Suicídio e Risco Ocupacional no Rio de Janeiro Coordenação: Profª. Dayse Miranda

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Transcrição:

Suicídio e Risco Ocupacional no Rio de Janeiro Coordenação: Profª. Dayse Miranda

Equipe Coordenação do LAV/UERJ Ignacio Cano (LAV/UERJ) Coordenação Geral Dayse Miranda (LAV/UERJ e PDJ-CNPQ) Pesquisadores Doriam Borges (LAV/UERJ) Emanuelle de Araújo (LAV/UERJ) Joana Marie Nunes (PPED/IE/UFRJ) Neide Ruffeil (UFRRJ) Assistentes de Pesquisa Andréia Cidade Marinho (IESP/UERJ) Cíntia Lopes de Barros (IESP/UERJ) Diogo Sardinha (LAV/UERJ) Isis do Mar Marques (UFF) Sandra Andrade (LAV/UERJ) Tatiana Guimarães (LAV/UERJ) 2/42

Objetivos Centrais Investigar a magnitude do fenômeno do suicídio entre policiais militares Identificar os fatores associados a manifestações suicidas (ideações suicidas, tentativas de suicídios e suicídios consumados) entre policiais militares Oferecer subsídios para a elaboração de políticas públicas de prevenção ao problema do suicídio policial no estado do Rio de Janeiro. 3/42

Dados de Suicídios Consumados na PMERJ, 2005-2009 4/42

Estatísticas de Suicídio e Tentativas na PMERJ segundo a Seção do EMG/PM1 Tabela 1- Evolução da Taxa de Suicídio e de Tentativas na População da PMERJ, 1995 a 2009 Ano Efetivo Suicídios Tentativas de Taxa de Suicídios Taxa de Tentativas de Suicídio Consumados Suicídio 1995 28185 9 4 31,93 14,19 1996 28162 2 0 7,10 0,00 1997 28587 5 2 17,49 7,00 1998 28691 1 3 3,49 10,46 1999 29172 6 4 20,57 13,71 2000 38928 4 2 10,28 5,14 2001 35765 4 1 11,18 2,80 2002 32669 5 5 15,31 15,31 2003 38594 5 4 12,96 10,36 2004 37671 0 0 0,00 0,00 2005 37533 4 2 10,66 5,33 2006 38077 4 4 10,51 10,51 2007 37950 2 4 5,27 10,54 2008 37878 2 0 5,28 0,00 2009 37937 5 1 13,18 2,64 5/42

Tabela 2: Unidades da PMERJ com Registros de Manifestações Suicidas - Suicídio Consumado & Tentativa de Suicídio - 1995-2009 Unidades Suicídios Consumados Tentativas de Suicídios Totais 3º BPM 1 1 2 5º BPM 2 1 3 6º BPM 4 1 5 8º BPM 2 1 3 9º BPM 1 1 2 10º BPM 1 1 2 11º BPM 2 0 2 12º BPM 2 2 4 14º BPM 1 2 3 16º BPM 1 3 4 19o BPM 0 4 4 22º BPM 1 2 3 23º BPM 1 1 2 24º BPM 1 1 2 EMG 2 0 2 DGP/DIP 3 1 4 CFAP 1 2 3 RCECS 2 1 3 BPCHQ 2 1 3 GEPCPB * 2 1 3 * Unidades que foram extintas - Transformadas em outras Unidades - Incorporadas por outras Unidades. 6/42

Tabela 3: Unidades dos Participantes da "Pesquisa Suicídio e Risco Ocupacional" que declararam ter tido Manifestações Suicidas em algum momento da vida Ideações Suicidas Tentativas de Suicídios Unidades Totais 2o BPM 3 0 3 3o BPM 3 0 3 5o BPM 7 5 12 6o BPM 3 2 5 7o BPM 0 1 1 10o BPM 2 2 4 11o BPM 7 1 8 15o BPM 2 1 3 19o BPM 1 1 2 22o BPM 6 1 7 27o BPM 1 0 1 40o BPM 4 3 7 BOPE 3 0 3 BPCHQ 4 1 5 BPFMA 0 1 1 QG 2 3 5 DIP 1 0 1 HCPM 1 0 1 7/42

