Oficiais, Sargentos, Praças e Civis da Brigada de Reacção Rápida,

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Transcrição:

Oficiais, Sargentos, Praças e Civis da Brigada de Reacção Rápida, Comemoramos, hoje, o Dia da Brigada de Reacção Rápida, herdeira da História e tradições da Brigada Aerotransportada Independente e das Tropas que a antecederam: - As Tropas Pára-quedistas e os Comandos. A esse património veio juntar-se, a partir de 2006, ano da sua criação, o legado das Operações Especiais e dos antigos e distintos Regimentos que hoje a integram. Este valioso património justifica, plenamente, o nosso reconhecimento pelo esforço e dedicação exemplares das gerações que nos antecederam, muitas vezes em tempos e em condições bem mais difíceis das que actualmente vivemos. Nessa medida, permitam-me que saúde os antigos Comandantes de Brigada aqui presentes e através deles todos os seus Comandantes e demais Militares que souberam dar o seu melhor ao serviço da Pátria, o que muitas vezes significou a própria vida. Neste Dia é nosso dever lembrar a sua memória. Permitam-me, também, que nesta data dirija uma saudação particular aos nossos militares da Brigada de Reacção Rápida que se encontram destacados fora do Território Nacional em operações e 1/13

em projectos de cooperação técnico-militar. Apesar da distância, este também é o seu Dia. Na verdade, são estes militares que materializam, na prática, os resultados do intenso trabalho de preparação de Quadros, Tropas e Unidades que no dia-a-dia desenvolvemos. Hoje são eles, amanhã outros os renderão. Para além do valor último e supremo da Defesa da Pátria com que todos estamos comprometidos, as missões que decorrem no quadro da acção externa do Estado passaram também a ser a nossa razão. Isto é, espera-se que a Brigada de Reacção Rápida esteja apta para conduzir operações militares sempre que o interesse nacional assim o dite, quando e onde seja necessário. Com efeito, no último ano, foram empregues nestas missões cerca de 650 militares da Brigada de Reacção Rápida, integrando: Duas Operational Mentor and Liaison Team de Divisão e respectivas Unidades de Force Protection no Teatro de Operações do Afeganistão, encontrando-se mais uma OMLT de Divisão, a 6ª já constituída, e o próximo Módulo de Apoio constituído com base no Batalhão de Comandos, que estão a escassos dias do embarque para o TO. No Teatro de Operações do Kosovo foi empenhado o 1º Batalhão de Infantaria Pára-quedista como Reserva Táctica da 2/13

KFOR e equipas de Operações Especiais reforçaram outras Forças Nacionais Destacadas projectadas para aquele TO. Para além destes efectivos empenhados, a brigada manteve como forças em elevado estado de prontidão, as que asseguram o nosso compromisso nacional e permanente com o Comando da Componente Terrestre da Força de Reacção Imediata, a FRI, e no âmbito dos compromissos internacionais com a NATO, Uma Bataria de Artilharia de Campanha, Light Gun, do nosso Regimento de Artilharia 4, que integra a NRF17 e que já se encontra em período de stand by; e um Special Operations Task Group para a NRF 2012 cujo processo de certificação prevê-se concluído até ao final do ano. Também, assegurámos a continuidade dos projectos de cooperação técnico-militar com Angola e Moçambique, no quadro das Forças Especiais desses países, e estamos a preparar a nossa participação na European Union Training Mission SOMALIA, em articulação com a Escola Prática de Infantaria. Para que este nível de empenhamento fosse possível a Brigada de Reacção Rápida executou um intenso plano de Treino Operacional, que para além das actividades directamente relacionadas com aprontamento das Forças e elementos a que me referi, incluiu ainda as seguintes actividades principais: 3/13

