PARECER ÚNICO Nº 0458576/2015 (SIAM) INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO: Licença Prévia e de Instalação Concomitantes LP+LI



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Transcrição:

Pág. 1 de 24 PARECER ÚNICO Nº 0458576/2015 (SIAM) INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO: Licenciamento Ambiental FASE DO LICENCIAMENTO: Licença Prévia e de Instalação Concomitantes LP+LI 00102/2014/001/2014 Sugestão pelo Deferimento VALIDADE DA LICENÇA: 02 anos PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO: Outorga Reserva Legal/CAR Não há intervenção em recursos hidricos Não se aplica Cadastro efetuado EMPREENDEDOR: ESSENCIS & HPM TECNOLOGIA EM RECUPERAÇÃO DE METAIS LTDA EMPREENDIMENT O: ESSENCIS & HPM TECNOLOGIA EM RECUPERAÇÃO DE METAIS LTDA CNPJ: CNPJ: MUNICÍPIO: Congonhas ZONA: Rural COORDENADAS GEOGRÁFICA (SAD 69): LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO: 18.987.660/0001-73 18.987.660/0001-73 LAT/Y 20º 31 41,0 LONG/X 43º 43 53,0 INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO USO SUSTENTÁVEL X NÃO BACIA FEDERAL: UPGR H: Rio São Francisco BACIA ESTADUAL: Rio Paraopebas ---- SUB-BACIA: Rio Maranhão CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): F-05-15-0 Outras formas de tratamento ou de disposição de resíduos não listadas ou não çlassificadas 3 CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO/ART: Bios Consultoria/Marcela Teixeira Lopes Silva 1100760/D / 142014000000017991193 RELATÓRIO DE VISTORIA: 48794/2014 DATA: 05/08/2014 CLAS SE EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA Elaine Cristina Campos Gestora Ambiental (Gestora) 1.197.557-0 Thiago Cavanelas Gelape Analista Ambiental 1.150.193-9 Cibele de Aguiar Analista Ambiental 1.197.551-3 Daniela Bilate Cury Puida 1.367.258-9 Janaína Maia Mesquita Analista Ambiental de Formação Jurídica 1.364.424-0 De acordo: Maira Mariz Carvalho Diretora Regional de Apoio Técnico 1.364.287-1 De acordo: André Felipe Siuves Alves Diretor de Controle Processual 1.234.129-3

Pág. 2 de 24 1. Introdução O presente parecer único refere-se à análise do requerimento feito pelo empreendimento Essencis & HPM Tecnologia em Recuperação de Metais Ltda. de licença prévia e de instalação para a atividade de recuperação de ferro de lamas de aciaria provenientes de siderurgias, produzindo briquetes e pellets com alto teor de ferro. A área pleiteada situa-se na Rodovia MG 443, Km 7 Zona Rural do município de Congonhas/MG. O processo administrativo 00102/2014/001/2014 formalizado em 22/05/2014 foi enquadrado conforme a Deliberação Normativa 74/2004 no código F-05-15-0 Outras formas de tratamento ou de disposição de resíduos não listadas ou não classificadas, classe 3, porte médio. Para a análise do referido requerimento foram apresentados o Relatório de Controle Ambiental RCA e o PCA elaborados pela Bios Consultoria com responsabilidade técnica da engenheira ambiental Marcela Teixeira Lopes Silva Registro CREA/MG 110760/D. Durante a análise do referido processo foi realizada vistoria no local em 05/08/2014 Auto de Fiscalização 48794/2014, foram requeridas informações complementares aos estudos em 06/09/2014 (Documento Siam 0791153/2014), tendo sido as mesmas atendidas em 18/09/2014 protocolo R 0271668/2014. 2. Caracterização do Empreendimento O empreendimento Essencis & HPM terá como atividade principal a recuperação da lama grossa e fina de aciaria, proveniente de indústria siderúrgica, gerando como produtos briquetes e pellets com ferro concentrado nas formas metálicas e não metálicas, respectivamente. Ambas as lamas são classificadas como resíduo não perigoso, não inerte (IIA) pela NBR/ABNT 10004. A fábrica contará com duas linhas de produção, uma para a Lama Grossa de Aciaria (LGA) e outra para a Lama Fina de Aciaria (LFA) com capacidade total de recebimento de 10.000 t/mês. Para atender a demanda máxima de produção será necessário o transporte do material com um percentual de 14 viagens de caminhões diariamente. A planta industrial será locada em um terreno de 2,0ha e contará com uma área útil de 0,902ha. A localização geográfica do terreno pode ser observada conforme Figura 01 a seguir:

Pág. 3 de 24 Figura 01: Localização geográfica do terreno. Fonte: RCA, 2014. O projeto prevê a construção de um galpão de fábrica que abrigará as linhas de tratamento da LGA e LFA, áreas de manobra, pátios e área do espessador, estacionamentos de veículos leves, subestação, portaria, centro de reciclagem e balança. O projeto da unidade contará também com infraestrutura de apoio para a operação do empreendimento, como áreas de refeitório (copa), vestiário, e escritório. A previsão de implantação da unidade da Essencis & HpM é de 40 semanas com uma previsão de contratação de 32 funcionários com priorização de contratação de mão de obra local, que trabalharão de 7h às 17hs. Já para a fase de operação, a unidade prevê uma operação em regime de três turnos e está prevista a geração de 19 empregos, sendo 17 próprios e dois terceirizados. A energia elétrica a ser utilizada na fábrica será fornecida pela Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), com uma estimativa de consumo total de energia da ordem de 169000 kw/mês. A unidade contará também com uma subestação de energia elétrica com um transformador de força previsto para 380 KVA. A demanda de água prevista para atendimento do empreendimento é de 366 m 3 /dia e que será fornecida pela COPASA. Além do abastecimento de água pela COPASA, será implantado um sistema de captação de água de chuva, através de calhas do telhado e galpão, que será utilizada pela planta industrial. A água

Pág. 4 de 24 coletada será reservada em um reservatório superficial, que terá capacidade de armazenamento correspondente a 50,0 m 3. A empresa contará com uma área exclusiva de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) que atenderá os fornos de secagem e os fornos de tratamento térmico. Sua capacidade será de 60.000kg/mês. 2.1. Processo produtivo O processo industrial para a recuperação de ferro em lamas de aciaria na unidade, de acordo com informações repassadas pelo empreendedor, será projetado para duas rotas distintas, uma para a Lama Grossa de Aciaria (LGA) e outra pra a Lama Fina de Aciaria (LFA). 2.1.1. Processo de LGA A lama será recebida através de caminhões em uma baia, onde, com o auxílio de um recuperador, a LGA será direcionada a uma esteira em ritmo contínuo. Em seguida a esteira encaminhará a lama a um condicionador para adição de água e na sequência para um misturador formando uma polpa desse material com cerca de 30% (em massa) de sólidos. Com a polpa maleável, a mesma será bombeada para uma série de Dutos Ultra-Sônicos que tem a função de desagregar o material sem que o mesmo perca suas propriedades originais. As partículas desagregadas seguem para um conjunto de espirais de Humprey, cuja função será a separação gravimétrica. Nesta etapa adiciona-se água ao material. As partículas separadas serão: ferro metálico (Fe); ferro não metálico (FeO) e cal. O ferro metálico será encaminhado para um espiral Akins, que fará uma segunda classificação gravimétrica, sendo que os finos serão encaminhados para o circuito de Lama Fina de Aciaria. O material pesado (Fe) seguirá para um forno de secagem (abastecido com GLP) cuja temperatura de processo atingirá 350ºC e, em seguida, o pó de ferro obtido será encaminhado a uma briquetadeira ainda quente para conformação. Após a conformação, o briquete verde será encaminhado a outro forno para tratamento térmico a 1000ºC, também abastecido por GLP, que fará a micro-sinterização de onde os briquetes serão encaminhados a um silo para resfriamento mecânico e posterior estocagem Big Bags. Os briquetes possuem alto teor de ferro, alta resistência mecânica, baixos teores de contaminantes e homogeneidade (Figura 02).

Pág. 5 de 24 Figura 02: Forma dos briquetes. Fonte: RCA, 2014. 2.1.2. Processo da LFA O processo de tratamento da lama fina de aciaria (LFA) segue basicamente o mesmo processo da LGA com algumas particularidades. A lama fina será recebida através de caminhões em uma baia e através de um recuperador de lama seguirá por uma esteira em ritmo contínuo, para um condicionador onde haverá a adição de água e na sequência o material é misturado formando uma polpa. Nesta etapa são adicionados os finos de ferro metálico do processo de classificação da lama grossa, na espiral Akins. Esta polpa será bombeada para uma série de Dutos Ultra-Sônicos para desagregação e então essa será bombeada a um filtro. A parte líquida será encaminhada para o espessador e a parte sólida seguirá para um forno de secagem a 350º C(abastecido com GLP), até atingir uma umidade de 5%. O material seco será então encaminhado a um disco de pelotamento. No disco de pelotamento haverá a adição de água, até o limite de umidade de 8%. Os pellets formados serão direcionados a uma peneira de rolos, onde serão selecionados aqueles na faixa de 18~20mm. Os produtos fora desta faixa (maiores e menores) serão enviados a um pequeno britador e retornarão ao disco de pelotamento. Os pellets na faixa desejada serão encaminhados a um forno de tratamento térmico a 1000ºC, também abastecido com GLP, que conferirá resistência de manuseio às mesmas. Em seguida os pellets ricos em ferro não metálico (FeO) serão encaminhados a um silo onde serão resfriados mecanicamente para posterior estocagem. O pellet é caracterizado pela sua rigidez, sendo um material de difícil desintegração além de apresentar um excelente comportamento metalúrgico (Figura 03).

