UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA PARTICIPAÇÃO DOS RECEPTORES TLR2, TLR4, TLR9 E DA MOLÉCULA ADAPTADORA MYD88 NA INFECÇÃO POR Brucella ovis EM CAMUNDONGOS C57/BL6 E A PROTEÍNA TcpB COMO FATOR DE VIRULÊNCIA PARA Brucella ovis (Dissertação) Ana Luiza Sarkis Vieira Belo Horizonte 2012

Ana Luiza Sarkis Vieira PARTICIPAÇÃO DOS RECEPTORES TLR2, TLR4, TLR9 E DA MOLÉCULA ADAPTADORA MYD88 NA INFECÇÃO POR Brucella ovis EM CAMUNDONGOS C57/BL6 E A PROTEÍNA TcpB COMO FATOR DE VIRULÊNCIA PARA Brucella ovis Dissertação apresentada à Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de mestre Curso: Mestrado em Patologia Orientadora: Profa. Tatiane Alves da Paixão Co-orientador: Prof. Renato de Lima Santos Belo Horizonte 2012

Dedico à minha família, pelo apoio durante todo o período de pósgraduação. O esforço dos filósofos tende a compreender o que os contemporâneos se contentam em viver Friedrich Nietzsche

Agradecimentos Agradeço aos meus pais, Alexander e Yesmin, que não mediram esforços para que eu tivesse uma boa formação; Ao Prof. Renato, pelos ensinamentos em patologia durante todo o período de pósgraduação e pela confiança; À Profa Tatiane, pela confiança, orientação e ensinamentos; Ao Prof. Ernane, sempre muito querido comigo e com todos os alunos da pósgraduação; À Denise pelo apoio psicológico; Às amigas Silvia, Ana Flávia, Juliana Saes, Eliana e Stella, que foram grandes companheiras durante todo este trajeto; Aos meus gatos, Camille, Tarsila e Corujito, pela fofura; Aos familiares por todo amor, paciência e compreensão nos momentos em que não pude estar presente; Ao trekking, que me proporcionou conhecer belas paisagens em Minas Gerais; Aos colegas Teane, Valéria, Luciana, Érica, Juliana Mol, Ana Patrícia, Auricélio e Andréia, pela ajuda fundamental para a realização deste trabalho; À Adriana, Taciana e Marliete, pelo apoio técnico; Aos animais utilizados neste trabalho, espero que seu sacrifício não tenha sido em vão; Ao Prof. Sérgio Costa e Prof. Ricardo Gazzinelli por gentilmente concederem os animais utilizados neste trabalho; Ao CNPq, por me conceder bolsa de estudos durante o mestrado.

SUMÁRIO RESUMO 8 ABSTRACT 9 1. INTRODUÇÃO 10 2. REVISÃO DE LITERATURA 12 2.1 Brucelose 12 2.2 Brucella ovis 14 2.3 Patogênese e fatores de virulência de Brucella spp 17 2.4 Mecanismos de evasão do sistema imunológico do gênero Brucella 22 3. OBJETIVOS 27 4. CAPÍTULO I 28 4.1 Introdução 28 4.2 Material e métodos 28 4.3 Resultados 33 4.4 Discussão 43 4.5 Conclusão 48 5. CAPÍTULO II 49 5.1 Introdução 49 5.2 Material e métodos 49 5.3 Resultados 53 5.4 Discussão 58 5.5 Conclusão 60 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 61 ANEXOS 75

LISTA DE TABELAS Tabela 1. Espécies de Brucella e seus hospedeiros preferenciais 13 Tabela 2. Função, localização e molécula adaptadora dos TLR. 23 Tabela 3. Primers utilizados para a RT-PCR. 32 Tabela 4. Peso relativo do baço (%) de camundongos infectados com B. ovis em diferentes tempos de infecção Tabela 5. Escore de lesão em camundongos infectados com Brucella ovis em diferentes tempos de infecção Tabela 6. Escore de inflamação em órgãos de camundongos infectados por Brucella ovis aos sete dpi Tabela 7. Escore de lesão de camundongos infectados com Brucella. ovis aos 30dpi 34 34 40 40 Tabela 8. Primers utilizados neste estudo. 52 Tabela 9. Peso relativo do baço (%) de camundongos infectados com diferentes amostras de Brucella ovis em diferentes tempos de infecção Tabela 10. Escore de lesão para o baço e fígado de animais infectados com diferentes amostras de Brucella ovis em diferentes tempos de infecção 57 57

LISTA DE FIGURAS Figura 1. Cinética de infecção de camundongos C57/BL6 machos (n=4) e fêmeas (n=5). Figura 2. Susceptibilidade dos camundongos Knockout MyD88 (n=10) aos sete dpi. Figura 3. Susceptibilidade dos camundongos Knockout para TLR2 (n=8), TLR4 (n=9) e TLR9 (n=6) à infecção por Brucella ovis aos sete dpi. Figura 4. Susceptibilidade dos camundongos Knockout para TLR9 (n=5) aos 30dpi. Figura 5. Esplenomegalia em camundongos Knockout para TLR2 (n=8), TLR4 (n=9), TLR9 (n=6) e MyD88 (n=10) infectados com Brucella ovis após sete dpi. Figura 6. Histopatologia e imunomarcação de fígado de animais knockout MyD88 após sete dpi com Brucella ovis. Figura 7. Histopatologia de camundongos Knockout para TLR9 infectados com Brucella ovis após sete dpi. Figura 8. Transcrição de moléculas pró-inflamatórias e citocinas em baço de camundongos MyD88-/- (A) e TLR9-/- (B) aos sete dpi. 33 35 37 38 39 41 41 42 Figura 9. Cinética de infeção in vitro das amostras de Brucella ovis. 54 Figura 10. Cinética in vivo de infecção da amostra mutante de ΔtcpB de Brucella ovis. Figura 11. Infecção de camundongos com a amostra ΔtcpB de Brucella abortus. Figura 12. Índice competitivo (log UFC amostra virulenta/log UFC amostra mutante) de B. ovis e ΔtcpB de Brucella ovis. Figura 13. Histopatologia de fígado de animais infectados com amostra WT e ΔtcpB de Brucella ovis. 55 56 57 58