Nove exercícios de final de ciclo de treino ao nível das Sub- Unidades operacionais da Brigada, mais o exercício APOLO, este de nível brigada. A participação em três exercícios dos outros Ramos das Forças Armadas, nomeadamente, o exercício REAL THAW e o KANICROSS com a Força Aérea e o CONTEX-PHIBEX com a Marinha. No âmbito Internacional, realizamos mais três exercícios, o JCET com a Força Aérea Americana, o LONE PARATROOPER, com a Brigada Pára-quedista Almogávares VI do Exército de Terra Espanhol e o exercício FELINO com as Forças Armadas dos Países da CPLP. Desenvolvemos também várias acções de cooperação internacional com diferentes países, alguns aqui representados pelos respectivos Adidos de Defesa, e das quais destaco a cooperação com a Brigada Pára-Comando Belga e a participação no 32º Challenge Inter-Escolas de Pára-quedismo. O trabalho desenvolvido não se esgotou no treino operacional, porquanto a Brigada é também responsável pela formação dos novos soldados destinados às tropas especiais do Exército. Com efeito, a Brigada de Reacção Rápida inclui na sua estrutura três Centros de Formação, designadamente a Escola de Tropas Pára- Quedistas, o Centro de Tropas Comandos e o Centro de Tropas de 4/13

Operações Especiais, onde são ministrados os cursos fundamentais a essas forças. É um modelo consolidado com sucesso, que tem permitido explorar sinergias entre componente de instrução e encargos operacionais residentes lado a lado. Paralelamente à actividade operacional e de instrução, a Brigada de Reacção Rápida cumpriu o seu papel fundamental de ligação à Nação, através das suas Unidades Regimentais que apoiaram e cooperaram com as Autoridades Locais e com as comunidades onde se inserem, mantendo-se, ao mesmo tempo, pronta para participar em outras missões de interesse público, nomeadamente, no auxílio à população portuguesa em caso de necessidade e em situações de calamidade, conforme a Lei prevê, e como são exemplo as situações de cheias e o apoio ao combate aos incêndios florestais. Foram estas actividades que genericamente desenvolvemos durante o ano passado. Porém, decorridos que estão cerca de seis anos desde a criação da Brigada de Reacção Rápida, surge oportuno reflectir sobre os desafios que se nos colocam no futuro próximo. Farei essa reflexão, de forma breve, segundo quatro linhas de abordagem, em que a primeira se refere ao nosso produto operacional. 5/13

É nosso entendimento que o produto operacional de nós esperado, em primeira prioridade, passa por continuar a assegurar uma resposta eficaz às necessidades de emprego de Forças, Unidades, Equipas ou de Militares, nas operações em curso e nas que nos forem atribuídas superiormente, tirando partido da preparação de excelência que é ministrada aos nossos quadros, tropas e Unidades. Para além do empenhamento em operações, como é exemplo o Afeganistão, também deveremos ser capazes de continuar a manter outras forças disponíveis em apertados prazos de prontidão, para serem empregues quando e onde o interesse nacional exija, dando assim resposta à nossa vocação de Initial Entry Force. Nesta vertente da prontidão de Forças enquadra-se o nosso compromisso permanente na FRI, bem como, no quadro de outras Forças conjuntas e combinadas, como é o caso das NRF ou dos Battle Groups da União Europeia. Ainda no âmbito da prontidão, procuraremos, em coordenação com o escalão superior, aprofundar as potencialidades do modelo organizacional da Brigada, com a finalidade de conferir maior flexibilidade na selecção de um leque alargado de opções de resposta militar, que podem ir desde o núcleo inicial da componente terrestre da FRI, até ao empenhamento completo da Brigada. 6/13

