Análise de Mercados competitivos Parte 1 1. Avaliação de Ganhos e Perdas Resultantes de Políticas Governamentais: Excedentes do Consumidor e do Produtor 2. Eficiência do Mercado Competitivo 3. Preços Mínimos 4. Política de Preços Mínimos e Quotas de Produção
1. Avaliação de Ganhos e Perdas Resultantes de Políticas Governamentais: Excedentes do Consumidor e do Produtor Revisão sobre excedentes: Excedente do Consumidor é o benefício total ou valor que os consumidores recebem além daquilo que pagam pela mercadoria. Excedente do Produtor é o benefício total ou receita que os produtores obtêm além do custo de produção de uma mercadoria.
1. Avaliação de Ganhos e Perdas Resultantes de Políticas Governamentais: Excedentes do Consumidor e do Produtor Para determinar o efeito de bem-estar de uma política governamental, podemos medir o ganho ou a perda nos excedentes do produtor. Efeitos de bem-estar: Ganhos e perdas causadas pela intervenção do governo no mercado.
1. Avaliação de Ganhos e Perdas Resultantes de Políticas Governamentais: Excedentes do Consumidor e do Produtor Mudanças no excedente do consumidor e do produtor:
1. Avaliação de Ganhos e Perdas Resultantes de Políticas Governamentais: Excedentes do Consumidor e do Produtor Observações: A variação de excedente do consumidor é dada por: A-B Se A for maior que B essa variação é positiva e é interessante para o consumidor que conseguiu adquirir o produto. A variação de excedente do produtor é dada por: -A - C. -C: referente aos produtores que saíram do mercado (custo maior, por exemplo). -A: referente aos que permaneceram. A variação total do excedente (perda total ou peso morte) é, portanto: = (A - B) + (-A - C) = -B - C O peso morto é a ineficiência causada pelo controle de preços. A perda de excedente do produtor supera o ganho em excedente do consumidor.
1. Avaliação de Ganhos e Perdas Resultantes de Políticas Governamentais: Excedentes do Consumidor e do Produtor Vale destacar que: Os consumidores podem sofrer uma perda no excedente do consumidor quando a demanda for suficientemente inelástica.
2. Eficiência do Mercado Competitivo Temos um cenário de eficiência econômica quando estamos maximizando os excedentes do produtor e do consumidor ao mesmo tempo. Sob que condições um mercado competitivo gera uma alocação de recursos ineficiente, ou uma falha de mercado? 1. Externalidades: Custos ou benefícios que não se refletem no preço de mercado (exemplo: poluição). 2. Falta de informação: A existência de informação imperfeita impede que os consumidores tomem decisões que maximizem sua utilidade.
2. Eficiência do Mercado Competitivo Na presença de falhas de mercado, a intervenção governamental pode aumentar a eficiência. Na ausência de falhas de mercado, a intervenção governamental gera uma ineficiência, ou peso morto.
2. Eficiência do Mercado Competitivo Duas possibilidades de imposição pelo governo:
2.1 Exemplo do Comércio de Rins Humanos A Lei de Transplantes de Órgãos, aprovada pelo Congresso dos EUA em 1984, proíbe a venda de órgãos para transplante. Qual foi o efeito da lei? Oferta a preço P igual a $0,00: Q S` = 8.000. Oferta: Q S" = 8.000 + 0,2P. Se P= $20.000,00, Q = 12.000. Demanda: Q D = 16.000 0,2P.
2.1 Exemplo do Comércio de Rins Humanos O Mercado de Rins e os Efeitos da Legislação Americana (National Organ Transplantation Act), de 1984:
2.1 Exemplo do Comércio de Rins Humanos A lei limita a quantidade ofertada (doações) a 8.000. Perda do excedente do ofertante: A + C = (8.000)($20.000) + (1/2)(4.000)($20.000) = $200 milhões. Ganho dos receptores: A - B = (8.000)($20.000) (1/2)(4.000)($20.000) = $120milhões. Peso morto: B + C ou $200 milhões - $120 milhões = $80 milhões.
2.1 Exemplo do Comércio de Rins Humanos Outros aspectos não levados em conta para o cálculo dos Custos de Ineficiência do nosso exemplo: Os rins não são necessariamente alocados aos indivíduos para os quais eles têm maior valor. Ou seja, não são aqueles que estão dispostos a pagar mais caro que acabam sendo beneficiados, pois existe uma fila. Devido ao excesso de demanda, os rins são frequentemente racionados (limita-se a distribuição ou consumo), e seu preço pode atingir o nível de equilíbrio de $40.000, ou até mais. Ex.: Parte dos rins pode ser destinada a estudos científicos e não para o transplante.
3. Preços Mínimos Algumas vezes, a política governamental visa manter os preços acima do nível de equilíbrio de mercado. Exs.: Um preço mínimo para determinado produto; o salário mínimo e o políticas voltadas para o setor agrícola. EC = A B EP = A C D Mas porquê inclui D???
3. Preços Mínimos Exemplo do Salário mínimo: Neste caso, a perda de excedente relacionado com os trabalhadores empregados é dada por A- C, mas considerando o mercado como um todo, há perda de excedente causada também pelo trapézio do desemprego.
4. Política de Preços Mínimos e Quotas de Produção A maior parte da política agrícola dos EUA é baseada em um sistema de preços mínimos. Isso significa que o preço mínimo é definido acima do preço de equilíbrio e o governo compra o excedente. A política de preços mínimos é, frequentemente, complementada por incentivos para reduzir ou restringir a produção.
4. Política de Preços Mínimos e Quotas de Produção Nesse caso temos o seguinte cenário:
4. Política de Preços Mínimos e Quotas de Produção Porém, para o governo, existe um custo, que deve ser compensado através de impostos. A variação do bem-estar, portanto é dada por: EC + EP Custo do Governo
4. Política de Preços Mínimos e Quotas de Produção Mas o que o governo faz com esses produtos que são adquiridos? Parte desse gasto eles vão tentar recuperar vendendo esse excesso de produtos a outros países a um preço mais em conta para diminuir os prejuízos. Nesse caso, é interessante notar que apesar de ser uma política destinada a ajudar o produtor, isso reduz a possibilidade do próprio produtor vender seus produtos a outros países (trade-off). Porque ao invés do o governo comprar esses produtos eles já não doam essa renda adicional (triângulo D) diretamente aos produtores?
Referências principais Pindyck, Robert S.; Rubinfeld, Daniel L.; Microeconomia. 711p. 7ed. São Paulo : Pearson, 2009. Capítulo 9: Análise de Mercados Competitivos.