Pág. 6 de 24 Figura 03: Forma dos pellets. Fonte: RCA, 2014. 2.1.3. ESPESSADOR A parte líquida, de forma coloidal e composta de CaO, FeO, MgO, Zn e Alcalis, do processo de filtragem da lama fina será encaminhada a um espessador. Após o espessamento, a fração líquida será direcionada para o processo como água industrial recirculada e a parte sólida será encaminhada a aterro industrial. A classificação do rejeito do espessador é a mesma da lama fina, uma vez que ambos rejeito e lama fina são o mesmo material, porém separados por frações granulométricas distintas. Desta forma, de acordo com a NBR ANBT 10004, o resíduo é não perigoso e não inerte - classe IIA. A projeção de geração deste rejeito para a produção supracitada dos tratamentos da LGA e LFA é de 220.000kg/mês. 2.1.4. Fluxograma de processo A seguir, na Figura 04, constam os fluxogramas de processo das duas etapas descritas acima.

Pág. 7 de 24 Figura 04: Fluxograma de processo. Fonte: RCA, 2014. 2.1.5. Matérias Primas e Insumos As matérias primas a serem utilizadas no empreendimento serão as descritas na Tabela 01: Tabela 01: Matérias primas e insumos Matérias primas e insumos Quantidade (m 3 ) Estado físico Armazenamento Água Bruta 11.000 Líquido Reservatório de água bruta Lama fina 3.000 Sólido Moega de Lama Fina Lama grossa 1.000 Sólido Moega de Lama Grossa 3. Caracterização Ambiental O empreendimento se localizará nas seguintes coordenadas geográficas: Lat: 20º31 41 Long: 43º43 53

Pág. 8 de 24 Conforme relatado no RCA, no entorno do empreendimento verificaram-se áreas pertencentes a Gerdau Açominas com a plantação de eucalipto e a siderurgia a sul do empreendimento, além de fornos para produção de carvão. Ao sudoeste está em funcionamento uma ETE sobre responsabilidade da COPASA, ao norte a Vale Massa e Vale Mix com a produção de argamassa e a leste uma comunidade pertencente à mancha urbana de Ouro Branco. São equipamentos do entorno do empreendimento: (i) Campus da Universidade de São João del Rey Campus Alto Paraopeba; (ii) Vale Massa, fundada em 1996, produz argamassa; (iii) Estação de Tratamento de Esgoto (ETA) de Ouro Branco, operada pela COPASA; Carvoaria. A seguir encontram-se todas as informações de caracterização dos aspectos de área da localização do empreendimento constantes no RCA, inclusive as referências bibliográficas citadas. 3.2. Meio Biótico 3.2.1. Caracterização da Flora O município de Congonhas/MG está inserido no Bioma Mata Atlântica (IBGE, 2013) onde a fitofisionomia predominante é a Floresta Estacional Semidecidual com estágio inicial e médio de regeneração. Está presente na transição entre os dois hotsposts brasileiros: o Bioma Mata Atlântica e o Cerrado. Áreas de transição entre dois biomas, ou ecótono, são áreas que apresentam grande diversidade biológica, tanto de flora quanto de fauna, onde ocorrem espécies endêmicas e raras. A área alvo de implantação do empreendimento, objeto do presente licenciamento, encontra-se antropizada e desprovida de vegetação. Vale lembrar que a área apresentava predomínio de plantação de Eucalyptus sp. de pequeno a médio porte, com indivíduos apresentando altura inferior a 10m, serapilheira composta por folhiços oriundos de Eucalyptus sp. e ocorrência de Brachiaria sp. 3.2.2. Caracterização da Fauna A área de intervenção, objeto do licenciamento, está inserida no Quadrilátero Ferrífero em transição dos biomas Mata Atlântica e Cerrado, região classificada como Área Prioritária para a Conservação da Biodiversidade em Minas Gerais (DRUMMOND et al., 2005) por abrigar espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Esta região lida com as pressões antrópicas como explorações minerárias, expansão urbana, desmatamentos entre outros. Os mamíferos da região de estudo apresentam importância biológica alta em decorrência da perda e fragmentação do habitat. Possuem potencial ocorrência para a região o guigó (Callicebus nigrifrons), o bugio (Alouatta guariba), o tapeti (Sylvilagus brasiliensis), o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), o mico-estrela (Callithrix penicillata), o gato do mato (Leopardus sp.).

