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Transcrição:

- Pedido de dispensa de sigilo profissional nº 171/2009 1. Requerimento O Exmo. Sr. Dr. ( ), advogado com escritório na ( ), em ( ), veio solicitar ao Presidente do Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados a dispensa do segredo profissional para prestar depoimento como testemunha no processo nº ( ), que corre termos pelo ( )º Juízo do Tribunal ( ). O Requerente fundamenta o seu pedido no facto de, em representação de uma ex cliente ter interpelado a parte contrária para a correcção de defeitos existentes em imóvel da dita ex cliente e, agora, ter sido indicado como testemunha no processo em que se discute, além do mais, se a parte foi interpelada, ou não, sobre a denúncia dos defeitos. Esclarece, ainda, que após a interpelação as partes fizeram vistoria ao local com vista à elaboração de um auto identificativo dos defeitos detectados, mas que não foi logrado o acordo. Junta cópia do despacho saneador e fax donde constam os itens da Base Instrutória aos quais é pretendido o seu depoimento e, a convite, cópia da carta de interpelação. 2. Enquadramento Determina o artigo 87º nº 1º do Estatuto da Ordem dos Advogados que o advogado é obrigado a guardar segredo profissional no que respeita a todos os factos cujo conhecimento lhe advenha do exercício das suas funções ou da prestação dos seus serviços. Com efeito, o dever de guardar segredo profissional é uma regra de ouro da advocacia e um dos mais sagrados princípios deontológicos. (Arnaut, 1993:64). Tal dever não assenta apenas no vínculo de confiança que a relação advogadocliente deve estabelecer mas, sobretudo, na natureza social da função que o advogado exerce, enquanto interveniente na administração da justiça. Por tal ordem de razões é que a natureza do segredo não é contratual mas antes de carácter social ou de ordem pública (Arnaut, 1993:65), o que significa que não basta a desvinculação do segredo por parte do cliente e se torna necessária a

competente autorização por parte do Presidente do Conselho Distrital. Aliás, atento o significado primordial que o segredo tem para a advocacia, o causídico pode, mesmo, escusar-se à revelação de factos sigilosos, ainda que o seu cliente queira que ele revele tais factos. (Cardoso, 1997: 61) Do citado artigo 87º resulta, ainda, que só em circunstâncias muito excepcionais pode o advogado ser autorizado a revelar factos sujeitos a sigilo profissional e tal autorização apenas pode ocorrer quando seja absolutamente necessário para a defesa da dignidade, direitos e interesses legítimos do próprio advogado, ou do cliente ou seus representantes. Esta possibilidade de dispensa está prevista no Regulamento de Dispensa de Segredo Profissional 1 e está sujeita, ela própria, a apertados pressupostos e requisitos a saber: -essencialidade, actualidade, exclusividade e imprescindibilidade do meio de prova sujeito a segredo. 3. Apreciação a) Da natureza dos factos cuja revelação é pretendida O Colega Requerente começa por esclarecer que a sua intervenção se destinou a denunciar os defeitos; exigir a sua eliminação/reparação; acordar os termos dessa operação (sic). Efectivamente, no que respeita aos dois primeiros itens (denúncia dos defeitos e exigência da sua eliminação), e do que nos é dado a conhecer pela missiva junta, a denúncia foi feita por carta e enuncia os defeitos de que o imóvel padece. Esta situação configura, em nossa opinião, o envio de carta em que o advogado se substitui ao cliente para interpelar a contraparte. 1 Regulamento nº 94/2006 OA 2ª série, de 25 de Maio de 2006, aprovado pelo Conselho Geral da Ordem dos Advogados e publicado no Diário da República, 2ª série, nº 113 de 12 de Junho de 2006

