Edleusom Saraiva da Silva José Hilton Ferreira da Silva

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Transcrição:

Edleusom Saraiva da Silva José Hilton Ferreira da Silva MODELAGEM E ANÁLISE DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL DO AÇO ABNT 1045 TRATADO TERMICAMENTE Primeira Edição São Paulo 2017

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 1 1.1. Objetivos... 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 3 2.1. INTRODUÇÃO... 3 2.2. Usinagem... 3 2.3. O PROCESSO DE TORNEAMENTO... 3 2.3.1. Parâmetros de corte na operação de torneamento... 4 2.3.1.1. Velocidade de corte (Vc)... 4 2.3.1.2. Profundidade de corte (a p )... 4 2.3.1.3. Avanço (f)... 4 2.3.2. Ferramenta de Corte... 5 2.4 Rugosidade... 6 2.4.1 Parâmetros de rugosidade... 7 2.4.1.1. Rugosidade Média (Ra)... 8 2.4.1.2. Altura Total do Perfil (Rt)... 8 2.4.1.3. Desvio Médio Quadrático (Rq)... 8 2.4.1.4. Altura Máxima do Pico do Perfil (Rp)... 9 2.4.1.5. Profundidade Máxima do Vale do Perfil (Rv)... 9 2.4.1.6. Altura Máxima do Perfil (Rz)... 10 2.4.2. Influência das Variáveis de Usinagem na Rugosidade... 10 2.5. Regressão Linear Múltipla... 13 2.6. Planejamento Experimental... 13 2.7 Planejamentos Fatoriais 2 K... 14 2.8 Modelagem Matemática No Processo De Usinagem... 15 3. MATERIAIS E MÉTODOS... 17 3.1. Introdução... 17 3.2. Equipamentos... 17 3.2.1 Máquina ferramenta... 17 3.2.2. Ferramentas de Corte... 17 3.2.2. Rugosímetro... 18 3.3. Material... 19 3.4. Planejamento Experimental... 20 3.4.1. Procedimentos Experimentais... 21

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES... 23 4.1. Introdução... 23 4.2. Microestruturas Do Aço Abnt 1045 Com E Sem Tratamentos Térmicos... 23 4.3. Ensaios De Dureza Do Aço Abnt 1045 Com E Sem Tratamentos Térmicos... 25 4.4. Análise dos Parâmetros de Rugosidade Superficial Para o Aço ABNT 1045... 26 4.4.1. Aço ABNT 1045 como recebido... 28 4.4.1.1. Rugosidade Ra... 28 4.4.1.2. Rugosidade Rt... 30 4.4.2. Aço ABNT 1045 recozido... 33 4.4.2.1 Rugosidade Ra... 33 4.4.2.2. Rugosidade Rt... 34 4.4.3. Aço ABNT 1045 normalizado... 37 4.4.3.1. Rugosidade Ra... 37 4.4.3.2 Rugosidade Rt... 39 4.4.4 Aço ABNT 1045 Temperado e Revenido... 41 4.4.4.1 Rugosidade Ra... 41 4.4.4.2 Rugosidade Rt... 42 4.5. Modelos Matemáticos... 44 4.5.1. Modelagem matemática para o aço ABNT 1045 como recebido.... 45 4.5.2. Modelagem matemática para o aço ABNT 1045 recozido... 45 4.5.3. Modelagem matemática para o aço ABNT 1045 normalizado... 46 4.5.4. Modelagem matemática para o aço ABNT 1045 temperado e revenido... 47 4.6. Comparação Modelos Experimentais Versus Modelos Teóricos... 48 5. CONCLUSÕES... 50 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 51

LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 Parâmetros de corte do processo de torneamento, (n) rotação; (f) avanço; (ap) profundidade de corte.... 5 Figura 2.2 Ângulos e superfícies que compõem uma ferramenta de corte.... 6 Figura 2.3 Princípio de operação de um rugosímetro com apalpador mecânico.... 7 Figura 2.4 Comprimento de avaliação (lm) e comprimento de amostragem (le).... 7 Figura 2.5 Percurso de medição da rugosidade Ra.... 8 Figura 2.6 Parâmetro de rugosidade Rt.... 8 Figura 2.7 Altura máxima dos picos do perfil.... 9 Figura 2.8 Profundidade máxima do vale do perfil.... 9 Figura 2.9 Parâmetro Rz em um perfil de rugosidade.... 10 Figura 2.10 Perfil teórico de uma peça durante o processo de torneamento.... 11 Figura 3.1 Torno CNC LOGIC 195III.... 17 Figura 3.2 Insertos ISO DNMG 15 06 04 - PF 4225... 18 Figura 3.3 Insertos ISO VBMT 16 04 08 - PF 4225.... 18 Figura 3.4 Rugosímetro digital TR200 utilizado nos ensaios.... 19 Figura 3.5 Croqui do corpo de prova utilizado nos experimentos.... 19 Figura 3.6 Corpo de prova desenvolvido para a realização dos experimentos... 20 Figura 3.7 Representação do planejamento experimental utilizado para a avaliação dos parâmetros de rugosidade... 21 Figura 3.8 Corpo de prova fixado para a realização dos experimentos... 21 Figura 3.9 Rugosímetro medindo a rugosidade superficial de um corpo de prova usinado. 22 Figura 4.1 Diagramas temperatura x tempo para cada tratamento térmico.... 24 Figura 4.2 Microestrutura dos aços ABNT 1045: a) como recebido, b) recozido, c) normalizado e d) temperado e revenido.... 24 Figura 4.3 Gráfico dos valores de dureza Rockwell D das amostras.... 26 Figura 4.4 Parâmetro de rugosidade Ra do aço ABNT 1045 nos quatro estados metalúrgicos analisados.... 27 Figura 4.5 Parâmetro de rugosidade Rt do aço ABNT 1045 nos 4 estados metalúrgicos analisados.... 27 Figura 4.6 Superfície de resposta da rugosidade Ra do aço como recebido.... 29 Figura 4.7 Curvas de nível da rugosidade Ra do aço como recebido.... 29

Figura 4.8 Gráfico de Pareto - Correlação f, r e interação f x r com o parâmetro Ra do aço como recebido.... 30 Figura 4.9 Superfície de resposta da rugosidade Rt do aço como recebido.... 31 Figura 4.10 Curvas de nível da rugosidade Rt do aço como recebido.... 31 Figura 4.11 Gráfico de Pareto - Correlação f, r e interação f x r com o parâmetro Rt do aço como recebido.... 32 Figura 4.12 Superfície de resposta da rugosidade Ra do aço recozido.... 33 Figura 4.13 Curvas de nível da rugosidade Ra do aço recozido.... 33 Figura 4.14 Gráfico de Pareto - Correlação f, r e interação f x r com o parâmetro Ra do aço recozido.... 34 Figura 4.15 Curvas de nível da rugosidade Rt do aço recozido.... 35 Figura 4.16 Curvas de nível da rugosidade Rt do aço recozido.... 35 Figura 4.17 Gráfico de Pareto - Correlação f, r e interação f x r com o parâmetro Rt do aço recozido.... 36 Figura 4.18 Superfície de resposta da rugosidade Ra do aço normalizado.... 37 Figura 4.19 Curvas de nível da rugosidade Ra do aço normalizado.... 37 Figura 4.20 Gráfico de Pareto - Correlação f, r e interação f x r com o parâmetro Ra do aço normalizado.... 38 Figura 4.21 Superfície de resposta da rugosidade Rt do aço normalizado.... 39 Figura 4.22 Curvas de nível da rugosidade Rt do aço normalizado.... 39 Figura 4.23 Gráfico de Pareto - Correlação f, r e interação f x r com o parâmetro Rt do aço normalizado.... 40 Figura 4.24 Superfície de resposta da rugosidade Ra do aço temperado e revenido.... 41 Figura 4.25 Curvas de nível da rugosidade Ra do aço temperado e revenido.... 41 Figura 4.26 Gráfico de Pareto - Correlação f, r e interação f x r com o parâmetro Ra do aço temperado e revenido.... 42 Figura 4.27 Superfície de resposta da rugosidade Rt do aço temperado e revenido.... 43 Figura 4.28 Curvas de nível da rugosidade Rt do aço temperado e revenido.... 43 Figura 4.29 Gráfico de Pareto - Correlação f, r e interação f x r com o parâmetro Rt do aço temperado e revenido.... 44

LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 Posicionamento e geometria do Inserto ISO DNMG 15 06 04 - PF 4225.... 18 Tabela 3.2 Posicionamento e geometria do Inserto ISO DNMG 16 04 08 - PF 4225.... 18 Tabela 4.1 Dureza HRD do aço ABNT 1045.... 25 Tabela 4.2 Parâmetros Ra e Rt médios do aço ABNT 1045 como recebido.... 26 Tabela 4.3 Parâmetros Ra e Rt médios do aço ABNT 1045 recozido.... 27 Tabela 4.4 Parâmetros Ra e Rt médios do aço ABNT 1045 normalizado.... 27 Tabela 4.5 Parâmetros Ra e Rt médios do aço ABNT 1045 temperado e revenido.... 27 Tabela 4.6 ANOVA para o parâmetro Ra do aço ABNT 1045 como recebido.... 30 Tabela 4.7 ANOVA para o parâmetro Rt do aço ABNT 1045 como recebido.... 32 Tabela 4.8 ANOVA para o parâmetro Ra do aço ABNT 1045 recozido... 34 Tabela 4.9 ANOVA para o parâmetro Rt do aço ABNT 1045 recozido... 36 Tabela 4.10 ANOVA para o parâmetro Ra do aço ABNT 1045 normalizado... 38 Tabela 4.11 ANOVA para o parâmetro Rt do aço ABNT 1045 normalizado.... 40 Tabela 4.12 ANOVA para o parâmetro Ra do aço ABNT 1045 temperado e revenido.... 42 Tabela 4.13 ANOVA para o parâmetro Rt do aço ABNT 1045 temperado e revenido... 44 Tabela 4.14 Coeficientes de regressão da rugosidade Ra para o aço ABNT 1045 como recebido.... 45 Tabela 4.15 Coeficientes de regressão da rugosidade Rt para o aço ABNT 1045 como recebido.... 45 Tabela 4.16 Coeficientes de regressão da rugosidade Ra para o aço ABNT 1045 recozido. 46 Tabela 4.17 Coeficientes de regressão da rugosidade Rt para o aço ABNT 1045 recozido. 46 Tabela 4.18 Coeficientes de regressão da rugosidade Ra para o aço ABNT 1045 normalizado.... 46 Tabela 4.19 Coeficientes de regressão da rugosidade Rt para o aço ABNT 1045 normalizado.... 47 Tabela 4.20 Coeficientes de regressão da rugosidade Ra para o aço ABNT 1045 temperado e revenido.... 47 Tabela 4.21 Coeficientes de regressão da rugosidade Rt para o aço ABNT 1045 temperado e revenido.... 48 Tabela 4.22 Resultados de Ra e Rt teóricos, modelados e experimentais para o aço ABNT 1045 como recebido.... 48

Tabela 4.23 Resultados de Ra e Rt teóricos, modelados e experimentais para o aço ABNT 1045 recozido.... 48 Tabela 4.24 Resultados de Ra e Rt teóricos, modelados e experimentais para o aço ABNT 1045 normalizado.... 49 Tabela 4.25 Resultados de Ra e Rt teóricos, modelados e experimentais para o aço ABNT 1045 temperado e revenido.... 49 Tabela A.1 Rugosidade superficial para o aço ABNT 1045 como recebido.... 55 Tabela A.2 Rugosidade superficial para o aço ABNT 1045 recozido.... 55 Tabela A.3 Rugosidade superficial para o aço ABNT 1045 normalizado... 56 Tabela A.4 Rugosidade superficial para o aço ABNT 1045 temperado e revenido.... 56