Pág. 9 de 24 As aves, nesta região, possuem altos números de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção apresentando, desta forma, importância biológica extrema para conservação da avifauna. São exemplos de aves na região: o papa-moscas-de-costas-cinzentas (Polystictus superciliares), o rabomole-da-serra (Embernagra longicauda), o beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus), o gaviãopombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus), o inhambú-chororó (Crypturellus parvirostris), o periquitão-maracanã (Psittacara leucophthalmus). Foram registrados na área de entorno por Brandt (2005) os mamíferos: Nasua nasua (quati), Callithrix penicilata (mico-estrela), Didelphis albiventris (gambá), e dentre as aves: Colaptes campestris (pica-pau-do-campo), Geranoaetus albicaudatus (gavião-de-rabo-branco), Cariama cristata (seriema), Turdus amaurochalinus (sabiá-poca), Saltator similis (trinca-ferro-verdadeiro), Sporagra magellanica (pintassilgo). A herpetofauna, formada pelos grupos de anfíbios e répteis, apresenta importância biológica especial, sobretudo devido à presença de espécies restritas a área, ao desmatamento, riqueza de espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção. São exemplos de espécies restritas e endêmicas da Serra do Espinhaço Bokermannohyla alvarengai, Bokermannohyla nanuza e Ischnocnema izecksonhi. A caninana (Spilotes pullatus) e a coral (Micrurus sp.) podem ser encontradas nessas regiões. As espécies raras, restritas e endêmicas, classificadas como especialistas, por apresentarem média e alta sensibilidade a alterações em seu ambiente, exigem áreas preservadas em seus habitats. Considerando que a área objeto do licenciamento é desprovida de vegetação arbórea é possível inferir que a fauna não tem relevância do ponto de vista biológico. 3.3. Meio Físico A geologia do município de Congonhas, área do empreendimento, insere-se no contexto do Quadrilátero Ferrífero (QF), situado na porção meridional do Cráton do São Francisco. O substrato rochoso da área do empreendimento está sobre rochas do Supergrupo Nova Lima. Este substrato indiviso na região externa ao Quadrilátero Ferrífero consiste principalmente de xisto verde metassedimentar e metavulcânico e filito com intercalações de quartzito, grauvaca, dolomito, talcoxisto e formação ferrífera (LOBATO et al, 2005). Segundo CERN (2011) foram observados na área de entorno ao empreendimento apenas afloramentos de rocha intemperizada. Estes apresentam cor vermelha e vermelha amarelada e localmente são observadas intercalações de sericita-quartzo xisto. Quanto à geomorfologia, a região em estudo encontra-se inserida em um conjunto de relevo esculpido em antigas formações dobradas, fortemente dissecado pela erosão, rebaixado na parte central e com bordas elevadas, onde há ocorrência de serras. Na gleba onde será implantado o empreendimento, o relevo apresenta-se suave ondulado, com características da dissecação fluvial, conforme se pode observar na Figura 05.

Pág. 10 de 24 Figura 05- Aspecto geral do vale do afluente sem denominação do ribeirão Gurita, a aproximadamente 750m a oeste da área do empreendimento. Vertentes suaves onduladas, com destaque para a ETE Ouro Branco ao centro da foto. Fonte: RCA, 2014. Quanto a pedologia ocorrem as seguintes classes de solo na região: Latossolos e Cambissolos (CERN, 2011). Devido ao seu estágio não muito avançado de intemperismo, os cambissolos apresentam fraco desenvolvimento de estrutura, com capacidade de infiltração extremamente limitada, e grau de agregação fracamente desenvolvido, sendo, portanto, altamente susceptível às perdas de solo por erosão. O clima segundo a classificação de Koppen, é do tipo cwb¹, mesotérmico, com verões suaves e invernos secos e temperatura média anual de 20,7ºC. A precipitação média anual é de 1.188mm, sendo os meses de julho e agosto os meses mais secos (PEREIRA, 2009). O município de Congonhas, assim como a área de implantação do empreendimento, encontra-se na bacia hidrográfica do rio São Francisco, mais especificamente na sub-bacia hidrográfica do rio Paraopeba. O córrego mais próximo à gleba de implantação é um córrego sem nome, afluente do ribeirão Gurita, na sub-bacia do rio Maranhão que, por sua vez, é tributário do rio Paraopeba. 3.4. Meio Socioeconômico Quanto aos aspectos socioeconômicos relevantes do município apresentados no RCA, pode-se destacar: Abastecimento e tratamento de água O município de Congonhas conta com rede de abastecimento e tratamento de água da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA).

