O TRINÔMIO IES, DISCENTE E PROFISSIONAL:

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Transcrição:

Instituto de Engenharia, Inovação e Tecnologia Textos para Discussão Nº 01 1 O TRINÔMIO IES, DISCENTE E PROFISSIONAL: Engenharia de Produção David Morais davidmorais@sociologist.com 2014

Textos para Discussão É publicado pela Universidade Candido Mendes, através do Instituto de Engenharia, Inovação e Tecnologia e tem como objetivo difundir resultados de estudos técnicos e científicos, nas áreas de Engenharia (Civil, Mecânica e Produção) e áreas correlatas, os quais, por sua relevância, levam informações para profissionais especializados e estabelecem um espaço para sugestões, cujo conteúdo não tenha sido publicado em outra revista. 2 M827t Morais, Davis P. O trinômio IES, discente e profissional : engenharia de produção / Davis P. Morais. -- Rio de Janeiro : UCAM, Instituto de Engenharia, Inovação e Tecnologia, 2014. 16 p. -- (Textos para discussão ; v. 1) 1. Engenharia de produção 2. IES I. Universidade Candido Mendes. Instituto de Engenharia, Inovação e Tecnologia II. Título III. Série. CDU 658.5:378(05)

Conteúdo Resumo... 4 Introdução... 5 Os dados... 5 As IES... 6 3 Os discentes... 9 Os profissionais... 12 O Autor... 16

Resumo Este texto tem por objetivo oferecer uma descrição do atual estado do curso de Engenharia de Produção no Brasil, sob a perspectiva da distribuição das Instituições de Ensino Superior ofertante, do corpo discente e dos profissionais atuantes nesta categoria profissional. Utiliza como fontes de informação os Censos do Ensino Superior coletados pelo INEP e o Censo Populacional do IBGE. 4

Introdução Este texto tem por objetivo descrever de maneira sucinta o atual estágio da Engenharia de Produção no Brasil, com foco em três elementos: i) as instituições de ensino superior ofertantes de cursos desta natureza; ii) a distribuição dos alunos matriculados no curso e iii) o perfil do profissional da engenharia de produção no Brasil. A Engenharia de Produção, no Brasil, desenvolveu-se com esse nome a partir de 1950 e, em seus anos iniciais, esteve relacionada com todas as seis grandes áreas da Engenharia: Engenharia de Produção Civil, Engenharia de Produção Mecânica, Engenharia de Produção Elétrica, Engenharia de Produção Metalúrgica, Engenharia de Produção de Minas, Engenharia de Produção Química, além da Economia através da Econometria. 5 O estudo subdivide-se em três blocos. No primeiro, estaremos centrados na descrição da distribuição dos cursos de Engenharia de Produção 1 pelas regiões brasileiras, por categorias administrativas e acadêmicas e pelas quatro maiores IES ofertantes. No segundo bloco apresentaremos a distribuição total do contingente discente pelas categorias administrativas e organizações acadêmicas, bem como o sexo, cor/raça, ano de ingresso e as maiores IES em número de matriculados. Por último, no terceiro bloco, abordaremos o perfil do profissional da engenharia de produção, tendo como base seus dados sócio-demográficos e informações sobre sua condição de trabalho. Os dados As informações utilizadas neste estudo têm como fonte: - para os dados referentes as IES e os discentes, os Censos do Ensino Superior, preenchidos anualmente pelas IES brasileiras e coligidas pelo INEP 2 ; - para a descrição do perfil do profissional do engenheiro de produção, Censo Demográfico de 2010, coletado pelo IBGE 3. 1 Nossa análise centra-se exclusivamente nos cursos sob a denominação Engenharia de Produção, 2 A primeira coleta do Censo foi realizada em 1995, desde aquela época o questionário a ser preenchido pelas IES passou por várias modificações em sua estrutura, a partir de 2010 assume um formato mais maleável de ser trabalhado e analisado.

