Florística arbórea e arbustiva de um fragmento de Mata Ciliar do arroio Boa Vista, Teutônia, RS, Brasil

Documentos relacionados
ESTRUTURA DA COMUNIDADE ÁRBOREA DE UM FRAGMENTO DE MATA CILIAR DO RIO TAQUARI, COLINAS, RIO GRANDE DO SUL

GUAJUVIRA. e schwarzhertz, palavra derivada de schwarz=preto ehertz=coração. Ou seja: coração preto, em alusão ao cerne de cor escura da madeira

ESTRUTURA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS ESPÉCIES DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA ALUVIAL EM REGENERAÇÃO

2017 Ecologia de Comunidades LCB Prof. Flávio Gandara Prof. Sergius Gandolfi. Aula 2. Caracterização da Vegetação e Fitogeografia

PRODUÇÃO DE UMA FLORESTA NATURAL EM SANTA MARIA, RS

Fitossociologia e estrutura de um fragmento de Floresta Estacional Decidual Aluvial em Santa Maria - RS

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DA MICROBACIA DO CÓRREGO MAMANGABA, MUNICÍPIO DE MUNDO NOVO/MS.

campus foi agravada, com a barragem do Arroio Geografia para a construção de um açude.

TERMO DE COOPERAÇÃO. C Não é necessário ser uma muda de árvore, pode-se adotar uma já existente na calçada em frente a sua casa.

FLORÍSTICA ARBÓREA DE UMA PORÇÃO DE MATA DE ENCOSTA DO MORRO DA HARMONIA, TEUTÔNIA, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.

Mata Atlântica Floresta Pluvial Tropical. Ecossistemas Brasileiros

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE SANTO ÂNGELO, SANTO ÂNGELO, RS

REGENERAÇÃO NATURAL DO COMPONENTE ARBÓREO E ARBUSTIVO DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE SANTO ÂNGELO-RS

Composição Florística e Síndromes de Dispersão no Morro Coração de Mãe, em. Piraputanga, MS, Brasil. Wellington Matsumoto Ramos

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Proteção e restauração ecológica de nascentes utilizando talhão facilitador diversificado

Vegetação de Restinga

Estrutura florística da Área de Relevante Interesse Ecológico Laerth Paiva Gama do município de Alegre, ES

FITOSSOCIOLOGIA DO COMPONENTE ARBÓREO DO ENTORNO DA NASCENTE NO ARROIO CLARIMUNDO, AFLUENTE DO RIO IJUÍ- RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

Osvaldo Antonio R. dos Santos Gerente de Recursos Florestais - GRF. Instituto de Meio Ambiente de MS - IMASUL

ESTRUTURA GEOLÓGICA,RELEVO E HIDROGRAFIA

Atividades para saídas de campo envolvendo Biologia e Matemática. Um exemplo em uma disciplina de Botânica

LAUDO TÉCNICO DE COBERTURA VEGETAL

SALVAMENTO DE GERMOPLASMA DA Maytenus ilicifolia E DEMAIS ESPÉCIES DE INTERESSE NA ÁREA DO LABHIDRO

Parâmetros fitossociologicos do estrato arbóreo de áreas de Caatinga em sistema agrossilvipastoril 1

Biomas / Ecossistemas brasileiros

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Restauração ecológica de mata ciliar utilizando talhão facilitador diversificado

CONSULTA PÚBLICA SOBRE ÁREAS DE ALTO VALOR DE CONSERVAÇÃO

GEOGRAFIA REVISÃO 1 REVISÃO 2. Aula 25.1 REVISÃO E AVALIAÇÃO DA UNIDADE IV

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA DE UM TRECHO DA MATA RIBEIRINHA DO CÓRREGO FUNDO, AQUIDAUANA-MS.

FITOSSOCIOLOGIA DE FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL NO ESTADO DE SANTA CATARINA BRASIL

VEGETAÇÃO BRASILEIRA. DIVIDE-SE EM: 1) Formações florestais ou arbóreas 2) Formações arbustivas e herbáceas 3) Formações complexas e litorâneas

Anais 1º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande, Brasil, novembro 2006, Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p

Área: ,00 km², Constituído de 3 distritos: Teresópolis (1º), Vale do Paquequer (2 ) e Vale do Bonsucesso (3º).