Com efeito, os compromissos assumidos no quadro das Force Proposal OTAN 2008 e a nossa afiliação ao ARRC como brigada completa, justificaram e fundamentam os ajustamentos introduzidos à estrutura inicial da Brigada de Reacção Rápida, em matéria do apoio de fogos, apoio de combate e apoio de serviços. Estes ajustamentos conferiram-lhe a capacidade para ser empregue como um todo, configurando um sistema coerente e sustentável, passível de ser empregue em todo o espectro da conflitualidade actual, assumindo, assim, plenamente, o seu escalão táctico de brigada do Sistema de Forças Nacional. Nesta opção de emprego completo da Brigada de Reacção Rápida, ela assume-se, naturalmente, como o instrumento militar preponderante da componente terrestre, no âmbito da acção externa do Estado, considerando a sua natureza que a torna particularmente apta como força expedicionária. O segundo tipo de opção de emprego de Forças, complementar do primeiro, envolve a capacidade para destacar Forças altamente treinadas e preparadas para emprego em operações, nas condições mais difíceis e exigentes. Nesta opção, é possível articular as Forças da Brigada segundo um conceito coerente de Task Force, com dimensão variável entre o escalão batalhão até brigada, de acordo com as necessidades de cada cenário de emprego, tirando partido da flexibilidade da nossa organização, da nossa excepcional natureza 7/13

expedicionária e da alta preparação e motivação dos nossos quadros e tropas. Nesta linha e na oportunidade de celebrarmos o Dia da Brigada na Escola de Tropas Pára-quedistas, saliento as capacidades residentes no Batalhão Operacional Aeroterrestre (BOAT) em Precursores, Equipamento Aéreo e Abastecimento Aéreo, actividade em que se constitui como a única entidade acreditada em Portugal para a configuração de cargas aero-lançáveis. Estas capacidades têm um enorme potencial no apoio a qualquer tipologia de Força Terrestre empenhada em operações, bem como no apoio a ajuda humanitária em situações de catástrofe ou de emergência, dentro do Território Nacional ou fora dele. De facto, o País pode e deve tirar proveito destas capacidades do BOAT que são únicas e de excelência, e que têm exigido uma perfeita articulação com a nossa Força Aérea, que reputo de exemplar. Mas para gerar este produto operacional é necessário olhar a Brigada na perspectiva dos processos internos que desenvolve e onde tem de ser excelente. Nesta perspectiva, procuraremos, à partida e como factor crítico, continuar a melhorar a gestão dos recursos que nos são 8/13

atribuídos e as condições de segurança das acções que desenvolvemos, aprofundando a prevenção de acidentes. Por outro lado, como core da nossa actividade, procuraremos aprofundar, em coordenação com o escalão superior, as medidas em curso no sentido de melhorar a eficácia e a eficiência do treino operacional, da instrução das Forças Especiais e da formação individual, dando ênfase à articulação funcional entre as nossas unidades de pára-quedistas, de comandos e de operações especiais com as nossas unidades dos sistemas de comando e controlo, apoio de fogos, apoio de combate e apoio de serviços, no quadro dos cenários de emprego que forem levantados e a que me referi. Quanto ao nosso futuro, isto é na perspectiva sobre o nosso desenvolvimento, preocupa-nos a sustentação dos programas já em curso, pelo seu impacto na construção do futuro que desejamos e que, certamente, ultrapassará o tempo da actual conjuntura. Esta preocupação abrange no imediato a formação no estrangeiro que é essencial às nossas qualificações e os programas de modernização que envolvem o fornecimento de novos pára-quedas e material aero-terrestre específico, equipamento crítico para a segurança do nosso pessoal, bem como o fornecimento de equipamentos indispensáveis às operações em curso e os que são essenciais para a FRI e para as Forças oferecidas às NRF. 9/13

