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¹ Bacharelando em Agronomia DCA/IFMG/Bambuí ² Prof. DSc. Forrragicultura e Pastagens Orientador DCA/IFMG/ Bambuí

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MILHO CICLO SUL SUPER PRECOCE PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM Patrícia Bertoncelli 1, Thomas Newton Martin 2*, Micheli de Paris 1, Douglas Vonz 1, Luis Fernando Glassenapp de Meneses 2 1 Acadêmico do curso de Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, bolsistas PIBIC, Fundação araucária/ CNPq. patybertoncelli@hotmail.com; dsv.zootecnia@hotmail.com, michelidparis@htmail.com, 2 Prof. Dr. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, tutor PET-Zootecnia, Autor correspondente: thomas.martin@hotmail.com., luismenezes@utfpr.edu.br Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar os diferentes genótipos de milho do ciclo Sul Super Precoce quanto a produção de fitomassa seca para produção de silagem. O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois Vizinhos, no período de outubro de 2008 a janeiro de 2009. O delineamento experimental realizado foi em látice com duas repetições e cinco blocos. O experimento foi semeado no dia 08 de outubro de 2008. Os genótipos foram fornecidos pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas). As variáveis avaliadas para esse ensaio foram: fitomassa fresca por parcela, fitomassa seca de folha verde, fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão), massa de grão por espiga, estatura da planta, estande, fitomassa seca de semente, fitomassa seca do material ensilado do micro silo. Os resultados demostraram interferência do estresse hídrico, influenciando diretamente na massa de grão por espiga e na fitomassa de. Palavras-chave: competição de cultivares, fitomassa, forragem conservada, Zea mays. Introdução Um dos principais problemas que alteram a produção da pecuária brasileira é a sazonalidade da produção de forrageiras durante o ano, o que leva a períodos de alta produção e em seguida períodos de escassez. Em épocas de deficiência hídrica, os animais são submetidos a uma dieta de qualidade reduzida, sofrendo assim uma carência nutricional que envolve minerais, vitaminas, proteína e energia (Oliveira et al., 2000). No sul do Brasil, a escassez de alimento no período de abril a setembro, tem sido um dos mais importantes fatores na produção animal, principalmente os de raça leiteira. Durante esse período, a temperatura é baixa, assim como a disponibilidade hídrica, sendo tanto um como o outro prejudiciais para o crescimento e desenvolvimento das pastagens. Nesse período de abril e setembro, a quantidade e qualidade das pastagens diminuem de forma acentuada, inviabilizando a produção leiteira (Oliveira et al., 2004). Nos períodos quentes e úmidos as pastagens de gramíneas tropicais conseguem desenvolver mais folhas que colmos, agregado a isso está um alto valor nutritivo, suprindo as necessidades ampliando a produção de leite e carne (Paciullo et al., 2005). Carvalho et al. (2006), considera indispensável o uso de forragens na nutrição de ruminantes, pois além de ser fonte de energia de baixo custo fornece a fibra que é fundamental para a manutenção da função ruminal, consumo de matéria seca, produção e composição do leite. O mesmo autor ressalta também a importância do conhecimento sobre o processo de digestão dos alimentos volumosos e concentrados para determinar a quantidade adequada de utilização e ajustar o fornecimento de tal alimento. A produção e o lucro de uma propriedade estão diretamente ligados à alimentação dos animais, então de forma a prevenir a falta de alimento volumoso, nas épocas de deficiência hídrica, faz-se necessário a introdução de forragem conservada. Inicialmente foi utilizada a fenação como método de conservação, sendo que esse consiste na desidratação natural (através da ação solar), ou mesmo artificial, e posteriormente sendo feito o enfardamento desse material desidratado (Embrapa, 2004). A desidratação é um processo demorado ficando susceptível ao clima, devido a essa susceptibilidade a desidratação é feita durante o outono, onde ocorre