O CLIMA E A VEGETAÇÃO DO BRASIL

Estrutura do componente arbóreo em uma área de floresta ribeirinha na bacia do rio Piratini, Rio Grande do Sul, Brasil

Eng. Agrônomo Ricardo Moacir Konzen Coordenador de departamento Departamento de Meio Ambiente de Vera Cruz

Revista Brasileira de Agroecologia Rev. Bras. de Agroecologia. 8(3): (2013) ISSN:

Principais famílias de Angiospermas das matas brasileiras. Erik Gilberto Alessandra

SÍNDROME DE DISPERSÃO DA REGENERAÇÃO NATURAL EM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA RIPÁRIA, RS 1

ANÁLISE FLORÍSTICA DO ESTRATO ARBUSTIVO-ARBÓREO DA VEGETAÇÃO DE UMA ÁREA DE CERRADO SENSU STRICTO, GURUPI-TO

Universidade Regional de Blumenau FURB

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE CIEÊNCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRA DEFESA DE MONOGRAFIA

PROPOSTAS PARA CRIAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO PARQUE ESTADUAL SERRA DO AREAL E REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE RIACHO PONTAL PETROLINA/PE

Análise fitossociológica de um fragmento de Floresta Estacional Decidual: Parque Estadual do Turvo, RS

Artigo científico. Leticia de Souza Quirino Pereira (1) Marcos Eduardo Paron (2) Guilherme Augusto Canella Gomes (2)

BIOMAS BRASILEIROS. - Biodiversidade - Principais características - Importância. Por Priscila de Souza Bezerra

A FAMÍLIA FABACEAE NAS FLORESTAS ESTACIONAIS SEMIDECIDUAIS DO TRIÂNGULO MINEIRO

FITOSSOCIOLOGIA E FLORÍSTICA DE UM TRECHO DA MATA CILIAR DO RIO MIRANDA, MIRANDA, MS, BRASIL.

POTENCIAL DE REGENERAÇÃO NATURAL DE FLORESTAS NATIVAS NAS DIFERENTES REGIÕES DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Engenharia Florestal

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Estrutura do componente arbóreo de uma floresta estacional decidual ripária em Jaguari, RS

DISPERSÃO DE DIÁSPOROS DE Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez EM FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL¹

II ETAPA DO CURSO AMBIENTALISTA EDUCADOR DIAGNÓSTICO DE UMA LUTA AMBIENTAL. Lucinda G Pinheiro GESP- Passo Fundo /RS

Código Florestal. Experiências em Recuperação Ambiental

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO PROCESSO SELETIVO 2012.

DIVERSIDADE E ESTRUTURA DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM ÁREA ALAGÁVEL DO MUNICÍPIO DE LONDRINA, SUL DO BRASIL 1

Ciência Florestal ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

SÍNTESE. AUTORES: MSc. Clibson Alves dos Santos, Dr. Frederico Garcia Sobreira, Shirlei de Paula Silva.

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NO MORRO DOS MACACOS, PASSO DE TORRES SC

Análise da Vegetação Florestal Ciliar na Bacia do Rio Passo Fundo, RS bases para a restauração ecológica

Domínios Florestais do Mundo e do Brasil

RELAÇÕES FLORÍSTICO-GEOGRÁFICAS NA ESTRUTURA DE UMA FLORESTA NA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA CACHOEIRA RONCADEIRA TAQUARUÇU-TO

Monitoramento das alterações da cobertura vegetal e uso do solo na Bacia do Alto Paraguai Porção Brasileira Período de Análise: 2012 a 2014

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA DE ESPÉCIES ARBÓREAS DO CERRADO SENSU STRICTO NO PANTANAL, MATO GROSSO, BRASIL

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

ANÁLISE DE AGRUPAMENTO DA VEGETAÇÃO DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL ALUVIAL, CACHOEIRA DO SUL, RS, BRASIL

ESPÉCIES ARBÓREAS RARAS E A RESTAURAÇÃO AMBIENTAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: O ESQUECIMENTO DA DIVERSIDADE FLORESTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA

SISTEMA NACIONAL DE CLASSIFICAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES de março 2015 Paramaribo, Suriname

Fenologia da Vegetação Arbórea Nativa visando a Apicultura Sustentável para a Agricultura Familiar da Metade Sul do Rio Grande do Sul

DESFLORESTAMENTO DA MATA ATLÂNTICA

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E MANEJO DE QUINTAIS AGROFLORESTAIS EM ÁREA DE TERRA FIRME NA TERRA INDÍGENA KWATÁ-LARANJAL, AMAZONAS

FLORÍSTICA DE MATA CILIAR EM SÃO MARTINHO DA SERRA, RS, BRASIL

LISTA DE EXERCÍCIOS CIÊNCIAS

Ciência Florestal, Santa Maria, v. 10, n. 2, p ISSN

Avaliação de acessos do BAG jenipapo: ano 2015

O conhecimento etnobotânico associado aos recursos vegetais das matas ciliares no oeste catarinense

ECO GEOGRAFIA. Prof. Felipe Tahan BIOMAS

ECOFOR: Biodiversidade e funcionamento de ecossistemas em áreas alteradas pelo homem nas Florestas Amazônica e Atlântica Simone Vieira NEPAM/UNICAMP

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Recuperação de área degradada em encosta

Abrange os estados: AM, PA, AP, AC, RR, RO, MT, TO, MA. Planícies e baixos planaltos. Bacia hidrográfica do Rio Amazonas

Figura 1 Altimetria média de Minas Gerais. (Autor: Carlos Wagner G A Coelho)

Fenologia da Vegetação Arbórea Nativa visando a Apicultura Sustentável para a Agricultura Familiar da Metade Sul do Rio Grande do Sul

BIOMAS DO BRASIL E DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS. Prof ª Gustavo Silva de Souza

Capítulo 11. Biomas e a vegetação Parte 2

MATA ATLÂNTICA Geografia 5 º ano Fonte: Instituto Brasileiro de Florestas

Estudo 4 - Oportunidades de Negócios em Segmentos Produtivos Nacionais

BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE Randia armata (SW.) DC.

