RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ

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Transcrição:

INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ RELATÓRIO TÉCNICO Nº 34 2012

COORDENAÇÃO E EXECUÇÃO DO TRABALHO LACTEC Instituto de Tecnologia Para o Desenvolvimento EQUIPE TÉCNICA Leonardo Pussieldi Bastos Divisão de Meio Ambiente LACTEC Camila Ghilardi Cardoso Divisão de Meio Ambiente LACTEC Curitiba, março de 2012

1. Monitoramento da Ictiofauna O presente relatório apresenta informações complementares sobre as análises histológicas (reprodução) realizadas com peixes migradores coletados nas diversas fases de campo do monitoramento da ictiofauna no rio Tibagi na área de influência da UHE de Mauá, dados estes coligidos como parte integrante do Projeto Básico Ambiental. Atividades desenvolvidas Os espécimes coletados durante as fases de campo foram acondicionados em sacos plásticos, sendo então transportados para laboratório. Em laboratório, os exemplares foram transferidos para uma solução de álcool 70% e foi realizada sua quantificação e correta identificação ao menor nível taxonômico possível, inclusive por consultas on-line nos bancos de dados ictiofaunísticos do FISHBASE (www.fishbase.org) e dos Projetos PRONEX e NEODAT II (Fish Collection www.neodat.org). De cada exemplar capturado foram registradas as seguintes informações: data da coleta, ponto de amostragem, aparelho de pesca e período de captura, número do exemplar, espécie ou morfotipo, comprimento total (cm), comprimento padrão (cm), peso (g), sexo e estádio de maturação gonadal macroscópico, peso das gônadas (Figura 1). Figura 1. Procedimentos de triagem, identificação, quantificação e biometria dos exemplares capturados durante as fases de campo. 1

Os exemplares foram dissecados em laboratório para identificação do sexo e classificação dos diferentes estádios de maturidade por observação macroscópica, segundo metodologia descrita em Vazzoler (1996). O estádio de desenvolvimento gonadal foi determinado através das características relacionadas a cor, transparência, flacidez, tamanho e visualização dos ovócitos. Todas as gônadas foram pesadas em balança de precisão (0,001g) (Figura 2). Para a confirmação de alguns estádios de desenvolvimento ovariano, algumas gônadas foram incluídas em parafinas para a confecção de lâminas permanentes, as quais foram coradas com Hematoxilina-Eosina (HE). A escolha dos ovários (preferencialmente) para tal análise se deve ao fato de o desenvolvimento ovocitário possuir um caráter mais informativo quando comparado ao desenvolvimento gamético ocorrido nos testículos (WEST, 1990). Os cortes histológicos foram analisados em microscópio de luz e permitiram a caracterização dos estádios de maturação ovariana e, quando necessário, a correção da análise macroscópica realizada (Tabelas 1, 2 e 3). Figura 2. Procedimentos de separação, fixação e pesagem das gônadas para a análise da atividade reprodutiva (IGS, Estádio de maturação gonadal e proporção sexual) dos exemplares capturados durante as fases de campo. 2

Tabela 1. Síntese descritiva do estádio de desenvolvimento gonadal (ovários) registrado para Pimelodus maculatus nas escalas macro e microscópica. Estádio Características Macroscópicas Características Microscópicas Maduro - ovários grandes e túrgidos, ocupam 2/3 da cavidade abdominal; ocupando quase ou totalmente a cavidade abdominal; - consistência firme; - coloração amarelada; - vascularização evidente; - ovócitos visíveis. - folículos na fase II; - ovócitos grandes; - predomínio de folículos fases V; - membrana vitelínica espessa. - Figuras 3 e 4 3

Figura 3. Pimelodus maculatus (mandi), 35 cm de comprimento total, coletado em Outubro de 2009. Figura 4. Pimelodus maculatus (mandi), 24 cm de comprimento total, coletado em Dezembro de 2009. 4

Tabela 2. Síntese descritiva do estádio de desenvolvimento gonadal (ovários) registrado para Leporinus elongatus nas escalas macro e microscópica. Estádio Características Macroscópicas Características Microscópicas Maduro - ovários grandes e túrgidos, ocupando quase ou totalmente a cavidade abdominal; - consistência firme; - coloração avermelhada; - vascularização evidente; - ovócitos visíveis. - ovócitos grandes; - diversos folículos com grânulos de vitelo fusionados (fase V); - predomínio de folículos fase V; - membrana vitelínica espessa. - Figura 5 5

Figura 5. Leporinus elongatus (piapara), 46 cm de comprimento total, coletado em Dezembro de 2009. 6

Tabela 3. Síntese descritiva do estádio de desenvolvimento gonadal (ovários) registrado para Schizodon nasutus nas escalas macro e microscópica. Estádio Características Macroscópicas Características Microscópicas Maduro - ovários grandes e túrgidos, ocupando quase ou totalmente a cavidade abdominal; - consistência firme; - coloração amarelada; - vascularização evidente; - ovócitos visíveis. - ovócitos grandes; - diversos folículos com grânulos de vitelo fusionados (fase V); - predomínio de folículos fases V e VI; - membrana vitelínica espessa. - Figura 6 7

Figura 6. Schizodon nasutus (campineiro), 41,6 cm de comprimento total, coletado em Novembro de 2010. 8

Considerações sobre os resultados A partir das análises macroscópicas e microscópicas complementares das gônadas e da variação sazonal do IGS, pode-se inferir que os ambientes onde as espécies migradoras foram capturadas (pontos amostrais localizados no leito do rio Tibagi: MONT-RES, RES e JUS) são importantes sítios de desenvolvimento de seu ciclo reprodutivo (piracema), mas é importante se destacar que a identificação precisa das áreas de desova precisa de estudos específicos, como aqueles que envolvem o registro de ovos e larvas de peixes (ictioplâncton). Muito embora esses resultados não possam ser considerados conclusivos, como o rio Tibagi na região estudada não apresenta áreas úmidas adjacentes, tais como várzeas e lagoas marginais naturais, os locais de desova e de desenvolvimento inicial provavelmente ocorram em diversos trechos da bacia, tanto na calha principal como em seus tributários, sendo que os sítios reprodutivos das espécies migradoras pode restringir-se ao rio principal e à parte inferior dos principais tributários. De acordo com os resultados observados, a estação reprodutiva compreende os meses de primavera e verão, estações nas quais ocorreram indivíduos maduros/em reprodução, bem como os maiores valores individuais (fêmeas) e médios para o IGS, um indicador complementar do processo de maturação. A desova das espécies migradoras parece ocorrer principalmente nos meses de verão (dezembro/janeiro), época na qual foi registrado o maior número de indivíduos desovados junto ao decréscimo nos valores do IGS. Esse período de atividade reprodutiva é coincidente com o observado para outras espécies na bacia do Paraná (VAZZOLER & MENEZES, 1992; VAZZOLER et al., 1997), com maior frequência de fêmeas em atividade reprodutiva entre setembro e janeiro. 9

Referências WEST, G. (1990). Methods of assessing ovarian development in fishes: a review. Australian Journal of Marine and Freshwater Research, 41: 199-222. VAZZOLER, A. E. A. M.; MENEZES, N. A. (1992). Síntese dos conhecimentos sobre o comportamento reprodutivo dos Characiformes da América do Sul (Teleostei, Ostariophysi). Revista Brasileira de Biologia, 52(4): 626-640. VAZZOLER, A. E. A. M.; AGOSTINHO, A. A.; HAHN, N. S. (1997). A planície de inundação do alto rio Paraná: aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos. Maringá: Eduem, 460p. 10