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Transcrição:

ÍNDICE 01 Introdução 02 Apresentação 03 Lei Anticorrupção 04 Medidas do Programa Anticorrupção

INTRODUÇÃO Fora introduzido no Sistema Jurídico Brasileiro a Lei Federal 12.846/2013, denominada Lei Anticorrupção, passando a vigorar em Janeiro de 2014, com o objetivo de normatizar as punições relativas aos atos de corrupção praticados contra a Administração Pública. É sabido que a corrupção constitui fato gerador de problemas críticos a sociedade globalizada, intrínsecas em praticamente todos os Governos do planeta, requerendo então seu combate internacionalmente. Assim, torna-se indispensável a criação de normas legais como intuito de desenvolver mecanismos de combate a corrupção. No Brasil, a legislação Anticorrupção representa um avanço no ordenamento jurídico, preservando o mundo empresarial, criando a livre concorrência e o ganho por mérito, principalmente no tocante aos negócios promovidos junto a entes públicos. A corrupção pode trazer consequências graves ao mercado privado, pois eleva os custos com litígios, perda de confiança, ausência de novos investidores, entre outros aspectos. Vale ressaltar que o mercado público Brasileiro concentra grande parte dos recursos nacionais, visto a vastidão do território nacional e o número elevado da população, assim como, a necessidade dos atendimentos mais básicos a estes oferecidos. O presente texto traz uma breve síntese da legislação ora mencionada, orientações, e ideia a serem postas em práticas, principalmente na aplicação cotidiana, contribuindo assim para o crescimento do pais de forma mais justa.

APRESENTAÇÃO Em 1º de Agosto de 2013 foi promulgada a Lei nº 12.846, conhecida como Lei Anticorrupção, sendo regulamentada pelo Decreto mº 87420, de 18 de Março de 2015. A legislação supracitada estabelece premissas e sanções as pessoas jurídicas pela pratica de atos contra o ente administrativo público, seja dentro do território nacional ou fora deste, assim como as demais sociedades, empresárias ou não, assim como, fundações, instituições, associações, de fato ou de direito. Países mais desenvolvidos, os quais já possuem este tipo de legislação a um maior tempo, são importantes balizadores da constituição deste tipo de normas, de sua aplicação, e da supervisão, a qual é realizada por organizações internacionais. O Brasil, antes da criação da Lei Anticorrupção iniciou o combate ratificando convenções internacionais sobre corrupção, primeiramente em 2000 com a OCDE - Convenção da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, firmada em 1997, em 2002 com a Convenção Interamericana contra a Corrupção da Organização dos Estados Americanos, de 1996, finalmente em 2007 a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, criada em 2005. Após a subscrição destas convenções, restou a necessidade da criação de uma legislação própria que disciplinasse o assunto em questão, com maior objetividade, e estabelecendo regras mais severas para coibir a pratica de corrupção no país. Com a criação da Lei, as empresas envolvidas em atos de corrupção passaram a sofrer processos administrativos e civis, com punições severas, como multas que podem chegar até 20% do faturamento total bruto da empresa, suspenção das atividades, inscrição nos cadastros públicos de empresas inidôneas e punidas, inclusive a desconsideração da personalidade jurídica.

Neste sentindo, não só com o intuito de punir, mas também na prevenção com a motivação das empresas a criarem medidas que visem a prevenção da incidência em atos que possam ser lesivos à Administração Pública, demonstrando o comprometimento daquelas entidades com o combate a corrupção. Não obstante o código de ética e conduta, a presente cartilha tem por objetivo, no âmbito interno e externo, como para seus clientes e fornecedores, prestar o conhecimento das normatizações e fundamentos da nova legislação.

LEI ANTICORRUPÇÃO Lei nº 12.846/2013 e Decreto 8.420/2015 As legislações previstas na legislação Anticorrupção, preveem a responsabilidade objetiva, independente de dolo ou culpa, das entidades que praticarem os seguintes atos lesivos à Administração Pública nacional ou estrangeira. Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:¹ I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada; II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei; III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados; ¹Artigo 5º da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.

LEI ANTICORRUPÇÃO Lei nº 12.846/2013 e Decreto 8.420/2015 (continuação) IV - no tocante a licitações e contratos: a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento licitatório público; b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público; c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo; d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo; f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a administração pública; V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.

RESPONSABILIZAÇÃO As entidades que forem enquadradas na legislação Anticorrupção estão sujeitas a responsabilidade administrativa com as seguintes sanções²: I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e II - publicação extraordinária da decisão condenatória. 3 o A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano causado. MULTAS A Lei nº 12.846 de 2013, apenas estabelece as seguintes multas pelas infrações supracitadas, sendo 0,1% a 20% do faturamento bruto da empresa, ou de R$ 6.000,00 a R$ 60.000.000,00, quando da impossibilidade de calcular seu faturamento. Por outro lado, o Decreto nº 8.420 de 2015, estabelece parâmetros adicionais para a aplicação das penalidades. ATENUANTES Infração não consumada 1% Ressarcimento dos danos causados 1,5% Colaboração da PJ com a apuração do ato lesivo 1% até 1,5% Comunicação da PJ antes da instauração de processo administrativo Existência e aplicação de programa de integridade na empresa 2% 1% até 4% ²Artigo 6º ao 15 da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.

AGRAVANTES Continuidade dos atos lesivos no tempo 1% até 2,5% Tolerância ou ciência da direção da empresa 1% até 2,5% Interrupção de obra ou serviço público 1% até 4% Situação econômica positiva da empresa 1% Reincidência de ato lesivo no interregno de 5 anos. 5% Aplicar-se-á multa de 1% a 5%, quando o valor total dos contratos mantidos ou pretendidos seja superior a R$ 1,5 milhões até R$ 1 bilhão. Ainda, não obstante a responsabilização administrativa, poderá ocorrer a responsabilização judicial, a qual tem por objetivo aplicar as seguintes sanções as entidades jurídicas³. I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades; III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. ³Artigo 18 ao 21 da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.

MEDIDAS DO PROGRAMA ANTICORRUPÇÃO As empresas, principalmente as que realizam negócios com entidades públicas, conforme orientação do Decreto 8.420/2015, devem adotar mecanismos para garantir a integralidade, tais como: Promover canal de atendimento interno e externo para denúncias ligadas as suspeitas de corrupção; Cartilhas/Informativos contendo valores e missões da empresa; Auditorias periódicas; Revisões periódicas no Código de Ética e Conduta, para acompanhar as atualizações morais e legais, nacionais e estrangeiras. Estabelecimento de políticas e treinamentos periódicos referentes à: Boas práticas empresariais; Segurança da Informação; Combate a corrupção. Elaborado por: Aprovado por: Eduardo Camilo de Aguiar Marcelo Fernandes Roboredo.