Pág. 11 de 24 O Atlas de Desenvolvimento do Brasil de 2013 traz os seguintes dados sobre os serviços de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo em 2010, conforme apresentados na Tabela 02: Esgoto Sanitário Tabela 02: Percentual da população de Congonhas atendida. Serviços 2010 % da população em domicílios com água encanada 95,04 % da população em domicílios com energia elétrica 99,81 % da população em domicílios com coleta de lixo 98,88 O município não possui sistema de tratamento de efluentes sanitários. Resíduos Sólidos O aterro controlado do município foi construído após Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), nº 118, de 27 de junho de 2008. Desde 2012 o município realiza coleta seletiva do lixo. A Usina de triagem está localizada na área do Complexo dos Aterros, próximo à BR-040. O município conta com Associação dos Catadores de Papel de Congonhas (ASCACOM) (CONGONHAS, 2014). O aterro sanitário foi construído em parceria com o município de Conselheiro Lafaiete e Ouro Branco. Localizando-se em Conselheiro Lafaiete. 3.5. Análise do Zoneamento Ecológico-Econômico de Minas Gerais De acordo com o relatório de restrição ambiental disponível no site http://geosisemanet.meioambiente.mg.gov.br/ tendo como base as coordenadas 20º31 41 e 43º43 53, anexado aos autos da pasta do referido processo administrativo, a área pretendida para o empreendimento não se encontra no interior e nem na zona de amortecimento de nenhuma Unidade de Proteção Ambiental, conforme pode ser verificado na Figura 06 abaixo. Figura 06: Relatório indicativo para unidade de conservação. Fonte: http://geosisemanet.meioambiente.mg.gov.br/

Pág. 12 de 24 O curso d água que se encontra nas proximidades da área alvo do empreendimento é o Córrego Sem Nome, distante do empreendimento há pelo menos 283 metros. A consulta ao Zoneamento Ecológico Econômico ZEE, utilizando-se as mesmas coordenadas do empreendimento, apresentou o seguinte panorama (Figura 07): Figura 07: Relatório do Zoneamento Ecológico Econômico. Fonte: http://geosisemanet.meioambiente.mg.gov.br/ Como pode ser verificada acima, a vulnerabilidade natural da área é considerada baixa. Desta forma, verifica-se que a área escolhida para implantação do empreendimento deve ser cuidadosamente preservada pelo empreendedor tendo em vista se manter o nível de conservação e preservação da área e das áreas de preservação da biodiversidade. Portanto, ressalta-se que todos os cuidados e medidas mitigadoras e de controle deverão ser providenciadas pelo empreendedor para que o mesmo não promova danos à área. 3.6. Análise de Importância Espeleológica

Pág. 13 de 24 Como análise da importância espeleológica da área do empreendimento foi apresentado em 18/09/2014 junto com as informações complementares (documento R0271668/2014) o laudo técnico com responsabilidade técnica do geólogo/espeleólogo Lucas José Heleno Santos (ART 14201400000001991175). Pela análise do banco de dados do IBAMA/CECAV não foi identificado nenhuma cavidade nas proximidades do empreendimento, sendo identificadas duas distantes a pelo menos 8.9 Km da área do empreendimento. A prospecção sistemática em campo considerou um buffer de 250m, com foco nas áreas com maior potencial de ocorrências de cavidades, observando as feições geomorfológicas, drenagens, áreas de mata, afloramentos rochosos e fundos de vale. Dentro dos limites da área de estudo, não foi encontrado afloramentos rochosos in-situ, apenas material alóctone coluvionar, com elevado grau de alteração. Após a realização das etapas de campo e pesquisa nos limites do projeto, constatou-se que não há cavidades na área. Também classifica-se esta área como de baixo potencial espeleológico com ocorrência improvável de cavidades. 4. Utilização e Intervenção em Recursos Hídricos A demanda de água prevista para atendimento do empreendimento é de 366m 3 /dia e que será fornecida pela COPASA. Além do abastecimento de água pela COPASA, será implantado um sistema de captação de água de chuva, através de calhas do telhado e galpão, que será utilizada pela planta industrial. A água coletada será reservada em um reservatório superficial, que terá capacidade de armazenamento correspondente a 50,0 m 3. 5. Autorização para Intervenção Ambiental (AIA) Não se faz necessária autorização para intervenção ambiental tendo em vista que a vegetação existente na área do empreendimento é apenas rasteira com presença de poucos arbustos de eucalipto com altura inferior a 10 m. 6. Reserva Legal Quanto à regularização ambiental da área de reserva legal equivalente a uma gleba de 0,40 há, que representa 20% da área total do empreendimento, foi realizada a inscrição do imóvel rural no Sistema de Cadastro Ambiental Rural SICAR-MG em 29/08/2014 tendo sido gerado o número de controle do CAR 27164 e recibo nacional de cadastro do imóvel MG-3118007-9CFFB8C3DD3F4EFFB1F865246661A342. Ressalta-se que o cadastro foi realizado após revisão na proposta apresentada inicialmente, conforme orientações da equipe técnica da Supram-CM em

