Observação de células da epiderme do bolbo da cebola (allium cepa)



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Transcrição:

Escola Secundária Francisco Franco Técnicas Laboratoriais de Biologia Bloco I Observação de células da epiderme do bolbo da cebola (allium cepa) Relatório elaborado: Eduardo Freitas Nº5 12º6 Funchal, 29 de Outubro 2003

1. Índice 1.Índice...2 2.Objectivo...3 3.Introdução...3,4 4.Material / Reagentes... 5 5.Procedimento Experimental...5 6.Resultados...6 7. Discussão dos Resultados...7 8. Conclusão...7 9. Bibliografia...8 2. Objectivo 2

Este trabalho experimental relativo à observação de células da epiderme do bolbo da cebola, teve como objectivos: conhecer a constituição da célula eucariótica vegetal ao MFO, possibilitar a identificação de diferentes estruturas celulares da célula vegetal, e verificar que os diferentes corantes actuam de modo diferente sobre as estruturas celulares. 3. Introdução O bolbo da cebola trata-se de um caule subterrâneo que apresenta túnicas carnudas e sobrepostas. Cada túnica é uma folha modificada em forma de escama, que acumula substâncias de reserva. Na superfície côncava de cada uma dessas túnicas existe uma epiderme, ou seja uma película fina, facilmente destacável e constituída por uma só camada de células. Esta epiderme será o nosso objecto de observação microscópica. A célula é um pequeno elemento autónomo de dimensões microscópicas, sendo considerada a unidade morfológica e funcional da constituição dos seres vivos. Existem dois tipos de células: as células eucarióticas e as células procarióticas. As células eucarióticas são organismos muito mais complexos do que as células procarióticas e distinguem-se destas pelo facto de possuírem o seu material genético organizado num compartimento, o núcleo, que se encontra separado do resto da célula por uma membrana plasmática. É frequente dividir as células eucarióticas em duas categorias: as células animais e as células vegetais. As células vegetais possuem organelos similares aos das células animais, no entanto possuem organelos únicos como a parede celular, os plasmodesmos, os cloroplastos e possuem vacúolos que embora em número inferior as das células animais são de dimensões maiores. A figura abaixo esquematiza as principais diferenças entre a célula eucariótica animal e a célula eucariótica vegetal. 3

A observação de material microscópico exige a aplicação de diversas técnicas que permitem uma melhor visualização dos seus componentes, uma vez que as células para além das suas reduzidas dimensões não apresentam contraste entre os seus constituintes. Estas técnicas têm como finalidade permitir que o material seja melhor visualizado, alterando o menos possível as suas características originais, e conservando-o por um período de tempo mais longo do que o habitual, uma vez que as células rapidamente se danificam devido á evaporação do meio de montagem, que é acompanhado de um processo progressivo de degradação e autólise. As preparações podem ser temporárias ou definitivas, sendo que esta preparação relativa á cebola foi temporária. Designa-se por preparação temporária aquela em que o meio de montagem é um meio líquido onde o material biológico se encontra imerso numa substância que não o altere ou danifique como por exemplo a solução de Ringer, um líquido fisiológico que permite manter as células vivas, utilizando-se sobretudo nas células vegetais. A coloração é uma técnica importante em microscopia, pois permite evidenciar estruturas celulares pouco perceptíveis. Isto torna-se viável visto que determinados constituintes celulares tendem a absorver certos corantes enquanto que outros não têm essa capacidade. Assim sendo, nesta actividade experimental utilizou-se a solução de vermelho neutro, soluto de Lugol e a solução de azul metileno. O vermelho neutro é um corante que, usado em baixa concentração, penetra na célula sem a matar (corante vital); assim, enquanto a célula se mantiver viva, o citoplasma e os organitos permanecem incolores, introduzindo-se o corante no vacúolo, corando-o de vermelho. Pelo contrário, o azul metileno é um corante básico que actua preferencialmente sobre o núcleo, corando-o de azul. O soluto de Lugol esse por sua vez evidência os elementos celulares em preparações extemporâneas, cora o amiloplastos, já que é um corante que cora o amido. Os corantes por seu lado, possuem também técnicas de aplicação, sendo uma delas é a técnica de irrigação. Esta técnica consiste na aplicação de uma gota de corante num dos bordos da lamela, e no lado oposto da lamela, coloca-se uma tira de papel de filtro, cujo efeito de sucção permite ao material biológico entrar em contacto com o corante. Outra técnica é a técnica de imersão. Esta técnica consiste em colocar o corante na lâmina ou no vidro relógio e de seguida colocar a célula no material de montagem e o corante actua como meio de montagem. Através destes processos torna-se possível realçar as estruturas que não contrastam suficientemente de modo a tornarem-se distintas umas das outras e permitindo que compreendamos melhor as diferenças entre os organitos que compõem a célula eucariótica vegetal e que não existem na célula eucariótica animal, tendo em conta a importância dos processos de coloração na observação dos mesmos. 4