Comportamento de espécies arbóreas na recuperação da mata ciliar da nascente do Rio Pitimbu, Macaíba, RN

ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS DA MATA CILIAR DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO LAJEADO TUNAS, NA REGIÃO DO ALTO URUGUAI, RS

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FLORA

Sucessão Ecológica e Dinâmica de Vegetação 2017

Levantamento Preliminar da Herpetofauna em um Fragmento de Mata Atlântica no Observatório Picos dos Dias, Brasópolis, Minas Gerais

OCORRÊNCIA E EVOLUÇÃO DA SOBREVIVÊNCIA E TORTUOSIDADE DO TRONCO DE ESPÉCIES NATIVAS PLANTADAS EM DOIS VIZINHOS - PARANÁ

Similaridade florística em duas áreas de Cerrado, localizadas no município de Parnarama, Maranhão - Brasil

IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS DAS FLORESTAS OMBRÓFILA MISTA E ES- TACIONAL DECIDUAL COM POTENCIAL ORNAMENTAL

Associação de Desenvolvimento da Microbacia do Ribeirão das Pedras Taió (SC)

Transcrição:

Hoehnea 40(2): 365-372, 1 tab., 1 fig., 2013 Florística arbórea e arbustiva de um fragmento de Mata Ciliar do arroio Boa Vista, Teutônia, RS, Brasil Cátia Eloísa Brackmann 1,3 e Elisete Maria de Freitas 2 Recebido: 20.12.2012; aceito: 29.04.2013 ABSTRACT - (Tree and shrub floristics of a fragment of the riparian forest surrounding Boa Vista Stream, Teutônia, Rio Grande do Sul State, Brazil). The riparian vegetation plays important roles in soil protection and ecosystem conservation. The aim of this study was to inventory the diversity of tree and shrub floristics in a fragment of the riparian forest at Boa Vista Stream, in Teutônia, Rio Grande do Sul State. To survey the species, we performed exploring rides around the fragment, once a month, from March to October 2012. Were identified 50 species, 47 genres, and 24 families. The richest family in species was Fabaceae, followed by Myrtaceae and Euphorbiaceae, following the standards of other surveys on riparian vegetation in Rio Grande do Sul State. Considering the size of the area, the degree of human disturbance in their surroundings, and the number of species in other riparian forest fragments studied in Rio Grande do Sul State, species richness is high. Most species have a wide geographic distribution in the State. Key words: floristic diversity, floristic survey, riparian vegetation RESUMO - (Florística arbórea e arbustiva de um fragmento de Mata Ciliar do arroio Boa Vista, Teutônia, RS, Brasil). As matas ciliares possuem importantes funções na proteção do solo e conservação de ecossistemas. O objetivo do presente estudo foi inventariar a diversidade florística arbórea e arbustiva de um fragmento da mata ciliar do arroio Boa Vista, Teutônia, RS, Brasil. Para o levantamento das espécies, foram realizadas caminhadas em todo o fragmento, uma a cada mês, de março a outubro de 2012. Foram identificadas 50 espécies, 47 gêneros e 24 famílias. A família com maior riqueza de espécies foi Fabaceae, seguida por Myrtaceae e Euphorbiaceae, seguindo os padrões de outros levantamentos em mata ciliar no Estado do Rio Grande do Sul. Considerando o tamanho da área, o grau de antropização no seu entorno e o número de espécies de outros fragmentos estudados em mata ciliar no RS, a riqueza é elevada. A maioria das espécies possui ampla distribuição geográfica para o Estado do Rio Grande do Sul. Palavras-chave: diversidade florística, levantamento florístico, vegetação ribeirinha Introdução Matas ciliares são formações florestais encontradas ao longo de cursos d'água, cuja função é proteger os rios influenciando na qualidade da água, na manutenção do ciclo hidrológico nas bacias hidrográficas, evitando o processo de erosão das margens e o assoreamento do leito dos rios (Primo & Vaz 2006). Também atuam como habitats para diversas espécies animais, favorecendo o fluxo gênico e aumentando a diversidade genética nas populações (Brown Jr. 2001, Franco 2005). Apesar da importância desses ambientes e mesmo protegidas por lei vêm sendo degradados e perturbados por meio das ações antrópicas que as desmatam principalmente para a implantação de atividades agrícolas (Primo & Vaz 2006), estando, consequentemente, reduzida a estreitas faixas ou inexistente em determinadas extensões (Eckhardt et al. 2008) como pode ser observado nas margens do rio Taquari e seus afluentes na Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul (RS). Essa degradação é acompanhada pela escassez de estudos que não tem permitido uma compreensão sobre a dinâmica dessas florestas (Budke et al. 2004). As regiões Sudeste e Centro Oeste do Brasil são as mais estudadas (Rodrigues & Nave 2001). Na região Sul, os estudos estiveram mais concentrados no Estado do Paraná enquanto que no RS ainda são escassos e 1. Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas - Licenciatura, Centro Universitário UNIVATES, Avenida Avelino Tallini, 171, Universitário, 95900-000 Lajeado, RS, Brasil 2. Centro Universitário UNIVATES, Museu de Ciências Naturais, Laboratório de Propagação de Plantas, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Avenida Avelino Tallini, 171, Universitário, 95900-000 Lajeado, RS, Brasil 3. Autor para correspondência: catia_elo@hotmail.com