Pág. 14 de 24 vistoria a área do empreendimento em 05/08/2014 (Auto de Fiscalização 48794/2014). A equipe técnica da Supram CM manifesta favoravelmente a área de reserva legal inscrita no CAR. (a) (b) Figura 08 (a) Proposta inicial de averbação da reserva legal e (b) Proposta final após as considerações da equipe técnica da Supram CM. Fonte: RCA, 2014 e documento R 0345059/2014. 7. Avaliação de Aspectos e Impactos Ambientais A análise dos aspectos e impactos ambientais referentes à implantação da unidade industrial da Essencis & HPM foi realizado segundo as etapas relativas ao seu planejamento, implantação e operação e avaliados de acordo com o meio incidente (físico, biótico e antrópico), seus componentes e conforme as categorias: natureza, situação operacional, abrangência, frequência e significância. O detalhamento de cada item avaliado é apresentado a seguir. Planejamento As atividades previstas nesta etapa são aquelas caracterizadas pelo planejamento do empreendimento como o levantamento de dados e informações primárias e secundárias sobre o perfil físico, biótico e antrópico, através de: (i) visitas de campo, (ii) elaboração dos estudos ambientais referentes ao meio físico, biótico e antrópico; e, (iii) projetos técnicos conceituais. Implantação A etapa de implantação do empreendimento corresponde à etapa de execução das obras civis que compreendem as intervenções de terraplenagem, construção das edificações, infraestruturas como os acessos, as vias internas, os pátios de carga e descarga, estacionamento, as estruturas de

Pág. 15 de 24 controle ambiental, bem como todas as estruturas complementares inerentes ao processo operacional, além do paisagismo. Operação Na operação do empreendimento será contemplado o processamento de matérias primas, insumos, transporte de materiais, produtos e pessoas, consumo de energia, água e combustíveis, processos de apoio e manutenções operacionais e a consequente geração de resíduos sólidos, ruídos, emissões atmosféricas, efluentes líquidos e seus respectivos tratamentos em sistemas de controle ambiental. Em cada etapa operacional do empreendimento, o levantamento e a análise dos aspectos e impactos ambientais foram relacionados ao processo e às atividades associadas. Cada processo e/ou atividade considerou o meio incidente e os seus componentes. Toda a análise encontra-se nos autos do processo administrativo às folhas 62 a 75. 8. Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras Ruídos Na etapa de implantação da unidade será gerado ruído advindos do tráfego de caminhões, de veículos e da operação dos equipamentos na obra. Quando da fase de operação da fábrica o ruído será proveniente do atrito físico promovido pelos equipamentos eletromecânicos, gerados em todo o processo industrial, e do tráfego de veículos e empilhadeiras inerentes à atividade. Os colaboradores que tenham contato direto com as áreas operacionais e com as empilhadeiras e veículos deverão utilizar protetor auricular. Como medida mitigadora dos potenciais impactos ergonômicos do ruído, tanto no período de obras quanto de operação da unidade, os funcionários deverão usar protetor auricular como Equipamento de Proteção Individual (EPI). Outra medida para minimizar os potenciais impactos ambientais do ruido e a manutencao preventiva e corretiva dos veículos e equipamentos. O nível de ruído na unidade da Essencis & HpM deverá ser monitorado, quando do início das operações das atividades no local. Efluentes líquidos sanitários e industriais Efluentes sanitários

