TD 22 PORTUGUÊS 10 05. 10. 15. 20. 25. 30. SALA DE ESPERA (Ah, os rostos sentados numa sala de espera. Um Diário Oficial sobre a mesa. Uma jarra com flores. A xícara de café, que o contínuo vem, amável, servir aos que esperam a audiência marcada. Os retratos em cor, na parede, dos homens ilustres que exerceram, já em remotas épocas, o manso ofício de fazer esperar com esperança. E uma resposta, que será sempre a mesma: só amanhã. E os quase eternos amanhãs daqueles rostos sempre adiados e sentados numa sala de espera.) Mas eu prefiro é a rua. A rua em seu sentido usual de lá fora. Em seu oceano que é ter bocas e pés para exigir e para caminhar. A rua onde todos se reúnem num só ninguém coletivo. Rua do homem como deve ser: transeunte, republicano, universal. Onde cada um de nós é um pouco mais dos outros do que de si mesmo. Rua da procissão, do comício, do desastre, do enterro. Rua da reivindicação social, onde mora o Acontecimento. A rua! uma aula de esperança ao ar livre. RICARDO, Cassiano. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1964.
01 sentados numa sala de espera. PORTUGUÊS O emprego repetido dessa cena no início e no término da caracterização da sala de espera contribui para a construção do sentido do texto porque: a) confirma uma alternância entre o espaço individual e o coletivo. b) reforça a ideia de confinamento oposta à liberdade da rua. c) sugere atitudes banais reproduzidas em diversos espaços públicos. d) expressa uma perspectiva de mudança ligada ao movimento social. e) reflete uma mudança das atitudes banais. A construção poética do discurso baseia-se frequentemente na utilização de figuras de linguagem, como a metonímia. O poeta recorreu a esta figura em: a) Os retratos em cor, na parede, (v. 8) b) Ah, os rostos sentados (v. 1) c) que exerceram (...) o manso ofício (v. 10-11) d) de fazer esperar com esperança. (v. 12) e) uma jarra com flores. (v.4) 03 E uma resposta, que será sempre a mesma: só amanhã. (v. 13) O emprego do futuro do presente será assume, nesse verso, um valor expressivo que se encontra devidamente explicado na seguinte alternativa: a) garantir, com a ajuda do advérbio 'amanhã', a ocorrência futura da resposta b) expressar, com o reforço do predicativo 'a mesma', uma experiência pessoal do poeta c) enfatizar, articulado com o advérbio 'sempre', uma convicção do enunciador d) antecipar, coerentemente com o verso 12, a alusão ao substantivo 'esperança' no final do poema e) postergar, com o reforço do advérbio de tempo amanhã 02 2
PORTUGUÊS 04 Após ler a charge, podemos dizer que a forma verbal largue está no modo: a) Indicativo - por representar uma certeza b) Subjuntivo - por representar uma dúvida c) Subjuntivo - por representar uma ordem d) Imperativo - por representar uma ordem e) Indicativo - por representar uma dúvida USE O QUADRINHO ABAIXO PARA RESPONDER AS QUESTÕES 05 E 06. 05 Observe a figura empregada na comunicação entre o emissor e o receptor. Podemos dizer que o registro de linguagem usado pelo quadrinista é: a) Registro Formal, típico da linguagem extremamente cuidada b) Registro Formal, típico de textos usados em revistas e jornais c) Registro Vulgar, pois compreende muitos descuidos gramaticais d) Registro Vulgar, pois obedece às normas da NGB e) Registro Regional, pois valoriza a fala local 3
PORTUGUÊS Observe o sentido que é atribuído às palavras do texto. Como muitas piadas, esta se baseia em um equívoco. O comportamento da formiguinha que explica mais adequadamente o efeito cômico desta piada é a expressão a) ser usada no sentido denotativo e não no sentido conotativo. b) ser usada com o intuito alertar o vestibulando sobre possíveis esquecimentos. c) ser usada no sentido conotativo e não no sentido denotativo. d) revelar o cuidado excessivo das mães. e) revelar o comportamento descuidado das mães em situações de conflito. 