LISTA DE SÍMBOLOS Vc Velocidade de corte ap Profundidade de corte f Avanço ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas m/min Metros por minuto mm Milímetros mm/volta Milímetros por volta mm/min Milímetros por minuto Ra Rugosidade média Rt Altura máxima do perfil r ɛ - Raio de ponta APC Aresta postiça de corte DOE Projeto de experimentos CNC Comando Numérico Computadorizado RPM Rotações por Minuto ISO International Organization for Standardization µm Micrometros Ø Diâmetro r Ângulo de posição r Ângulo de ponta da ferramenta r Ângulo de posição da aresta secundária da ferramenta Ângulo de folga da ferramenta Ângulo de cunha Ângulo de saída

1. INTRODUÇÃO Atualmente o número de trabalhos relacionados com o estudo da usinagem cresce cada vez mais. As pesquisas realizadas analisam a resposta das variações das ferramentas juntamente com a variação dos parâmetros de usinagem que agem durante o processo. As pesquisas em usinagem possuem como foco principal, o aperfeiçoamento destes processos, através da melhoria da qualidade dos produtos e/ou pela redução do tempo necessário de produção. Existem diversos parâmetros que interferem no processo de usinagem, no torneamento tem-se: a velocidade de corte (Vc), que é a velocidade tangencial instantânea resultante da rotação da ferramenta em torno da peça, o avanço (f), definido como a distância percorrida pela ferramenta por revolução da peça ou por unidade de tempo, e a profundidade de corte (ap) que representa a espessura ou profundidade de penetração da ferramenta medida perpendicularmente ao plano de trabalho, que é definido pelas direções de avanço e pela velocidade de corte da ferramenta (DOTTO et al, 2014). A rugosidade pode ser definida como o conjunto de erros microgeométricos, caracterizado pela presença de saliências e reentrâncias na superfície de um componente (ALMEIDA et al, 2015). Diniz et al (2014) afirmam que os parâmetros de usinagem que mais influenciam na rugosidade superficial da peça é o avanço da ferramenta e o seu raio de ponta, pois, os mesmos contribuem geometricamente à rugosidade superficial da peça. Além dos parâmetros de corte descritos anteriormente, a geometria da ferramenta de corte terá influência significativa na qualidade da superfície gerada. Espanhol (2008) afirma que o aumento do ângulo de saída provoca uma diminuição nas ondulações na superfície da peça, o raio de ponta deve ser suficientemente grande para diminuir o efeito das marcas geradas pelo avanço, melhorando assim o acabamento da superfície usinada, o ângulo de posição tem pouca influência na rugosidade, porém, uma redução desse ângulo diminui as marcas do avanço e melhora o escoamento do cavaco, por consequência, o acabamento superficial. De acordo com Montgomery (2009) um experimento planejado é um teste, ou série de testes, no qual são feitas mudanças propositais nas variáveis de entrada de um processo, de modo a podermos observar e identificar mudanças correspondentes na resposta de saída. A partir de um planejamento experimental é possível definir um modelo matemático capaz de predizer o valor das variáveis de saída em qualquer ponto na região experimental original. Devido a isso, diversos pesquisadores utilizam esse tipo de metodologia para a otimização de processos de usinagem, a fim de se obter uma combinação ideal dos parâmetros de usinagem estudados. A motivação dessa pesquisa resultou em um processo de análise experimental, que tem como finalidade a obtenção da real influência do avanço e do raio de ponta na rugosidade superficial no aço ABNT 1045 com tratamentos térmicos distintos após o processo de torneamento, além da obtenção de um modelo matemático que irá descrever o comportamento da rugosidade com relação aos parâmetros de usinagem estudados. 1

1.1. Objetivos Esta pesquisa tem como objetivos: Analisar a influência do avanço e do raio de ponta da ferramenta sobre a rugosidade superficial do aço ABNT 1045 submetido ao processo de torneamento externo; Avaliar como o estado metalúrgico da peça, decorrente de tratamentos térmicos, pode influenciar a sua rugosidade superficial; Modelar matematicamente os efeitos das variáveis de usinagem e do estado metalúrgico da peça sobre a rugosidade da mesma; Comparar os modelos matemáticos desenvolvidos com os modelos descritos na literatura. 2