Pág. 16 de 24 Durante as obras de implantação, serão gerados efluentes líquidos sanitários provenientes dos 32 funcionários que trabalharam na obra. Serão utilizados banheiros químicos como sistema de controle do impacto destes efluentes. Será condicionante deste parecer único a apresentação do contrato e declaração de que a empresa responsável colete os efluentes e trate os mesmos. Já para a fase de operação, os efluentes sanitários serão provenientes das instalações sanitárias e da copa, local este que será utilizado apenas para o consumo de alimentos e onde não ocorrera preparo de refeições. Está previsto um projeto que contempla a implantação do sistema composto por fossa, filtro e sumidouro. O dimensionamento desse sistema será para 30 pessoas e com um cenário de vazão de 3,45 m 3 /dia. Tal sistema deverá ser monitorado quando da fase de operação. Efluentes industriais Os efluentes industriais a serem gerados na planta de tratamento da lama de aciaria serão provenientes do material que passar pelo filtro prensa, em forma coloidal sendo composto de cal (CaO), óxido de ferro (FeO), óxido de magnésio (MgO), zinco (Zn) e álcalis. Contudo, o mesmo será encaminhado a um espessador e após espessado, ter-se-á a parte líquida que será reutilizada no processo e a parte sólida gerada será encaminhada a destinação ambientalmente adequada. Todo o efluente industrial será coletado em rede confinada e encaminhado por gravidade para o espessador. Não será implantado nenhum sistema de tratamento de efluente líquido industrial tendo em vista que o processo será em circuito fechado sem nenhum descarte de efluente. Emissões atmosféricas Durante as obras de implantação, as emissões atmosféricas compreendem material particulado (poeira) e gases de combustão dos veículos e equipamentos. Durante as obras a empresa deverá manter um caminhão-pipa terceirizado para aspersão de água e abatimento da poeira em toda área de implantação. Para a minimização dos impactos decorrentes da movimentação e transporte, a empresa contratada para as obras devera manter procedimentos de manutenção preventiva e corretiva de veículos e equipamentos o qual será condicionante deste parecer único. Já na operação da fábrica será gerado material particulado e gases provenientes dos fornos de secagem e tratamento, advindos da queima do GLP, e que a priori deverão ser compostos por vapores de H 2 O e CO 2 e particulados de processos. Considerando o processo de queima de resíduos de aciaria tem-se o receio de que estas emissões não contenham SOx e NOx tendo em vista a origem da matéria prima e as temperaturas dos fornos. Os estudos ambientais para o empreendimento indicam a implantação apenas de um filtro manga para contenção destas emissões. Conhecendo o risco de se aprovar apenas a implantação de um sistema de controle que trate apenas material particulado, a equipe da Supram Central entende que

Pág. 17 de 24 deverá ser apresentado ao longo da implantação do empreendimento, um estudo mais detalhado das emissões a serem geradas e a proposição de um sistema que colete e trate as emissões gasosas a serem geradas. Estas emissões deverão ser monitoradas regularmente nas chaminés da área de utilidades para medição do teor das emissões atmosféricas de acordo com as legislações vigentes na ocasião da operação do empreendimento. Resíduos sólidos Durante a fase de implantação e operação do empreendimento está previsto a geração dos seguintes resíduos, conforme apresentado no PCA, Tabela 03: Tabela 03: Resíduos a serem gerados na implantação e operação do empreendimento.

Pág. 18 de 24 Os resíduos sólidos gerados nas etapas de implantação e operação da fábrica deverão ser destinados e geridos em conformidade com a legislação vigente e com as normas da ABNT, além das boas práticas de gestão. Uma vez que a obras estejam concluídas, a unidade contara com o sistema de coleta seletiva, através de contenedores específicos devidamente identificados. Os resíduos gerados serão armazenados em baias cobertas, construídas com blocos de concreto, sobre terreno impermeabilizado, em conformidade com as normas especificas. 9. Compensações O empreendimento ESSENCIS & HPM TECNOLOGIA EM RECUPERAÇÃO DE METAIS LTDA não é passível de incidência da Compensação Ambiental, nos termos da Lei Nº. 9.985, de 18 de julho de 2000 e do Decreto 45.175, de 17 de setembro de 2009, considerando que: a) a implantação e a futura operação regular do empreendimento não causará significativo impacto ambiental no local de implantação e em seus arredores; b) a implantação e a futura operação do empreendimento conterão todas as medidas mitigadoras e de controle ambiental exigíveis. 10. Controle Processual Trata-se o presente procedimento administrativo de licença prévia, concomitante com licença de instalação (LP+LI), tendo como requerente ESSENCIS & HPM TECNOLOGIA EM RECUPERAÇÃO DE METAIS LTDA, para atividade de outras formas de tratamento ou de disposição de resíduos não listados ou não classificados - F-05-15-0 (recuperação de ferro de lamas de aciaria provenientes de siderúrgicas) localizado no município de Congonhas/MG. O processo encontra-se formalizado (f. 06) com a documentação listada no FOBI, bem como os documentos requeridos por meio da solicitação de informações complementares, Ofício SUPRAM- CM- 1083/2014, constando dentre outros a declaração da Prefeitura de Congonhas (f.15), indicando que o tipo de atividade desenvolvida e o local de instalação do empreendimento estão em conformidade com as leis e regulamentos administrativos do município. Os custos de análise do licenciamento foram devidamente quitados, bem como os emolumentos, conforme se comprova nos recibos apresentados aos autos. A certidão negativa de débito ambiental foi expedida pela Diretoria Operacional da SUPRAM CM em 22/05/2014 dando conta da inexistência de débitos ambientais até aquela data. Os estudos apresentados estão acompanhados das ARTs dos responsáveis anotado junto aos respectivos órgãos de classe dos profissionais.