As IES A primeira coleta do Censo do Ensino Superior realizada em 1995, apresenta o curso de Engenharia de Produção sob 6 designações, quais sejam: Engenharia de Produção 6 cursos; Engenharia de Produção Mecânica 8 cursos; Engenharia de Produção Materiais 1 curso; Engenharia de Materiais Química 1 curso; Engenharia de Produção Agroindustrial 1 curso; Engenharia de Produção Civil 1 curso e Engenharia de Produção Elétrica 1 curso. 6 Em 2008 o total de cursos oferecidos sobe para 159, dos quais 122 são de IES privadas e 37 das públicas. É a partir desta data que se observa o constante incremento no crescimento de IES ofertando o curso de Engenharia de Produção superior a 200%, conforme demonstra a tabela 1. De acordo com o E-Mec, o total de cursos de Engenharia da Produção existentes no cadastro geral de cursos perfaz um total de 697, sendo que 637 estão ativos em 18/02/14 4. Tabela 1 - Número de cursos ofertados no Brasil Nº de Cursos 2009 202 2010 319 2011 384 2012 439 Quando se observa o crescimento da oferta pela perspectiva das categorias administrativas (tabela 2), temos o predomínio do conjunto das IES particulares em evidência para as sem fins lucrativos sobre as públicas. 3 Tentou-se utilizar o Censo de 2000, entretanto, entre as categorias utilizadas naquele censo para designar as profissões/ocupações, não havia menção a engenheiro de produção. 4 Disponível em - http://emec.mec.gov.br/emec/nova#avancada - Acessado em 18/02/2014.

Tabela 2 - Categorias Administrativas segundo o ano de oferta Categoria 2009* 2010 2011 2012 Pública Federal 34 52 54 56 Pública Estadual 8 19 22 23 Pública Municipal 4 4 5 4 Privada com fins lucrativos * 105 138 180 Privada sem fins lucrativos * 139 162 160 Especial * * * 11 *Particular em sentido estrito 113; particular confessional 39 e particular comunitária 13. 7 A distribuição das ofertas segundo a organização acadêmica aponta para a proeminência das faculdades, seguida pelas universidades, dentre aquelas a proporcionar maiores disponibilidades de locais de acesso à carreira de engenheiro de produção. Tabela 3 - Organização Acadêmica segundo o ano de oferta Org 2009 2010 2011 2012 CEFET 2 2 2 2 Centro Universitário 46 65 72 79 Faculdade 60 102 134 167 IFECT * 4 5 5 Universidade 93 146 168 186 A região sudeste predomina de maneira esmagadora como a de maior fonte de oferta de cursos na área de Engenharia de Produção, seguida a larga distância pela região sul, sendo que a região norte é a área geográfica brasileira de menor quantitativo de oferta, conforme a tabela 4.

Tabela 4 - Localização geográfica segundo ano de oferta Região 2009 2010 2011 2012 Sem Informação * 3 4 5 Centro Oeste 8 14 18 20 Nordeste 28 42 46 52 Norte 9 12 15 19 Sudeste 120 194 235 267 Sul 28 54 63 76 8 No que se refere as IES propriamente ditas, observamos a concentração das ofertas, nos quatro anos consolidados, em três universidades originalmente instaladas no sudeste e outra na região sul. Note-se que a UNESA apresenta um crescimento expressivo no tocante ao número de unidades onde são oferecidos o curso de Engenharia de Produção de duas unidades em 2009 para onze em 2012. O mesmo se pode dizer sobre o crescimento da oferta deste curso na UCAM de duas em 2009 para oito em 2012. A UNIVERSO em 2008 já apresentava quatro unidades ofertantes e dobrou o número de unidades no período em análise, ao passo que a Universidade Estadual de Maringá apresenta um pequeno aumento das unidades de oferta, lembrando, porém, que ela já inicia a sua trajetória com quatro unidades habilitadas para a oferta de Engenharia de Produção. Tabela 5 - IES maiores ofertantes segundo o ano de oferta IES 2009 2010 2011 2012 UNESA 2 8 9 11 UCAM 2 3 5 8 UNIVERSO 4 7 7 8 Univ. Estadual de Maringá * 4 5 5

