PARECER CREMEC N.º 26/ /12/2013

Documentos relacionados
Tipologia dos Estabelecimentos de Saúde

Atenção Básica: organização do trabalho na perspectiva da longitudinalidade e da coordenação do cuidado

PREFEITURA DE JUIZ DE FORA

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO Procuradoria de Justiça Especializada na Defesa da Cidadania e do Consumidor

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL Autarquia Federal Lei nº 5.905/73

PARECER CRM/MS 2/2016

2. FUNCIONÁRIOS - CONTRATADOS POR TEMPO DETERMINADO Médico Clínico 1 Médico Pediatra 1 Médico Ginecologista 1

Aracaju. Avanços e Desafios da Saúde da Família no município de Aracaju: a experiência do Modelo Saúde Todo Dia

COORDENAÇÃO DO NÚCLEO CURRICULAR FLEXÍVEL PRÁTICAS EDUCATIVAS FICHA DE OBSERVAÇÃO

Como organizar a Atenção Básica para cumprir com os compromissos assumidos e atender as necessidades da população?

PARECER CREMEC N.º 8/2016

Lei nº 8.005, de 09 de junho de Cria cargos públicos e vagas na SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, para execução de atividades do Programa de Saúde

Autor: Leila Cristina Pilonetto Baggio Co autores: Marcos Fiorentin, Elizangela Greggio Vincensi, Joares Telles Junior, Ana Cristina G. Costella, ACS.

I. Informações BásicaS

Linhas gerais e desafios da Política Nacional da Atenção Básica. Setembro, 2012

SICA: Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) Prof. Walfrido K. Svoboda

ESTRATÉGIAS SINGULARES DE IMPLANTAÇÃO DA CADERNETA DO IDOSO NO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL - RS

PARECER CREMEB Nº 53/08 (Aprovado em Sessão Plenária de 18/11/2008)

Edital do Processo Seletivo de Cirurgião Dentista para o Programa Saúde da Família 2009

; Palavras chave: Segurança do paciente; Plantão; Estabelecimento de Saúde

AS TEORIAS ADMINISTRATIVAS INSERIDAS NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)

DISTRITOS SANITÁRIOS

Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica Coordenação de Acompanhamento e Avaliação

Introdução

I-Política de ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE 1) Como é definida? * Um conjunto de ações em saúde (amplas, complexas que abrangem múltiplas facetas da realida

IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇOS CLÍNICOS

Prefeitura Municipal de Piratini-RS

Debate com Aline Julião, Coordenadora de gestão estratégica e Participativa.

Organização da Atenção Básica no Município de Vitória: Equipes Ampliadas e Apoio Matricial

Coordenação-Geral de Atenção Domiciliar/DAB/SAS/MS

Garantia de Qualidade e Continuidade da Assistência no Atendimento Domiciliar

SERVIÇO DE SAÚDE DA UFBA INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR DE SAÚDE CAMPUS ANÍSIO TEIXEIRA

PORTARIA Nº 210 DE 15 DE JUNHO DE 2004

POLÍTICA NACIONAL DE INTERNAÇÃO DOMICILIAR

PORTARIA Nº 485, DE 1o- DE ABRIL DE 2014

Superintendência de Gestão, Planejamento e Finanças Gerência de Contratos e Convênios ANEXO II METAS DE PRODUÇÃO

A PREFEITA MUNICIPAL DE PIO IX, ESTADO DO PIAUÍ, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Hospital Summit Terceirização de Serviços Médicos

Por determinação deste Conselho fomos ao estabelecimento acima citado verificar suas condições de funcionamento.

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico CETEC. Plano de Trabalho Docente Qualificação: Técnico de Enfermagem

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA COORDENAÇÃO-GERAL DE SAÚDE BUCAL NOTA TÉCNICA

PARECER COREN-SP 020/2014 CT PRCI n /2012 Ticket n : , , , , , , , , ,

CURSO: ENFERMAGEM Missão Objetivo Geral Objetivos Específicos

100 QUESTÕES DE SAÚDE PÚBLICA PARA AGENTE COMUNITÁRIO

Coordenador Geral dos Programas de Residência Médica. Coordenadora da COREME. Coordenador do Programa de Pediatria

Implantação do protocolo de acolhimento com classificação de risco nas unidades ambulatoriais do Tribunal de Justiça de São Paulo

PORTARIA Nº 576, DE 19 DE SETEMBRO DE 2011

ROTEIRO DA VISITA CONSTRUÇÃO DE UBS

ATRIBUIÇÕES DOS EMPREGOS PÚBLICOS:

CONSULTA FUNDAMENTAÇÃO E PARECER

Estratégias da Implantação para a Conquista da Certificação ONA no Hospital Municipal de Mogi das Cruzes

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PRÓ-REITORIA DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO A RESIÊDNCIA MULTIPROFISSIONAL EM.