alongamento dos caules, resultado do florescimento das plantas, diminuindo a relação folha colmo, devido a esses fatores o valor nutritivo do feno é diminuído (Reis et al., 2001). Devido ao baixo valor nutritivo do feno, vem sendo usada a ensilagem para a conservação de forrageiras (Coan et al., 2003). O processo de ensilagem, consiste no corte da planta em época ideal, compactação da massa verde triturada em um silo, e em seguida a vedação destes silo. No interior do silo um processo chamado de anaerobiose, que é a fermentação na ausência de oxigênio (Embrapa, 2004). Quando bem preparada a silagem possui características nutritivas semelhantes à forrageira de origem, garantindo bons índices produtivos (Santos et al., 2002). Para uma silagem de qualidade é necessário analisar as características da forrageira a ser ensilada, alguns fatores importantes a ser observado é a facilidade de fermentação no silo, o rendimento da cultura e a qualidade, as plantas mais utilizadas é o milho e o sorgo por possuírem essas características (Flaresso et al., 2000). O milho é o mais utilizado devido a sua facilidade de cultivo e fermentação, também possui alto valor energético e bom consumo pelos animais, já o sorgo possui um menor valor energético (10% menor que a silagem de milho) e uma melhor adaptação a períodos de poucas chuvas (Embrapa, 2006). A qualidade de uma silagem depende diretamente da digestibilidade da matéria seca, para isso é necessário utilizar híbridos que apresentem uma boa produção de grãos e digestibilidade (Gomes et al., 2004). Segundo os mesmos autores os genótipos de milho produzidos em programas de melhoramento são em sua maioria para a produção de grãos, ficando a características de produção de silagem em segundo plano. Os híbridos que apresentam uma elevada produtividade de grãos, também são necessários para uma silagem de qualidade, no entanto, os híbridos que apresentam uma excelente produção de grãos, nem sempre apresentam uma digestibilidade desejada da planta inteira. A qualidade da silagem de milho relaciona-se com a porcentagem de grãos, a quantidade de colmos e folhas presentes na matéria seca do material ensilado. Aumentando a percentagem de grão na matéria seca ensilada, aumentará a quantidade de nutrientes digestíveis totais (NDT) na silagem, entretanto os colmos e folhas possuem uma qualidade nutricional menor, sendo que existe uma relação inversa da degradabilidade in vitro da fração colmo mais folha, com os conteúdos de fibra em detergente ácido (FDA) de -0,99, lignina de -0,81 e fibra em detergente neutro (FDN) de -0,81 (Ramos et al., 2002). O objetivo deste trabalho foi avaliar os diferentes genótipos de milho do ciclo Sul Super Precoce quanto a potencialidade para serem usados como silagem. Material e Métodos Realizou-se o experimento na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois Vizinhos. Esta região que compreende ao terceiro planalto paranaense, com altitude de 520 m, latitude de 25º44 Sul e longitude de 53º04 Oeste, o clima predominante é do tipo subtropical úmido mesotérmico (Cfa), segundo a classificação de Köppen. O solo pertence à Unidade de mapeamento NITOSSOLO VERMELHO distroférrico úmbrico, textura argilosa fase floresta subtropical perenifólia, relevo ondulado (Bhering et al., 2008). Os genótipos utilizados foram fornecidos pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) e fazem parte dos Ensaios de competição de cultivares de milho do Brasil. O delineamento experimental realizado foi em látice com duas repetições e cinco blocos. Nesse experimento foram avaliados 25 genótipos pertencentes ao Ensaio de Competição de Cultivares de Milho Sul Super Precoce. O experimento foi