366 Hoehnea 40(2): 365-372, 2013 restritos a determinadas bacias hidrográficas como a do rio Jacuí (Budke et al. 2004, Marchi & Jarenkow 2008). Na bacia hidrográfica do rio Taquari somente um trabalho sobre a composição e a estrutura das comunidades vegetais da mata ciliar encontra se publicado (Mundeleski et al. 2008), refletindo no imenso desconhecimento da composição florística, dos padrões fitogeográficos e de dados ecológicos, dificultando a adequada implantação de projetos que visem a sua recuperação. Apesar da falta de estudos, nas últimas décadas, a restauração das florestas ciliares tem sido incentivada, no entanto, são raros os casos de projetos que propõem a restauração das matas ciliares fundamentadas numa questão ecológica (Rodrigues & Nave 2001). Para os mesmos autores, ignorar a complexidade ambiental das matas ciliares durante a escolha e distribuição das espécies florestais nos projetos de recuperação de áreas ciliares pode resultar numa homogeneidade de espécies com consequências imprevisíveis na dinâmica e diversidade ecológica dessas áreas e no sucesso dessas propostas. O presente estudo teve como objetivos conhecer a diversidade florística do componente arbóreo e arbustivo de um fragmento de mata ciliar do arroio Boa Vista, Teutônia, RS; relacionar o contingente geográfico das espécies, visando contribuir para a adequada seleção de espécies na implantação de projetos de recuperação desses importantes ecossistemas. Materiais e métodos A área de estudo é constituída por um trecho de mata ciliar em ambas as margens do arroio Boa Vista, inserido em uma propriedade particular até recentemente utilizada como camping e que possui, junto ao limite superior do fragmento estudado, uma barragem para o represamento da água. Está localizada nas coordenadas UTM 22J X: 461.430, Y: 6.741.535, no interior do município de Teutônia, nordeste do RS, região fisiográfica da Depressão Central (figura 1), na vertente sul do Planalto Meridional ou Formação Serra Geral (Teixeira & Neto 1986). A vegetação pertence ao Bioma Mata Atlântica, estando inserida na formação fitoecológia da Floresta Estacional Decidual Submontana (Leite 2002), pois se localiza num intervalo de 30 e 400 metros de altitude. O solo na região estudada é argiloso e profundo, sendo classificado como Chernossolo Háplico Órtico típico, caracterizado pelo alto potencial para culturas anuais (Streck et al. 2008). O clima no Vale do Taquari, de acordo com Köppen (Moreno 1961), é classificado em "Cf" ou temperado úmido, apresentando a variedade "Cfa" ou subtropical na maioria das regiões. A temperatura e precipitação média anual são 18 ºC e 1.600 mm, respectivamente (CIH-Univates 2012). O arroio Boa Vista é um afluente do rio Taquari, bacia hidrográfica Taquari-Antas, com área de 26.491,82 km 2. Conforme a Secretaria do Meio Ambiente do RS (2010), a utilização da água dessa bacia está relacionada à irrigação, dessedentação de animais, agroindústrias e abastecimento público de áreas urbanas. Nas margens do arroio, ao longo de todo o seu curso, é comum a ocorrência de cultivos agrícolas (especialmente monoculturas e pastagens) que contribuíram, desde a colonização dessa região, para a existência de poucos e pequenos fragmentos ou estreitas faixas com vegetação arbórea preservada nas suas margens. O fragmento estudado possui aproximadamente três hectares com floresta arbórea relativamente preservada nas duas margens, correspondendo a uma extensão de aproximadamente 80 m na margem direita e de 40 m na margem esquerda, submetido a frequentes inundações em épocas de cheias. Para a realização do levantamento florístico, o fragmento foi percorrido na íntegra, seguindo o método de Caminhamento (Filgueiras et al. 1994). Durante as caminhadas foi realizada a coleta de material botânico, fértil ou não, de todas as espécies arbóreas e arbustivas com no mínimo três metros de altura. Visando obter o maior número de coleta de material botânico fértil; as caminhadas foram repetidas por pelo menos uma vez a cada mês, de março a outubro de 2012, facilitando assim a correta identificação dos indivíduos e o registro das espécies em herbário. Visando ampliar a possibilidade de encontrar o maior número de espécies em floração, no mês de setembro (primavera) foram realizadas mais excursões ao fragmento. O material coletado foi utilizado para a identificação das espécies com o uso de bibliografia específica (Sobral et al. 2006) e consulta à especialistas. A nomenclatura das espécies seguiu a Lista de Espécies Flora do Brasil (2012). Para a definição das famílias botânicas foi seguida a Angiosperm Phylogeny Group III (APG III 2009). Todo material botânico em estágio fértil foi desidratado, herborizado e depositado no herbário HVAT do Museu de Ciências Naturais do Centro Universitário UNIVATES.