4. Material Material Reagentes / Material Biológico - M.O.C. Soluto de Lugol - 2 Agulhas de dissecção Soluto de vermelho neutro - 2 Lâminas / 2 Lamela Corante azul metileno - Bisturi Cebola - Papel de filtro Água destilada - Pinça - 3 Conta-gotas - Vidro de relógio 5. Procedimento Experimental 1. A partir de um quarto do bolbo da cebola, retirei, com o auxílio da pinça, uma porção da película da epiderme interna; 2. No vidro de relógio coloquei um pouco de água e coloquei rapidamente as películas que obtive em 1. de forma a evitar o seu enrolamento; 3. Coloquei numa lâmina e distendi sobre ela a película da cebola e adicionei com uma gota de água, sendo este o meio de montagem. Cobri cuidadosamente com uma lamela; 4. Observei a preparação ao microscópio utilizando a objectiva de menor poder ampliador, seguida das restantes objectivas. 5. Coloquei, ao longo do bordo da lamela, duas gotas de soluto de Lugol; 6. Do lado oposto àquele em que coloquei o corante, absorvi com um papel de filtro o excesso de soluto de Lugol para que o soluto atravessasse toda a preparação (método de irrigação ou capilaridade); 7. Procedi á observação da preparação no M.O.C., utilizando a objectiva de menor ampliação, seguida das restantes objectivas. 8. Efectuei os registos necessários. Fiz o esquema do que observei, e identifiquei as estruturas aí presentes. 9. Repeti os passos 1 e 2; 10. Na água do vidro de relógio, onde se encontrava parte do fragmento da epiderme que destaquei inicialmente, lancei gotas de soluto de vermelho neutro (Método de Imersão); 11. Ao fim de alguns segundos, retirei e repeti o passo descrito em 3. 12. Repeti os passos 7 e 8. 13. Voltei a repetir os passos 1 e 2, no entanto na água do vidro de relógio lancei algumas gotas de solução de azul-de-metileno, voltado a repetir o método de imersão. 14. Procedi como em 11. 15. Tornei a efectuar os passos 7 e 8. 5

6. Resultados 6

7

7. Discussão dos Resultados Observando os resultados posso verificar que cada corante actua de modo diferente na célula. Com o uso do soluto de Lugol foi possível evidenciar os amiloplastos, e partir da utilização do corante vermelho neutro, os vacúolos ficaram corados de modo que se tornou possível a sua visualização, e com o corante azul os organitos que coraram foram os núcleos. Em ambas as imagens pude observar o citoplasma, tal como a parede nuclear. 8. Conclusão Em jeito de conclusão poderei dizer que cada corante actua de forma específica e divergente sobre a célula, logo deveremos ter em conta as estruturas que se desejam observar e a partir de tal escolher o corante a utilizar, de forma a tornar o trabalho mais simples e concreto. Assim sendo, posso dizer que o soluto de Lugol cora os amiloplastos, a solução de vermelho neutro cora os vacúolos, e a solução de azul metileno cora o núcleo das células. Concluo então que existem diversas técnicas de preparação que nos possibilitam uma melhor visualização dos materiais ao MOF e que os conservam, para além de evidenciarem certas estruturas, como no caso da coloração. Estas técnicas são por conseguinte deveras importantes na observação das células pois facilitam a observação das mesmas, e proporcionam ao observador um trabalho mais pormenorizado e credível devido a evidenciar determinados organitos pelo uso de corantes. A partir deste destaque podemos fazer observações minuciosas relativamente a certas estruturas que compõem a célula eucariótica vegetal nunca esquecendo que são as pequenas observações que revelam as grandes descobertas. 8

9. Bibliografia GONÇALVES, Salomé, 1999, A vida ao Microscópio Técnicas Laboratoriais de Biologia, Porto Editora PINTO, Ana Maria; FIALHO, Elisa; et Al; Técnicas Laboratoriais de Biologia ; Texto Editora LEITE, Ana Isabel; ALMEIDA, Maria; OLIVEIRA, Maria I.; Do microscópio á célula Bloco 1, Areal Editores MARQUES, Eva; SOARES, Rosa; ALMEIDA, Carla; Técnicas Laboratoriais de Biologia, Porto Editora NÁPOLES, Anabela; BRANCO, Maria do Carmo; Técnicas Laboratoriais de Biologia Bloco 1, Didáctica Editora LEAL, Júlia; SERAPICOS, Maria; PINTO, Maria; Técnicas Laboratoriais de Biologia Bloco 1 Nova Edição, Edições Asa 9