Os discentes O crescimento do número de alunos matriculados no curso de Engenharia de Produção é algo expressivo no Brasil, haja vista o quantitativo apresentado na tabela 6 referente ao período de 2009 a 2012, onde se observa o incremento em mais de 300% no alunado matriculado no curso. 9 Tabela 6 - Número de alunos matriculados 5 Nº de Cursos 2009 46744 2010 92753 2011 123381 2012 156445 No tocante ao contingente de alunos matriculados nas IES, as instituições privadas predominam em mais de 100% em relação às públicas. Já no caso das organizações acadêmicas, são as universidades a apresentarem o maior contingente de alunos matriculados, conforme as tabelas 7 e 8. Tabela 7 - Categorias Administrativas segundo o ano de matrícula Categoria 2009* 2010 2011 2012 Pública Federal 6932 10820 12733 14376 Pública Estadual 1380 4261 4843 4995 Pública Municipal 720 998 1255 913 Privada com fins lucrativos 30449 45417 66188 Privada sem fins lucrativos 46225 59133 67924 Especial 2049 *Particular em sentido estrito: 26249; particular confessional 7569 e particular comunitária 3894 5 Matriculado corresponde à soma dos vínculos de aluno cursando ou formado a um curso superior. O cálculo a partr da DM_ALUNO_2011 corresponde à contagem da variável CO_ALUNO_CURSO, quando CO_ALUNO_SITUAÇÂO+(,6) ou IN_MATRICULA=1.

Tabela 8 - Organização Acadêmica segundo o ano de matrícula Org 2009 2010 2011 2012 CEFET 1122 1546 1081 771 Centro Universitário 10387 20101 24303 28162 Faculdade 12803 27411 39919 53798 IFECT 295 589 768 Universidade 22432 43800 57489 72946 10 Como não poderia deixar de ser, a Engenharia e, em nosso caso especifico, o ramo da produção continua sendo uma profissão sexualizada, ou seja, a maioria esmagadora de alunos são do sexo masculino, apesar do expressivo crescimento do contingente feminino no cômputo geral dos matriculados no curso, conforme tabela 9. No quesito raça/cor, temos o predomínio dos brancos em relação às demais raças/cor, veja-se a tabela 10. Entretanto, há de se notar o número considerável de alunos aos quais não foi consignada nenhuma das opções raça/cor constantes no questionário preenchido pelas IES. A este respeito, no Censo do Ensino Superior a ser preenchido em 2014, com base nas informações de 2013, é obrigatório o preenchimento desta variável. Tabela 9 - Sexo do discente segundo ano de matrícula Sexo 2009 2010 2011 2012 Masculino 33431 67222 88681 109501 Feminino 13313 25531 34700 46944 Tabela 10 Cor / raça do aluno segundo ano de matrícula Cor / raça 2009 2010 2011 2012 Branca 9458 19809 27352 38658 Parda 2288 5422 9055 13677 Preta 467 1239 1975 3181 Amarela 241 952 1408 1524 Indígena 40 84 110 167 Não dispõe inf. 19182 35677 46595 50159 Não declarada 15068 29570 36886 43079

É considerável o crescimento do afluxo de novos candidatos a carreira de engenheiro de produção. Para tanto, a tabela 11 informa o quantitativo de novas matrículas nos anos em análise, indicando, em uma primeira visão, a transformação da carreira no que poderíamos chamar de profissão da moda. Tabela 11 - Data de ingresso no curso segundo ano de matrícula Data ingresso 2009 2010 2011 2012 1980-1989 2 6 4 5 1990-1999 70 94 83 56 2000-2007 17470 22947 18243 11690 2008 13423 17024 15916 13751 2009 15779 24167 20554 17031 2010 28515 31748 26383 2011 36883 35010 2012 52519 11 As quatro IES com maior número de matriculados no curso de Engenharia de Produção, perfazem 13% do total geral dos futuros profissionais de engenharia de produção (tabela 12). Há, também, que salientar serem estas IES aquelas que possuem os maiores números de campi ofertantes. Tabela 12 - IES com maiores número de discentes segundo o ano de matrícula IES 2009 2010 2011 2012 UNIVERSO 1933 4110 5902 6720 UNESA 436 2557 3715 5953 UNISA 1447 3131 4349 UCAM 1335 1948 2791 3606

Os profissionais A distribuição geográfica dos profissionais da engenharia de produção concentra-se sobretudo na região sudeste (77%), vindo a seguir a região sul (tabela 13). São Paulo é a unidade da federação a congregar 43% dos profissionais atuantes na área no Brasil (tabela 14). 12 Tabela 13 - Distribuição dos profissionais segundo as regiões geográficas Brasil 2010 Região N % Norte 657 2,7 Nordeste 1910 8,0 Sudeste 18507 77,0 Sul 2651 11,0 Centro Oeste 296 1,2 Total 24021 100,0 Tabela 14-5 Maiores UF em número de profissionais Brasil 2010 UF N % São Paulo 10385 43,2 Rio de Janeiro 4980 20,7 Minas Gerais 2795 11,6 Paraná 1179,9 Bahia 999 4,2 Outras Ufs 3683 19,4 Total 24021 100,0