semeado no dia 08 de outubro de 2008, colocando-se duas por cova para posterior desbaste e ajuste para 50.000 plantas por hectare. As parcelas tinham um formato retangular compostas por duas fileiras de cinco metros de comprimento distanciadas a 90 cm. A adubação de base foi 250 kg ha -1 da formulação comercial 10-20-20, e posteriormente 100 kg ha -1 de nitrogênio na cobertura. A aplicação de inseticida foi realizada no dia 22 de novembro 2008 o inseticida usado foi o tiametoxam + lambda cialotrina (Engeo pleno) na dose 300 ml i.a. ha - 1. O controle de plantas daninhas foi realizado com aplicações do herbicida Atrazina na dose 5 litros ha -1 no dia 16 de dezembro de 2008. As variáveis avaliadas para esse ensaio foram: fitomassa fresca por parcela (FMFP, kg), fitomassa seca de folha verde (FMSFV, kg), fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão) (FMSESG, %), massa de grão por espiga (MGPE, g), estatura da planta (EP, cm), estande (EST), fitomassa seca de semente (FMSS, %), fitomassa seca do material ensilado do micro silo (FMSMEMS, %). A germinação ocorreu no dia 18 de outubro de 2008, e desbaste no dia 30 de outubro. As datas de ensilagem foram nos dias 12, 20, 21 e 26 de janeiro de 2009, conforme o estádio de desenvolvimento das plantas (32 à 35% de matéria seca). As avaliações dos genótipos destinados à silagem foram feitas nos mesmos dias da ensilagem, seguindo a ordem de identificação de genótipo com teor de umidade adequada e corte das parcelas selecionadas. Depois de realizadas as avaliações, os dados foram imediatamente digitados e tabulados em planilha eletrônica do Microsoft Excel. As variáveis foram analisadas estatisticamente por meio do software SAS (SAS, 1999), e as médias foram comparadas pelo teste de Scott- Knott (Scott & Knott, 1974). Resultados e Discussão A germinação ocorreu no dia 18 de outubro de 2008, e desbaste no dia 30 de outubro. O experimento se desenvolveu, sob influência de variações climáticas anormais para a época, essas variações se caracterizam por poucas chuvas principalmente no estágio de florescimento, o que refletiu diretamente na formação dos grãos. Este fato desencadeou outros como alta incidência de lagartas do cartucho (Spodoptera frugiperda) e baixo rendimento médio de grãos. As datas de ensilagem foram nos dias 12, 20, 21 e 26 de janeiro de 2009. Fazendo com que o ciclo dos diferentes genótipos tenha variado de 96 dias a 110 dias. Os 25 genótipos utlizados foram disponibilizados pelas seguintes empresas: dois pela Agroceres/ Monsanto, um pela Coodetec, quatro da Prezzotto, três Biomatrix, dois Delta, um Cati, dois Geneze, três Embrapa, um Semeali, quatro, dois Santa Helena. A Tabela 1 apresenta a analise de variância onde os coeficientes de variação para todas as variáveis ficaram abaixo de 10, ou seja obtiveram uma alta precisão experimental. Os resultados da Tabela 2 nos mostram que ouve diferença significativa entre os genótipos, nas variáveis massa de grão por espiga e fitomassa seca de semente. Na Tabela 2 os genótipos são classificados quanto ao tipo de grão 16% testemunha, 8% grãos duro, 56% grãos semi duro, 4% grãos dentado/mole e16% não especificaram a o tipo de grão, e quanto ao tipo de cruzamento, sendo 36 % híbrido triplo, 8% híbrido duplo, 52% híbrido simples e 4% variedade.