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. INTRODUÇÃO Neste capítulo é feita uma revisão bibliográfica que irá servir de base para o entendimento de todo o trabalho. Será abordado de uma forma geral o conceito de usinagem e rugosidade, juntamente com os parâmetros envolvidos no processo, além do planejamento fatorial que será realizado a partir dos resultados obtidos nos experimentos. 2.2. Usinagem Šalak et al. (2006) definem usinagem como um processo de corte que envolve operações com ferramentas de geometria definida e não definida, cujo objetivo é conferir dimensões finais, características geométricas, e o acabamento superficial para qual foram projetadas as peças. Segundo Ferraresi (1970), o processo de usinagem pode ser dividido em processos de corte, processos abrasivos e processos não tradicionais como: químicos, elétricos e ópticos. Dentro dos processos de corte, encontram-se diversas formas de remoção de material, sendo o torneamento, o fresamento e a furação, os mais comuns na indústria metal-mecânica. Durante a usinagem, o contato entre a ferramenta e a peça ocasiona a retirada de material na forma de cavaco, termo esse que é definido como a porção de material da peça que é removido pela ferramenta, tendo como característica apresentar forma geométrica irregular. 2.3. O PROCESSO DE TORNEAMENTO O torneamento é uma das operações de usinagem mais empregadas atualmente na indústria. O material a ser usinado é fixado em uma placa rotativa, enquanto que a ferramenta de corte se move em um plano que contém o eixo rotativo da peça. Amorim (2002) destaca algumas características que ocorrem no processo de torneamento, são elas: O corte normalmente é contínuo; O corte pode ser descrito em coordenadas cilíndricas (coordenadas polares para a seção reta da peça em rotação e mais uma coordenada de profundidade para designar o movimento da ferramenta); Ocorrem simultaneamente, movimentos da peça e da ferramenta (rotação da peça e translação da ferramenta). Pode-se classificar as operações de torneamento como de desbaste, nesta operação a peça é usinada com o intuito de se aproximar das características geométricas e dimensionais desejadas, e como torneamento de acabamento, que é posterior ao desbaste, e confere a peça as tolerâncias e dimensões finais (SANTOS, 2008). 3

2.3.1. Parâmetros de corte na operação de torneamento Existe uma série de grandezas associadas ao processo de torneamento, elas podem ser grandezas de avanço, de penetração e de corte (SANTOS, 2008). Dentre essas grandezas, existem aquelas que são definidas no torno antes da operação de torneamento, como é o caso do avanço, da profundidade de corte e da rotação. Já a velocidade de corte é obtida através de relações matemáticas. Diniz et al. (2014) e Ferraresi (1970) definem o avanço (f), a profundidade de corte (a p ) e a velocidade de corte (v c ) como sendo as grandezas com maior importância no processo de torneamento. 2.3.1.1. Velocidade de corte (Vc) Velocidade de corte é a velocidade tangencial instantânea resultante da rotação da ferramenta em torno da peça, para operações do tipo torneamento, fresamento ou furação, onde os movimentos de avanço e de corte ocorrem concomitantemente (DINIZ et al., 2014). No torneamento a velocidade de corte é definida a partir da relação entre o diâmetro da peça (d) que está sendo usinada e a rotação (n) que a mesma se encontra. A velocidade de corte é dada em metros/minuto (m/min) e pode ser obtida de acordo com a Equação 2.1. V c = π.d.n 1000 (2.1) 2.3.1.2. Profundidade de corte (a p ) É a profundidade de penetração da ferramenta em relação à peça, medida perpendicularmente ao plano de trabalho. A unidade da profundidade de corte é dada em milímetros (mm) (DINIZ et al., 2014; FERRARESI, 1970). 2.3.1.3. Avanço (f) O avanço (f) é o percurso de avanço em cada volta ou em cada curso da ferramenta, sua unidade é dada em milímetro por volta (mm/volta), (DINIZ et al., 2014; FERRARESI, 1970). A Figura 2.1 mostra esquematicamente os parâmetros de usinagem contidos no processo de torneamento. 4