ASSUNTO: QUAL O PROFISSIONAL RESPONSÁVEL PELO PREENCHIMENTO DO ATESTADO MÉDICO DA CAT?

Solicitação de Parecer Técnico ao COREN MA sobre O que é necessário para o profissional de Enfermagem realizar atendimento domiciliar particular

RESOLUÇÃO COFEN-293/2004

Recursos Próprios 2013

NOTA TÉCNICA 11 /2012

CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NOS CARGOS DO QUADRO PERMANENTE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DA PREFEITURA DE CALDAS NOVAS.

GHC Empresa Cidadã. Aumento da Licença Paternidade como Estratégia para o Desenvolvimento Integral na Primeira Infância

APOIO MATRICIAL COMO FERRAMENTA PARA INSERÇÃO DA SAÚDE DO TRABALHADOR NA ATENÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE BETIM/MG

Universidade Federal Fluminense Faculdade de Medicina Planejamento e Gerência em Saúde II Estudo de Caso Serviço de Emergência ProntoBaby

SEMINÁRIO O CAOS NO ATENDIMENTO DE URGÊNCIA/EMERGÊNCIA NO BRASIL Quais as soluções?

Sociedade Brasileira de Geriatria e Geronotologia - SBGG

CFM informa sobre os direitos dos pacientes no SUS.

Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências

Art. 2º - As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de Enfermagem no seu planejamento e programação.

PARECER CONSULTA Nº

Caderneta da Gestante

O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

PROCESSO CONSULTA Nº 02/2015 PARECER CONSULTA Nº 10/2015

Áreas Temáticas BVS Atenção Primária à Saúde

MATRICIAMENTO PELOS NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA

AVALIAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA REDUÇÃO DE INTERNAÇÕES HOSPITALARES EM FLORIANÓPOLIS SANTA

PORTFOLIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PARA O SEGMENTO SAÚDE

Aula 04 - Atenção Primária Em Saúde: Conceitos E Dimensões. Saúde Da Família E Estratégia Da Organização Da Atenção Básica

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - Cetec. Ensino Técnico. Qualificação: TÉCNICO EM ENFERMAGEM

Ministério da Saúde Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Brasília, 24 de abril de 2008

MUNICÍPIO DE JACAREZINHO

VI CONGRESSO DE HIPERTENSÃO DA. HiperDia, desafios futuros e o que esperar?

SPDM ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA RELATÓRIO DE ATIVIDADES REALIZADAS CONVÊNIOS ANO DE 2012 CNPJ:

ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS

PLANO OPERATIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS - LGBT

FINANCEIRO Transferência ao FMS , , ,09 Lançamento de receita , ,

COMISSÃO DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ PARANÁ: AÇÕES NO ANO DE 2009

NOTA TÉCNICA 41 /2012. Institui a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

PORTARIA Nº 305, DE 10 DE ABRIL DE 2014

FATORES DE ADESÃO MEDICAMENTOSA EM IDOSOS HIPERTENSOS. Nilda Maria de Medeiros Brito Farias. Contexto. População mundial envelhece

Currículo Disciplina Carga Horária. Aspectos Éticos e Bioéticos na Assistência de Enfermagem ao Paciente Grave ou de Risco

PORTARIA Nº 2.080, DE 31 DE OUTUBRO DE 2003

SOBRE A COOPERATIVA UNIMED LIMEIRA

PARECER SETOR FISCAL Nº 35/2015. Assunto: Parecer Técnico sobre coleta de sangue arterial para fim de realização de gasometria arterial.

Atendente de Consultório Dentário Cirurgião Dentista Enfermeiros Médicos Técnico em Higiene Dental 22 07

REQUISITOS MÍNIMOS DOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE R1 e R2

Horário de atendimento Segunda a Sexta-feira das 7h às 19h.

