PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DO PRIMEIRO E OITAVO SEMESTRES DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA SOBRE O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS.

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Transcrição:

PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DO PRIMEIRO E OITAVO SEMESTRES DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA SOBRE O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS. Rejane Valente & Lea Graziela Orientadora: Elaine Frazott Curso de Farmácia Centro Universitário Unieuro Resumo: A automedicação é uma prática comum, no entanto, pode possibilitar agravos e mascaramentos de patologias, interações e intoxicações medicamentosas. Com base nessas informações, foi realizado um estudo descritivo de natureza quantitativa que buscou analisar a percepção dos estudantes de farmácia do primeiro e oitavo período acerca do uso racional de medicamentos. Os resultados encontrados demonstraram que o curso de farmácia está sendo eficiente tanto na aquisição de conhecimentos técnicos, quanto em relação ao uso racional de medicamentos, Porém, por outro lado, contraditoriamente, por parte dos alunos ficou constatado que ocorre um aumento na incidência da automedicação dos alunos do oitavo semestre, quando esses são comparados com os alunos do primeiro semestre. Palavras-chave: Uso racional de medicamentos. Automedicação. Reação adversa a medicamentos. Abstract - Self-medication is a common practice which possibly compounds and masks medicine intoxications, interactions and patologies. A research on the Perception of the Rational Use of Medicines was made among Pharmacy students of the first and eighth semester of UNIEURO college and demonstrated that the course of Pharmacy has been efficient in the acquisition of technical knowledge and about the rational use of medicines. However, it was verified that there is a raise in the incidence of self-medication of the students of eighth semester compared with the students of first semester. Key words: Rational use of medicines. Self-medication. Adverse reaction to medicines. Introdução Com o aumento da disponibilidade de medicamentos no Brasil e em todo mundo, surgiu uma preocupação relacionada ao uso racional de medicamentos, que se tornou um dos pilares da saúde pública, tendo em vista que os medicamentos tornaram-se indispensáveis na terapêutica atual (CHAVES, 2005). Para que o paciente receba medicamentos de boa qualidade, com informações suficientes para seu uso correto e seguro, tanto as etapas de consultas clínicas e dispensação, quanto às de seleção, aquisição, armazenamento e distribuição, assistência farmacêutica, tornam-se, então, componentes

indispensáveis para que todas as etapas ocorram de modo a promover o uso racional de medicamentos e evitar que os medicamentos sejam uma fonte de custos e agravos desnecessários para a saúde do paciente (LYRA JÚNIOR, 2004). Método O presente trabalho trata-se de um estudo discutivo de natureza quantitativa que utilizou como procedimento técnico, levantamento amostral, que pressupõe ir a campo, mas não se caracteriza como um estudo de campo, que buscou investigar a percepção dos alunos do primeiro e oitavo semestres do curso de farmácia do Centro Universitário UNIEURO, (campus I localizado na Avenida das Nações e no campus II, localizado em Águas Claras) sobre a prática de automedicação e uso racional de medicamentos. A pesquisa foi desenvolvida usando como instrumento um inquérito presencial contendo 11 questões fechadas, o qual foi submetido a 31 alunos do primeiro período (matutino e noturno) e 31 alunos do oitavo período (matutino e noturno). Os entrevistados terão um amplo conhecimento da natureza do estudo. Os dados coletados/os resultados obtidos serão apresentados por meio de gráficos. Quanto aos objetivos: pesquisa/estudo descritivo descrever as características de uma determinada população ou fenômeno ou, ainda, o estabelecimento de relações entre variáveis. Quanto à forma de Abordagem dos dados: pesquisa de natureza quantitativa Uso de recursos e técnicas estatísticas referese a análise discutiva de grupos culturais. Pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo ou voltada para qualquer atividade humana. Quanto ao procedimento técnico: Levantamento Amostral. Tipo de pesquisa que se caracteriza pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento ou opinião se deseja conhecer por meio de um questionário. Utilizou como instrumento de coleta de dados um inquérito presencial, elaborado pelas pesquisadoras Lea Graziela Numes Portela e Rejane Valente Lima, com orientação da Professora Elaine Maria Franzotti, base em artigos científicos e revisão bibliográfica. Resultados O estudo foi realizado nos campus I localizado na Avenida das Nações e no campus II localizado em Águas Claras do Centro Universitário UNIEURO, com os alunos do primeiro e oitavo períodos do curso de farmácia, totalizando 31 alunos do primeiro período e 31 alunos do oitavo período, totalizando 62 entrevistados. Os métodos e os critérios de inclusão no estudo do aluno na pesquisa foram a sua presença em sala de aula no momento da aplicação do questionário, sendo esse aplicado pelas pesquisadoras responsáveis pelo trabalho. Em relação à prática de automedicação, podemos constatar que quase não há diferença na adoção dessa prática entre os alunos do primeiro e oitavo períodos entrevistados. Entretanto, quanto à segurança na prática da automedicação, verificamos que os alunos do oitavo período demonstraram uma maior segurança e afirmaram que o curso de farmácia contribuiu para o desenvolvimento da mesma (tabela 1). A prática da automedicação em estudantes da área de saúde é constatada em vários artigos. Os dados encontrados nesse trabalho equiparam-se a outros estudos nacionais realizados sobre automedicação entre acadêmicos da área de saúde, como, por exemplo, o estudo realizado na cidade de Curitiba no qual foi constatado que cerca de 72% dos estudantes realizam essa prática, e outro segundo estudo analítico transversal randomizado, realizado no período de fevereiro a junho de 2004, em João Pessoa, PB, onde foram entrevistados 102 estudantes de graduação de Enfermagem, no qual 56% dos estudantes relataram que a autoconfiança e os conhecimentos teórico e prático são o principal motivo da automedicação, demonstrando que tal prática não e exclusiva do curso de graduação de Farmácia. Tabela 1: Distribuição nos alunos dos oitavos e primeiros períodos do curso de farmácia quanto à automedicação, segurança demonstrada nessa prática e relato da contribuição do curso na mesma.