Perda de Informação das Variáveis segundo Tipo de Morte - Policias Ativos & Inativos. GAFPMF - PMERJ. Anos 2006 a 2008 Batalhão Serviço/Folga Idade 8/42

Perda de Informação das Variáveis segundo Tipo de Morte - Somente Policiais Ativos. GAFPMF - PMERJ. Anos 2006 a 2008 Ativo e Inativo Batalhão Graduação/ Patente Idade 9/42

Metodologia Trata-se de uma pesquisa de diagnóstico. A população-alvo da pesquisa é constituída por policiais militares e familiares da PMERJ. Para cada público, aplicamos diferentes técnicas de pesquisa. Entrevistas biográficas com policiais militares. Etnografias e conversas informais nas visitas às unidades de saúde, pessoal e aos batalhões especiais e operacionais. Entrevistas semiestruturadas e Autópsias psicossociais (psicológicas). Survey sobre as manifestações suicidas entre polícias militares do estado do Rio de Janeiro. 10/42

Grupos de entrevistados 11/42

A Amostragem de Conveniência Esse tipo de amostra é extraído a partir de elementos da população que aceitarem a participar da pesquisa, ou dos que estiverem mais disponíveis. O universo pesquisado foi construído por intermédio de convites aos policiais militares (praças e oficiais) e aos seus familiares em 58 palestras em 18 unidades da PMERJ, no período de abril a maio do ano de 2011. Divulgação das Palestras Cartas registradas e cartazes. Boletins internos da PMERJ. Redes de contatos da GAFPMF e do Grupo de Mães e Viúvas. 12/42

Tabela 4: Resultado do Cadastramento de Policiais Militares Segundo os Grupos de Entrevistados Total de Casos Total Geral Válidos Categorias de Participantes das Palestras n % n % 984 100 415 100 Tentativa 33 3 33 8 Ideação nos últimos 12 meses 32 3 32 8 Ideação anterior aos 12 meses 31 3 31 7 Controle (não pensou, não tentou e nem tem um amigo policial suicida) 238 24 238 57 Colegas e/ou Amigos de Policial "Suicida" 81 8 81 20 Recusas 569 58 13/42

Tabela 5 : Resultado da Operação do Survey Policiais Militares Contactados 274 100 Pré-teste 9 3 Recusas/Desistências 41 15 Total de Casos Total Válidos n % n % Questionários Aplicados segundo as Categorias de Participantes Declaradas 224 82 224 100 Tentativa de Suicídio 22 8 22 10 Ideação Suicida (nos últimos 12 meses e Ideação anterior aos 12 meses) 50 18 50 22 Controle (não pensou, não tentou e nem tem um amigo policial suicida) 152 55 152 68 14/42

Resultados do Survey de Manifestações Suicidas na PMERJ

O questionário abordou os seguintes temas Perfil dos policiais Condições de Trabalho Nível de Satisfação Profissional As Situações de Risco e Vitimizações Estilo de Vida Condições de Saúde Capital Social e Redes Sociais Ideações Suicidas Tentativa de Suicídio 16/42

I. Perfil dos Policiais Entrevistados Dos 224 entrevistados, apenas 10 são mulheres. A grande maioria (55%) tinha idade de 31 a 40 anos na ocasião da pesquisa. 73% são casados ou vivem em união consensual (n=165). Dos 174 que declararam ter filhos, 47% têm pelo menos um filho. 50% se definiram como pardos; 32% como brancos e 16% como pretos. 83% possuem religião. 53% têm ensino médio completo; 24% superior incompleto e 14% superior completo e 4% pós-graduação. 95% são praças. 47% declararam ter renda Bruta mensal na PMERJ entre 2001 a 3000 reais na ocasião da pesquisa. 32% (n=72) declararam ter pensado em si matar em algum momento da vida. 68% (n=152) disseram nunca ter pensado em por fim em sua própria vida. 17/42

II. Condições de Trabalho 18/42

II. Condições de Trabalho 19/42

II. Condições de Trabalho Tentativa Controle 20/42

III. Situações de Risco Tabela 05 Situações de Risco Vivenciadas por Policiais Militares Tipos de Situações de Risco N % Combate, confronto físico ou armado, tiroteio, encurralado em favela, incursões a favelas, confronto ou tiroteio 164 73% Abordagem de suspeitos ou apreensão de indivíduo armado, conter assaltos com reféns. 17 8% Baleado ou ferido em confronto ou presenciar colega baleado ou ferido em confronto 12 5% Perseguição com ou sem troca de tiros 9 4% Tentativa de homicídio ou ameaça de morte 3 2% Não Sabe ou Não Respondeu (NA/NR) 19 8% Total de respostas 224 100% 21/42

