AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FITOSSANITÁRIA E GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Avena strigosa E Lolium multiflorum Área Temática: Ciências agrárias- Agronomia Autor(es): Natieli Gonçalves Chortaszko (UNICENTRO - Fundação Araucária) 1, Jessica Caroline Miri (Fundação Araucária - UNICENTRO) 2, Carla Garcia (Doutoranda/UNICENTRO) 3, Deonísia Martinichem (Professora - UNICENTRO) 4, Cacilda Márcia Duarte Rios Faria (Professora - Orientadora) 5. RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo, verificar a qualidade de germinação e fitossanitária das sementes forrageiras de aveia preta (Avena strigosa) e azevém (Lolium multiflorum). Os testes de germinação e identificação dos patógenos fitopatogênicos seguiram os critérios segundo as Regras para Análise de Sementes. Para avaliação da sanidade das sementes, utilizou-se a incubação em substrato de papel ou método do papel de filtro blotter test. As sementes dessas culturas também foram semeadas em vasos e acondicionadas em casa de vegetação e decorridos 20 dias, avaliado a produção de massa seca. O delineamento experimental para os testes em laboratório foram inteiramente casualisados e em casa de vegetação em blocos ao acaso, com dois tratamentos, 8 repetições para o teste de germinação do azevém e 4 para aveia preta, 8 para sanidade e 6 em casa de vegetação. De acordo com os resultados, observou-se que o azevém (L. multiflorum) apresentou germinação superior a aveia preta (A.strigosa) de 95,5% e 88% respectivamente, porém observaram-se menores médias de massa seca de parte aérea e raiz, que pode ser explicado pelo fato da cultura apresentar menor porte quando comparada a outra. Com relação à sanidade, verificou-se que o azevém (L. multiflorum) apresentou pouca contaminação em comparação à outra cultura, esse fato pode ser considerado o fator limitante para o desenvolvimento e melhor qualidade das sementes avaliadas. Dessa forma, pode-se dizer que o azevém (L. multiflorum) apresentou melhores resultados tanto em percentual germinativo com em qualidade fitossanitária, quando comparada a aveia preta (A.strigosa). PALAVRAS-CHAVE: Sementes forrageiras; Fungos fitopatogênicos; Aveia Preta; Azevém. 1. INTRODUÇÃO/CONTEXTO DA AÇÃO A vasta disponibilidade de sementes de forrageiras são um dos fatores para a expansão e o sucesso da exploração da pecuária bovina embasado em pastagens cultivadas. Outro fator determinante diz respeito à importância da qualidade de sementes, que esta associado ao somatório dos atributos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários que estão relacionados a 1 Acadêmico do 3 o ano do curso de graduação em Agronomia da UNICENTRO. natielichortaszko@gmail.com 2 Acadêmico do 2 o ano do curso de graduação em Agronomia da UNICENTRO. carolinemiri@hotmail.com 3 Doutorando em Agronomia da UNICENTRO. carlagarciaagro@gmail.com 4 Professor do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual do Centro Oeste - UNICENTRO. deonsiam@hotmail.com, 5 Professora do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual do Centro Oeste - UNICENTRO. criosfaria@hotmail.com
capacidade de se gerar plantas com altos níveis de produtividade, proporcionado na cultura uma maior uniformidade da população, ausência de doenças e praga propagadas pela semente e vigor das plantas (LOPES et al, 2009). Fatores sanitários caracterizam-se por propiciar efeitos deletérios ocasionados por microrganismos e insetos quando presentes nas sementes. Podem ser observados tanto problemas de redução no rendimento á nível de campo, quanto na qualidade a fins de comercialização e semeadura, ocasionados pela incidência de patógenos nas sementes (LUCCA, 1985). Aveia preta e azevém são forrageiras de inverno de grande importância econômica, sento geralmente plantadas em conjunto. Para a implantação de pastagens o uso de sementes que apresentem alta qualidade fisiológica e sanitária são fatores de grande importância, e que podem determinar o sucesso ou o fracasso no empreendimento, no entanto, obtêm-se poucas informações sobre a qualidade sanitária e fisiológica de sementes de forrageiras que saõ utilizadas pelos pecuaristas (BEVILAQUA & PIEROBOM, 1995). Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade germinativa e fitossanitária de sementes de aveia preta (Avena strigosa) e azevém (Lolium multiflorum), e o desenvolvimento dessas cultivares em casa de vegetação. 2. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES E/OU DA METODOLOGIA O experimento foi realizado nos laboratórios de sementes forrageiras do Centro Mesorregional de Excelência em Tecnologia do Leite Centro Sul e Sudeste e de fitopatologia, no departamento de agronomia da Universidade Estadual do Centro Oeste- UNICENTRO. As amostras das sementes foram de origem comercial, sendo aveia preta (A.strigosa) sementes brasileira e azevém (L.multiflorum) importadas da Argentina. Para o teste de germinação dessas sementes forrageiras, foram utilizadas 200 sementes por tratamento. Adotou-se a metodologia segundo as regra para analise de sementes (RAS) (BRASÍLIA, 2009). Dessa forma as sementes de aveia preta (A.strigosa) foram distribuídas entre três papeis germitest apresentando formato de rolo com quatro repetições, cada uma constituída por 50 sementes. Para as sementes de azevem (L.multiflorum) a metodologia utilizada foi semelhante a já citada, porém, as sementes foram distribuídas sobre três folhas de papel germitest (umidade relativa a 2,5 vezes o peso do papel) acondicionados em caixas tipo gerbox e em seguida armazenadas em câmara de crescimento (BOD). As avaliações iniciaram-se após 48 horas da implantação do experimento. De acordo com esses resultados, calculou-se a porcentagem de germinação, através da fórmula proposta por Gorla & Perez (1997): G=(N/A)*100, onde G= germinação, N= número total de sementes germinadas e A= número total de sementes colocadas para germinar. Para a avaliação de sanidade das sementes realizou-se blotter test (NEERGAARD, 1979). Para identificação dos patógenos presentes nas sementes avaliadas, utilizou-se a metodologia segundo a RAS (BRASÍLIA, 2009). Para avaliação de desenvolvimento em casa de vegetação, as sementes foram semeadas em vasos contendo substrato comercial irrigadas por aspersão, permanecendo por 20 dias. Posteriormente as plantas foram transferidas para estufa com circulação de ar á 65 C, até apresentarem peso constante, e por fim estimado a massa seca.
