CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Prof. Pedro Bonifácio AULA 44 04/09/2017 Direito TRIBUTÁRIO IR Impostos FEDERAIS IR Recapitulando...
Quando há o acréscimo de patrimônio, ocorre a incidência do Imposto de Renda. Esse acréscimo de patrimônio traz uma disponibilidade jurídica (ter o direito ao valor) ou econômica (ter de fato). Para Pessoa Física a legislação do IR escolheu a disponibilidade econômica. A disponibilidade econômica pode representar uma renda ou um provento APURAÇÃO ANUAL ocorre em 31/12 do ano Declaração de Ajuste Anual APURAÇÃO DEFINITIVA ocorre no mês do ganho que representa o acréscimo APURAÇÃO EXCLUSIVA incide no mês do recebimento Art. 43 CTN. 1º. A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. CRITÉRIO PESSOAL Art. 45 CTN. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Sujeito Passivo: Pessoa física e sociedade conjugal. Pessoa Física: Qualquer brasileiro pessoa física residente no Brasil (domicílio ou residência no Brasil) paga IR, Qualquer brasileiro pessoa física não residente no Brasil nas seguintes situações: Se a origem da fonte pagadora é brasileira, paga IR aqui no Brasil. Brasileiros sem a declaração de saída definitiva do Brasil. Estrangeiro com visto de permanência definitiva, será a partir da data da chegada ao Brasil.
Estrangeiro com visto temporário, com vínculo de emprego no Brasil aplica-se a mesma regra do visto permanente. Estrangeiro com visto temporário sem vínculo de emprego, será considerado residente a pessoa que ficar mais de 183 dias no período de 12 meses da data que chegou. Sociedade conjugal: União Civil União estável Relacionamento de 5 anos, Antes de 5 anos se houveram filhos União Homoafetiva Separação de Fato Rendimentos próprios (emprego) cada um declara o seu; Rendimentos em comum, declara 50% em cada declaração ou declarar 100% em apenas uma das declarações. Bens em comum, declara apenas em uma das declarações. Bens em condomínio (exemplo imóvel com mais de um dono) Declarar a cota parte do bem comum como também do rendimento Quando ocorrer a Dissolução conjugal, para efeitos de Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, considerar: Separação 31/12 do ano do recebimento do rendimento Morte deve ser feito pelo espólio representado pelo inventariante CASO... Flávia e Eduardo, são casados há 1 ano, e devem prestar as declarações do IRPF, porém estão com receio de como devem realizar, considerando que: Ambos estão empregados; Possuem patrimônio em comum, sendo 1 casa e um 1 veículo; 1 imóvel alugado fora do Brasil, onde recebem aluguéis mensais. Flávia e Eduardo, são casados há 10 anos, e possuíam bens em comuns durante a constância do casamento, ocorre que com o falecimento da Flávia, foi realizado pelo Eduardo inventário judicial, em razão de discussões acerca da partilha. No conjunto patrimonial:
Sabendo que o inventário foi concluído pelo juízo em 14.02.2016, com trânsito em julgado da decisão em 06.03.2016, até qual data deverá ser feita a declaração de espólio? A declaração do espólio deve ser seguinte forma: 100% dos rendimentos próprios do de cujus; 50% dos rendimentos em comuns; 100% dos bens comuns. A declaração pelo espólio deve ser até o último dia útil do mês de abril de 2017, pois, o transito em julgado foi em 06/03/2016. In 897/2008 Art. 6: A Declaração Final de Espólio deve ser apresentada até o último dia útil do mês de abril do ano-calendário subsequente ao: I - da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens inventariados, que tenha transitado em julgado até o último dia do mês de fevereiro do ano-calendário subseqüente ao da decisão judicial. II - da lavratura da escritura pública de inventário e partilha. III do trânsito em julgado, quando este ocorrer a partir de 1ª de março do ano-calendário subsequente ao da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens inventariados. Se o inventário for extrajudicial data final do término da partilha, a obrigação termina no ano subsequente. Se o inventário for judicial data do trânsito em julgado, se for até 28/02 deve ser no mesmo ano da declaração. Se o transito em julgado for a partir de 01/03 a declaração será no ano subsequente.
