ALOCUÇÃO DE SEXA O GENERAL CEMGFA NA CERIMÓNIA DE RECEÇÃO DO NRP D. FRANCISCO DE ALMEIDA

Transcrição

1 ALOCUÇÃO DE SEXA O GENERAL CEMGFA NA CERIMÓNIA DE RECEÇÃO DO NRP D. FRANCISCO DE ALMEIDA NO ÂMBITO DO COMANDO PORTUGUÊS DA FORÇA NAVAL DE REAÇÃO DA NATO (SNMG1) (08JUN-18DEZ15) (20 DE DEZEMBRO DE 2015) Excelentíssimo Senhor Ministro da Defesa Nacional, Excelência, Senhor Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, Senhor Contra-almirante Alberto Silvestre Correia, Senhor Comandante do NRP D. Francisco de Almeida e sua guarnição, oficiais, sargentos e praças, Senhor Ministro da Defesa Nacional agradeço a presença de Vossa Excelência a bordo deste navio, a qual é entendida como um sinal de reconhecimento e valorização do papel das Forças Armadas, no cumprimento das missões que lhe são confiadas, assumindo particular relevo aquelas que se realizam no âmbito do compromissos internacionais assumidos por Portugal, no presente caso, no quadro da NATO. Terminou na passada sexta-feira, dia 18 de dezembro, o comando português de uma Força multinacional NATO, constituída por navios de diversos

2 países, o Standing NATO Maritime Group 1 (SNMG1). A fragata D. Francisco de Almeida com helicóptero orgânico e destacamento de Fuzileiros embarcados, constituiu-se como Navio Almirante, tendo a bordo o comando da força, comandada pelo Contra-almirante Alberto Silvestre Correia, desempenhando um papel essencial, fundamentando a sua ação de comando no exemplo, na análise e avaliação exaustiva de situações muito complexas, na capacidade de decisão e na clareza da comunicação, atributos que muito contribuíram para o excelente desempenho do SNMG1 no período mais de 6 meses atribuído a Portugal (08JUN-18DEZ15). A Marinha e as Forças Armadas Portuguesas, perante esse redobrado desafio, souberam corresponder ao que a NATO nos solicitou, num esforço continuado de equilíbrio de gestão de recursos. É por isso justo realçar que o Contra-almirante Alberto Silvestre Correia no exercício de Comandante do SNMG1, o seu Estado-Maior multinacional, e o nosso Navio-Almirante NRP D. Francisco de Almeida, o seu Comandante e guarnição merecem o nosso reconhecimento público e estão por isso de parabéns! Numa altura em que perante a situação de crise na Ucrânia, o Conselho do Atlântico Norte aprovou a implementação de um conjunto de medidas, destinadas a demonstrar a coesão da NATO e o seu compromisso com a defesa coletiva, face a qualquer possível ameaça, esta missão revestiu-se de especial importância no quadro dos compromissos internacionais assumidos por Portugal, no âmbito militar, nomeadamente através da participação em missões de apoio à paz, em que se enquadra a missão da NATO no âmbito das Medidas de Tranquilização. Face às medidas apresentadas e aos requisitos operacionais e meios solicitados pela NATO aos seus Estados membros, as Forças Armadas, enquadradas pela competente orientação política, responderam aos