Brackmann & Freitas: Florística arbórea e arbustiva da mata ciliar do arroio Boa Vista A classificação das espécies ocorrentes em cada contingente fitogeográfico seguiu Jarenkow & Waechter (2001) e Grings & Brack (2008), para espécies de ampla distribuição geográfica no RS (EAD), provenientes da bacia do Paraná Uruguai corredor oeste (FED), espécies características da Floresta Ombrófila Densa corredor leste (FOD) e espécies características da Floresta Ombrófila Mista (FOM). As espécies não listadas pelos autores foram consultadas em bibliografias complementares (Bergamin & Mondin 2006, Sühs et al. 2009, Markus & Freitas 2011). Resultados e discussão Foi registrada a ocorrência de 50 espécies arbóreas e arbustivas, distribuídas em 47 gêneros e 24 famílias botânicas (tabela 1), pertencentes a três clados e 12 ordens. O clado das Monocots foi representado por apenas uma ordem e uma família, o das Magnoliids 367 esteve representado por uma ordem e duas famílias, enquanto que as 10 ordens restantes com 21 famílias fazem parte do clado das Eudicots. Sapindales foi a ordem de maior representação, com cinco famílias e nove espécies, das quais duas eram exóticas. A família Fabaceae apresentou o maior número de espécies (11), distribuídas em 10 gêneros, seguida por Euphorbiaceae e Myrtaceae, ambas com quatro espécies. Moraceae, Rutaceae e Sapindaceae com três espécies cada, Bignoniaceae, Boraginaceae, Cannabaceae e Sapotaceae com duas espécies cada. Outras 14 famílias apresentaram apenas uma espécie. As famílias Myrtaceae, Fabaceae e Euphorbiaceae foram citadas em outros trabalhos realizados em florestas ribeirinhas no RS, por apresentar maior riqueza de espécies (Budke et al. 2004, Rolim et al. 2006, Grings & Brack 2008). Myrtaceae e Fabaceae foram as mais numerosas em um levantamento fitossociológico realizado em uma Floresta Estacional na região Central Sul riograndense (Jarenkow & Figura 1. Mapa de localização e delimitação da área de estudo, arroio Boa Vista, Teutônia, RS, Brasil. Figure 1. Location map and delimitation of the study area, Boa Vista Stream, Teutônia, Rio Grande do Sul State, Brazil.

368 Hoehnea 40(2): 365-372, 2013 Tabela 1. Lista das famílias e espécies encontradas em um fragmento de mata ciliar do arroio Boa Vista, Teutônia, RS, Brasil, com o respectivo contingente geográfico (CG): espécie de ampla distribuição (EAD), característica da Bacia Paraná Uruguai (FED), espécies características da Floresta Ombrófila Densa (FOD), e espécies características da Floresta Ombrófila Mista (FOM). Table 1. Table 1. List of families and species in a fragment of the riparian forest surrounding Boa Vista Stream, Teutônia, Rio Grande do Sul State, Brazil, with its geographical quota (CG): widely distributed species (EAD), characteristic of Paraná Basin, Uruguay (EDF), characteristic species of Dense Rain Forest (FOD) and characteristic species of Araucaria Forest (FOM). Família/Espécies Nome popular Registro HVAT CG Annonaceae Annona sylvatica A.St.-Hil. araticum EAD Arecaceae Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman palmeira EAD Bignoniaceae Handroanthus serratifolius (A.H.Gentry) S.Grose ipê-amarelo FOM Jacaranda puberula Cham. caroba FED Boraginaceae Cordia americana (L.) Gottschling & J.S.Mill. guajuvira 4007 FED Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. louro-pardo EAD Cannabaceae Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. esporão-de-galo FED Trema micrantha (L.) Blume grandiúva EAD Combretaceae Terminalia australis Cambess. sarandi-amarelo EAD Euphorbiaceae Colliguaja brasiliensis Klotzsch ex Baill. sarandi-de-leite 4006 EAD Actinostemon concolor (Spreng.) Müll.Arg. laranjinha-domato 4010/4011 EAD Sapium glandulosum (L.) Morong pau-leiteiro EAD Sebastiania serrata (Baill. ex Müll.Arg.) Müll. Arg. branquilho EAD Fabaceae Bauhinia forficata Link pata-de-vaca 4000 EAD Calliandra brevipes Benth. caliandra-rosa 4001 EAD Dalbergia frutescens (Vell.) Britton rabo-de-bugio EAD Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong timbaúva EAD Inga marginata Willd. ingá-feijão EAD Lonchocarpus nitidus (Vogel) Benth. rabo-de-bugio 4012 FED Machaerium paraguariense Hassl. pau-de-malho 4014 FED Machaerium stipitatum (DC.) Vogel farinha-seca EAD Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze unha-de-gato 4015 EAD Myrocarpus frondosus Allemão cabreúva FED Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan angico FED Lamiaceae Aegiphila brachiata Vell. peloteiro FOM Lauraceae Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez canela fedorenta 4017 EAD continua