Isenções subjetivas em relação aos rendimentos: Servidor Diplomático Estrangeiro no Brasil a serviço do seu país, não pagará IR desde que haja reciprocidade com o diplomata brasileiro que esteja no país do diploma estrangeiro. Servidor de organismo internacional se tiver no Brasil e o Brasil faça parte deste organismo internacional e haja acordo, o servidor não pagará IR. Servidores não brasileiros e não Diplomatas deve haver reciprocidade para ser isento do IR. Art. 44 CTN. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Lucro Real, arbitrado ou presumido é para PJ Renda ou Proventos é para PF
A base de cálculo é o rendimento bruto Rendimentos tributáveis Deduções legais (exclusão dos rendimentos isentos ou não tributáveis) = Rendimento Bruto Exemplos de rendimentos isentos: Ajuda de custo pago pela PJ para o empregado, desde que seja, EVENTUAL. Bolsa de estudos pagos pelo empregador, desde que, a bolsa de estudo não represente nenhuma contraprestação. Pagamento de aposentadoria em razão de moléstia grave é isenta de IR. Se o Pensionista com moléstia grave, exceto as decorrentes do trabalho, é isento de IR. Aposentado com mais de 65 anos de idade, não pagará o IR, dentro de um teto limite de recebimento, ou seja, se receber acima do teto pagará o IR normalmente. Isenção em relação ao ganho de capital de bens imóveis: a) Isenção em relação ao ganho de capital de bens imóveis, se o valor da alienação, da venda, doação, permuta de até 440 mil reais par quem tem apenas um imóvel e não tenha realizado nenhuma outra venda nos últimos 5 anos. b) Se tiver mais de um imóvel e em até 180 dias aplicar na compra de outro imóvel residencial, e não tenha feito a mesma operação nos últimos 5 anos, será isento do IR. c) Imóveis adquiridos até 1969 também é isento sobre o ganho de capital. d) Imóveis de 1969 a 1985 existe uma tabela regressiva de desconto do ganho de capital. Rendimentos não tributáveis: e) DOAÇÃO/HERANÇA = sem ganho de capital é isento f) GANHO DE CAPITAL PEQUENO VALOR isento até R$ 35.000,00 g) CADERNETA DE POUPANÇA isento
h) BENEFÍCIOS DE PROGRAMA GOVERNAMENTAL isento CASO... Fernando vendeu seu único imóvel em 10.05.2004 por R$ 330.000,00, e foi informado por um colega, que em razão disso, deveria realizar o pagamento de IR, e o fez em 06.06 do mesmo ano. Durante uma conversa com um amigo contador, foi informado que tal operação estaria revestida de isenção, e portanto, não deveria realizar pagamento algum. Como havia passado o prazo para pedir administrativa, ingressou com uma ação judicial em janeiro de 2014 a fim de se ver garantido sua devolução. A Receita Federal do Brasil em sua contestação, informou que o prazo para restituição de tributo pago indevidamente havia se esgotado, conforme o artigo 3º, LC 118/05: Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei n o 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o 1 o do art. 150 da referida Lei. Você foi contratado para apresentar a Réplica da contestação. FG = 10/05/04 PG = 06/06/04 Ação Judicial = Jan/14 O prazo para restituir um tributo é de 5 anos contados da extinção do Crédito tributário art. 168, I CTN. 06/06/2009 desta data até 5 anos para pedir a restituição, ou seja, 06/06/2014. O art. 3º da LC 118/05 vale a data do pagamento do tributo, porém, não se aplica devido ao Princípio da Irretroatividade, pois, deve ser aplicado a lei vigente ao pagamento do tributo. Essa LC foi criada em 09/02/2005, portanto, o art. 3º só será aplicado se o FG ocorresse após junho/2005, portanto, o prazo para se entrar com ação seria até 06/06/2014 e como ele entrou em Jan/2014, a ação é cabível. Em 2016 veio a nova tabela progressiva para Ganhos de Capital:
IN 1545/2014 as pessoas que são isentas, mas são obrigadas a declarar. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS 1. Trabalhador assalariado 2. Trabalhador não assalariado: a. Profissionais autônomos, que podem deduzir as despesas comprovadas para o exercício da atividade laboral para o exercício profissional). b. Sócio da PJ: pró-labore incide o IR, apenas o lucro distribuído é isento, pois, já tributou na PJ. c. Garimpeiro: tributável 10% de todo rendimento que ele receber. d. Transportador de Carga: a BC é 40% do seu ganho. e. Transportador Passageiro (taxista): tributa 60% do que se ganha na corrida. 3. Aluguel: a) Bens corpóreos: b) Bens incorpóreos: marcas, patentes, direitos autorais, royalties CASO... Josué decide emprestar seu imóvel gratuitamente a um amigo que acaba de chegar de outra cidade, para que fique no imóvel até encontrar moradia. 03 anos após o empréstimo, Josué recebe uma carta da Receita Federal para comparecer em 10 dias a uma unidade da SRF para prestar esclarecimentos. Se apresentando ao posto dentro do prazo previsto, foi indagado pelo auditor a respeito de um imóvel que anteriormente estava sendo apresentado em sua declaração do imposto, porém desde 2015 não consta mais. Informou a respeito do empréstimo gratuito que havia feito a um amigo, e por isso, entendia que não deveria mais realizar a declaração com o imóvel, apenas após a devolução que se deu apenas agora em 2017. Após 03 meses de análise, o Josué recebeu um Auto de Infração, exigindo: 1 A correção da declaração com inclusão do bem, por ainda ser proprietário. 2 O recolhimento de aluguéis atrasados durante o período de 03 anos em que seu amigo ficou no imóvel. Para a Receita Federal não existe empréstimo de imóvel gratuito, portanto, irá incidirá o IR, conforme a norma abaixo, exceto, se emprestar o imóvel para parente de 1º grau: RIR 3000/99 Artigo 49 1º. Constitui rendimento tributável, na declaração de rendimentos, o equivalente a dez por cento do valor venal de imóvel cedido gratuitamente, ou do valor constante da guia do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU correspondente ao ano-calendário da declaração, ressalvado o disposto no inciso IX do art. 39.
CASO... Patrick advogado, era casado até 15.11.2016, e no acordo celebrado com sua ex-cônjuge, pactuou o pagamento de pensão alimentícia no valor de R$ 2.100,00/mês. Ocorre que além de tais valores, pretende realizar o pagamento da escola, bem como despesas médicas. O filho do casal era registrado na declaração anual de Patrick. Questiona: 1 A pensão alimentícia poderá ser deduzida do Rendimento Bruto de Patrick? 2 Os valores pagos da escola, bem como despesas médicas, também poderão ser abatidos? 3 O filho do casal poderá continuar sendo declarado como dependente? 1 Pensão alimentícia pode ser deduzida 2 Depende, a dedução não poderá ser mensal e sim anual, desde que a pensão seja homologado pelo juiz, que além da pensão haverá pagamento de escola e despesas médicas, RIR 3000/99 Artigo 78 1º e 4º. 3 Não poderá, pois, a partir do momento que o filho é o alimentado deve deixar de ser dependente. RIR 3000/99 Artigo 78: 1º A partir do mês em que se iniciar esse pagamento é vedada a dedução, relativa ao mesmo beneficiário, do valor correspondente a dependente. 4º Não são dedutíveis da base de cálculo mensal as importâncias pagas a título de despesas médicas e de educação dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente Dois tipos de DECLARAÇÃO: I. Declaração simplificada abre mão de qualquer dedução da base de cálculo, no qual é feito um abatimento do seu rendimento tributável de 20%, tendo um teto limite aproximado de R$ 16.00,00 II. Declaração completa é possível fazer as deduções legais, que podem ser mensais e outras que só podem ser anuais: Dedução mensal: a) Pensão alimentícia homologada pelo juiz, paga em dinheiro; b) Dependentes: todo mês por dependente. c) Pagamentos feitos a previdência (pública ou privada), sendo privada só pode abater até 12% do rendimento tributável. Dedução anual: a) Despesas médicas sem limite de valor. b) Educação com instrução do próprio titular e de seus dependentes. BONS ESTUDOS!!! MONITORIA: CRISTINA CASARES