Realização Segurança prática de na da Contribuição do curso de Farmácia na Estudantes 1 o. 8 o. Sim 29 31 Não 2 0 Sim 8 13 Não 9 5 Ás 14 13 Sim 9 19 Não 20 9 s/ resp. 2 3 Os resultados encontrados demonstram ainda que os analgésicos são a classe medicamentosa mais utilizada pelos alunos participantes da pesquisa. Chama a atenção o uso de antibióticos, classe de medicamentos que só deveria ser adquirida com receita médica, representam uma grande porcentagem de uso nos períodos analisados e o fato desse consumo percentualmente aumentar nos alunos que cursam o oitavo período de farmácia, 7% no primeiro períodos e 13% e no oitavo período. Tabela 2. Distribuição classes de medicamentos utilizadas na prática da automedicação nos alunos do primeiro e oitavo períodos do curso de farmácia do Centro universitário UNIEURO. 1 o. 8 o. Analgésicos 21 27 Anti-inflamatórios 17 24 Antibióticos 7 13 Antipiréticos 3 10 Anti-histamínicos 10 11 Outros - 5 Tabela 3. Distribuição de dados coletados com os alunos do primeiro e oitavo períodos do curso de farmácia do Centro universitário UNIEURO sobre a prática da leitura da bula, suspensão da medicação frente ao aparecimento de desconforto orgânico e quanto ao fato de seguirem as orientações do prescritor. Leitura Bula da Suspensão da medicação frente ao aparecimento De desconfortos orgânicos Seguir as orientações do prescritor 1 o. 8 o. Sim 16 27 Não 4 1 Às 11 3 Sim 21 26 Não 5 3 Ás 5 2 Sim 22 26 Não 2 1 Às 7 4 Tabela 4. Relato do conhecimento sobre o tema uso racional de medicamentos nos alunos dos primeiros e oitavos períodos do curso de farmácia do Centro universitário UNIEURO. Conhecimento sobre uso racional de medicamentos 1 o. Precário 3 1 Razoável 13 5 8 o. Bom 10 15 Excelente 5 10 Os dados coletados nessa pesquisa demonstram ser ainda necessário enfatizar, no processo educativo dos alunos de farmácia do Centro Universitário UNIEURO, à prática da automedicação e o uso irracional de medicamentos e suas conseqüências para si e para a sociedade. O profissional farmacêutico deve ser um orientador para a sociedade na prática de um uso racional de medicamentos. Essa abordagem sobre a percepção dos estudantes de farmácia sobre automedicação e uso racional de medicamentos fornece as pesquisadoras, alunas do oitavo período de farmácia, uma maior percepção sobre a