Por outro lado, vemos com apreensão que a actual conjuntura não favorece os projectos que exigem maior volume de investimento mas que são estruturantes para o futuro da Brigada e por consequência, para o Exército. Neste caso destaco a evolução do projecto relativo ao Centro de Excelência Aero-terrestre, nesta fase centrado directamente na valorização da nossa Escola de Tropas Pára-quedistas, tanto no plano nacional como internacionalmente, e o Programa de Helicópteros do Exército, especificamente, o programa NH90. Este último, muito embora ultrapasse em larga medida a Brigada pela sua complexidade e volume de investimento, o seu desenvolvimento reveste-se de particular importância para nós, pelo impacto decisivo que tem na formação do Grupo de Helicópteros do Exército, na nossa dependência, ao qual já temos destinado, desde há uns anos, pessoal altamente qualificado para vir a operar e a manter esses novos meios. A este propósito, permitam-me uma referência particular ao senhor Brigadeiro-General D. Miguel Garcia Garcia de las Hijas, Comandante da Força Aero-Móvel do Exército de Terra de Espanha, hoje presente entre nós, pelo cuidado e atenção que tem dedicado aos nossos pilotos e mecânicos que se encontram, sob seu comando, 10/13

proporcionando-lhes as oportunidades mais adequadas para alargarem as respectivas qualificações, acção que muito apreciamos. Finalmente, como condicionante de toda a acção que nos propomos desenvolver, coloca-se a perspectiva da disponibilidade de recursos. Nesta quarta e última linha de reflexão sublinho, desde logo, a grande preocupação com as restrições orçamentais anunciadas, pelo seu impacto transversal em todas as actividades que nos propomos desenvolver e mesmo na vida corrente das nossas Unidades, já de si hoje difícil. Estamos cientes das dificuldades que se perspectivam, as quais encaramos serenamente, com confiança na cadeia de comando e com o espírito de missão e de disciplina que nos caracteriza. Ainda ao nível da disponibilidade de recursos, olhamos com particular preocupação a questão dos recursos humanos, sobretudo os que são necessários aos nossos Batalhões Pára-quedistas. As recentes medidas no âmbito do recrutamento vieram penalizar, sobretudo, estas forças, por não permitirem compensar, a um nível aceitável, as saídas de militares que todos os dias acontecem, por terem atingido o tempo máximo de contrato que a Lei prevê. Admitimos que se tratam de medidas transitórias e que justamente serão corrigidas em tempo útil. 11/13

Militares e Civis da Brigada de Reacção Rápida Os tempos que se avizinham, não se auguram nada fáceis, sendo por demais conhecida a situação difícil que o País atravessa, e que a Brigada não ficará imune aos sacrifícios exigidos ao País. Este é um facto insofismável. Mas tal facto não configurará qualquer tipo de cedência à tentação de ceder à vontade de desistir e tal não poderá constituir, em tempo algum, um óbice a que a Brigada de Reacção Rápida deixe de cumprir a sua missão. A equação é complexa e exigirá o melhor de todos nós. O melhor, não só na qualidade da gestão dos recursos colocados aos diferentes níveis, mas sobretudo nas atitudes, a exemplo dos que nos antecederam. Quando tomei posse como vosso Comandante de Brigada dissevos que assumia um compromisso de honra que nos vincula para vida, traduzido num relacionamento ético entre todos, alicerçado na honestidade, na boa-fé, na rectidão de carácter e na clareza de atitudes, bases essenciais da confiança mútua, e que se orienta pelos mais nobres valores militares, dos quais destaco o patriotismo e a lealdade. Nos tempos difíceis que vivemos é esta a atitude que de mim podeis contar, sendo também essa que espero de vós. 12/13

Lembro que é na dificuldade e nas vicissitudes que a têmpera dos homens e das Nações se revela. Meu General, Comandante do Exército Esta sua Brigada de Reacção Rápida, preparada para os exigentes desafios do futuro, constitui-se como uma Força que reputo de fundamental e indispensável, dum Exército que se pretende moderno e adequadamente sustentado que cada vez mais se constitui como um vector da afirmação na política externa do País. Antes de concluir, quero reiterar a V. Ex.ª, de forma clara e inequívoca, a firme vontade de todos os militares e civis da Brigada de Reacção Rápida, em prosseguir o nosso caminho, encarando o futuro com realismo e confiança, acreditando no valor do nosso contributo para a concretização dos objectivos do Exército e de Portugal. A Pátria não espera menos de nós! Disse. 13/13