Resultados Processo de Trabalho Oficina 1

HOSPITAL DE CARIDADE SÃO VICENTE DE PAULO. Cartilha Atendimento ao Cliente

ALTERA O CADASTRAMENTO DOS CENTROS DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR NO SCNES

Prefeitura de PIRAÍ/RJ -2017

Transcrição:

PARECER CREMEC N.º 26/2013 06/12/2013 PROCESSO-CONSULTA PROTOCOLO CREMEC nº 10924/2013 ASSUNTO: ATRIBUIÇÕES DOS MÉDICOS QUE ATUAM NAS EQUIPES DE SAÚDE DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) PARECERISTA: CONSELHEIRO JOSÉ MÁLBIO OLIVEIRA ROLIM Ementa: As atribuições dos médicos que atuam nas equipes de saúde da Estratégia de Saúde da Família (ESF) devem estar respaldadas pelas normas contidas na Portaria MS 2.488 de 21/10/2011. Em resposta à consulta protocolizada neste Conselho sob o nº de protocolo 10.924, em 20/11/2013, na qual um médico do Programa de Saúde da Família de Fortaleza solicita parecer sobre as atitudes que a Prefeitura de Fortaleza vem adotando em relação aos profissionais dos Postos de Saúde do Município, prestamos os seguintes esclarecimentos e, ao final, respondemos às perguntas formuladas: Considerando a Portaria do Ministério da Saúde de nº 2.488, de 21/10/2011, que aprova a Política Nacional da Atenção Básica, estabelece diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF), e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), destacamos: - Que a Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde, com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que 1

impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. - As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são constituídas de acordo com as normas sanitárias e tendo como referência o Manual de Infraestrutura do Departamento de Atenção Básica/SAS/MS. - Devem estar cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional vigente e disponibilizar consultório médico/enfermagem, consultório odontológico, sala multiprofissional de acolhimento à demanda espontânea, sala de administração e gerência, sala de atividades coletivas para os profissionais da Atenção Básica, área de recepção, local para arquivos e registros, sala de procedimentos, sala de vacinas, área de dispensação de medicamentos e sala de armazenagem de medicamentos, sala de inalação coletiva, sala de procedimentos, sala de coleta, sala de curativos, sala de observação, entre outros. - Equipes multiprofissionais compostas por médicos, enfermeiros, cirurgiões dentistas, auxiliar ou técnico em saúde bucal, auxiliar ou técnico de enfermagem, Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Essas equipes devem ter o cadastro atualizado dos profissionais no Sistema de Cadastro Nacional vigente, inclusive com carga horária de trabalho. Às UBS com Saúde da Família em grandes centros urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma UBS para no máximo 12.000 habitantes, localizada dentro do território. A educação continuada das equipes de Atenção Básica deve ser constitutiva da qualificação das práticas e cuidados, gestão e participação popular. - São atribuições específicas do médico no processo de trabalho nas Equipes de Saúde da Família: realizar atenção à saúde aos indivíduos sob sua responsabilidade; realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações, etc.); realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sua responsabilidade pelo 2

acompanhamento do plano terapêutico dos usuários, contribuir, realizar e participar das atividades de educação permanente de todos os membros da equipe; participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS. - São especificidades da Equipe de Saúde da Família (ESF): equipe multiprofissional composta por, no mínimo, médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: (cirurgião dentista, auxiliar ou técnico em saúde bucal). - Cada equipe de saúde da família deve ser responsável por, no máximo 4.000 pessoas, sendo a média recomendada 3.000 pessoas, respeitando critérios de equidade para esta definição. Recomenda-se que o nº de pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade de famílias daquele território. - Cadastramento de cada profissional de saúde em apenas uma ESF, exceção feita somente ao profissional médico, que poderá atuar em no máximo duas ESF e com carga horária total de 40 horas semanais. - A jornada de 40 horas deve observar a necessidade de dedicação mínima de 32 horas da carga horária (40 h) para atividades na Equipe de Saúde da Família podendo, conforme decisão e prévia autorização do gestor, dedicar até 8 horas/semanais do total da carga horária para prestação de serviços na Rede de Urgência do Município ou para atividades de especialização em Saúde da Família, Residência Multiprofissional e/ou de Medicina de Família e de Comunidade, bem como atividade de Educação Permanente e apoio matricial. - O processo de trabalho, a combinação da jornada de trabalho dos profissionais das equipes e os horários e dias de funcionamento das UBS devem ser organizados de modo que garantam o maior acesso possível, o vínculo entre os usuários e os profissionais, a continuidade, coordenação e longitudinalidade do cuidado. 3

