FICHA TÉCNICA. Data de receção (DD/MM/AAAA) [a preencher pela Comissão] Número de páginas (incluindo esta) 6 páginas

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Transcrição:

FICHA TÉCNICA Data de receção (DD/MM/AAAA) [a preencher pela Comissão] Número de páginas (incluindo esta) 6 páginas Língua na qual o pedido é apresentado Português Número do processo [a preencher pela Comissão] Indicação geográfica a registar Medronho do Algarve Categoria de bebida espirituosa Aguardente de frutos (categoria n.º 9 do Anexo II do Regulamento (CE) n.º 110/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro)

Descrição da bebida espirituosa O Medronho do Algarve é uma aguardente de frutos, obtida exclusivamente por fermentação alcoólica e destilação de frutos carnudos ou do seu mosto (com ou sem caroço) da espécie Arbutus unedo L. (medronheiro), proveniente de um habitat próprio da área geográfica adiante descrita. Características físicas, químicas e organoléticas ASPETO LÍMPIDO E BRILHANTE; CARATERÍSTICAS ORGANOLÉTICAS Cor incolor; Topázio/amarelo-palha a dourado (no caso de aguardente maturadas em pipas de madeira); Aroma frutado a medronho e etéreo; Aroma ligeiro a medronho, a madeira e a baunilha (no caso da aguardente maturadas em pipas de madeira) Sabor a medronho persistente, suave, delicado e alcoólico Sabor ligeiro a medronho, a madeira e a baunilha, suave e macia (no caso da aguardente maturadas em pipas de madeira) título alcoométrico volúmico mínimo 42 % e 50 % vol., Caraterísticas físico-químicas Extrato seco < 20 g/hl a.p. Acidez total (em ácido acético) 60 g/hl a.p.* Substâncias voláteis 200 g/hl a.p. Etanal 5 e 40 g/hl a.p. Acetato de etilo 120 g/hl a.p Metanol 500 e 900 g/hl a.p 2-butanol 2 g/hl a.p 1-propanol 10 e 40 g/hl a.p Isobutanol 30 e 70 g/hl a.p 1-butanol 3 g/hl a.p Isopentanóis 80 e 185 Álcoois superiores totais 130 e 300 g/hl a.p Isobutanol / propanol 1,5 e 4 g/hl a.p *Expresso em ácido acético 1 Hexanol <1 g/hl a.p Cis 3- hexen-1-ol <1,2 g/hl a.p Ácido octanoico (a) Ácido decanoico (a) Cobre < 2 mg/l a) Abaixo do limite de quantificação (0,2 mg/l) a.p. álcool puro Características específicas (por comparação com as bebidas espirituosas da mesma categoria) O medronho do Algarve apresenta teores residuais de álcoois em C6, aldeídos e ácidos octanoico e decanoico, sendo esta característica um dos elementos diferenciadores da aguardente de medronho do Algarve. O 1-hexanol e cis-3-