06 PALAVRAS "Veio me dizer que eu desestruturo a linguagem. Eu desestruturo a linguagem? Vejamos: eu estou bem sentado num lugar. Vem uma palavra e tira o lugar de debaixo de mim. Tira o lugar em que eu estava sentado. Eu não fazia nada para que a palavra me desalojasse daquele lugar. E eu nem atrapalhava a passagem de ninguém. Ao retirar de debaixo de mim o lugar, eu desaprumei. Ali só havia um grilo com a sua flauta de couro. O grilo feridava o silêncio. Os moradores do lugar se queixavam do grilo. Veio uma palavra e retirou o grilo da flauta. Agora eu pergunto: quem desestruturou a linguagem? Fui eu ou foram as palavras? E o lugar que retiraram de debaixo de mim? Não era para terem retirado a mim do lugar? Foram as palavras pois que desestruturaram a linguagem. E não eu." (BARROS, Manoel de. "Ensaios fotográficos". Rio de Janeiro: Record, 2000.) 07 As gramáticas em geral registram duas ocorrências que deixam o sujeito indeterminado: frases como Falaram mal de você., em que o verbo aparece na terceira pessoa do plural e não há sujeito reconhecível, e frases como Precisa-se de serventes, em que o pronome se, na terceira pessoa do singular, indetermina o sujeito. O poema de Manoel de Barros, no entanto, cria uma outra ocorrência de sujeito indeterminado, que aparece no seguinte trecho: a) Vejamos: eu estou bem sentado num lugar b) Veio me dizer que eu desestruturo a linguagem c) Ali só havia um grilo com sua flauta de couro d) E o lugar que retiraram de debaixo de mim? e) Foram as palavras pois que desestruturaram a linguagem. O prefixo des aparece seis vezes no poema: desestruturo, desestruturo, desalojasse, desaprumei, desestruturou, desestruturaram. Reforça-se, assim, a noção de que a poesia mais desestabiliza significados cristalizados e cria novos do que comunica alguma mensagem do poeta para o leitor. A frase de Manoel de Barros que melhor exemplifica essa desestabilização é: a) E eu nem atrapalhava a passagem de ninguém. b) Fui eu ou foram as palavras? c) O grilo feridava o silêncio. d) Não era para terem retirado a mim do lugar? e) Veio me dizer que eu destruo a linguagem 08 4
TEXTO PARA AS QUESTÕES 09 E 10 PORTUGUÊS A soberania popular pode ser exercida, juridicamente, por meio de três modelos: democracia participativa ou direta, democracia representativa ou indireta e democracia semidireta. Na democracia direta, o povo participa diretamente da vida política do Estado, exercendo os poderes governamentais, fazendo leis, administrando e julgando. É, pois, aquela em que o povo exerce de modo imediato as funções públicas. Na democracia indireta ou representativa, o povo não exerce seu poder de modo imediato, mas por meio de seus representantes, eleitos periodicamente, a quem são delegadas as funções de governo. A democracia representativa pressupõe um conjunto de instituições que disciplinam a participação popular no processo político, que formam os direitos políticos que qualificam a cidadania, como, por exemplo, as eleições, o sistema eleitoral, os partidos políticos; enfim, mecanismos disciplinadores para a escolha dos representantes do povo. Na democracia semidireta, são assegurados instrumentos de participação direta do povo nas funções de governo. Esses instrumentos de participação dão ao povo, conservadas, embora em parte, as formas representativas, a palavra final relativa a todo o ato governativo. Como exemplo desses instrumentos, podem ser citados o referendo e o plebiscito. Internet: (com adaptações). 09 No texto, a palavra a) soberania poderia, sem prejuízo para o sentido original do período, ser substituída por autoridade ou superioridade. b) vida, está empregada com mesmo sentido que essa palavra possui na seguinte frase: salvar a vida do paciente. c) processo poderia ser corretamente substituída por decurso, sem prejuízo para o sentido original do texto. d) instrumentos (4º parágrafo) está empregada co-mo sinônimo de utensílios. e) imediato está empregada com o sentido de direto, ou seja, que age ou se produz sem intermediário. O sujeito da oração cujo núcleo do predicado é a forma verbal formam é: a) indeterminado B) o pronome "que" imediatamente antecedente c) a expressão "um conjunto de instituições" d) a expressão "os direitos políticos" e) oculto 10 5