Brackmann & Freitas: Florística arbórea e arbustiva da mata ciliar do arroio Boa Vista 369 Tabela 1 (continuação) Família/Espécie Nome popular Registro HVAT CG Loganiaceae Strychnos brasiliensis Mart. esporão-de-galo 4018 EAD Malvaceae Luehea divaricata Mart. açoita-cavalo 4013 EAD Meliaceae Trichilia elegans A.Juss. pau-de-ervilha 4019 FED Morus nigra L. amora 4016 Exótica Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg guabiroba 4002 EAD Eugenia uniflora L. pitanga 4008 EAD Eucalyptus sp. eucalipto Exótica Myrrhinium atropurpureum Schott murtilho FED Phytolaccaceae Phytolacca dioica L. umbú EAD Primulaceae Myrsine loefgrenii (Mez) Imkhan. capororoca EAD Rhamnaceae Hovenia dulcis Thunb. uva-japonesa Exótica Rubiaceae Chomelia obtusa Cham. & Schltdl. viuvinha 4003 EAD Rutaceae Citrus sp.1 laranjeira Exótica Salix humboldtiana Willd. salseiro EAD Moraceae Ficus cestrifolia Schott ex Spreng. figueira-de-folhamiúda FOD Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. figueira 4009 FED Citrus sp.2 bergamoteira Exótica Zanthoxylum caribaeum Lam. mamica-decadela EAD Salicaceae Sapindaceae Allophylus edulis (A.St.-Hil.) Hieron. ex Niederl. chal-chal EAD Cupania vernalis Cambess. camboatávermelho EAD Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco EAD Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler ex Miq.) Engl. aguaí-guaçu 4005 EAD Pouteria salicifolia (Spreng.) Radlk. mata-olho EAD Simaroubaceae Picrasma crenata (Vell.) Engl. pau-amargo FED