3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO Em relação ao teste de germinação das sementes avaliadas, foi possível observar que azevém (L. multiflorum) se destacou em relação a aveia preta (A. strigosa), apresentando porcentagem total de germinação de 95,5% e 88% respectivamente (Figura 1 A). Os resultados obtidos em casa de vegetação em relação à média de massa seca de raiz e parte aérea, mostraram que a cultivar aveia preta (A. strigosa) obteve melhor desenvolvimento em ambas as partes citadas, porém apresentou maiores índices de contaminação por fungos e menor percentual de germinação. Azevém (L. multiflorum) obteve resultados inferiores em peso de massa seca, tanto em parte aérea como de raiz, apresentou uma incidência menor de contaminação por fungos e maior percentual germinativo (Figura 1 B e C). De acordo com o teste de sanidade, constatou-se interação entre os resultados. Observou-se a presença dos fungos Fusarium sp., Penicilium sp. e Rhizopus sp., assim como também, pode-se destacar que sementes de azevém apresentaram 7,6% menos contaminação com o patógeno Fusarium sp. do que as de aveia preta (Tabela 1). Figura 1- Porcentagem total de germinação (A), massa seca raiz (B), massa seca parte aérea (C), de aveia preta (A. strigosa) e azevém (L. multiflorum).
Tabela 1: Fungos fitopatogênicos presentes nas sementes de Aveia Preta (Avena strigosa) e Azevém (Lolium multifolium). Sementes Fusarium sp. Penicilium sp. Rhizopus sp. Aveia Preta (A. strigosa) 19,75 Bb 0 Aa 0 Aa Azevém (L. multifolium) 1,50 Aa 0,1 Aa 0,5 Aa CV (%) 60,12 60,12 60,12 As médias seguidas de mesma letra minúscula na linha, e maiúscula na coluna, não apresentam diferenças estatísticas entre si, pelo teste F a 5% de probabilidade de confiança. A baixa germinação de aveia preta (A. strigosa), pode estar relacionado à presença do fungo Fusarium sp., o qual pode desencadear fatores negativos na viabilidade germinativa destas sementes (VECHIATO, 2010). Os melhores resultados em relação a porcentagem de germinação do azevém (L. multifolium), podem estar relacionados a sua menor contaminação por fitopatógenos. Fato que foi comprovado por Nascimento et al. (2007), o qual observou em sementes de Parapiptadenia rígida menor incidência de fungos, assim acarretando em melhores resultados de germinação. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O azevém (Lolium multiflorum) apresentou melhor qualidade sanitária quando comparado a aveia preta (Avena strigosa).com isso pode-se concluir que o índice de contaminação por fitopatógenos influenciou na germinação e no desenvolvimento destas cultivares. AGRADECIMENTOS A Fundação Araucária pela concessão de bolsa à primeira autora. REFERÊNCIAS BEVILAQUA, G.A.P.; PIEROBOM, C.R. Qualidade sanitária e fisiológica de sementes de aveia preta (Avena strigosa SCHREB) da zona sul do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Sementes, vol. 17, n. 1, p. 19-22, 1995. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de defesa agropecuária. Brasília, DF: MAPA/ACS, 2009. GORLA, C.M.; PEREZ, S.C.G.A. Influencia de extratos aquosos de folhas de Miconia albincans Triana, Lantana camara L., Leucaena leucocephala (Lam) de Wit e Drimys winteri Forst, na germinação e crescimento inicial de sementes de tomate e pepino. Revista Brasileira de Sementes, v.2 1997.
LOPES, J.; FORTES, C.A.; SOUZA, R.M.; TAVARES, V.B. Importância da qualidade da semente para o estabelecimento de pastagens. Revista Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia, Londrina, v. 3, n. 13, Abr, 2009. LUCCA, O. A Importância da sanidade na produção de sementes de alta qualidade. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.7, n.1, p. 113-123, 1985. NASCIMENTO, P. K. V.; FRANCOr, E. T. H.; FRASSETTOr, E. G. Desinfestação e germinação in vitro de sementes de Parapiptadenia rígida Bentham (Brenam). Revista Brasileira de Biociências, v. 2, 2007. NEERGAARD, P. Seed Pathology. v. 2, London, Mac Millan Press, 1979. VECHIATO, M. H.; APARECIDO, C. C.; FERNANDES, C. D. Frequência de fungos em lotes de sementes comercializadas de Brachiaria e Panicum. Documento técnico 007, Instituído Biológico-APTA, 2010.