Neste sentido, subscrevemos a posição do Colega Dr. Carlos d Almeida, para quem, numa carta entre advogados podem estar em causa a reivindicação de direitos, a explanação de factos em que o Advogado se substitui e bem, tecnicamente falando ao seu cliente. Seria uma hipocrisia intolerável considerar que a sua assinatura e a sua chancela constituiriam entrave formal e incontornável 2 Do exposto resulta que, estamos perante matéria não sigilosa e que, por isso, não carece de autorização de dispensa de segredo profissional. Já no que toca à resolução extrajudicial do diferendo, mormente as reuniões entre advogados, a vistoria ao local por parte destes com vista à elaboração de um auto por acordo, na medida em que se reporta a tentativas de transacção malogradas, somos de opinião que se enquadram na previsão da alínea f) do nº1 do artigo 87º do E.O.A., ou seja constituem matéria sujeita a segredo profissional. b) Do preenchimento dos requisitos para dispensa do segredo profissional O Colega Requerente indica os itens 5º, 12º a 16º da Base Instrutória como matéria à qual o seu depoimento é solicitado, a saber: 5.A fracção ÁL apresenta as seguintes anomalias e deficiências de construção: a. revestimento irregular nas platibandas dos terraços e varandas, com tonalidade não homogénea, que se estende, igualmente, às paredes contíguas dos mesmos? b. alguns remates dos rodapés são deficientes, verificando-se, inclusive, o deslocamento da guarnição de uma das portas devido à pressão do rodapé? c. deficiências no revestimento do piso(parque levantado, sulcos por baixo do verniz, massa irregular, existência de um elemento estranho entre a madeira e o verniz)? 12. A A. tem vindo a dar conhecimento à R: pessoal e telefonicamente para que esta proceda à eliminação e reparação do que considera serem deficiências de construção? 2 In Despacho CDE n.º E-19/2005, de 8 de Junho de 2005, publicado em http://195.23.10.149/ordem/despachos/2005/06/e-19-2005.pdf

13.( )tem vindo a insistir junto dos sócios da R. pessoal e telefonicamente para que esta proceda à eliminação e reparação do que considera serem deficiências de construção? 14.( )contactando para o efeito maioritariamente o sócio ( )? 15.A R. sempre reconheceu a existência dessas deficiências? 16.( ) cuja responsabilidade pela reparação sempre assumiu junto da A.? Na esteira do entendimento que perfilhamos e que acima definimos, somos de opinião que os itens nº 12, nº 13 e nº 14, se tratam de uma notificação em que o advogado se substituiu à parte para denunciar defeitos. Ou seja, o Exmo. Advogado Requerente, tendo tido a seu cargo a tarefa de denunciar os defeitos, como afirma, está em condições de testemunhar sobre a forma e as datas em que, em nome da sua cliente, procedeu à notificação da ré, esclarecendo sobre a pessoa ou pessoas a quem fez tais notificações. Naturalmente que, fica fora deste enquadramento a possibilidade de a notificação ter sido feita entre advogados e ao abrigo do disposto no artigo 108º do E.O.A., caso em que a comunicação, por confidencial, não pode constituir meio de prova. O mesmo não podemos dizer em relação ao item nº 5 já que, pelo modo como está formulado, a sua prova não contende com o conhecimento pessoal ou jurídico que o advogado tem da matéria em causa, primeiro porque a matéria ali constante tem um cariz técnico que pode ser objecto de outro tipo de prova, mormente a perícia, e em segundo porque, não é crível que tal matéria seja de conhecimento exclusivo do advogado. O mesmo é dizer que, os defeitos ali mencionados são susceptíveis de serem provados por outras formas, seja pela perícia, seja pela prova testemunhal sem que haja necessidade de recorrer ao advogado que deles teve conhecimento no exercício da sua profissão. Finalmente os itens nº 15 e nº 16, enquadram-se nas tentativas de acordo que o Colega Requerente protagonizou enquanto advogado da autora, pois que se reportam à posição que a ré assumiu em fase extrajudicial, na qual as partes tentaram atingir um entendimento e, como tal, matéria sujeita a sigilo.