hexen-1-ol são considerados os álcoois das folhas, por estarem associados a aromas herbáceos, sendo que o limiar de perceção do cis-3 hexen-1-ol é cerca de 36 vezes menor do que o do 1-hexanol. Os ácidos octanoico e decanoico, quando são detetados, ficam abaixo do limite de quantificação ou seja abaixo de 0,2 mg/l. O genuíno medronho do Algarve apresenta valores de metanol, acidez total e acetato de etilo inferiores ao da aguardente de medronho comum, características que lhe conferem uma qualidade distinta. Características organoléticas As características acima referidas determinam um aroma e gosto mais frutado específico no medronho do Algarve, por comparação com os aromas e gostos mais herbáceos, presentes nas restantes aguardentes de medronho. Zona geográfica em causa A área geográfica de produção encontra-se delimitada aos concelhos de Aljezur, Vila do Bispo, Monchique, Silves (freguesias de S. Marcos da Serra, S. Bartolomeu de Messines e Silves), Lagos (freguesias de Barão de S. João, Bensafrim e Odiáxere), Portimão (freguesias de Mexilhoeira e Portimão), Albufeira (freguesia de Paderne), Loulé (com exceção das freguesias de Quarteira e Almancil), Faro (freguesias de Estoi e Sta Barbara), S. Brás de Alportel, Tavira (freguesias de Cachopo, Sta Catarina da Fonte do Bispo, S. Maria e Conceição), Castro Marim (freguesias de Azinhal e Odeleite) e Alcoutim (freguesia de Vaqueiros) e ainda ao concelho de Odemira (freguesias de S. Teotónio, Saboia e S. Clara- a-velha), ao concelho de Ourique (freguesia de Santana da Serra) e ao concelho de Almodôvar (freguesias de Gomes Aires, S. Clara-a-Nova, S. Barnabé, e S. Cruz do Almodôvar). Todo o ciclo de produção desde a obtenção da matéria-prima, destilação e envelhecimento ou estágio tem lugar na área geográfica delimitada. Método de obtenção da bebida espirituosa Na área geográfica de produção do medronho do Algarve, os frutos estão maduros e são tradicionalmente colhidos, de forma manual, a partir de Setembro. A colheita envolve uma seleção criteriosa dos frutos e eliminação dos frutos verdes que contribuem para o aumento do teor de etanal ou acetaldeído, de 1-hexanol, cis-3- hexen-1-ol, trans-3-hexen-1-ol e do teor de acidez. As folhas e pedúnculos verdes são excluídos, porque também contribuem para o aumento do etanal e dos outros aromas herbáceo. Os frutos excessivamente maduros e os pedúnculos também são eliminados porque contribuem para o aumento do metanol. Este procedimento, paciente, criterioso e exigente, é feito manualmente, transmitido ao longo de gerações, garante a máxima redução de compostos químicos prejudiciais à qualidade do medronho do Algarve. No início do processo de fermentação, é fundamental o recurso a frutos maduros e inteiros, sem qualquer indício de fermentação.

Para dar início ao processo de fermentação adiciona-se água, em função da humidade e do grau Brix. Estes indicadores são verificados empiricamente através de procedimento de observação, prova e escolha e exige um saber aguçado, resultado de conhecimento adquirido com a experiencia e ao longo do tempo. Para que a fermentação decorra adequadamente e se evite o contacto com o ar, os fermentadores têm que ficar fechados apenas com uma saída para libertar o gás (CO 2 ) que se vai formando durante a fermentação. Essa saída de gás não pode permitir a entrada de ar. A temperatura ideal para a conduzir o processo da fermentação dos frutos é de cerca de 18 ºC. Nestas condições a massa fermentada pode aguardar cerca de sessenta dias. Uma vez terminada a fermentação, torna-se imperativo proceder de imediato à destilação, para o produto final obter os atributos que o distingue. Tradicionalmente a destilação do medronho do Algarve faz-se a partir de finais de Janeiro/Fevereiro. O processo de destilação, com recurso aos alambiques de cobre, é feito sem pressas, de forma paciente, rigorosa e atenta. Aqui os cuidados de higiene e manutenção dos equipamentos e instrumentos usados, são uma regra herdada, transmitida e aperfeiçoada ao longo de gerações, assumindo-se como necessária para a qualidade deste produto. A proximidade entre os locais de produção e recolha da matéria-prima e as destilarias, constitui um fator determinante da qualidade do produto obtido. Com efeito, o caracter artesanal de todo o processo que vai da escolha criteriosa dos frutos, no momento da colheita, passando pelo inicio do processo de fermentação, até ao acompanhamento dedicado de toda a destilação, obrigam a que também a destilação e o estagio sejam acompanhados com uma regularidade que só é possível com uma logística de curtas distâncias. Os destiladores utilizados devem garantir uma temperatura constante durante todo o processo de destilação, evitando que a massa do medronho do Algarve se queime. Durante a destilação são rejeitadas a primeira quantidade de aguardente, vulgarmente designada por cabeça, devido ao excesso de cobre e acetato de etilo e a última, também vulgarmente designada de cauda ou frouxo, por apresentar valores elevados de acidez total e de cobre. A aguardente é destilada a menos de 86% vol. (alambiques tradicionais) ou a mais de 90 % vol. (destiladores de arraste de vapor) para que o medronho do Algarve tenha um aroma e um sabor provenientes do fruto. O medronho do Algarve quando envelhecido é colocado em pipas de madeira de carvalho ou de castanheiro, sujeita a torra ligeira. O local de envelhecimento deve ter temperatura e humidade controlada, havendo o cuidado de atestar periodicamente estas pipas para evitar perdas, sobretudo no verão, devido à evaporação dos poros da própria madeira. O período de permanência em madeira nova não deve ultrapassar os 6 meses. Não são admitidas pipas com torra média ou forte, porque mascaram demasiado o gosto frutado, tornando-a num destilado envelhecido descaracterizado da sua proveniência que é o fruto medronho. O mesmo se passa com períodos prolongados em pipas novas.