3 compromissos nacionais neste âmbito, participando nesta missão com a fragata D. Francisco de Almeida atribuída ao Standing NATO Maritime Group 1 (SNMG1), bem como com o comando desta força e a componente nacional do respetivo estado-maior internacional embarcado. Esta participação nacional decorreu num momento singular da Aliança, de readaptação, de mudança e de reajustamento dos processos de resposta e prontidão dos seus meios e forças, pelo que sendo o SNMG1, pela sua natureza, uma ponta de lança da capacidade marítima da Aliança, foi submetido a um rigoroso processo de manutenção dos padrões de prontidão e das suas capacidades, através do intenso treino que desenvolveu durante este período. Sob comando do Contra-almirante Alberto Silvestre Correia, o SNMG1 participou num elevado número de importantes exercícios, designadamente, ao largo da costa Portuguesa, no Mar Negro, no Mar Báltico e Mar do Norte, ao largo da Costa Escocesa e, finalmente, a sua participação no Exercício de Alta Visibilidade da NATO, o TRIDENT JUNCTURE 2015, nas áreas de exercício portuguesa e espanhola, tendo assumido, adicionalmente, um papel fundamental na preparação e execução do Dia do Conselho do Atlântico no Mar que contou com a visita do Secretário-Geral da NATO e outros inúmeros distintos convidados da NATO, tendo resultado uma imagem muito positiva sobre as capacidades desta Força Naval. Por outro lado, assume particular relevância, a participação do SNMG1 na Operação Active Endeavour que visa, entre outros objetivos, fazer face às atuais ameaças terroristas na região do Mar Mediterrâneo e Estreito de Gibraltar, tendo sido recolhidas as melhores impressões pela estrutura superior da NATO. Num outro plano, esta participação nacional permitiu consolidar o estreitamento de relações com nações aliadas e parceiras da NATO, tendo sido

4 efetuadas 19 visitas a portos de países aliados e parceiros da Aliança, por 10 diferentes países, alguns com caracter de rotina, mas outras que tiveram um claro objetivo de natureza diplomática, aspeto fundamental nas relações internacionais para Portugal e para a NATO. Esta presença foi considerada de enorme relevância, porque carrega em si uma mensagem de apoio diplomático da NATO para com os seus Aliados e Parceiros, assumindo uma clara expressão durante a permanência da Força Naval no Mar Negro e durante as suas estadias, em diferentes períodos, na Turquia. Hoje, a bordo da fragata D. Francisco de Almeida, podemos confirmar que cumprimos e cumprimos BEM a missão definida, no quadro da NATO e ao nível nacional, assumindo e honrando os nossos compromissos internacionais o que eleva o nome da Marinha, das Forças Armadas Portuguesas e de Portugal, no seio da comunidade internacional e dos nossos aliados. Esta satisfação é potenciada pela oportunidade de assistir in loco ao complexo trabalho que decorre a bordo deste navio, que reflete o exemplo paradigmático de capacidade operacional da Marinha. A missão levada a cabo pela fragata D. Francisco de Almeida foi sempre conduzida no respeito dos padrões operacionais mais exigentes, o que, permitiu o cumprimento da missão de forma exemplar e irrepreensível, com sucesso, sem a existência de qualquer comprometimento de segurança, no mar ou em terra. Os rasgados elogios expressos pelas autoridades militares da NATO, sobre a atitude e o desempenho dos militares da Marinha portuguesa quer no âmbito estrito da missão, quer no dia-a-dia, são também uma consequência natural da manifestação, secular, da singularidade do Marinheiro de Portugal. Uma vez mais, ficou provado que, apesar de longe da família e do território Nacional, o marinheiro português continua a honrar a sua herança,

5 estabelecendo pontes de relacionamento com as gentes dos lugares por onde passa. Esta postura, em particular, continua a contribuir de forma única para a afirmação de Portugal, no mundo, como um parceiro indispensável à persecução dos objetivos estratégicos e militares nacionais e das organizações que integramos, nomeadamente, a NATO, na produção de segurança. É com enorme satisfação que expresso o orgulho e o reconhecimento das Forças Armadas, a todos quantos participaram nesta missão, deixando uma palavra de incentivo para que continuem a servir a Marinha, as Forças Armadas e Portugal dirigida a todos os homens e mulheres, que, envergando o uniforme da Marinha, dão o vosso melhor, diariamente, para que a Missão seja, como sempre, bem cumprida. No momento em que vos aguarda o reencontro com a família e um merecido período de descanso, deixo-vos uma palavra de estímulo e esperança, para que, apesar das mudanças que temos vindo a sentir, algumas bem profundas na nossa vida, continuem a acreditar que vale a pena fazer a diferença, servindo o país como militar. Disse. General Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas Artur Pina Monteiro General