre os quais, o apoio, a mentoria, acompanhamento aos professores iniciantes, foi temática de 80 trabalhos. No terceiro congresso no Chile, as produções brasileiras atingiram mais de 50% e no IV Congresso em Curitiba o Brasil liderou somando 75% das produções. Romanowski (2014) novamente destaca produção na Anped Sul em ao apresentar os resultados das produções do último congresso de Marcelo.

O professor iniciante no cenário das produções

Gráfico 7- Origem das IES. Fonte: Banco de dados da Capes.

Gráfico 10- Regiões de produção das pesquisas Fonte: Banco de dados da Capes.

Gráfico 11- Estados de produção das pesquisas Fonte: Banco de dados da Capes.

Gráfico 9- Gênero dos pesquisadores Fonte: Banco de dados da Capes.

A FORMAÇÃO PROFESSOR PESQUISADOR: COMO APRENDEMOS A ORIENTAR? Como se aprende a orientar? Como se forma um orientador? Como se ensina a orientar? Ana Maria Netto Machado Lucídio Bianchetti Pesquisa com 75 orientadores bolsistas do Cnpq

1) Aprendemos a orientar inspirados na forma de orientar de nossos orientadores ; - orientar é uma atividade profissional que ultrapassa os limites do trabalho acadêmico, pois se trata de uma interação intensa, em que duas vidas estão em jogo 2)Aprendemos a orientar orientando (com os orientandos) Saviani é um espaço de pensamento

3) Aprendemos orientar com base em nossas memórias - os fatores que os forjaram como orientadores. Estes fatores entrelaçam memórias do passado, vivências acadêmicas da juventude - como monitorias, bolsas de iniciação científica, trabalhos com o orientador... TCC...PIBIC... 4) Aprendemos a orientar co-orientando com orientadores experientes 5) Aprendemos a orientar auxiliando pesquisadores experientes - a orientação é mais significativa e formadora quando realizada dentro do contexto de pesquisas institucionalizadas de pesquisadores experientes. [...] concluir uma dissertação e uma tese não desencadeia por si só a trajetória de um pesquisador e de um orientador. Muitos fatores de cunho conjuntural, de inserção institucional, além do perfil pessoal, contribuem para isto.

6) O trabalho de pesquisa é lento e nos formamos no decorrer das pesquisas que desenvolvemos - pelos níveis de exigências dos fomentos, pelos grupos que temos que estruturar e fomentar para a formação e desenvolvimento da pesquisa, pelos relatórios que fazemos, entre outros... [...] as relações humanas, tudo aparece numa orientação. Transferências, psicanaliticamente falando [...] uma expectativa do orientando em relação ao orientador para que ele seja pai, mãe, tio, primo, tudo. O orientador, coitado, não dá conta. Você cria uma expectativa de sucesso, de excelência em relação ao seu orientando, que, pobrezinho, nem sempre ele é capaz de dar conta. Então, é um jogo assim de muita expectativa e frustração de ambas partes. (p.7).

Aprendemos junto com nossos orientadores: Levantando fontes e materiais para a pesquisa; coletando dados e escrevendo alguma coisa: obviamente muito singela, estimulando fazer pequenas coletas, pequenas observações, convivendo com professores pesquisadores que já tinham uma experiência, a maioria estrangeiros, ser bolsista trabalhando lado a lado com o pesquisador na pesquisa, fiz mestrado e continuei convivendo no grupo de pesquisa, no qual acompanhei muitas sessões de orientações... você respira pesquisa, encontros semanais com grupo de monitoria (p.10) 6) Aprendemos a orientar produzindo (escrevendo) em co-autoria com pesquisadores/orientadores Sempre tive muito essa ideia de que, em algum nível tínhamos que produzir e publicar juntos (p.10).

7) Aprendemos a orientar convivendo com pesquisadores mais e menos experientes nos grupos de pesquisa Foi a experiência com o grupo de pesquisa que me foi forjadora como orientadora. A maioria dos sujeitos considera a experiência grupal de grande valor formador. [...] a orientação em grupo dentro dos grupos de pesquisa cujo trabalho é desenvolver diversos projetos de pesquisa (em geral financiados), coordenados por pesquisadores em diferentes níveis de formação (estão incluídos como projetos as dissertações e teses dos participantes do grupo, e em muitos casos, também monografias ou TCCs e projetos de IC). Esta configuração é justificada por alguns pesquisadores dentro da perspectiva vigotskyana de que a aprendizagem e o desenvolvimento são acelerados ou promovidos por interações e diálogo entre pessoas. Neste caso está em ação o orientar e ser orientado ao mesmo tempo.(p.12)

é preciso ter paciência no processo, rigor com afeto, na escrita. A passagem para orientadora foi uma experiência primeiro de me pensar como escritora, como uma produtora para poder pensar o outro, esse outro que produz textos. (p.11).

Mas sem dúvida: aprendemos a pesquisar com os pesquisadores experientes A qualidade da experiência que vivenciamos com nossos orientadores nos ensinam a como orientar. Mas não é qualquer experiência...