370 Hoehnea 40(2): 365-372, 2013 Waechter 2001). Também obtiveram maior riqueza de espécies no estudo ambiental da microbacia do arroio Jacarezinho (Nova Bréscia e Encantado, RS) (Mundeleski et al. 2008) e no estudo florístico realizado em uma porção de mata de encosta do morro da Harmonia, Teutônia, RS, Brasil (Markus & Freitas 2011). Os gêneros Cordia, Machaerium e Citrus (este último, exótico) apresentaram duas espécies cada. Diferente de outros trabalhos, o gênero Eugenia foi representado por apenas uma espécie, não seguindo os padrões de outros trabalhos florísticos, como o realizado na floresta ribeirinha do arroio Passo das Tropas, em Santa Maria, RS (Budke et al. 2004), em fragmentos florestais na bacia hidrográfica do rio Gravataí (RS) (Oliveira et al. 2005), na mata de encosta do morro da Harmonia em Teutônia (Markus & Freitas 2011) ou ainda, numa mata ribeirinha no rio Camaquã no município de Cristal, RS (Marchi & Jarenkow 2008). Mundeleski et al. (2008), em trabalho realizado na transição da Floresta Estacional Decidual para Floresta Ombrófila Mista, nos municípios de Encantado e Nova Bréscia, pertencente à mesma bacia hidrográfica do presente estudo, registraram a ocorrência de 16 espécies nativas idênticas ao fragmento em questão: Allophylus edulis, Bauhinia forficata, Campomanesia xanthocarpa, Chrysophyllum gonocarpum, Cordia trichotoma, Cupania vernalis, Eugenia uniflora, Actinostemon concolor, Luehea divaricata, Matayba elaeagnoides, Myrocarpus frondosus, Nectandra megapotamica, Parapitadenia rigida, Syagrus romanzoffiana, Trema micranta e Tichilia elegans. Contudo, o autor registrou a presença de indivíduos pertencentes às famílias Erythroxylaceae e Araucariaceae, não apontadas no presente levantamento. Apesar da diferença de altitude, mas pertencente à mesma formação fitoecológica de mata na encosta do morro da Harmonia, no mesmo município do presente estudo, 12 espécies registradas por Markus & Freitas (2011) também ocorreram no presente estudo: S. romanzoffiana, T. micranta, Dalbergia frutescens, Inga marginata, Machaerium stipitatum, Actinostemon concolor, A. edulis, C. vernalis, M. elaeagnoides, Chrysophyllum gonocarpum, Ficus luschnathiana e Eucalyptus sp., esta última, exótica. Oliveira et al. (2005), em levantamento florístico realizado em fragmentos florestais na bacia hidrográfica do rio Gravataí, RS, classificaram as espécies encontradas como pioneiras e secundárias iniciais e tardias. Dentre as pioneiras registradas, Allophylus edulis, Mimosa bimucronata, Sapium glandulosum e Salix humboldtiana também ocorrem no presente estudo, indicando alto grau de antropização na área estudada. As espécies Eugenia uniflora, Campomanesia xanthocarpa, Cupania vernalis e Parapiptadenia rigida, classificadas como secundárias iniciais e tardias, também foram registradas no presente estudo. Diagnóstico idêntico foi obtido a partir do levantamento de uma floresta ribeirinha do arroio Passo das Tropas, em que, Budke et al. (2004) observaram a presença de Allophylus edulis, Salix humboldtiana, Eugenia uniflora, Campomanesia xanthocarpa e Parapiptadenia rigida. Os referidos autores indicam que a presença dessas espécies é comum ao longo das margens de cursos d'água. Portanto, são indicadas para a recuperação da mata ciliar em áreas acentuadamente antropizadas, devendo se priorizar a seleção de espécies pioneiras, comuns em levantamentos realizados dentro de uma mesma bacia hidrográfica e mesma formação fitoecológica. Essas espécies apresentam germinação rápida na presença de luz e alta velocidade de crescimento (Alcalá et al. 2006). As espécies secundárias iniciais e tardias devem ser usadas quando já existe uma formação secundária inicial instalada. Do total de espécies registradas, 31 apresentam ampla distribuição geográfica (tabela 1), dentre elas, Cordia trichotoma, Trema micranta, Bauhinia forficata, Salix humboltiana, Allophylus edulis, Cupania vernalis e Matayba elaegnoides. Em segundo lugar, destacam se as provenientes da Floresta Estacional Decidual, com 11 espécies, entre elas, Cordia americana, Celtis iguanaea, Myrocarpus frondosus, Enterolobium contortisiliquum, Parapiptadenia rígida e Trichilia elegans. As espécies características da Floresta Ombrófila Mista são Handroanthus serratifolius e Aegiphila brachiata. Já a Floresta Ombrófila Densa é representada apenas por Ficus cestrifolia. Esses dados podem apontar para a possível localização da área de estudo em zona de congruência. Três espécies estão na lista de Espécies da Flora Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul (Jacaranda puberula, Picrasma crenata e Myrocarpus frondosus) (SEMA 2003) e duas são imunes ao corte (Ficus luschnathiana e Ficus cestrifolia). E ainda, cinco espécies são consideradas exóticas (Citrus sp. (2), Eucalyptus sp., Hovenia dulcis e Morus nigra).