Pág. 19 de 24 Em atendimento ao Princípio da Publicidade e ao previsto na Deliberação Normativa COPAM nº 13/95 foi publicado em jornal de grande circulação o requerimento das Licenças Prévia e de Instalação, fl. 155. Pelo órgão ambiental foi publicado no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, fls. 157. Trata-se de empreendimento classe 3 (três), a análise técnica conclui pela concessão das licenças prévia e de instalação concomitantemente, com validade de 2 (dois) anos, observando as determinações relacionadas nos Anexos deste parecer. Deste modo, não havendo óbice, recomendamos o deferimento nos termos do parecer técnico. 11. Conclusão A equipe interdisciplinar da Supram Central Metropolitana sugere o deferimento desta Licença Ambiental na fase de Licença Prévia e de Instalação LP+LI, para o empreendimento ESSENCIS & HPM TECNOLOGIA EM RECUPERAÇÃO DE METAIS LTDA para a atividade de Recuperação de ferro de lamas de aciaria provenientes de siderurgias, no município de Congonhas/MG, pelo prazo de 02 anos, vinculada ao cumprimento das condicionantes e programas propostos. As orientações descritas em estudos, e as recomendações técnicas e jurídicas descritas neste parecer, através das condicionantes listadas em Anexo, devem ser apreciadas pela Unidade Regional Colegiada do Copam Bacio Rio Paraopebas. Oportuno advertir ao empreendedor que o descumprimento de todas ou quaisquer condicionantes previstas ao final deste parecer único (Anexo I) e qualquer alteração, modificação e ampliação sem a devida e prévia comunicação a Supram Central Metropolitana, tornam o empreendimento em questão passível de autuação. Cabe esclarecer que a Superintendência Regional de Regularização Ambiental do Central Metropolitana, não possui responsabilidade técnica e jurídica sobre os estudos ambientais apresentados nesta licença, sendo a elaboração, instalação e operação, assim como a comprovação quanto a eficiência destes de inteira responsabilidade da(s) empresa(s) responsável(is) e/ou seu(s) responsável(is) técnico(s). Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo requerente, de outras licenças legalmente exigíveis. Opina-se que a observação acima conste do certificado de licenciamento a ser emitido. 12. Anexos Anexo I. Condicionantes para Licença Prévia e de Instalação (LP+LI) Anexo II. Programa de Automonitoramento da Licença Prévia e de Instalação (LP+LI) Anexo III. Relatório Fotográfico

Pág. 20 de 24 ANEXO I Condicionantes para Licença Prévia e de Instalação (LP+LI) Essencis & HPM Tecnologia em Recuperação de Metais Ltda. Empreendedor: Essencis & HPM Tecnologia em Recuperação de Metais Ltda. Empreendimento: Essencis & HPM Tecnologia em Recuperação de Metais Ltda. CNPJ: 18.987.660/0001-73 Município: Congonhas Atividade: Outras formas de tratamento ou de disposição de resíduos não listadas ou não classificadas. Código DN 74/04: F-05-15-0 Processo: 00102/2014/001/2014 Validade: 02 anos Item Descrição da Condicionante Prazo* 01 Executar o Programa de Automonitoramento, conforme definido no Anexo II. Durante a vigência de Licença de Instalação 02 03 04 05 06 Enviar contrato de prestação de serviço da empresa locadora dos banheiros químicos e uma declaração de tratamento dos efluentes líquidos sanitários coletados pelos mesmos. Promover a sinalização na rodovia indicando a entrada e saída de caminhões durante toda a fase de obra do empreendimento. Enviar relatório fotográfico das sinalizações quando da implantação. Apresentar projeto para implantação de cortina arbórea em toda a extensão limítrofe do empreendimento, considerando espécies mais resistentes às condições de clima e solo local. Incluir o cronograma de executabilidade do projeto, juntamente com a anotação de responsabilidade técnica do profissional responsável. Implantar o projeto acima mencionado, após a realização de obras de terraplanagem no terreno, enviando semestralmente ao órgão ambiental o relatório técnico de acompanhamento e manutenção do mesmo. Apresentar comprovante de inspeção veicular da frota de veículos circulante no empreendimento quanto a emissões de fumaças. 60 dias. Antes do início das obras. 45 dias. Durante a instalação do empreendimento. A cada 8 meses. 07 08 Apresentar estudo técnico de caracterização, incluindo estudo de dispersão, para as emissões atmosféricas. Se o estudo acima indicar níveis de emissões de gases, além de H 2 O e CO 2, apresentar proposta para sistema de tratamento de gases que seja coerente com os processos de operação do empreendimento. Entende-se proposta como sendo proposta de equipamento, memorial de cálculo de eficiência e projeto técnico 90 dias. 120 dias.