Conclusão Os genótipos apresentaram diferença significativa quanto a massa de grão por espiga e fitomassa seca de. Os resultados provavelmente foram influenciados pelo estresse hídrico. Agradecimentos A Embrapa Milho e Sorgo na pessoa do Pesquisador Leonardo Melo Pereira da Rocha, pelo fornecimento dos insumos e auxílio experimental. Ao CNPq, Fundação Araucária e MEC/Sesu. Referências BHERING, S. B.; SANTOS, H. G. dos; BOGNOLA, I. A.; CÚRCIO, G. R.; MANZATTO, C. V.; CARVALHO, J. W.; CHAGAS, C. da S.; ÁGLIO, M. L. D. & SOUZA, J. S. de. Mapa de solos do Estado do Paraná: legenda atualizada. Rio de Janeiro: EMBRAPA/IAPAR. 2008. 74p. CARVALHO, G.G.P.; PIRES, A.J.V.; VELOSO, C.M.; SILVA, F.F.; SILVA, R.R. degradabilidade ruminal do feno de forrageiras tropicais. Revista Brasileira de agrociência, n.1, v.12, p.81-85, 2006. CRUZ, C.D. Programa GENES versão Windows: aplicativo computacional em genética e estatística. Viçosa, MG: UFV, 2001. 648p. EMBRAPA Silagem Oportunidades e pontos críticos, comunicado técnico 43 Embrapa Juiz de Fora, 10p. 2004 FLARESSO, J.A.; GROSS, C.D.; ALMEIDA, E.X. Cultivares de milho (Zea mays L.) e sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench.) para ensilagem no alto vale do itajaí, Santa Catarina. Revista Brasileira de Zootecnia, n.6, v.29, p.1608-1615, 2000. GOMES, M. de S.; PINHO, R. G. V.; RAMALHO, M. A. P.; FERREIRA, D. V.; BRITO, A. H. de. Variabilidade genética em linhagens de milho nas características relacionadas com a produtividade de silagem. Pesquisa agropecuária Brasileira, Brasília, n.9, v.39, p.870-885, 2004. PACIULLO, D.S.C.; HEINEMANN, A.B.; MACEDO, R.O. Sistemas de produção de leite baseados no uso de pastagens. Revista eletrônica Faculdade Montes Belos, n.1, v.1, p.88-106, 2005. OLIVEIRA, J.S.; SOBRINHO, F.S.; FERNANDES, S.B.V.; WUNSCH, J.A.; LAJÚS, C.A.; DUFLOTH, J.H.; ZANATTA, J.C.; MOLETTA, J.L.; PEREIRA, A.V.; LÉDO, F.J.S.; BOTREL, M.A.; AUAD, M.V. Estratificação de ambientes, adaptabilidade e estabilidadde de híbridos comerciais de milho para silagem no sul do Brasil. Ciência Rural, n.004, v.34, p. 997-1003, 2004. REIS, R.A; RODRIGUES, L.R.A.; PEREIRA, J.R.A.; RUGGIERI, A.C. Composição química e digestibilidade de fenos tratados com amônia anidra ou uréia. Revista Brasileira de Zootecnia, n.30, v.3, p.666-673, 2001. SANTOS, C.P.; FURTADO, C.E.; JOBIM, C.C.; FURLAN, A.C.; MUNDIM, C.A.; GRAÇA, E.P. Avaliação da silagem de grãos úmidos de milho na alimentação de eqüinos em crescimento: valor nutricional e desempenho. Revista Brasileira de Zootecnia, n.3, v.31, p.1214-1222, 2002. Tabela 1. Análise de variância com as fontes de variação (FV), grau de liberdade (GL), quadrados médios para as variáveis: fitomassa fresca por parcela (FMFP, kg), fitomassa seca de folha verde (FMSFV, kg), fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão) (FMSESG, %), massa de grãos por espiga (MGPE, g), estatura da planta (EP, cm), estande (EST), fitomassa seca de semente (FMSS, %), fitomassa seca do material ensilado do micro silo (FMSMEMS, %). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Dois Vizinhos, 2009. FV GL FMFP FMSFV FMSESG MGPE EP EST FMSS FMSMEMS Repetições 1 287,04 0,1655 0,7077 1021,52 5437,16 6,0088E8 0,000294 234750 Blocos com repetições (Aj,) 8 28,6943 0,01265 0,06730 95,6200 139,46 4,8656E8 0,000466 20240 Componente Bloco 8 28,6943 0,01265 0,06730 95,6200 139,46 4,8656E8 0,000466 20240 Tratamento (não Ajustado,) 24 31,7361 0,01314 0,09715 1057,66 263,36 3,4233E8 0,001378 60376 Erro Intra bloco 16 38,4872 0,02695 0,1068 355,66 136,00 4,0342E8 0,000403 18126 Erro bl. Compl. casualizado 24 35,2229 0,02219 0,09362 268,98 137,15 4,3113E8 0,000424 18831 Total 49 38,6542 0,02068 0,1079 670,63 307,13 3,911E8 0,000889 43586 Média 12 0,400592 0,484183 428,400 150 62,578 0,325744 2,431 CV 0,4946 0,3589 0,6319 0,0382 0,0780 0,0331 0,0632 0,0564

Tabela 2. Média dos genótipos segundo a empresa, tipo de cruzamento (TC), tipo de grão (TG) do ciclo Sul Super Precoce para as variáveis: fitomassa fresca por parcela (FMFP, kg), fitomassa seca de folha verde (FMSFV, kg), fitomassa Seca de Espiga (sabugo+grão) (FMSESG, %), massa de grãos por espiga (MGPE, g), estatura da planta (EP, cm), estande (EST), fitomassa seca de semente (FMSS, %), fitomassa seca do material ensilado do micro silo (FMSMEMS, %). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, 2009. Genótipo Empresa TC TG FMFP FMSFV FMSESG MGPE EP EST FMSS FMSMEMS AG6018 Agroceres/ monsanto HT TES 6,1 0,4021 0,3552 20,0000b 130 54445 0,3721b 2498,5 CD304 Coodetec HT DR 14,5 0,4029 0,397 43,0000b 161 83334 0,3527b 2141,5 SP22D11 Prezzotto HD SD 16,65 0,316 0,404 32,5000b 147 83334 0,3090b 2677 BMX743 Biomatrix HS DM 23,25 0,5615 0,6705 51,0000b 146 84445 0,3017b 2592,5 DSS2002 Delta HS 9,25 0,2146 0,1579 23,0000b 143 54445 0,3615b 2113 DX909 Delta HS 12,6 0,4703 0,673 84,5000b 154 85556 0,3247b 2339,5 Alpiratininga Cati VAR TES 9,5 0,4145 0,33 23,0000b 148 55556 0,3052b 2537,5 GNZ0729 Geneze HS SD 6,4 0,3782 0,2983 34,5000b 134 54445 0,3665b 2619,5 XBX2150 Semeali HS DR 10,75 0,2959 0,3686 43,5000b 171 55556 0,3393b 2510 GNZ2005 Geneze HT SD 11,3 0,4641 0,7795 70,5000b 160 55556 0,3041b 2231 HPS3919 Embrapa HS SD 12 0,3883 0,3124 25,5000b 163 52222 0,3066b 2600 AGN2012 HD TES 11 0,4658 0,4802 72,5000 a 159 55556 0,3265 a 2319,5 HPS1635A08 Embrapa HT SD 8,15 0,369 0,2096 17,0000a 130 54445 0,3123 a 2528 BMX739 Biomatrix HT SD 9,8 0,3813 0,2849 25,0000b 152 55556 0,3284b 2290 PRE22T10 Prezzotto HT SD 12 0,3519 0,3324 37,0000a 155 55556 0,3451 a 2583 AGN30A03 AGN30A06 AGN30A05 HS SD 16,05 0,3459 0,6896 65,5000b 164 80000 0,3221b 2224 HS SD 11,2 0,4022 0,4612 41,5000b 159 55556 0,3498b 2408 HS SD 12,15 0,574 0,9498 46,0000b 169 55556 0,2973b 2430 HPS1635 Embrapa HS SD 7,75 0,4366 0,5957 28,0000a 143 55556 0,3307 a 2641 SHS5090 Santa Helena HT 17,6 0,3374 0,5111 79,5000b 140 82223 0,2681b 2401 SHX7311 Santa Helena HS 11 0,3619 0,2424 16,5000 a 141 52222 0,3501 a 2282,5 PRE12S12 Prezzotto HS SD 8,5 0,5386 0,8266 83,0000b 159 53333 0,3260b 2188,5 BMX750 Biomatrix HT SD 15,75 0,3549 0,4057 30,5000 a 147 82222 0,3459 a 2718 AG9020 Agroceres/ Monsanto HS TES 6,55 0,3863 0,8848 69,5000 a 143 52223 0,3173 a 2475 SP22T11 Prezzotto HT SD 10 0,3884 0,3524 8,5000b 142 55556 0,2806b 2429,5 Tipo de grão: Semiduro (SD), Duro (DR), Dentado/Mole (DM), Testemunha (TES). Tipo de cruzamento: Hibrido simples (HS), Hibrido duplo (HD), Hibrido triplo (HT), Variedade (VAR).