Brackmann & Freitas: Florística arbórea e arbustiva da mata ciliar do arroio Boa Vista 371 Apesar de se tratar de um fragmento pequeno, com uso até recentemente como camping e circundado por lavouras, a riqueza de espécies foi alta quando comparada com outros trabalhos realizados em formações ribeirinhas no Estado. Além disso, trata se de um importante levantamento, pois possibilitou a ampliação do conhecimento da diversidade florística das matas ciliares da bacia hidrográfica do Rio Taquari. No entanto, não é suficiente para definir o real estado de conservação da mesma. Mais estudos são necessários nos rios e arroios da Bacia Hidrográfica do rio Taquari para maior conhecimento da sua estrutura, tanto da flora arbórea, quanto arbustiva, herbácea, de trepadeiras e de epífitas. Agradecimentos Aos botânicos Marcos Sobral e Martim Grings pelo auxílio na identificação de espécies; aos proprietários da área de estudo que permitiram a realização do trabalho, aos funcionários do Museu de Ciências Naturais da UNIVATES pelo espaço cedido e pelo auxílio no preparo das exsicatas. Literatura citada Alcalá, M., Franceschi, N.C.S. & Stranghetti, V. 2006. Florística de trechos de matas ciliares do ribeirão Borá e ribeirão Cubatão, Potirendaba, SP. Revista do Instituto Florestal 18: 79-93. Angiosperm Philogeny Group - APG III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants. Botanical Journal of the Linnean Society: 105-121. Bergamin, R.S. & Mondin, C.A. 2006. Relações florísticas e relações fitogeográficas do componente arbóreo de um fragmento florestal no município de Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, Botânica 57: 217 230. Brown Jr., K.S. 2001. Insetos Indicadores da História, Composição, Diversidade e Integridade de Matas Ciliares Tropicais. In: R.R. Rodrigues & H.F. Leitão Filho (eds.). Matas ciliares: conservação e recuperação. Editora Edusp, São Paulo, pp. 223-232. Budke, J.C., Giehl, E.L.H., Athayde, E.A., Eisinger, S.M. & Záquia, R.A. 2004. Florística e fitossociologia do componente arbóreo de uma floresta ribeirinha, arroio Passo das Tropas, Santa Maria, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18: 581-589. Centro de Informações Hidrometeorológicas - CIH, Univates. 2012. Informações hidrometeorológicas. Univates, Lajeado. Eckhardt, R.R., Lima, D.F.B. & Diedrich, V.L. 2008. Mapeamento da mata ciliar do rio Taquari utilizando imagens de satélite. Centro Universitário Univates, Lajeado. Filgueiras, T.S., Brochado, A.L., Nogueira, P.E. & Guala II, G.F. 1994. Caminhamento - um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências 12: 39-43. Franco, J.G.O. 2005. Direito Ambiental Matas Ciliares: Conteúdo Jurídico e Biodiversidade. Juruá Editora, Curitiba. Grings, M. & Brack, P. 2008. Árvores na vegetação nativa de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul. Iheringia, sér. Botanica 64: 5-22. Jarenkow, J.A. & Waechter, J.L. 2001. Composição, estrutura e relações florísticas do componente arbóreo de uma floresta estacional no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 24: 263-272. Leite, P.F. 2002. Contribuição ao conhecimento fitoecológico do sul do Brasil. Ciência e Ambiente 24: 51 73. Lista de Espécies Flora do Brasil. 2012. http://floradobrasil. jbrj.gov.br/2012/ (acesso em 16.11.12). Marchi, T.C. & Jarenkow, J.A. 2008. Estrutura do componente arbóreo de mata ribeirinha no rio Camaquã, município de Cristal, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botanica 63: 241-248. Markus, E. & Freitas, E.M. 2011. Florística arbórea de uma porção de mata de encosta do morro da Harmonia, Teutônia, Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas, Botânica: 263-272. Moreno, J.A. 1961. Clima do Rio Grande do Sul. Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Mudeleski, E., Schmitz, J.A.K. & Biondo, E. 2008. Estudo ambiental da microbacia do arroio Jacarezinho (Nova Brescia e Encantado, RS) com ênfase na mata ciliar e na qualidade da água. Caderno de Pesquisa, Série Biologia 20: 44-60. Oliveira, M.L.A.A, Balbueno, R.A. & Senna, R.M. 2005. Levantamento florístico de fragmentos florestais na bacia hidrográfica do rio Gravataí, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botanica 60: 269 284. Primo, D.C. & Vaz, L.M.S. 2006. Degradação e perturbação ambiental em matas ciliares: estudo de caso do rio Itapicuru-açu em Ponto Novo e Filadélfia Bahia. Diálogos & Ciência 7: 1-11. Rodrigues, R.R. & Nave, A.G. 2001. Heterogeneidade Florística das Matas Ciliares. In: R.R. Rodrigues & H.F. Leitão Filho (eds.). Matas ciliares: conservação e recuperação. Editora Edusp, São Paulo, pp. 45-71.

372 Hoehnea 40(2): 365-372, 2013 Rolim, S.G., Ivanauskas, N.M., Rodrigues, R.R., Nascimento, M.T., Gomes, J.M. L., Folli, D.A. & Couto, H.T.Z. 2006. Composição florística do estrato arbóreo da Floresta Estacional Semidecidual na Planície Aluvial do rio Doce, Linhares, ES, Brasil. Acta Botânica Brasílica 20: 549-561. Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul - SEMARS. 2010. Bacia Hidrográfica do rio Taquari-Antas. http://www.sema.rs.gov.br (acesso em 16.05.2012). SEMA. 2003. Lista final das espécies da flora ameaçadas - RS http://www.fzb.rs.gov.br/downloads/flora_ameacada. pdf (acesso em 20.11.2012). Sobral, M., Jarenkow, J.A., Brack, P., Irgang, B., Larocca, J. & Rodrigues, R.S. 2006. Flora arbórea e arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. Editora Rima, São Carlos. Streck, E.V., Kämpf, N., Dalmolin, R.S.D., Klamt, E. Nascimento, P.C., Schneider, P., Giasson, E. & Pinto, L.F.S. 2008. Solos do Rio Grande do Sul. EMATER/ RS-ASCAR, Porto Alegre. Sühs, R.B., Putzke, J. & Budke, J. C. 2009. Relações florístico-geográficas na estrutura de uma floresta na região central do Rio Grande do Sul, Brasil. Floresta 40: 635 646. Teixeira M.B. & Neto A.B.C. 1986. Folha SH. 22 - Porto Alegre e Parte das Vegetação, Uso Potencial da Terra. IBGE, Rio de Janeiro.