Verificada a qualidade de matéria sujeita a segredo profissional destes dois itens iremos averiguar se estão preenchidos os requisitos de que o Estatuto faz depender o levantamento do mesmo: Resulta da exposição feita que os interesses que estão em causa e que suscitam o requerimento de levantamento de sigilo são os da ex cliente, a qual pretende fazer prova em Tribunal quer dos defeitos da coisa, quer da interpelação em prazo à parte contrária. A partir daqui há que verificar se o depoimento do advogado, no que respeita a esta matéria, é absolutamente necessário à defesa dos interesses que estão em causa. O requerimento que nos é feito não invoca a absoluta necessidade do depoimento do Advogado, nem traduz a essencialidade, exclusividade e imprescindibilidade de tal depoimento. Na realidade, o Colega cinge o requerido à invocação da necessidade de defesa da dignidade, interesses e direitos da sua ex cliente, tal como dispõe a previsão legal, mas não esclarece se é o único a ter conhecimento das intenções manifestadas pela parte contrária em fase anterior à judicial. A esta falta de alegação acresce o facto de os itens em análise (15 e 16 da B.I) respeitarem à intenção alegadamente manifestada pela contraparte em sede de tentativa de acordo. O seja, já não estamos perante a necessidade de fazer prova do itinerário da relação jurídica, como a sua extinção ou não extinção (ex.: interrupção da prescrição pelo reconhecimento do direito; interpelação para cumprimento) (Cardoso,1997:87), mas antes perante uma fase negocial não concluída em que, nas palavras do Bastonário Lopes Cardoso, as partes se pautam por critérios de conveniência e não estritamente jurídicos, seguindo na prática o brocardo de que mais valerá um mau acordo do que uma boa demanda. (Cardoso, 1997:86). Nestes casos, a obrigação de segredo exige maior acuidade porque as partes tomam atitudes e assumem perspectivas que, não fora o facto de terem em vista o acordo, não assumiriam. Ora, como refere Orlando Guedes da Costa seria muito perturbador para a justiça, influenciando psicologicamente a apreciação da prova, dar a conhecer o que ocorreu nas negociações que se malograram, de nada

adiantando para o desfecho do processo saber o que alguém, em negociação transaccional malograda, estava disposto a aceitar. (Costa, 2008:354) Em face da maior exigência de sigilo, nestes casos, também a excepção da sua revelação exige maiores cuidados. Ora, no concreto, não há factos que nos permitam concluir pelo preenchimento dos requisitos de que o Estatuto e o Regulamento fazem depender a autorização de levantamento de sigilo, pelo que, nesta parte, vai indeferido o pedido. 4. Decisão a) Não é matéria sujeita a sigilo aquela em que o advogado se substitui ao cliente interpelando a contraparte para a existência de defeitos num imóvel, pelo que, não é matéria sujeita a sigilo a constante dos itens, 12, 13 e 14 da identificada Base Instrutória; b) Por não preencher os requisitos de que o Estatuto da Ordem dos Advogados e o Regulamento de Dispensa do Segredo Profissional fazem depender a autorização de levantamento do sigilo profissional, indefere-se e não se autoriza o Exmo. Sr. Dr. ( ) a depor quanto aos itens 5º, 15º e 16º da Base Instrutória no processo nº ( ), que corre termos pelo ( )º Juízo do Tribunal (...). Notifique. Chaves, 11 de Agosto de 2009 A Vogal, com competência delegada pelo Presidente do Conselho Distrital. Lia Araújo -Nota Bibliográfica - Arnaut, António, Iniciação à Advocacia, 1993,Coimbra Editora - Cardoso, Augusto Lopes, Do Segredo Profissional na Advocacia, 1997, CELOA - Costa, Orlando Guedes da, Direito Profissional do Advogado, 2008, 6ª Ed, Almedina