III. Vitimizações de Policiais Militares 22/42

IV. Condições de Saúde 23/42

Capital Social & Redes Sociais

Confiança Interpessoal 120 100 80 60 40 20 0 84 88 95 16 12 5 Não pensou e nem tentou suicídio Pensou, mas não tentou Tentou suicídio Não confia nas pessoas Confia nas pessoas 25/42

Nível de Sociabilidade Informal 26/42

Circunstâncias das Tentativas

Circunstâncias do Fato Planejamento das Tentativas de Suicídios Sim Não 28/42

Circunstâncias do Fato Instrumento idealizado para por fim a vida 29/42

Circunstâncias do Fato Motivações para as Tentativas de Suicídios 30/42

Circunstâncias do Fato Histórico de Mortes Violentas (Homicídio e Acidentes) na Família Sim Não 31/42

Depois da tentativa, o(a) Sr(a) conversou com quem? Familiares 8 Outros 7 Ninguém 5 Grupo religioso 4 Grupo de ajuda 3 Colegas e amigos da PMERJ 2 0 2 4 6 8 32/42

Recursos de Proteção Utilizados pelas Vítimas 33/42

Planos para o Futuro 34/42

Considerações Finais O fato de não ter filhos e de não possuir filiação religiosa torna o policial mais suscetível às ideações suicidas. Policiais que sofreram agressões verbais e físicas não letais, em particular, insultos, humilhações por pessoas do seu convívio apresentaram um risco maior de ideações e tentativas de suicídio. A insatisfação com o trabalho na PMERJ está fortemente associada às ideações e tentativas suicidas. O baixo nível de sociabilidade informal entre colegas de turma da PMERJ e na família está correlacionado com ideações e tentativas suicidas. Os dados da pesquisa sugerem que policiais social e profissionalmente isolados, que sofreram vitimização e insatisfeitos com seu trabalho, apresentaram maior susceptibilidade às manifestações suicidas. 35/42

Recomendações Promoção de atividades sociais no ambiente de trabalho, integrando policiais e familiares. Promoção de palestras de prevenção universal. Esses eventos visam promover a desconstrução dos estigmas e a conscientização da importância do cuidado com a saúde mental. Público alvo: policiais e ao seus familiares. A inclusão aos programas voltados à atenção psíquica do policial, como o programa de gerenciamento de estresse, desenvolvido pelo Núcleo Geral de Psicologia da PMERJ, a prevenção de manifestações suicidas. Afinal, o estresse é um importante fator associado ao suicídio. Inclusão do tema no conteúdo dos cursos de Psicologia na formação, qualificação e aperfeiçoamento profissional do PM. Promoção da comunicação entre as unidades de saúde. Grupo Renascer e as demais unidades, por exemplo. Notificação Obrigatória de manifestações suicidas nos atendimentos clínicos na Instituição. Revisão da atual ficha de controle de atendimento nas unidades de saúde. Produção de novos conhecimentos sobre o tema numa amostra representativa da população geral da PMERJ. 36/42

Referência Bibliográfica ALSTON, M. Occupation and Suicide among Women. Issues in Mental Health. Nursing 8:109 19.1986. BAUDELOT, C.; ESTABLET, R. Suicide: Hidden Side of Modernity. Polity Press, 2008, p. 13-60. BEDEIAN, Arthur, Suicide and Occupation: A Review. Journal of Vocational Behavior 21:206 23. BERTOLOTE, JM, FLEISCHMANN, A.A global perspective in the epidemiology of suicide. Suicidological. 2002; 7(2):6-8. BOXER, P.A.;CAROLB.; NAOMI, S., Suicide and Occupation: A Review of the Literature. Journal of Occupational and Environmental Medicine.1995. 37:442 52. BURNETT, C, PETER, B, and NAOMI, S. Suicide and Occupation: Is There a Relationship? Cincinnati: National Institute for Occupational Safety and Health, 1992. DURKHEIM, É. O suicídio. São Paulo: Martins Fontes, 2004. 37/42

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