O Estado da Arte do Sector Florestal na Região Centro

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Transcrição:

O Estado da Arte do Sector Florestal na Região Centro Hugo Jóia (Eng.º) Licenciatura Eng.º Florestal Mestrado em Gestão Recursos Florestais Secretário Geral Fórum Florestal Dirigente da OPAFLOR (Associação Florestal) Dirigente do NERGA Delegado Nacional SPCF A floresta é um recurso estratégico? Portugal extrai mais riqueza de um hectare de terra florestal do Continente Europeu do que qualquer outro país do Mediterrâneo In: Estratégia Nacional para as Florestas 2006 Portugal 344 euros/ha/ano França 292 euros/ha/ano Espanha 90 euros/ha/ano O sector florestal gera no seu conjunto aproximadamente 3% do Valor Acrescentado Bruto (VAB*) da economia e representando cerca de 10% das exportações nacionais. * Valor Acrescentado Bruto da economia

A floresta é um recurso estratégico? A valorização que o conjunto da sociedade atribui ( ) Uso directo - (comercial) dos produtos tradicionais da floresta como a madeira, a cortiça e a resina, a produtos não lenhosos (mel, frutos, cogumelos, plantas aromáticas) ( ) ao pastoreio, à caça, à pesca, e ao recreio. Uso indirecto - como os referentes à protecção do solo e dos recursos hídricos, ao sequestro de carbono, e à protecção da paisagem e da biodiversidade. A floresta é um recurso estratégico? O sector florestal português é apontado como uma riqueza estratégica, cuja necessidade de preservação e de desenvolvimento acolhe unanimidade nacional. A floresta portuguesa ocupa 3,46 Milhões de hectares, ou seja 38,8% do território nacional, registando-se um aumento de 109.000 hectares relativamente ao anterior IFN (1995/1998). (IFN 2005) Uso do Solo Área (1000 ha) Floresta 3412,3 Matos 1898,6 Agricultura 3011,6 Áreas sociais e outras 413,5 Total 8879,8

Cadeia de Valor Ao longo dos últimos 5 anos o peso das saídas da Fileira Florestal no total das saídas portuguesas oscilou entre 9,0% (2008) e 9,8% (2009). 1.Pasta de Papel, Papel e Cartão (52,4%) 2.Cortiça (23,0%), 3.Madeira Mobiliário (13,2%), 4.Madeira (10,2%) 5. Produtos Químicos Resinosos (1,1%). Ao longo dos últimos 5 anos o peso das entradas da Fileira Florestal no total das entradas de mercadorias portuguesas oscilou entre 3,2% do total (2008) e 3,8% (2009) 1.Pasta de Papel, Papel e Cartão (64,7%), 2.Madeira (25,5%), 3.Cortiça (4,8%), 4.Mobiliário de Madeira (2,9%) 5.Produtos Químicos Resinosos (2,1%). Fileiras florestais Eucalipto Sobreiro Pinheiro Biomassa/energia florestal Pasta papel e derivados Cortiça Madeira/mobiliário Resíduos exploração

Constrangimentos 1. Fitossanidade Florestal 2. Incêndios Florestais 3. Gestão Florestal 4. Regime propriedade 5. Proprietários versus Produtor Rentabilidades florestais As motivações económicas dos produtores florestais, a gestão do risco do investimento (considerando o efeito dissuasor dos incêndios, das pragas e doenças florestais) e a rendibilidade de cada espécie florestal: Eucalipto, espécie com elevada rentabilidade e prazos de retorno de investimento inferiores registam aumentos consideráveis de áreas; Pinheiro bravo e azinheira, espécies com baixa rentabilidade e prazos de retorno de investimento superiores registam reduções consideráveis de áreas; Sobreiro, espécie com rendibilidade mas com prazos de retorno de investimento superiores, regista uma estabilização/estagnação das áreas.

Regime propriedade A floresta portuguesa é maioritariamente privada O regime da propriedade característico - Minifúndio Estratégia Nacional para as Florestas 2006 Regulamentação florestal 1. Estratégia Florestal 2. Código Florestal 3. PROF (Plano Regional de ordenamento Florestal) 4. PNDFCI (Plano Regionais/municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios) 5. PUB (Plano de Utilização Baldios) 6. PNVTC (Plano Nacional de Valorização Terras Comunitárias) 7. PEIF (Planos Específicos de Intervenção Florestal) 8. PGF (Plano gestão Florestal) Mecanismos de financiamento 1. FFP-Fundo Florestal Permanente 2. ProDer- Programa de desenvolvimento Rural 3. Sistema de Incentivos à Inovação do QREN (2007-2013) I&DT

Alternativas estratégicas A implementação de mecanismos de valorização da floresta (Certificação florestal; Mercado voluntário de carbono) O desenvolvimento de mecanismos de redução dos riscos da floresta (DFCI; Fitossanidade) A implementação de mecanismos de consolidação fundiária e aumento da gestão profissional (ZIF,FIIF) Conclusões A balança comercial de produtos florestais apresenta tradicionalmente um saldo positivo Empreendorismoflorestal Investimento florestal Papel do estado (fiscalização/regulação)

Ano Internacional das Florestas 2011 Uma oportunidade única de fomentar a consciência pública para os problemas que afectam grande parte das florestas do mundo e as pessoas que delas dependem. A celebração do Ano Internacional é um meio para se unir esforços, encorajando e participação de todos na promoção uma gestão florestal sustentável.