relevância dos temas, desenvolvendo uma maior sensibilização sobre sua futura atuação na área da saúde. Conclusões Por meio dos dados levantados no questionário empregado aos acadêmicos do curso de farmácia do primeiro e do oitavo período, do campus I e II, do Centro Universitário UNIEURO, verificou-se que os estudantes dos períodos analisados possuem o hábito da prática da automedicação. As perguntas objetivas, agora aqui enfocadas, permitem inferir que os entrevistados que cursam o oitavo período do curso demonstraram maior confiança para a realização da prática de automedicação em relação aos entrevistados do primeiro período, permitindo-nos concluir que quanto maior o acesso às informações e os conhecimentos, maior é a segurança na prática de automedicação. Os alunos pesquisados do curso de farmácia demonstraram um diferencial de resposta em relação a outros alunos da área de saúde, pois os mesmos relataram seguir as orientações do prescritor quando essa existe, observando a posologia e a dosagem. Em outras pesquisas realizadas, por outros autores, com alunos da área de saúde, foi observado que há falta de hábito na leitura das bulas dos medicamentos e dificuldade de seguir as orientações do prescritor, levando-nos a suspeitar que talvez o curso de farmácia proporcione uma visão mais crítica sobre a importância da leitura das bulas dos medicamentos, e da importância de seguir as orientações sobre a posologia e a dosagem dos medicamentos. O farmacêutico precisa resgatar o seu lugar na equipe multiprofissional, tendo em vista seu grau de importância, sendo demonstrada por meio da Atenção Farmacêutica, que tem como filosofia prestar orientações aos usuários, dentro de uma visão integral e complexa do paciente e sua relação com os medicamentos, contribuindo, assim, para o uso racional de medicamentos com o objetivo de buscar a garantia das necessidades, segurança e a efetividade no processo de utilização de medicamentos, satisfazendo as necessidades sociais, ajudando os indivíduos a obter melhores resultados durante a farmacoterapia. Referências bibliográficas 1. AQUINO, DANIELA SILVA, Porque o Uso Racional de Medicamentos Deve ser uma Prioridade?, Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão. PE, 2007. 2. ARRAIS, P.S.D.; COELHO, H.L.L.; BATISTA, M.C.D.S; CARVALHO, M.L.; RIGHI, R.E.; AvbRNAU, J.M.; Perfil da Automedicação no Brasil. Revista de Saúde Pública. v 31; n 1; p. 71-77; fev. 1997. 3. SENADO FEDERAL, Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal,1988. 4. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Política de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Medicamentos. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios, n. 25). Brasília, 2001. 5. CERQUEIRA, GILBERTO SANTOS; DINIZ, MARGARETH DE FÁTIMA FORMIGA MELO, Perfil da Automedicação em Acadêmicos de Enfermagem na Cidade de João Pessoa, Artigo, 2005. 6. CHAVES, GABRIELA COSTA, Indicadores de uso Racional de Medicamentos e Acesso a medicamentos: um estudo de caso, Revista Brasileira de Farmácia, 2005. 7. FAUS, M.J. Atención farmacéutica como respuesta a uma necesidad social Ars Pharmaceutica v.41, n. 1 p. 137-143, 2000. 8. 9. HOLLAND, R.W., NIMMO, C.M. Transitions, part 1: Beyond pharmaceutical care. Am. J. Health- Pharm. v. 56, p. 1758-1764, 1999. 10. LYRA JUNIOR, D. P.; PRADO, M. C. T. A.; ABRIATA, J. P.; PELÁ I. R. As Prescrições 11. Médicas como Causadoras de Risco para Problemas Relacionados com os Medicamentos, 2006. 12. MARIN, NELLY. Assistência farmacêutica para gerentes municipais. 20.ed. Rio dejaneiro: OPAS/OMS, 2003. 13. OSORIO, DE CASTRO, C. G. S.; MOSEGUI, G. B. G.; PEIXOTO, M.A.P.; CASTILHO, S. R. e LUIZA, V.L. Estudos de Utilização de Medicamentos: Noções básicas. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2000 14. OPAS - ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE. Consenso

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