Ligação ao ambiente geográfico ou à origem geográfica O medronho do Algarve é uma bebida alcoólica tradicional do Algarve. A destilação dos frutos fermentados em alambiques de cobre, ter-se-á expandido na bacia mediterrânica a partir do Egipto, nos Séc. II e III. Esta tecnologia terá sido absorvida pelos gregos, sendo mais tarde difundida pelos Árabes no sul da Península Ibérica, por volta dos Sec. IX e X. O alambique artesanal é ainda hoje usado no Algarve e mantêm as características daquele que foi difundido pelos Árabes. A presença do medronheiro na serra Algarvia perde-se nos tempos, sendo tão antiga que deu origem a uma espécie de simbiose entre o medronheiro, o meio ambiente em que se desenvolve e as populações que lá habitam. Estas populações, com o decorrer dos tempos, foram estudando e tirando partido das características da planta, de tal forma que chegam a aproveita-la na íntegra. O medronheiro é uma planta característica da bacia do mediterrâneo, vegetando bem em altitudes compreendidas entre um mínimo de 80-100 metros e no máximo de 600 metros, em locais protegidos dos ventos marítimos e do vento frio do norte. Esta planta encontra o seu habitat natural entre 25º e 38º de latitude norte, 15º de longitude oeste e 30º este do meridiano de Greenwich e tem como condições climáticas ótimas de desenvolvimento e frutificação, as que são caraterísticas do clima mediterrânico (Cs) de KÖPPEN, com alguma influência atlântica, existente na zona delimitada da origem. A insolação é um fator climatérico determinante para o sucesso da cultura e a sua frutificação que precisa de um número elevado de horas de sol. Na zona geográfica delimitada a insolação ronda as 3000 horas anuais, o que confere ao fruto características singulares como a acumulação excecional de álcoois no fruto. Esta particularidade condiciona positivamente o processo de destilação e constitui-se num dos fatores determinantes do aroma e gosto mais frutado sentido no medronho do Algarve, claramente distintos do aroma e gosto mais herbáceo sentido nas restantes aguardentes de medronho. O sistema orográfico da serra, beira serra e alto barrocal do Algarve e a vertente norte das serras de Espinhaço de Cão, Monchique e Caldeirão, do Baixo Alentejo, reúnem as características adequadas ao desenvolvimento excecional do medronheiro. A espécie vegeta e frutifica bem onde a temperatura diária é superior a 12,5ºC, a precipitação média diária é superior a 500 mm e inferior a 1400 mm, a geada inferior a 40 dias por ano e a altitude entre 50 e 700, condições existentes na zona de origem. O saber fazer associado à colheita dos frutos, transmitido ao longo de gerações e que garante a ausência de compostos químicos prejudiciais à qualidade do produto, a avaliação das condições prévias do processo de fermentação através de procedimento de observação, prova e escolha da matéria-prima e do teor de humidade, os cuidados de higiene e manutenção dos equipamentos e instrumentos usados na destilação, são uma regra herdada, transmitida e aperfeiçoada ao longo de gerações, assumindo-se como necessária para a qualidade deste produto. A proximidade entre os locais de produção e recolha da matéria-prima e as destilarias, constitui igualmente um fator determinante da qualidade do produto obtido. Com

efeito, o caracter artesanal de todo o processo que vai da escolha criteriosa dos frutos, no momento da colheita, passando pelo início do processo de fermentação, até ao acompanhamento dedicado de toda a destilação, obrigam a que também a destilação e o estágio sejam acompanhados com uma regularidade que só é possível com proximidade geográfica. Disposições da União Europeia ou nacionais/regionais Requerente APAGARBE, Associação de Produtores de Aguardente de Medronho do Barlavento Algarvio Portugal Largo da Senhora do Pé da Cruz Sede da Cooperativa 8550 Monchique Estatuto jurídico (Estatutos em anexo) Complemento à indicação geográfica Regras específicas de rotulagem Logótipo do medronho do Algarve; (Por definir) Marca de certificação; indicação do OC responsável pelo controlo certificação; (Por definir)