O acolhimento dos pacientes nos serviços públicos é uma norma estabelecida pelo Ministério da saúde, utilizando os critérios de risco e prioridades para o atendimento à clientela independente do porte do serviço de saúde. Como nas unidades básicas de saúde há uma grande demanda para atendimentos agendados e por demanda espontânea, na maioria das vezes, por único médico na unidade, faz-se necessária a aplicação dessa norma e, consequentemente, treinamento de pessoal de níveis superior e médio para execução da referida atividade, priorizando as consultas de acordo com a classificação de risco/prioridades dos usuários, e não por ordem de chegada. Em resposta referente à consulta formulada por V. Sa. esclarecemos: 1. Após eu atender os meus 14 ou 16 pacientes, sou obrigado atender outros pacientes que chegarem ao posto sem marcação de consulta? R. A obrigação maior do médico é o atendimento daqueles pacientes agendados previamente, conforme acordado com a coordenação do serviço. No entanto, estando o médico ainda em seu horário de trabalho, tem obrigação legal e ética de prestar atendimento a casos de urgência/emergência. De acordo com a Portaria MS 2.488, de 21/10/2011, supracitada, são atribuições do médico realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea. 2. Tendo em vista que o posto de saúde não é local de atendimento de urgência e emergência e tendo cumprido minha obrigação de atendimento ambulatorial, é pertinente minha permanência no posto por duas horas de braços cruzados, pois não sou plantonista, sou médico do PSF/ ambulatorial? R. Neste caso, sendo servidor concursado, para trabalhar 8h diárias, cabe ao gestor público municipal, de acordo com regimento interno e 4

normas da instituição, a prerrogativa de cobrança de assiduidade e frequência do servidor, utilizando de mecanismos para o cumprimento e aferição de carga horária trabalhada, não importando que o mesmo já tenha atendido as pacientes agendadas. Poderá executar outras atividades inerentes ao programa, após o atendimento aos clientes agendados. Há, portanto, o compromisso do profissional no cumprimento de sua carga horária estabelecida, independente de estar em regime ambulatorial e em cumprimento ao que preceitua a Portaria MS supracitada, que estabelece carga normal de 40h/semanais para o médico. 3. A Prefeitura pode determinar que eu terei que atender uma demanda livre de pacientes, após ter terminado meu ambulatório se a minha capacidade de volume de paciente é a referida anteriormente? R. Se o profissional encontra-se na Unidade de Saúde, ainda no seu expediente de trabalho, após ter atendido as pacientes agendadas, deverá está disponível para consultas em casos especiais, conforme a resposta nº1 e atendimento a demanda espontânea conforme cita a Portaria MS supracitada, no item são atribuições específicas do médico na ESF (fl.2) 4. A prefeitura pode divulgar para a população que existe pronto-atendimento no Posto de Saúde, se não existe nem estrutura para tal e nem médico plantonista? R. A Unidade Básica de Saúde tem como missão executar os programas normatizados pela Estratégia de Saúde da Família, incluindo saúde da mulher, do idoso, da criança, hipertensão arterial, diabetes, Tb, Hansen, imunização, saúde oral e atividade ambulatorial para curativos, 5

injeções, retirada de pontos de sutura, inalação e observação de pacientes pelo médico da Unidade. Não se inclui no rol das atividades do Posto de Saúde, Serviço de Pronto Atendimento (SPA), que possa caracterizar casos de urgência e emergência. Portanto, a prefeitura não deve divulgar essa atividade no Posto de Saúde, encaminhando os casos para as UPAS ou Hospitais de retaguarda que prestam atendimentos de urgência (Frotinhas, Gonzaguinhas, etc.) os quais estão estruturados para tal. Este é o parecer, s.m.j. Fortaleza, 6 de dezembro de 2013 Dr. José Málbio Oliveira Rolim Conselheiro Parecerista 6