Figura 2.1 Parâmetros de corte do processo de torneamento, (n) rotação; (f) avanço; (ap) profundidade de corte. Fonte Sandvik Coromant (2017). 2.3.2. Ferramenta de Corte A ferramenta de corte é a principal responsável pela remoção do material da peça na forma de cavaco. Vários pesquisadores (Espanhol, 2008; Reis e Silva, 2001; Bezerra e Machado, 2008; Junior, 2013; Loureiro, 2015; Reis, 2015; Matosinhos et al., 2002; Yen et al., 2004) observaram que o material que compõe a ferramenta, sua geometria e seu posicionamento no torno podem influenciar no resultado do processo de usinagem, mais especificamente na deformação da peça junto à região de corte e na distribuição das tensões e temperaturas, afetando diretamente o acabamento superficial da peça usinada. Existe uma grande complexidade nas ferramentas utilizadas no processo de usinagem, devido a grande quantidade de ângulos e superfícies que as mesmas possuem, pois cada superfície que compõe a ferramenta desempenha um papel fundamental no processo de usinagem, juntamente com o material do qual a peça é constituída. Ferraresi (1970) e Diniz et al. (2014) afirmam que esses parâmetros afetam diretamente o processo de corte, estando relacionados com o atrito entre a ferramenta e a peça, o desgaste da ferramenta, a temperatura no processo e a forma de cavaco produzido durante o processo. A Fig. 2.2 ilustra uma ferramenta de corte usada no processo de usinagem dando ênfase nas superfícies e ângulos que a compõem. 5

Figura 2.2 Ângulos e superfícies que compõem uma ferramenta de corte. Fonte - Santos, 2008. A geometria da ferramenta de corte apresenta-se como uma variável relevante no comportamento do material quando usinado, uma vez que pequenas alterações dimensionais e nos ângulos resultam em condições distintas quanto ao comportamento do material (SANTOS, 2008). 2.4 Rugosidade Espanhol (2008) afirma que a rugosidade de uma peça é definida a partir das irregularidades finas ou dos erros microgeométricos da ação gerada pelo processo de fabricação. No processo de usinagem especificamente, a rugosidade da peça é causada pelas impressões deixadas pela ferramenta podendo ser quantificada com o auxílio de aparelhos de medição chamados rugosímetro. Durante a medição da rugosidade, o apalpador do rugosímetro percorre o comprimento de medição seguindo uma trajetória linear com uma velocidade constante. Segundo Nicola (2008) as saliências contidas na superfície da peça fazem com que o apalpador tenha movimentos verticais, movimentos esses que são convertidos em um sinal elétrico, que é amplificado, filtrado e armazenado na forma de pares de pontos que podem ser expostos graficamente na forma de um perfil de rugosidade que representa a seção da superfície analisada na forma bidimensional. A Fig. 2.3 ilustra o princípio de operação do rugosímetro com apalpador. 6

Figura 2.3 Princípio de operação de um rugosímetro com apalpador mecânico. Fonte - Adaptado de Nicola, 2008. Os dois tipos de rugosímetros mais utilizados atualmente é o rugosímetro 3D, também chamado de perfilômetro óptico, que efetua as medições de rugosidade a partir de princípios físicos relacionados a luz e o rugosímetro digital descrito anteriormente. Domingos et al. (2014) realizaram a análise metrológica do rugosímetro digital e 3D, os autores encontraram uma incerteza pouco mais de três vezes maior do rugosímetro 3D quando comparado ao rugosímetro digital, contrariando a ideia de que o rugosímetro 3D teria incertezas menores, já que o mesmo é tecnologicamente mais recente. 2.4.1 Parâmetros de rugosidade Toma-se o perfil efetivo de uma superfície num comprimento lm, dado como o comprimento total de avaliação. Chama-se o comprimento le de comprimento de amostragem (cut-off) conforme a Fig. 2.4 (NICOLA, 2008). Como o perfil apresenta rugosidade e ondulação (lv e ln), o comprimento de amostragem filtra a ondulação. O comprimento total de avaliação é igual a cinco vezes o valor do cut-off. Figura 2.4 Comprimento de avaliação (lm) e comprimento de amostragem (le). Fonte - Adaptado de Nicola, 2008. O perfil de rugosidade da superfície de uma peça pode ser avaliado por um conjunto de parâmetros que serão descritos nos tópicos a seguir. 7