A supremacia masculina no exercício da profissão de engenheiro de produção é novamente referendada (tabela 15), agora com base nas informações do Censo de 2010, com mais de 84% dos profissionais em exercício. De maneira análoga, são os brancos (81,2%), casados (51,5%) os predominantes na composição do corpo profissional brasileiro (tabelas 16 e 17). Na distribuição por faixa etária, (tabela 18), encontramos uma pequena diferença percentual entre as faixas de 23 a 29 anos (33,3%) e 30 a 39 anos de idade (31,3%) 13 Tabela 15 - Sexo dos profissionais Brasil 2010 Sexo N % Masculino 20205 84,1 Feminino 3816 15,9 Total 24021 100,0 Tabela 16 Cor/raça dos profissionais Brasil 2010 Cor N % Branca 19497 81,2 Parda 3321 13,8 Preta 671 2,8 Amarela 532 2,2 Total 24021 100,0 Tabela 17 - Estado civil dos profissionais Brasil 2010 Estado Civil N % Casado 12372 51,5 Solteiro 10039 41,8 Divorciado 930 3,9 Desquitado ou separado judicialmente 540 2,2 Viúvo 139 0,8 Total 24021 100,0

Tabela 18 - Faixa etária dos profissionais Brasil 2010 Faixa etária N % 23 a 29 anos 7732 33,3 30 a 39 anos 7265 31,3 40 a 49 anos 3975 17,1 50 a 59 anos 2915 12,6 60 a 64 anos 865 3,7 65 e mais 444 1,9 Total 23195 100,0 14 Observa-se que menos de 10% dos profissionais brasileiros recenseados realizaram estudos avançados de pós-graduação em nível stricto sensu (tabela 19). Tabela 19 - Curso mais elevado concluído Brasil 2010 Titulação acadêmica N % Graduação 18804 90,8 Mestrado 1597 7,7 Doutorado 320 1,5 Total 20721 100,0 Outra informação importante obtida do Censo de 2010 é o fato de somente 2,9% dos profissionais atuantes à época exercerem a sua atividade em mais de um local de trabalho (tabela 20), sendo 82,6% empregados com carteira de trabalho assinada, enquanto 8,9% trabalhavam por conta própria (tabela 21). Tabela 20 - Trabalha em quantos empregos Brasil 2010 Empregos N % Um 23317 97,1 Dois ou mais 704 2,9 Total 20721 100,0

Tabela 21 - Nesse trabalho era... Brasil 2010 Situação N % Empregado com carteira de trabalho assinada 19837 82,6 Empregado pelo regime jurídico dos funcionários públicos 452 1,9 Empregado sem carteira de trabalho assinada 813 3,4 Conta própria 2145 8,9 Empregador 751 3,1 Não remunerado 23,1 Total 20721 100,0 15 Um dos grandes problemas enfrentados pela população brasileira diz respeito à sua mobilidade urbana, face ao crescimento das cidades, tanto no que tange ao contingente populacional, quanto ao número de veículos circulantes. Em relação ao tempo gasto no deslocamento do profissional de engenharia de produção, de sua residência até o seu local de trabalho, vemos que 81,4% destes recenseados despendem até uma hora para percorrer esse trajeto (tabela 22). Tabela 22 - Tempo habitual gasto de deslocamento de sua casa até o trabalho Brasil 2010 Tempo deslocamento N % Até 05 minutos 557 3,1 De 06 minutos até meia hora 7056 39,8 Mais de meia hora até uma hora 6825 38,5 Mais de uma hora até duas horas 2801 15,8 Mais de duas horas 469 2,6 Total 17708 100,0

O Autor David Morais Doutor em Geografia pela UFRJ, mestre em Sociologia pelo IUPERJ, graduado em Ciências Sociais pela UFMG. É pesquisador do Instituto de Engenharia, Inovação e Tecnologia, assessor da Pró-Reitoria de Engenharia e Inovação Tecnológica e professor da Universidade Candido Mendes. Realiza pesquisas na área de políticas públicas, com ênfase em políticas do ensino superior, inovação tecnológica e segurança pública. Presta consultorias a empresas e instituições públicas e privadas. Autor de artigos na área de Ciências Sociais. 16